LEISHMANIOSE Flashcards
A leishmaniose ou leishmaníase é a doença provocada pelos protozoários do
gênero Leishmania
Transmissão
picada do vetor fêmea Lutzomyia sp. também chamados de mosquito palha ou birigui, que inocula as formas promastigotas no hospedeiro vertebrado.
Entretanto, outros mecanismos são registrados na literatura:
Compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas;
Transfusões sanguíneas;
Transmissão congênita e acidente de laboratório.
O gênero Leishmania (Ross, 1903) pertence a ordem Kinetoplastida, à família Trypanossomatidae e agrupa
espécies de protozoários unicelulares, digenéticos (heteroxenos), encontradas nas formas
promastigota (contém LPGs contribuindo p/ fixação e resistência ao complementoe macrófago, GP63 e PPG)
paramastigota, flageladas livres ou aderidas ao trato digestivo dos hospedeiros invertebrados,
amastigota, sem flagelo livre, parasito intracelular.
A reprodução ocorre por divisão binária simples em ambos os hospedeiros.
A leishmaniose pode ser dividida nos seguintes tipos:
Leishmaniose tegumentar americana (LTA): caracterizada por alterações na pele e nas mucosas. Manifestase nas formas: leishmaniose tegumentar cutânea (nódulo que evolui para ulcerações na pele),
leishmaniose tegumentar cutâneamucosa (pacientes com comprometimento cutâneo e, posteriormente, com acometimento de mucosas, a respiratória),
leishmaniose tegumentar cutânea difusa (não forma ulceras típicas, mas forma lesões tegumentares tipo nódulos não-ulcerativos).
Leishmaniose tegumentar do velho mundo: não existe no Brasil.
Leishmaniose visceral (LV; calazar): acomete os aparelhos viscerais.
Para diferenciar os epimastigotas (T. cruzi) da forma promastigota da leishmania não pode ser pela posição do cinetoplasto (em ambas as formas, estão anteriormente ao núcleo). A diferenciação se dá
pelo tamanho do flagelo: no caso das epimastigotas, encontramos flagelos mais encurtados e contidos à membrana ondulante. Já a forma promastigota, encontramos um flagelo maior e mais livre
Na Leishmaniose, a forma morfológica que parasita o hospedeiro vertebrado (sist. fagocitário mononuclear = macrófagos, baço, fígado e medula) é…
As formas que são encontradas no hospedeiro invertebrado (vetor: Lutzomya sp.) são as formas…
amastigota
paramastigotas, promastigota e promastigota metacíclica.
Os principais hospedeiros invertebrados transmissores da LTA são:
Os principais vetores da LV são:
Complexo“Leishmania braziliensis” = Lutzomyia whitmani, L. wellcomei, L.
intermedia, L. umbratillis, L. flaviscutellata, L. pessoal.
Complexo “Leishmania donovani” = Lutzomyia longipalpis, L. cruzi (apontado como possível transmissor da LV no Mato Grosso do Sul).
CB
O ciclo é heteroxeno, apresentando um hospedeiro invertebrado e vertebrado. Os hospedeiros vertebrados são infectados quando formas promastigotas metacíclicas são inoculadas pelas fêmeas dos insetos vetores, durante o repasto sanguíneo.
Nos hospedeiros vertebrados, os parasitos habitam os fagossomos dos macrófagos teciduais apresentando-se em forma amastigota (sem flagelo), que é intracelular obrigatória. Os parasitos crescem e se multiplicam no interior do macrófago por divisão
binária, até que rompem a membrana da célula hospedeira e são liberados no meio intercelular para serem fagocitados por outros macrófagos - dando continuidade a ciclo de destruição tecidual e replicação parasitária. É esta forma mastigota a responsável pelas manifestações clínicas encontradas no indivíduo infectado.
Quando os flebotomíneos picam o humano ou animal parasitado, absorvem do sangue ou da linfa as leishmanias, que ao chegarem ao tubo digestivo
evoluem para a forma promastigota (flagelada). Esta é a forma infectante que circula no sangue. Existe reprodução abundante nos intestinos do vetor, o que faz com que os parasitos alcancem o estômago. No momento da picada de um novo mamífero, esse conteúdo rico em parasitos é regurgitado, inoculando o novo hospedeiro.
Ao serem fagocitados por macrófagos teciduais, os parasitos retornam à forma amastigota e dão início a um novo ciclo.
REPRODUÇÃO
divisão binária: os amastigotas se multiplicam dentro
dos macrófagos do hospedeiro vertebrado;
os promastigotas, no trato digestivo do vetor; os paramastigotas nunca foram encontrados em divisão
A principal célula hospedeira da leishmania é
o macrófago
Manifestações clínicas LTA
Trata-se de uma doença parasitária da pele e mucosas
A lesão inicial ocorre no local da picada do inseto.
