Anestesiologia Flashcards
Quais itens são importantes serem pesquisados em uma anamnese pré-operatória?
Pesquisa de outra comorbidade além da patologia cirúrgica
História de anestesia anterior, se houve ou não complicações
Hábitos: tabagismo, alcoolismo, uso de opioides, uso de drogas ilícitas
Avaliar medicações em uso
Data da última menstruação
História de alergias
Revisão dos sistemas
Quais itens avaliado pelo mnemônico LEMON são importantes para antecipar uma dificuldade na intubação?
L = look externally: analisar a presença de características externas que falam a favor de uma via aérea difícil = trauma de face, abertura da boca, retrognatismo
E = Evaluate the 3-3-2 rule
Distância entre os 3 incisivos < 3 polpas digitais
Distância mento hioide < 3 polpas
Distância entre o tubérculo tireoideo e o assoalho da cavidade oral < 2 polpas
M = mallampati O = Obstrução N = neck mobility - encostar o queixo no peito, olhar para o teto
Quais são os melhores preditores de uma avaliação anestésica?
Anamnese e exame físico
Como é a classificação de Cormack-Lehane?
Avaliado durante a laringoscopia I: glote bem visível II: parte posterior da glote III: só a epiglote IV: nem a epiglote
O que significa o mnemônico MOANS?
Avalia a dificuldade de ventilar o paciente
M mask seal: o que pode dificultar a selagem da máscara: barba, sangue ou trauma facial severo
O obstruction: IMC > 26, gestante no 3º trimestre, pacientes com angioedema em vias aéreas altas, angina de Ludwig, epiglotite e hematomas
A age: > 55 anos - perda de músculo ou tônus da via aérea alta
N no teeth: a falta de dentes dificulta o acoplamento da máscara
S stiff (rigidez): asma, DPOC, edema, IVAS
Qual a classificação da ASA para categorizar riscos na cirurgia?
ASA I: paciente normal, saudável (sem consumo de alcool ou tabagismo)
ASA II: paciente com doença sistêmica leve que não resulta em limitação funcional (gestação, DM, obeso…)
ASA III: paciente com doença sistêmica grave que resulta em dano funcional (IMC > 40, grau III)
ASA IV: doença sistêmica grave que é uma ameaça constante à vida
ASA V: moribundo
ASA VI: ME que vai ser realizado transplante
E: operação de emergência
Quais as 2 classes de anestésicos locais?
ÉSTER: benzocaína, cloroprocaína, tetracaína
AMIDA: lidocaína, bupivacaína, ropivacaína
Qual a ação dos anestésicos locais?
Bloqueiam os canais de Na+ impedindo a propagação do impulso
O que é necessário para os anestésicos locais fazerem efeito?
Entrem no interior da célula, atravessando a barreia celular lipossolúvel. Somente a parte lipossolúvel (não ionizada) consegue exercer sua ação
O que é o pKa?
É o pH em que 50% do anestésico local encontra-se na forma ionizável (hidrossolúvel, não atravessa a membrana) e 50% na forma não ionizável (lipossolúvel: atravessa a membrana)
Qual a importância do pKa para avaliar um anestésico local?
Os anestésicos locais com pKa baixo apresentam uma concentração não ionizável maior e por isso uma ação de início mais precoce (lidocaína 7,9, bupi e ropi 8,1)
Em meios ácidos (pH bem mais baixo do que o pKa dos anestésicos) o anestésico fica majoritariamente na sua forma ionizável e não penetra na membrana celular
O que significa um pH da lidocaína de 7,9?
No pH de 7,9 50% da lidocaína está na forma ionizável e a outra metade na forma não ionizável
Como o pH do nosso corpo é em média 7,4, por ser mais baixo cerca de 24% está na forma não ionizada e 76% na forma ionizável
Quanto menor o pKa mais rápido o anestésico local vai agir
Só a forma não ionizável que entra
Qual a função do vasoconstrictor no anestésico local?
