Cirurgia vascular Flashcards
Qual a diferença entre aneurismas e pseudoaneurismas?
Os aneurismas verdadeiros envolvem as 3 camadas do vaso
Qual a classificação dos aneurismas quanto à forma?
Fusiforme: mais comuns, apresentam dilatação simétrica, envolvendo toda circunferência do vaso
Saculares: envolvem somente parte da circunferência do vaso
Quais as etiologias dos aneurismas?
A maioria são degenerativos, secundários à aterosclerose
Outras condições: infecção, vasculite, trauma
Qual a fisiopatologia dos aneurismas degenerativos?
É multifatorial, envolve a degradação da elastina e do colágeno por ação de enzimas proteolíticas e metaloproteínas de matriz MMP
Quais os 4 tipos de aneurisma de aorta abdominal de acorto com a emergência das artérias renais?
Tipo I: infrarrenal: poupa o segmento imediatamente abaixo da emergência das artérias renais. É o tipo mais comum (com colo vascular) - mais comum
Tipo II: justarrenal: imediatamente abaixo da emergência das artérias renais
Tipo III: pararrenal: englobam a origem das artérias renais
Tipo IV: suprarrenal: acometem segmentos tanto abaixo quanto acima da emergência das renais
Quais os fatores de risco para aneurisma de aorta abdominal?
Tabagismo Sexo masculino Idade avançada Raça branca Aterosclerose Hipercolesterolemia História familiar DPOC HAS Infecção crônica por Chlamydia pneumoniae
Qual o quadro clínico do aneurisma de aorta abdominal?
Maioria assintomáticos
Massa pulsátil durante a palpação abdominal
Dor abdominal crônica, vaga ou dor nas costas
Como é feito o diagnóstico de aneurisma de aorta abdominal?
USG: não invasivo, mais usado. Principal limitação é na suspeita de ruptura (não identifica em 50% dos casos)
TC: mais preciso, angio TC é fundamental na análise pré-operatória pois traz riqueza de informação anatômica, detecta calcificação no vaso, trombos, doença arterial oclusiva concomitante, permite reconstrução multiplanar e tridimensional
Angio-RM: muito usada, não avalia calcificação
Aortografia: avalia com precisão a relação com outros vasos, devido à frequente presença de trombos intraluminais, não mostra com clareza o lúmen aórtico
Como é feito o seguimento ultrassonográfico de um paciente com aneurisma de aorta abdominal?
Entre 2,6-2,9 cm: a cada 5 anos Entre 3,0-3,4cm: a cada 3 anos Entre 3,5- 4,4cm: a cada 12 meses Entre 4,4-5,4cm: a cada 6 meses ≥ 5,5cm: cirurgia eletiva
Quais as indicações cirúrgicas do aneurisma de aorta abdominal?
Diâmetro ≥ 5,5cm nos homens
Diâmetro ≥ 5cm nas mulheres
Taxa de crescimento > 5mm em 6 meses ou > 1cm em 12 meses
Presença de sintomas (dor lombar ou abdominal vaga)
Presença de complicações (embolização periférica, infecção do aneurisma)
Formação sacular
Qual técnica escolher para a abordagem cirúrgica de um aneurisma de aorta abdominal?
A correção endovascular é mais vantajosa no pós-op imediato, menor expectativa de morbimortalidade precoce, porém passada a fase inicial em longo prazo o efeito benéfico é o mesmo
Qual a tríade clássica do quadro clínico da ruptura de um aneurisma de aorta abdominal?
Massa abdominal pulsátil + dor abdominal + hipotensão
Presente somente em 1/3 dos pacientes
Qual o exame diagnóstico na suspeita de um aneurisma de aorta abdominal e qual a conduta?
Paciente instável + diagnóstico anterior de AAA ou massa pulsátil = centro cirúrgico
Paciente instável + dúvida diagnóstica = USG de emergência
Paciente estável + dúvida diagnóstica = TC (caso o paciente permaneça estável pode ser realizada uma arteriografia e tentativa de abordagem endovascular)
Quais outras complicações possíveis associadas à ruptura do AAA?
Fístula arteriovenosa para a veia cava inferior ou para uma das ilíacas (clínica de edema em MMII e ICC)
Ruptura para o duodeno: promove fístula aortoentérica gerando grave instabilidade hemodinâmica e HDA
Quais os fatores de risco para expansão e ruptura do AAA?
Tabagismo Sexo feminino VEF1 reduzido Diâmetro inicial Crescimento rápido História de transplante renal ou cardíaco HAS Aneurisma sacular
Qual a fisiopatologia da dissecção aórtica torácica?
Degeneração (necrose cística) da túnica média da parede do vaso
Ocorre uma espécie de rasgo na camada íntima e a criação de um novo lúmen, isso associado à pressão a cada sístole causa a dissecção
Quais os fatores de risco para dissecção aórtica torácica?
