Nutrição Flashcards
Quais são os parâmetros observados na avaliação nutricional do paciente cirúrgico?
Avaliação de desnutrição preexistente Condições clínicas e distúrbios metabólicos associados Má absorção Doenças dentárias Dependência de drogas e alcool
Como pode ser realizada a avaliação subjetiva global (ASG) à beira do leito para avaliação nutricional?
Perguntas sobre a história:
Perda de peso nos últimos 6 meses, alteração nas últimas semanas
Alteração na ingesta alimentar
Sintomas gastrointestinais que persistam por mais de 2 semanas
Capacidade funcional
A relação da sua doença com necessidades nutricionais
Exame físico avaliando a perda de gordura, edema e ascite
No final o paciente é classificado como bem nutrido, moderadamente desnutrido (suspeita de) e gravemente desnutrido
Quais outros aspectos em relação ao peso e a massa muscular podem ser avaliados na avaliação nutricional do paciente cirúrgico?
Perda não intencional de 10-15% do peso corporal nos últimos 6 meses ou perda > 5% em um mês
Redução da massa muscular, perda de força muscular e depleção dos estoques de gordura
Medidas antropométricas: PCI (peso corporal ideal) e IMC
IMC < 18,5 abaixo do peso
IMC < 16,5 gravemente abaixo do peso
Como calcular o peso corporal ideal?
É útil para quando não se conhece o peso do paciente
Homens: 48kg para os primeiros 152cm + 2,7kg para cada adicional de 2,54cm
Mulheres: 45kg para os primeiros 152 cm + 2,3kg para casa adicional de 2,54cm
Quais são as medidas laboratoriais para a desnutrição?
Níveis de albumina (meia vida longa, 20 dias, não é boa para quadros agudos)
Transferrina (meia vida 8 dias)
Pré-albumina (meia vida 1-2 dias, ideal para alterações mais agudas)
Qual a relação da albumina com a morbimortalidade cirúrgica?
Albumina ≥ 4,5 - mortalidade ≤ 1%, morbidade ≤ 10
Albumina 3,5 - mortalidade 5, morbidade 25
Albumina 3,0 - mortalidade 9, morbidade 35
Albumina 2,5 - mortalidade 15, morbidade 45
Albumina ≤ 2,1 - mortalidade 30, morbidade 65
Quais os principais parâmetros bioquímicos para detectar desnutrição?
Albumina (20d) < 3mg/dl
Transferrida (8d) < 10-15mg/gl
Pré-albumina (2d) < 200 mg/dl
Proteína ligadora do retinol (12h)
O que é a equação de Harris-Benedict?
A equação estima o gasto metabólico basal em um estado de repouso (GMB)
P eso
I dade
F ator de estresse metabólico
A ltura
S exo
Para o homem:
GMB= 66,5 + (13,75 x peso em kg) + (5,003 x altura em cm) - (6,775 x idade em anos)
GMB = 655,1 + (9,563 x peso em kg) + (1,850 x altura em cm) - ( 4,676 x idade em anos)
Para pacientes cirúrgicos geralmente é necessária a multiplicação por fator de estresse:
- cirurgias eletivas pequenas e grandes: 1,1 e 1,2
- traumas: 1,35
- infecção leve, moderada e grave: 1,1, 1,5 e 1,8
Quais as principais indicações para o suporte nutricional no paciente cirúrgico?
1- História prévia de desnutrição ou doença crônica
2- Perda involuntária > 10-15% do peso corporal normal dentro de 6 meses ou > 5% dentro de 1 mês
3- Perda de sangue esperada > 500ml durante a cirurgia
4- Albumina sérica < 3,0 g/dl ou transferrina < 200mg/gl na ausência de estado inflamatório, disfunção hepática ou disfunção renal
5- Para pacientes que não vão conseguir suprir as necessidades calóricas, 7-10 dias no perioperatório
6- Doença catabólica (queimaduras, trauma significativo, sepse e pancreatite)
O que fazer caso o paciente já tiver a cirurgia agendada mas precisar de uma terapia nutricional?
Se necessário, adiar a cirurgia 10-14 dias para o suporte nutricional pré-op
Cirurgia eletiva: terapia nutricional por 3 semanas
Cirurgia oncológica - maligna: terapia nutricional por 10-14 dias
Quais os benefícios de uma terapia nutricional adequada para o paciente nos resultados de uma cirurgia?
Atenuação da resposta inflamatória, redução do estresse oxidativo, fortalecimento do sistema imunológico, melhor cicatrização, minimiza a morbidade e mortalidade cirúrgica
Quais nutrientes serão oferecidos em dose suplementares com a função de uma nutrição moduladora?
