Exame Clínico Ginecológico Flashcards
Quais são os principais sinais e sintomas das afecções dos órgãos genitais femininos?
As hemorragias, os distúrbios menstruais, corrimento ou leucorreia, dor, prurido, lesões, aparecimento de tumoração, dificuldade de engravidar, distúrbios sexuais e alterações dos pelos.
Caracterize as hemorragias ginecológicas
Quaisquer sangramentos sem as características da menstruação normal são chamados de hemorragia (ou sangramento) uterina anormal (HUA), sendo classificadas em hemorragia uterina aguda, crônica ou intermenstrual. A HUA aguda ocorre quando o sangramento uterino exige uma intervenção imediata, a crônica é definida após 6 meses de alterações.
A HUA pode ocorrer em várias enfermidades, e uma forma de classificá-las é o sistema PALM-COEIN, caracterize-o.
O sistema PALM-COEIN, sigla formada pelas principais causas de hemorragias, que as divide em 1: “anomalias estruturais uterinas” e 2: “anomalias não estruturais uterinas”:
- P: pólipos;
A: adenomiose;
L: leiomioma;
M: malignidade ou hiperplasia. - C: coagulopatias;
O: disfunção ovariana;
E: fator endometrial;
I: iatrogenia;
N: não especificado.
Caracterize a hemorragia uterina intermenstrual
A hemorragia uterina intermenstrual, também chamada de metrorragia, ocorre quando a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual. Pode ser confundida com hemorragias de origem vaginal ou vulvar decorrentes de traumatismos, de ulcerações ou de neoplasias.
Caracterize a menstruação
Sangramento cíclico que ocorre a cada 24 a 38 dias, com duração de 3 a 8 dias, com perda sanguínea de 50 a 80ml.
Caracterize os distúrbios menstruais
- Polimenorreia: sangramento menstrual frequente, ocorre quando a menstruação ocorre em intervalos menores que 24 dias;
- Oligomenorreia: sangramento menstrual infrequente, ocorre quando a menstruação ocorre em intervalos maiores que 38 dias;
- Amenorreia: falta de menstruação por um período de tempo maior do que 3 ciclos prévios;
- Hipermenorreia: sangramento menstrual prolongado, ocorre quando a menstruação dura mais de 8 dias;
- Hipomenorreia: sangramento menstrual encurtado, ocorre quando a menstruação dura menos de 3 dias;
- Menorreia: perda de sangue excessiva durante o fluxo menstrual;
- Sangramento uterino leve: quando o fluxo é pouco, baseado na percepção da paciente, raramente associado à patologia;
- Metrorragia: sangramento uterino intermenstrual: quando a perda de sangue não obedece ao ritmo do ciclo menstrual.
- Dismenorreia: dificuldade ou dor relacionada à menstruação
V ou F
A hemorragia com outros distúrbios menstruais pode ser decorrente de uma única enfermidade
Verdadeiro.
Caracterize a dismenorreia
O termo dismenorreia significa menstruação dolorosa. Dor na região hipogástrica, como cólica, durante a menstruação, chama-se algomenorreia. Quando ela é acompanhada de lombalgia com irradiação para o baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaleia, constitui a síndrome da dismenorreia. A intensidade da sintomatologia é variável, podendo ser classificada em leve, moderada, acentuada ou grave.
A dismenorreia pode ser primária ou secundária:
- Primária: acompanha os primeiros ciclos menstruais e ocorre em pacientes sem nenhuma causa orgânica. Existem muitas teorias para explicar a dismenorreia primária, entre as quais sobressaem as de fundo psicológico. Os mecanismos psicológicos identificados incluem: irritação da mãe, atitudes negativas em relação à menstruação devido a tabus negativistas, àausência de conhecimentos sobre a natureza feminina, etc..É secundária quando relacionada com
qualquer doença pélvica orgânica, como endometriose, mioma submucoso, doença inflamatória ou presença de DIU (dispositivo intrauterino). A dismenorreia primária acompanha os primeiros ciclos menstruais. É secundária quando, após vários ciclos menstruais indolores, instalase o quadro doloroso. - Secundária: Ocorre quando, após vários ciclos menstruais indolores, instala-se o quadro doloroso e está relacionada com qualquer doença pélvica orgânica, como endometriose, doença inflamatória, mioma submucoso, presença de DIU (dispositivo intrauterino).
