Arboviroses Flashcards
Dengue - epidemiologia
áreas endêmicas, agente etiológico, transmissão
Áreas endêmicas: CO, sul da Amazônia, mata atlântica
Agente etiológico: Flavivírus - sorotipos I, II (principal), III, IV
Transmissão: picada do mosquito Aedes aegypti
Dengue - quadro clínico
Febre de início súbito e caráter ondulante
Dor intensa e generalizada (mialgia)
Exantema maculopapular pruriginoso com despasaparecimento à digitopressão, aparece após 5-7 dias de sintomas
Astenia
Cefaleia
Dor retro orbitária
Náusea
Vômito
Prova do laço positiva
* Contagem do número de petéquias na área de uma polpa digital
* > 20 petéquias em adultos → positivo
* > 10 petéquias em crianças → positivo
Dengue - patogênese e sinais de alarme
Fase virêmica: 3 dias, circulação do vírus, sintomas constitucionais (febre alta de início súbito e padrão ondulante, astenia, inapetência, dor retro orbitária, cefaleia
Fase crítica: 3°-7° dia, ativação do sistema imune do hospedeiro e descarga de citocinas inflamatórias (IL2, TNF alfa, Interferon gama) → agressão do endotélio vascular → aumento da permeabilidade capilar → sinais de alarme
* Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e continua
* Vómitos persistentes
* Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)
* Hipotensão postural e/ou lipotimia
* Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal
* Sangramento de mucosa
* Letargia e/ou irritabilidade
* Aumento progressivo do hematócrito
Fase de convalescência: autolimitada
Dengue - choque
Capilares altamente dilatados, em estado altamente inflamatório
Choque hipovolêmico sem vasoconstrição periférica → corpo não consegue compensar
Quadro clínico: taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e filiforme, enchimento capilar lento (>2s), PA convergente (< 20mmHg), taquipneia, oligúria (< 1,5 ml/Kg/h), cianose, edema, dispneia, sangramento, comprometimento de órgãos
Manejo
* Administrar volume para reter sangue no intravascular
* Cuidado para não realizar hiperhidratação → vasoplegia, se ultrapassar volume, vai extravasar líquido para terceiro espaço
* Transfusão sanguínea
* Colóide
Dengue - diagnóstico
Fase virêmica: avaliação direta → PCR (método padrão ouro) ou NS1
Colhido até 5° dia de doença
Fase crítica (imunoinflamatória): métodos indiretos (imunológicos) → sorologias, ELISA, IgM IgG, hemaglutinação
Pode ser falso positivo por reação cruzada com outros flavivírus (zika, febre amarela)
Dengue - tratamento
Grupo A: em sinal de alarme e sem nenhum fator de risco → acompanhamento ambulatorial
Conduta: alta, com orientação de hidratação oral, sintomáticos, orientar a observar sinais de alarme e retorno ao hospital caso positivo (ideal é retorno a cada 48-72h)
Hidratação: 80ml/Kg; 1/3 do líquido será soro de reidratação oral
Sintomáticos: dipirona e paracetamol para dor (não dar AAS ou AINE por risco de sangramento), hixizine para prurido, bromoprida ou ondansetrona para enjoo
Grupo B: sem sinal de alarme, mas com algum fator de risco → leito de observação e coleta de hemograma com hematócrito (no mínimo, Hb/Ht); reidratação oral
Conduta se hemoconcentração: passagem para grupo C
Conduta se não hemoconcentração: passagem para grupo A
Grupo C: com sinal de alarme
Conduta: reidratação parenteral, coleta de exames
Grupo D: choque → internação em UTI
Conduta: reidratação parenteral, coleta de exames
Fatores de risco: prova do laço positiva, extremos de idade (< 2 anos e > 65 anos), cardiopata, pneumopata, transplantado, gestantes, HAS, DM, DPOC, anemia falciforme, DRC, doenças autoimunes, morador de área livre
Sinais de alarme: dor abdominal intensa, hepatoesplenomegalia, vômitos persistentes, hemorragias, edema, letargia ou mudança de comportamento, hipotensão postural ou lipotímia, hemoconcentração
Choque: taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e filiforme, enchimento capilar lento (>2s), PA convergente (< 20mmHg), taquipneia, oligúria (< 1,5 ml/Kg/h), cianose, edema, dispineia, sangramento, comprometimento de órgãos
Zika adquirida - epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico
Áreas endêmicas: NE
Agente etiológico: Flavivírus
Transmissão: picada Aedes aegypti, transfusão, vertical
Quadro clínico: febre baixa e facultativa, exantema maculopapular pruriginoso, conjuntivite, quadros neurológicos (encefalite, mielite transversa, encefalomielite disseminada, guillain barre)
Diagnóstico: PCR, NS21, IgM e IgG
Chikungunya - epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico
Agente etiológico: família togavírus
Transmissão: picada Aedes aegypti, transfusão, vertical
Quadro clínico
Fase aguda (21 dias): febre alta e súbito; artralgia intensa e simétrica; dor retro orbitária
Fase pós aguda (até 90 dias): artralgia com comprometimento articular → artrite fria; fatores de risco: mulheres, doença articular prévia, duração de fase aguda maior que 10 dias
Fase crônica (acima de 3 meses): manifestações articulares, dor neuropática
Cronificação da doença: erosão subcondral, articulação deformada
Complicações: quadros neurológicos, miocardite, quadro hemorrágico
Febre amarela - epidemiologia
Doença de notificação compulsória
Agente etiológico: vírus da família Flaviviridae
Vetor: mosquito Haemagogus sp e Aedes aegypti
Transmissão: picada de mosquito ou mordida de macaco
Epidemiologia: endêmica da África subsaariana e América do Sul
* Ciclo urbano (eliminado no Brasil): transmitido pelo Aedes aegypti; reservatório em homens
* Ciclo silvestre: transmitido pelo Haemagogus e Sabethes; reservatório em primatas
Obs: os macacos são utilizados como sinal de alerta para FA
Febre amarela - quadro clínico
Infecção assintomática (50%)
Forma leve/moderada (frustra, íctero-digestiva)
Febre, cefaleia, mialgias, icterícia leve, manifestações TGI (dor abdominal, náuseas, vômitos), sinal de Faget
Plaquetopenia, elevação moderada de transaminases, bilirrubinas normais ou pouco elevadas, hemoconcentração (em pacientes desidratados)
Forma grave (íctero-hemorrágica)
Todos os sintomas da forma leve, icterícia intensa, manifestações hemorrágicas (hemorragia TGI, sistêmica), oligúria/anúria e albuminúria, diminuição do nível de consciência, sinal de Faget (febre + taquicardia)
Pode haver insuficiência hepática e renal
Plaquetopenia intensa, aumento da creatinina, elevação das transaminases, aumento de bilirrubinas totais
Forma maligna (íctero-hemorrágica-renal)
Todos os sintomas da forma grave intensificados
Febre amarela - diagnóstico
Epidemiológico: viagens ou moradias em áreas endêmicas, riscos ocupacionais
PCR ou sorologia (ELISA) após 5-7 dias de sintomas
Obs: vacina também produz IgM, não confundir com resposta imune recente (infecção há 2-3 meses)
Diagnósticos diferenciais: hepatites virais, leptospirose, que também causam icterícia febril, septicemias, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária
Febre amarela - tratamento