Choque pediátrico Flashcards
A hipotensão é obrigatória para definir um caso de choque?
Não, pois se o choque estiver compensado a oferta tecidual de O2 está preservada pelo estabelecimento de mecanismos compensatórios e a PA ainda está normal
Como caracterizar hipotensão em crianças?
RN a termo (0-28 dias): PA sistólica < 60mmHg
< 1 ano: PA sistólica < 70 mmHg
1-10 anos: PA sistólica < 70 mmHg + ( 2 x idade)
Qual a principal causa de choque na população pediátrica?
Choque hipovolêmico - diminuição na pré-carga por perda de volume (associado com diarreia grave, vômitos e hemorragias)
Quais as caraterísticas do choque distributivo?
Diminuição da resistência vascular por alterações no tônus vasomotor
(quadros de sepse, queimaduras, anafilaxia, lesão medular)
Quais as características do choque cardiogênico?
Diminuição da contratilidade cardíaca leve (cardiopatia levando a arritmias, cardiomiopatias)
Quais as características do choque obstrutivo?
Diminuição do débito cardíaco por uma obstrução ao fluxo sanguíneo (tamponamento cardíaco, cardiopatias congênitas dependentes do canal arterial)
Qual o quadro clínico inicial do choque pediátrico compensado?
Taquicardia, com ou sem taquipneia, discreto prolongamento do TEC, hipotensão ortostática, discreta alteração do estado mental (irritabilidade, letargia).
Quais as diferenças entre o choque frio e quente e qual a primeira linha de tratamento no manejo de cada um?
Choque quente (compensado): estágios mais iniciais. Diminuição da RVP com aumento do DC: extremidades aquecidas, pulsos amplos, pressão de pulso aumentada. Tratamento inicial: noradrenalina. Choque frio (descompensado): TEC > 2s, pulsos diminuídos, extremidades frias, Tratamento inicial: adrenalina
Como realizar a estabilização inicial em um choque pediátrico?
Estabilização da via aérea e da respiração: avaliar oxigenoterapia e minimizar consumo de O2 (suporte ventilatório, sedação, bloqueio neuromuscular e controle da febre).
Coxim para avaliar perviedade de via aérea:
< 2 anos: coxim sob os ombros
> 2 anos: subocciptal
Estabilização da circulação
Como é feita a reposição volêmica em um choque pediátrico?
Obtenção de um acesso periférico ou IO, oferta de líquido (principalmente nos choques hipovolêmicos e distributivo).
Solução cristaloide 20ml/kg (exceto choque cardiogênico - 5-10ml/kg).
Uso de droga vasoativa se permanece com comprometimento hemodinâmico após reposição volêmica vigorosa
Quais outros cuidados em relação ao tratamento do choque pediátrico?
Choque séptico: hemocultura + ATB de amplo espectro
Reconhecer e tratar hipoglicemia, hipocalcemia (pode contribuir para a disfunção cardiovascular)
Insuficiência adrenal: pode haver insuficiência adrenal ou relativa. Risco maior nos casos de doenças congênitas da adrenal, alterações do eixo- H-H-A, uso recente de corticoides (considerar hidrocortisona)
Qual o mecanismo clássico da anafilaxia?
Reação de hipersensibilidade imediata, mediada pela IgE. Após o contato com o alérgeno, há intensa ativação de mastócitos e basófilos com rápida liberação de uma série de substâncias (histamina, triptases, carboxipeptidases, quimases, proteoglicanos)
Qual a clínica da anafilaxia?
Geral: sensação de fraqueza, ansiedade, alteraçoes comportamentais inespecíficas
Pele/mucosas: prurido, rubor orofaríngeo, rápido surgimento de lesões urticariformes, angioedema
Respiratória: congestão nasal, opressão torácica, dificuldade respiratória, rouquidão, disfonia, sialorreia, tosse, estridor, sibilância, apneia
Gastrointestinal: náusea, dor abdominal, regurgitações, diarreia, vômitos intensos
Cardiovascular: tonteira, visão turva, hipotensão, taquicardia, perda do controle esfincteriano
Neurológica: sonolência, irresponsividade, convulsões
Como reconhecer anafilaxia em paciente sem história de anafilaxia?
Presença de alterações em pele e mucosas +
- alteração respiratória
ou
- alterações cardiocirculatórias (diminuição da PA/ alteração orgânica)
Como reconhecer anafilaxia em paciente com história de provável alérgeno?
Pelo menos 2 das seguintes:
Presença de alterações em pele e mucosas
Presença de alterações respiratórias
Presença de queda da PA ou alteração orgânica
Presença de sintomas do TGI (dor abdominal contínua, vômitos incoercíveis)