Explicações anatomofisiológicas responsabilizam o desequilíbrio dos hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), influenciando fatores metabólicos no
endométrio, como a síntese de prostaglandinas, substâncias que estimulam a contração da musculatura lisa.
Quais condições constituem o mecanismo de autodepuração e defesa da vagina?
A genitália da mulher na menacme é úmida, tendo a vagina um pH de 4 a 4,5 (ácido, portanto) devido ao desdobramento do glicogênio do epitélio vaginal em ácido láctico, sob a ação dos bacilos de Döderlein, na presença dos estrogênios.
Caracterize o corrimento vaginal
A secreção normal da vagina tem aspecto de “catarro fluido” ou de “clara de ovo”, e que aumenta sob ação estrogênica (pico ovulatório e terapia hormonal). Quando a secreção apresenta características diferentes do normal, chama-se corrimento ou leucorreia, de diversas etiologias. Assim, corrimento aquoso, abundante, como se fosse o descrito como normal, mas em grande quantidade (hidrorreia), pode significar varicocele pélvica, retroversão uterina fixa ou uso de pílulas anticoncepcionais; quando for amarelo, espesso, fétido e espumoso, a causa costuma ser tricomoníase e/ou blenorragia; corrimento branco, em grumos, como nata de leite ou coco ralado, indica a presença de fungos tipo Candida; corrimento com aspecto de “água de carne” é próprio das neoplasias e das infecções graves. O prurido, a ardência e o odor fétido sempre acompanham o corrimento patológico. Além do exame direto, a fresco, da secreção, a bacterioscopia e a cultura em meios apropriados podem ser necessárias para o diagnóstico etiológico.
Caracterize o prurido vulvar
O prurido como sintoma isolado é pouco frequente. Pode, entretanto, ser muito intenso e penoso para a paciente. Costuma surgir nas lesões distróficas da vulva (principalmente em pacientes idosas) e nas vulvites micóticas e alérgicas. O prurido vulvar é frequente em paciente diabéticas. Não se esquecer de que o câncer da vulva está quase sempre associado a prurido.
Caracterize a dor nas consultas ginecológicas
-> A localização habitual é a região pélvica. Às vezes, a dor é abdominopélvica ou lombossacra;
-> Pode ser espontânea ou provocada (pelo coito, por deambulação, por ortostatismo ou por
palpação);
-> Pode ser contínua, paroxística ou relacionada com o ciclo menstrual;
-> Na avaliação clínica da dor, deve-se lembrar de causas psíquicas, resultantes de somatização no aparelho genital.
Quais são as principais causas de dor pélvica na consulta ginecológica?
As principais causas de dor pélvica são os processos inflamatórios, a endometriose, a gravidez ectópica, as distopias genitais e as neoplasias anexiais.
Nos processos inflamatórios agudos como se comporta a dor?
Nos processos inflamatórios agudos, a dor é de localização pélvica, aguda, contínua, espontânea, podendo, com a expansão do processo, alcançar outras regiões. A dispareunia (dor durante o ato sexual) é a regra, tanto nas infecções pélvicas como nas da vulva e da vagina.
Como se comporta a dor na endometriose?
Na endometriose, quando as lesões são mínimas, não há dor. A extensão do processo provoca a sintomatologia clássica: dor periódica (dismenorreia), paroxística e progressiva. A localização geralmente é pélvica, mas pode ser também lombar ou perineal (retal), com agravamento durante a evacuação.