Aminoácidos, como glutamina e arginina
Nucleotídeos e ácidos graxos poli-insaturados do tipo omega 3
Vitaminas A, C e E
Minerais como Zn e Se, com características antioxidantes
Qual a vida de acesso a ser escolhida para a nutrição do paciente?
A nutrição por via oral é sempre preferencial.
Quando não disponível as outras principais são a nutrição enteral e a nutrição parenteral
Qual a forma de administrar uma dieta via enteral?
Administração de dieta líquida via sonda nasogástrica, nasoentérica ou estomias digestivas, para pacientes com TGI funcionante mas que não queiram ou não possam se alimentar por VO
Quais as contraindicações da nutrição enteral?
Quando o TGI não esteja íntegro ou funcionante
- íleo adinâmico
- obstruções mecânicas
- hemorragia digestiva alta
- processos inflamatórios abdominais intensos
Quais as vantagens da nutrição enteral em relação à parenteral?
Previne atrofia da mucosa intestinal
Menor risco de translocação bacteriana
Menor incidência de complicações como infecções
Melhora da resposta imune
Redução da resposta endocrinometabólica ao trauma
Quais as complicações associadas à nutrição enteral?
Diarreia
Vômitos e resíduos gástricos
Relacionada a sonda (epistaxe, sinusite…)
O que é a nutrição parenteral?
Administração de nutrientes como glicose, proteína, água e eletrólitos por via EV. Na impossibilidade do uso do TGI, a nutrição parenteral deve ser utilidada
Quais as principais indicações de nutrição parenteral?
Peritonites com íleo adinâmico Obstrução intestinal Hemorragia digestiva Tratamento de fístulas digestivas Casos em que a nutrição enteral não fornece o aporte nutricional necessário (*ex: grandes queimados)
Qual o acesso de escolha para administrar a nutrição parenteral?
O acesso central é o de escolha, mas também pode ser administrada pelo periférico
A infusão em veia periférica deve ser por um curto período de tempo e com baixa osmolaridade (<800-850mOsm/L) - muita osmolaridade pode inflamar a veia periférica
Quando não iniciar a nutrição parenteral?
Em um contexto de instabilidade hemodinâmica, particularmente com altas doses de drogas vasoativas
Se existir instabilidade hemodinâmica, além de condições hidroeletrolíticas e ácidobásicas adequadas
Evitar em insuficiência cardíaca congestiva
Quais as complicações associadas à nutrição parenteral?
Infecção e oclusão do cateter Trombose da veia utilizada Distúrbios hidroeletrolíticos Bacteremia Risco de hiperglicemia
Ao se instituir uma terapia nutricional, seja enteral ou parenteral, quais devem ser os exames solicitados para avaliação?
Dosagem eletrolítica
Hemograma
Avaliação da função renal e das proteínas plasmáticas
Colesterol total e triglicérides
Quais exames solicitar para o acompanhamento de um paciente em nutrição enteral ou parenteral?
Semanalmente: hemograma, Na, K, Calcio, Mg, fosforo, ureia, creatinina e albumina
Se NPT, a cada 15 dias, solicitar transaminases e bilirrubinas
O que é a síndrome de realimentação?
Condição potencialmente letal em que há uma desordem severa de eletrólitos, minerais, fluidos corporais e vitaminas, associada a anormalidades metabólicas em pacientes predispostos, quando realimentados por via oral, enteral ou parenteral
Como pode ser precipitada a síndrome de realimentação?
Pode ser precipitada pelo jejum prolongado, pela administração de fluidos EV em pacientes cronicamente desnutridos
Como é anunciada clinicamente a síndrome de realimentação?
Desenvolvimento de hipocalemia refratária, hipomagnesemia e hipofosfatemia
Por que ocorre a síndrome de realimentação?
A transição do metabolismo da gordura corporal para o carboidrato na realimentação (maior oferta de glicose) pode causar um aumento abrupto da insulina e distúrbios dos eletrólitos intracelulares (a insulina joga os eletrólitos para dentro da célula).
Quais as complicações que podem ser geradas pela síndrome de realimentação?
As anormalidades eletrolíticas podem resultar em insuficiência cardíaca e disritmias, insuficiência respiratória, distúrbios neurológicos e disfunção renal e hepática.
Quais os pacientes sob risco de síndrome de realimentação?
Pacientes que sofrem privação alimentar prolongada ou aguda:
- anorexia nervosa
- marasmo e kwashiorkor
- alcoolismo
- cirurgia bariátrica
- jejum prolongado
- greve de fome
- caquexia cardíaca e do câncer
Como é feita a prevenção da síndrome de realimentação?
Início moderado da dieta, com progressão lenta
Avaliação e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos
Medir os eletrólitos diariamente na 1ª semana e após 2x/semana