Leishmaniose Flashcards
Leishmaniose visceral - epidemiologia
Sinônimo: Calazar
Endêmica: Índia, Nepal, Sudão, Brasil (MG, BA, CE, PI, MA)
Agente etiológico: Leishmania donovani (antropozoonose) ou infantum/chagasi (zoonose)
Transmissão: flebotomíneos - Lutzomyia longipalpis e cruzi, transfusão, congênita
Reservatórios: cachorro vinagre, raposa, gambá, cães domésticos
Leishmaniose visceral - fisiopatogenia
Doença espectral (semelhante à hanseníase)
Resposta imune Th1: forma oligoparasitária, infecção latente, diagnóstico por teste sorológico
Predomínio de CD4, CD8, IL2, IL12, INF gama
Resposta imune Th2 (mediada por anticorpo): manifestações clínicas; poliparasitária; diagnóstico inclusive por histologia e cultura
Predomínio de IL4, IL5, IL6, IL10, linfócitos B
Leishmaniose visceral - quadro clínico
Período de incubação: 8-10 meses
Sintomas: febre intermitente, anorexia, perda ponderal, mal estar, diarreia, dores abdominais, manifestações hemorrágicas (gengiva e nariz)
Sinais: hepatoesplenomegalia (agressão pelos amastigotos), icterícia, edema e ascite (pela hipoalbuminemia), palidez (anemia por hipoplasia de medula por agressão de amastigotos)
Laboratório: anemia normocítica normocrômica, trombocitopenia, leucopenia com neutropenia, VHS e PCR aumentados, imunocomplexos, TGO e TGO aumentadas, gama-GT aumentada, proteinúria, ureia e creatinina aumentadas, bilirrubinas aumentadas
Infecção latente: indivíduo assintomático com testes diagnósticos positivos (PCR, teste de Montenegro, IGRA)
Fígado: destruição das células hepáticas por formas amastigotas -> hepatomegalia -> hipoalbuminemia e icterícia
Medula óssea: destruição das células por formas amastigotas -> hipoplasia de medula -> pancitopenia -> sangramentos
Baço: destruição das células esplênicas por formas amastigotas -> esplenomegalia
Rins: deposição de imunocomplexos -> nefrite intersticial -> proteinúria e redução da TFG
Evolução da doença: complicações hemorrágicas, imunossupressão com coinfecções bacterianas
Leishmaniose visceral - ciclo da doença
[https://www.cdc.gov/dpdx/leishmaniasis/index.html]
Leishmaniose visceral - diagnóstico
Microbiológico: parasitológico direto (coloração de Giemsa)
Molecular: PCR (padrão ouro - alta sensibilidade)
Imunológico
Anticorpos anti-Leishmania: pesquisa de rk39
Teste de Montenegro: reação de hipersensibilidade cutânea
Leishmaniose visceral - tratamento
Antimoniais pentavalentes: antimoniato de N-metilglucamina (Glucantime ©)
Dose recomendada: 20 mg/kg/dia - 15 a 20 dias IM ou EV
Efeitos colaterais: cardiotoxicidade, nefrotoxicidade, rash cutâneo, hepatotoxicidade
Acompanha ECG de base semanal
Anfotericina B (desoxicolato)
Dose recomendada: 0,5 a 1 mg/kg/dia - 6 a 8 semanas EV
Efeitos colaterais: cardiotoxicidade, nefrotoxicidade, mielotoxicidade, hepatotoxicidade, reações na infusão
Agravamento da pancitopenia inicialmente
Anfotericina B formulações lipídicas
Dose recomendada: 3-4 mg/kg/dia
Menos tóxica