Exame Clínico Ginecológico Flashcards

1
Q

Quais são os principais sinais e sintomas das afecções dos órgãos genitais femininos?

A

As hemorragias, os distúrbios menstruais, corrimento ou leucorreia, dor, prurido, lesões, aparecimento de tumoração, dificuldade de engravidar, distúrbios sexuais e alterações dos pelos.

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2
Q

Caracterize as hemorragias ginecológicas

A

Quaisquer sangramentos sem as características da menstruação normal são chamados de hemorragia (ou sangramento) uterina anormal (HUA), sendo classificadas em hemorragia uterina aguda, crônica ou intermenstrual. A HUA aguda ocorre quando o sangramento uterino exige uma intervenção imediata, a crônica é definida após 6 meses de alterações.

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3
Q

A HUA pode ocorrer em várias enfermidades, e uma forma de classificá­-las é o sistema PALM­-COEIN, caracterize-o.

A

O sistema PALM­-COEIN, sigla formada pelas principais causas de hemorragias, que as divide em 1: “anomalias estruturais uterinas” e 2: “anomalias não estruturais uterinas”:

  1. P: pólipos;
    A: adenomiose;
    L: leiomioma;
    M: malignidade ou hiperplasia.
  2. C: coagulopatias;
    O: disfunção ovariana;
    E: fator endometrial;
    I: iatrogenia;
    N: não especificado.
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4
Q

Caracterize a hemorragia uterina intermenstrual

A

A hemorragia uterina intermenstrual, também chamada de metrorragia, ocorre quando a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual. Pode ser confundida com hemorragias de origem vaginal ou vulvar decorrentes de traumatismos, de ulcerações ou de neoplasias.

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5
Q

Caracterize a menstruação

A

Sangramento cíclico que ocorre a cada 24 a 38 dias, com duração de 3 a 8 dias, com perda sanguínea de 50 a 80ml.

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6
Q

Caracterize os distúrbios menstruais

A
  1. Polimenorreia: sangramento menstrual frequente, ocorre quando a menstruação ocorre em intervalos menores que 24 dias;
  2. Oligomenorreia: sangramento menstrual infrequente, ocorre quando a menstruação ocorre em intervalos maiores que 38 dias;
  3. Amenorreia: falta de menstruação por um período de tempo maior do que 3 ciclos prévios;
  4. Hipermenorreia: sangramento menstrual prolongado, ocorre quando a menstruação dura mais de 8 dias;
  5. Hipomenorreia: sangramento menstrual encurtado, ocorre quando a menstruação dura menos de 3 dias;
  6. Menorreia: perda de sangue excessiva durante o fluxo menstrual;
  7. Sangramento uterino leve: quando o fluxo é pouco, baseado na percepção da paciente, raramente associado à patologia;
  8. Metrorragia: sangramento uterino intermenstrual: quando a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual.
  9. Dismenorreia: dificuldade ou dor relacionada à menstruação
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7
Q

V ou F
A hemorragia com outros distúrbios menstruais pode ser decorrente de uma única enfermidade

A

Verdadeiro.

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8
Q

Caracterize a dismenorreia

A

O termo dismenorreia significa menstruação dolorosa. Dor na região hipogástrica, como cólica, durante a menstruação, chama­-se algomenorreia. Quando ela é acompanhada de lombalgia com irradiação para o baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaleia, constitui a síndrome da dismenorreia. A intensidade da sintomatologia é variável, podendo ser classificada em leve, moderada, acentuada ou grave.
A dismenorreia pode ser primária ou secundária:

  • Primária: acompanha os primeiros ciclos menstruais e ocorre em pacientes sem nenhuma causa orgânica. Existem muitas teorias para explicar a dismenorreia primária, entre as quais sobressaem as de fundo psicológico. Os mecanismos psicológicos identificados incluem: irritação da mãe, atitudes negativas em relação à menstruação devido a tabus negativistas, àausência de conhecimentos sobre a natureza feminina, etc..É secundária quando relacionada com
    qualquer doença pélvica orgânica, como endometriose, mioma submucoso, doença inflamatória ou presença de DIU (dispositivo intrauterino). A dismenorreia primária acompanha os primeiros ciclos menstruais. É secundária quando, após vários ciclos menstruais indolores, instala­se o quadro doloroso.
  • Secundária: Ocorre quando, após vários ciclos menstruais indolores, instala­-se o quadro doloroso e está relacionada com qualquer doença pélvica orgânica, como endometriose, doença inflamatória, mioma submucoso, presença de DIU (dispositivo intrauterino).

Explicações anatomofisiológicas responsabilizam o desequilíbrio dos hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), influenciando fatores metabólicos no
endométrio, como a síntese de prostaglandinas, substâncias que estimulam a contração da musculatura lisa.

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9
Q

Quais condições constituem o mecanismo de autodepuração e defesa da vagina?

A

A genitália da mulher na menacme é úmida, tendo a vagina um pH de 4 a 4,5 (ácido, portanto) devido ao desdobramento do glicogênio do epitélio vaginal em ácido láctico, sob a ação dos bacilos de Döderlein, na presença dos estrogênios.

