Meningite Flashcards
Defina a meningite
Meningite é uma inflamação da membrana aracnoide, da pia-máter e do líquido cefalorraquidiano (LCR). A meningite pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos, protozoários, helmintos, espiroquetas, dentre outros, e agentes não infecciosos (ex.: traumatismo). As bactérias e os vírus são os microrganismos implicados com mais frequência, e, em geral, a ocorrência é endêmica. Pode ser dividida ainda entre aguda e crônica.
As meningites se desenvolvem, em geral, secundariamente a focos infecciosos distantes. De um ponto de vista didático pode-se apresentar as principais vias de infecção:
- Por via hematogênica:
a maioria das bactérias que causam meningite se coloniza na orofaringe e, através do sangue, atinge o SNC, como é o caso de meningococo, pneumococo e hemófilo; outras provém dos intestinos (enterobactérias), dos pulmões (pneumococo) e do aparelho geniturinário (gram-negativos); - Por contiguidade: a partir de focos próximos às estruturas anatômicas do SNC, como otites médias crônicas, mastoidites ou sinusites;
- Por continuidade ou acesso direto: como nos traumatismos cranianos e por manipulação propedêutica ou terapêutica do SNC e de estruturas próximas (punção liquórica e uso de cateter ou implantes sem a devida assepsia).
Caracterize a meningite bacteriana
A meningite bacteriana deriva da infecção purulenta aguda no interior do espaço subaracnóideo (ESA). Os microrganismos mais frequentemente responsáveis pela meningite bacteriana adquirida na comunidade são Streptococcus pneumoniae (cerca de 50%), Neisseria meningitidis (cerca de 25%), estreptococos do grupo B (cerca de 15%) e Listeria monocytogenes (cerca de 10%). O Haemophilus influenzae tipo b responde por < 10% dos casos de meningite bacteriana na maioria das séries.
Elucide a epidemiologia/etiologia da meningite bacteriana
- Streptococcus pneumoniae: S. pneumoniae constitui a causa mais comum de meningite em adultos com > 20 anos de idade, especialmente aqueles > 50 + comorbidades. Dentre os fatores de risco, o mais importante deles é a pneumonia pneumocócica e sinusite pneumocócica aguda (ocasionalmente é o foco séptico incial). Outros fatores de risco incluem otite média pneumocócica aguda ou crônica, esplenectomia ou disfunção esplênica (anemia falciforme ou cirrose com hipertensão portal), hipogamaglobulinemia, deficiência do complemento, alcoolismo, diabetes, traumatismo craniano com fratura da base do crânio e rinorreia do líquido cerebroespinal (por defeito ou fratura da lâmina cribriforme), implante coclear;
- A meningite meningocócica (causada pela Neisseria Meningitidis) tem maior incidência em crianças < 4 anos, com incidência máxima no primeiro ano de vida e outro pico entre 15 e 25 anos. Em contextos endêmicos, metade dos casos ocorre em adultos. Ela ocorre mais frequentemente em surtos cíclicos e seus grupos de risco incluem indivíduos que vivem em ambientes fechados como salas de aula, alojamentos universitários, barracas militares ou prisões (contato próximo através de grandes gotículas respiratórias). A infecção pode iniciar-se por colonização nasofaríngea, que pode determinar um estado de portador assintomático ou doença meningocócica invasiva. O risco de doença invasiva após a colonização nasofaríngea depende dos fatores de virulência bacterianos e dos mecanismos de defesa imune do hospedeiro, como a sua capacidade de produzir anticorpos antimeningocócicos e de lisar os meningococos pelas vias clássica e alternativa do complemento. Os indivíduos que têm deficiência de qualquer componente do complemento, como a properdina, são altamente suscetíveis às infecções meningocócicas;
3.