Entretanto, nem toda lesão originada da picada pode gerar úlcera: as pápulas pruriginosas e avermelhadas formas depois da picada podem regredir, permanecer em estado estacionário (úlcera leishmaniótica típica) ou evoluir. A úlcera leishmaniótica típica apresenta uma borda elevada e plano fundo, bem delimitada e arredondada.
A forma cutânea localizada é caracterizada por lesões ulcerosas, indolores, únicas ou múltiplas;
a forma cutaneomucosa é caracterizada por lesões mucosas agressivas que afetam as regiões nasofaríngeas;
a forma disseminada apresenta múltiplas úlceras cutâneas por disseminação hematogênica ou linfática
e, finalmente, a forma difusa com lesões nodulares não-ulceradas em toda a pele contendo amastigotas. TM negativo com perda de resposta imune
A LTA pode se manifestar nas seguintes formas: leishmaniose cutânea (presença da úlcera típica isolada), leishmaniose cutaneomucosa (presença de lesões de úlcera tanto na pele quanto nas mucosas), leishmaniose cutâneodifusa (manifestação de nódulos não-ulcerativos na pele).
PATOGENIA
No inicio da infecção, as formas promastigotas são inoculadas na derme durante o repasto sanguíneo do
flebotomineo. As células destruídas pela probóscida do inseto e a saliva inoculada atraem para a área células fagocitárias mononucleares, os macrófagos e outras células da série branca. Ao serem fagocitadas, as promastigotas transformam-se em amastigotas e iniciam reprodução por divisões binárias sucessivas; mais macrófagos são atraídos ao sítio, onde se fixam e são infectados. A úlcera inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e de macrófagos na derme, estando estes últimos abarrotados de parasitas. Gradualmente forma-se um infiltrado celular circundando a lesão, consistindo principalmente em pequenos e grandes linfócitos, entre os quais alguns plasmócitos. Como resultado, forma-se no local uma reação inflamatória do tipo tuberculoide. Ocorre necrose resultando na desintegração da epiderme e da membrana basal que culmina com a formação de uma lesão úlcero-crostrosa.
Após a perda da crosta, observa-se uma pequena úlcera com bordas ligeiramente salientes e fundo recoberto por exsudato seroso ou seropumlento. Esta lesão progride, desenvolvendo-se em uma típica úlcera leishmaniótica que, por seu aspecto morfológico, pode ser reconhecida imediatamente. Trata-se de uma úlcera de configuração circular, bordos altos (em moldura), cujo fundo é granuloso, de cor vermelha intensa, recoberto por exsudato seroso ou seropurulento, dependendo da presença de infecções secundárias.
A leishmaniose cutânea é caracterizada pela formação de úlceras únicas (L. braziliensis, que causam a
formação da
úlcera de Bauru no homem) ou múltiplas (L. guyanensis) confinadas na derme, com a epiderme ulcerada.
É causada por todas as espécies do complexo Leishmania braziliensis.
A densidade de parasitos nos bordos da úlcera formada é grande nas fases iniciais da infecção, com tendência a escassez nas úlceras crônicas. A leishmaniose cutâneo-disseminada é uma variação da forma cutânea e geralmente está relacionada com pacientes imunossuprimidos (HIV positivos, por exemplo).
LEISHMANIOSE CUTÂNEO-MUCOSA
É causada pelas seguintes espécies: Leishmania (V.) braziliensis e Leishrnania (V.) guyanensis. Esta forma
clínica é conhecida por
espúndia e nariz de tapir ou de anta. O curso da infecção nas fases iniciais ocorre como já visto
anteriormente na forma cutânea provocada por este parasito.
Trata-se de um processo lento, de curso crônico. Estas lesões secundárias podem ocorrer por extensão direta
de uma lesão primária ou então através da disseminação hematogênica. As regiões mais comumente afetadas pela disseminação metastática são o nariz, a faringe, a boca e a laringe.
O primeiro sinal de comprometimento mucoso
manifesta-se por eritema e discreto infiltrado inflamatório no septo nasal, resultando em coriza constante e posteriormente em um processo ulcerativo. Estas úlceras culminam em lesões desfigurantes que geram dificuldades na fala, na respiração e na alimentação. O óbito é consequência de infecções secundárias.
LEISHMANIOSE CUTÂNEO-DIFUSA (LCD)
Caracteriza-se pela formação de
lesões não-ulcerativas (difusas com erupções papulares ou nodulares não ulceradas) por toda a pele, contendo grande número de amastigotas. É causado pela L. (Leishmania) amazonensis.
A LCD está estritamente associada a uma deficiência imunológica do paciente.