HAS (fator de maior importância)
Aterosclerose
Uso de drogas ilícitas como cocaína e crack
Atividade física extenuante (levantamento de peso)
Doenças do tecido conjuntivo (Síndrome de Marfan, Ehler-Danlos)
Coarctação de aorta
Síndrome de Turner
Qual a conduta imediata em um paciente com dissecção aguda de aorta torácica?
Prontamente internado em UTI para analgesia e controle da PA e força contrátil do miocárdio
Dor: morfina
PA: inicialmente betabloqueador (propranolol IV 1-10mg de ataque + 3mg/h de manutenção) ou labetalol
Diminuir a PAs para 100-120mHg
O Nipride só deve ser prescrito após o controle da FC, para evitar taquicardia reflexa
Qual a conduta cirúrgica em um paciente com dissecção aguda de aorta torácica?
TIPO A: cirurgia sempre (elevado risco de tamponamento cardíaco e ruptura aórtica)
TIPO B: indicação de imediato caso haja complicações: dor persistente, dilatação aneurismática da aorta, envolvimento de ramos da aorta com isquemia de órgãos ou MMII, evidência de dissecção retrógrada
Quais os fatores de risco para doença arterial periférica?
Aterosclerose: HAS, tabagismo, DM, hipercolesterolemia, idade avançada, hiper-homocisteinemia
Qual a clínica do paciente com doença arterial periférica?
Claudicação intermitente (dor nos MMII - geralmente na panturrilha- à deambulação)
Síndrome de Leriche
Isquemia crítica: dor em repouso
Como é feito o diagnóstico de doença arterial periférica?
História + exame físico + ITB Duplex scan (dopplerultrassonografia - possível avaliar velocidade de fluxo vascular) Angio TC: avalia o diam do vaso e o grau de estenose
Como classificar a doença arterial periférica segundo o ITB?
Normal: 1,1 +/- 0,1
Claudicação intermitente: 0,5-0,9
Isquemia crítica: ≤ 0,4
Necrose tecidual: ≤ 0,13
Quais exames podem ser usados em alternativa ao ITB em pacientes diabéticos ou renais crônicos?
Esses pacientes apresentam extensa calcificação vascular, dessa porta existe dificuldade da compressão das artérias pelo manguito e o ITB passa a não ser confiável
Pode ser usado: oximetria transcutânea e as medidas de pressão no nível dos pododáctilos
Quando é sempre indicado o tratamento intervencionista na doença arterial periférica?
Pacientes com sintomas incapacitantes, intensos e progressivos. Pacientes com dor isquêmica em repouso e na presença de úlceras isquêmicas
Quais as principais causas de oclusão arterial aguda de MMII de origem embólica e trombótica?
Embólica: embolos que podem surgir de uma FA, aneurisma ventricular, IAM extenso…
Trombose: instabilidade da placa de aterosclerose, trombose em enxertos e trauma vascular
Quais as características quanto à perda sensorial, fraqueza muscular, doppler arterial e venoso em relação as categorias de oclusão arterial aguda?
Categoria I - membro viável, sem ameaça de comprometimento irreversível Perda sensorial: não Fraqueza muscular: não Doppler arterial audível Doppler venoso: audível Categoria IIa - membro ameaçado com possibilidade de reversão com tratamento Perda sensorial: mínima Fraqueza muscular: não Doppler arterial: inaudível Doppler venoso: audível Categoria IIb - membro ameaçado com possibilidade de reversão com tratamento de emergência Perda sensorial: moderada Fraqueza muscular: leve a moderada Doppler arterial: inaudível Doppler venoso: audível Categoria III Membro com comprometimento irreversível Perda sensorial: profunda. Anestesia Fraqueza muscular: rigidez, paralisia Doppler arterial: inaudível Doppler venoso: inaudível Membro ameaçado
Qual a abordagem cirúrgica de urgência geralmente usada em pacientes com oclusão arterial aguda por embolia, geralmente IIb?
Arteriotomia com embolectomia
Arteriotomia em outro sítio com introdução de cateter de fogarty (embolectomia por cateter)
Qual a abordagem geralmente usada em pacientes com oclusão arterial aguda por embolia, geralmente IIa?
Leve comprometimento
Trombolíticos intra-arteriais (rUK), podem ser usados principalmente em lesões distais à bifurcação femoral
Quais as possíveis complicações associadas à revascularização de um membro com oclusão arterial aguda?
Síndrome de reperfusão
Risco de síndrome compartimental do membro revascularizado, decorrente do intenso edema muscular resultante pós revascularização
Com a volta da vascularização os produtos da isquemia dos miócitos podem alcançar a circulação e gerar: hipercalcemia, acidose lática e mioglobinúria