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10
Q

Caracterize o corrimento vaginal

A

A secreção normal da vagina tem aspecto de “catarro fluido” ou de “clara de ovo”, e que aumenta sob ação estrogênica (pico ovulatório e terapia hormonal). Quando a secreção apresenta características diferentes do normal, chama-se corrimento ou leucorreia, de diversas etiologias. Assim, corrimento aquoso, abundante, como se fosse o descrito como normal, mas em grande quantidade (hidrorreia), pode significar varicocele pélvica, retroversão uterina fixa ou uso de pílulas anticoncepcionais; quando for amarelo, espesso, fétido e espumoso, a causa costuma ser tricomoníase e/ou blenorragia; corrimento branco, em grumos, como nata de leite ou coco ralado, indica a presença de fungos tipo Candida; corrimento com aspecto de “água de carne” é próprio das neoplasias e das infecções graves. O prurido, a ardência e o odor fétido sempre acompanham o corrimento patológico. Além do exame direto, a fresco, da secreção, a bacterioscopia e a cultura em meios apropriados podem ser necessárias para o diagnóstico etiológico.

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11
Q

Caracterize o prurido vulvar

A

O prurido como sintoma isolado é pouco frequente. Pode, entretanto, ser muito intenso e penoso para a paciente. Costuma surgir nas lesões distróficas da vulva (principalmente em pacientes idosas) e nas vulvites micóticas e alérgicas. O prurido vulvar é frequente em paciente diabéticas. Não se esquecer de que o câncer da vulva está quase sempre associado a prurido.

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12
Q

Caracterize a dor nas consultas ginecológicas

A

-> A localização habitual é a região pélvica. Às vezes, a dor é abdominopélvica ou lombossacra;
-> Pode ser espontânea ou provocada (pelo coito, por deambulação, por ortostatismo ou por
palpação);
-> Pode ser contínua, paroxística ou relacionada com o ciclo menstrual;
-> Na avaliação clínica da dor, deve­-se lembrar de causas psíquicas, resultantes de somatização no aparelho genital.

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13
Q

Quais são as principais causas de dor pélvica na consulta ginecológica?

A

As principais causas de dor pélvica são os processos inflamatórios, a endometriose, a gravidez ectópica, as distopias genitais e as neoplasias anexiais.

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14
Q

Nos processos inflamatórios agudos como se comporta a dor?

A

Nos processos inflamatórios agudos, a dor é de localização pélvica, aguda, contínua, espontânea, podendo, com a expansão do processo, alcançar outras regiões. A dispareunia (dor durante o ato sexual) é a regra, tanto nas infecções pélvicas como nas da vulva e da vagina.

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15
Q

Como se comporta a dor na endometriose?

A

Na endometriose, quando as lesões são mínimas, não há dor. A extensão do processo provoca a sintomatologia clássica: dor periódica (dismenorreia), paroxística e progressiva. A localização geralmente é pélvica, mas pode ser também lombar ou perineal (retal), com agravamento durante a evacuação.

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16
Q

Como se comporta a dor na gravidez ectópica?

A

A gravidez ectópica, enquanto estiver íntegra, determina a dor pélvica, sem irradiação, surda, principalmente após esforço. Sua ruptura modifica totalmente o quadro, aparecendo, então, dor aguda, espontânea, acompanhada de sinais de irritação peritoneal, lembrando o quadro de apendicite ou de diverticulite aguda.

17
Q

É grande a importância de causas não ginecológicas nos quadros dolorosos da pelve, da região lombossacra e perineal, destacando­-se as afecções dos órgãos de quais sistemas?

A

urinário, digestório e osteoarticular.

18
Q

Como afecções do sistema urinário e reto podem simular dores ginecológicas?

A

As vias sensoriais do reto e da bexiga são as mesmas do útero e da vagina. Por isso, infecções e litíase do sistema urinário, neoplasias e traumatismos anorretais podem ser relatados como “dor no ovário”.

19
Q

Como o sistema digestório pode simular dores ginecológicas e vice-versa?

A

A apendicite e a diverticulite manifestam­-se, às vezes, com dor no baixo ventre, a mesma localização das doenças dos ovários e das trompas. Bem como a gravidez ectópica pode simular as dores da apendicite e da diverticulite

20
Q

As dores de origem osteotendineomusculares são frequentes, incluindo artrite coxofemoral, hérnias de disco, coccidinia, isquialgia, lordose, espondiloartrose, sequelas de traumatismo e ciatalgia.

A

hérnias de disco, ciatalgia, espondiloartrose, lordose, artrite coxofemoral, coccidinia, isquialgia e sequelas de traumatismo.

21
Q

Caracterize a dispareunia

A

A dispareunia compreende os distúrbios dolorosos durante a relação sexual, incluindo o vaginismo e a contratura dolorosa da musculatura vaginal. Pode ser dividida em:
- dispareunia de penetração ou externa;
- dispareunia de profundidade ou interna;
A dispareunia pode ser orgânica, decorrente de lesões do canal vaginal, ou ser a somatização de problemas emocionais.
O vaginismo costuma ser um espasmo reflexo de lesões dolorosas de localização vulvar, tais como ulcerações, vulvites micóticas e herpéticas, estenoses, malformações, distrofias e cicatrizes dolorosas, ou vaginais, incluindo colpites intensas, atrofias e cicatrizes. A dispareunia de profundidade ou interna tem como causas principais as lesões traumáticas (coito abrupto, lacerações da vagina), as afecções inflamatórias (colpites, parametrites) e as lesões tróficas (atrofia vaginal).