Por reduzir a vascularização aumenta a duração do anestésico, pois ele é de ação local e fica por mais tempo atuando
Quais os sinais de intoxicação por anestésico local?
Dormência, parestesia na língua, tontura, zumbido, borramento visual, gosto metálico
Com a progressão o paciente pode apresentar agitação, paranoia e em casos mais graves depressão do SNC (fala arrastada, sonolência, perda da consciência) chegando a casos de convulsões e PCR
Como é feito o tratamento na intoxicação por anestésicos locais?
Suspensão do uso da droga e medidas de suporte
Quais os cuidados para evitar intoxicação por anestésicos locais?
Não ultrapassar a dose máxima
Aspirar a seringa antes de infundir o anestésico, evitando administração intravascular
Qual a dose máxima de lidocaína e qual a duração da anestesia?
Sem vaso: 4,5-5 mg/kg (dura 30-60min) - dose máxima 300mg
Com vaso: 7 mg/kg (dura 120min) - dose máxima 500mg
Qual a dose máxima da bupivacaína e qual a duração da anestesia?
Sem vaso: 2-3 mg/kg (dura: 75-200 min)
Com vaso: 3-5 mg/kg (até 360 min)
Qual a dose máxima da ropivacaína e qual a duração da anestesia?
3 mg/kg (não é associado vaso pois o agente já tem um efeito vasoconstrictor intríseco
Dura: até 300 min
A concentração mínima do anestésico local varia conforme quais parâmetros?
diâmetro das fibras
pH do meio
frequência de estímulos nervosos
Qual a sequencia dos eventos decorrentes da aplicação de um anestésico local?
1- perda da sensação de dor 2- perda da percepção de alterações na temperatura 3- perda na propriocepção 4- perda do tato e pressão 5- perda da função motora
O que é a emulsão lipídica?
É usada como antídoto para a toxicidade neuro-cardiovascular dos anestésicos locais, principalmente quando for a bipovacaína
Usado em casos de PCR pela intoxicação - a 20%
No que consiste o bloqueio do neuroeixo?
Interrupçao de impulsos somáticos e das aferências sensitivas (motricidade e sensibilidade) pela medula, além de bloqueio de estímulos autonômicos, através da injeção de anestésicos locais
Quais os benefícios do bloqueio do neuroeixo?
Redução da resposta endócrina e metabólica ao trauma cirúrgico (bloqueia estímulos)
Redução de eventos tromboembólicos
Redução das complicações cardíacas e respiratórias
Redução do tempo de íleo pós-operatório
Quais às contraindicações ao bloqueio do neuroeixo?
HAS recusa do paciente Discrasias sanguíneas ou coagulopatias Hipovolemia grave (com o bloqueio do estímulo simpático há uma vasodilatação reflexa que pode agravar a hipotensão) Hipertensão intracraniana Infecção do sítio de punção
Quais as diferenças do local de aplicação da raquianestesia e da epidural?
Raqui (subaracnoidea): anestésico infundido dentro do líquor
Epidural (peridural): anestésico banha o exterior da medula e suas raízes nervosas
Quais as diferenças quanto à quantidade, início de ação e tempo de duração da raquianestesia e da peridural?
Raqui: menor volume, mais rápido, tempo de duração menor (uma única dose), previsibilidade do bloqueio (baricidade, posição)
Epidural: maior volume, mais lento o início de ação e duração mais prolongada (pela titulação do anestésico)’- pode ser feita analgesia pós-op
Quais as complicações associadas ao bloqueio do neuroeixo?
Hipotensão
Cefaleia pós-punção (mais comum em raqui)
Complicações locais - hematoma, abscesso (mais comum na peridural)
Insuficiência respiratória (deslocamento cefálico do anestésico)
Como ocorre a cefaleia pós-raqui?
Ocorre devido à perda contínua de líquor pelo sítio da punção
Com a diminuição do volume liquórico, o encéfalo fica mais propenso a fricções com a meninge
Quais os fatores de risco da cefaleia pós-punção?
Sexo feminino, idade mais jovem, agulhas de grosso calibre