Introdução à farmacodinâmica Flashcards

1
Q

O que a farmacodinâmica estuda?

A

Estuda a interação entre a molécula do fármaco e o seu alvo no organismo humano, podendo este alvo ser enzimas, canais iônicos, receptores ou moléculas transportadoras.

Ainda, estuda o efeito/alteração bioqúimica e fisiológica do fármaco após estabelecida a interação do fármaco com o seu alvo.

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2
Q

Qual a característica acerca do local de ação do fármaco que deve ser levado em conta na hora de produzir este fármaco?

A

O local de ação do fármaco possui uma estrutura proteica específica e determinada, e o fármaco deve ser produzido de acordo com esta estrutura, visando agir nestas proteínas.

Na prática, o fármaco se adapta ao seu receptor no organismo, e não o contrário.

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3
Q

Na fase de distribuição (farmacocinética), como se dá a ligação da molécula do fármaco ao seu receptor-alvo ?

A

Essa ligação depende da afinidade do fármaco a este receptor, na maior parte das vezes, essa afinidade é suficiente para que o fármaco apenas se conecte ao receptor via ligação fraca (Van der Waals), que é instável, então ele fica se desconectando e reconectando várias vezes.

Quando o fármaco consegue desenvolver uma ligação covalente ao seu receptor, ele tende a nà ose desligar mais desse receptor, é mais “irreversível”.

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4
Q

Os fármacos conseguem ser bem seletivos acerca de em qual receptor ele irá atuar? Ele vai diretamente no receptor-alvo ou acaba por ser inespecífico?

A

O fármaco é constituído a partir do receptor no qual ele quer atuar.

No entando, na prática isso é quase imposs’viel de ocorrer, aos fármacos não se é conferido esse grau de especificidade; portanto, os fármacos se ligam a vários receptores, aos seus alvos e aos que não são seus alvos.

E é este fato que leva a ocorrência das reações adversas.

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5
Q

De que forma/por meio de que mecanismo ocorre a ligaçào entre a molécula do fármaco e o seu receptor?

A

Essa ligação ocorre pelo mecanismo chave-fechadura.

As formas deves se “encaixar” perfeitamente, e o grau de afinidade entre fármaco e receptor define quão bem essa ligação será feita, na prática indica quanto as formas do fármaco e do receptor são complementares.

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6
Q

Quais são os quatro principais alvos biológicos onde fármacos atuam?

A

Os fármacos usualmente querem atuar em quatro tipos de estruturas:

-Enzimas: busca inibir o sítio de ligação da enzima

-Canais iônicos de membrana: busca interferir no trânsito de ions na membrana, despolarizando ou hiperpolarizando a célula

-Moléculas transportadoras: busca inibir o transporte de uma molécula específica que precisa entrar/sair via os transportadores cotransporte/uniporte

-Receptores: age em estrutura específica ao fármaco e desencadeia alguma repercussão intracelular.

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7
Q

Como os fármacos atuam sobre as enzimas?

A

As enzimas são os principais alvos dos fármacos; Lembrar que enzima catalisa uma reação, ou seja, promove uma certa reação, e isso se dá quando o substrato se liga no sítio ativo da enzima, permitindo a atuação dela.

Nesse caso, o fármaco se liga no sítio ativo dessa enzima, impedindo que o substrato possa se ligar, e dessa forma, o fármaco inibe a ocorrência de uma determinada reação, e tem-se o efeito definido do fármaco. Como por exemplo, alguns anti-hipertensivos inibem a ECA, impedindo formação de angiotensina II.

NB: todo fármaco que age na enzima busca inibir a sua ação.

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8
Q

Quais os exemplos mais comuns de classes de fármacos que atuam inibindo enzimas?

A

Anti-hipertensivos inibidores da enzima conversora de angiotensina: inibe formação da angiotensina II

Anti-inflamatórios inibidores da COX1/COX2: inibe formação de prostaglandina e leucotrieno

Inibidores de acetilcolinaesterase: essa enzima quebra acetilcolina, e o fármaco vai ocupar o sítio da acetilcolina na enzima, inibindo sua quebra

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9
Q

Como os fármacos fazem para atuar sobre os canais iônicos?

A

O canal iônico é uma estrutura que permite passagem de íons segundo seu gradiente de concentração; geralmente, essa canal precisa ser ativado para permitir essa passagem, caso contrário ele fica ocluído.

Os canais podem ser ativados diante de um certo potencial na membrana (voltagem dependente) ou diante de estímulo quando algum ligante se associa a esse canal (ligante-dependente), então esses são os meios que os fármacos dispõem para inibir o canal iônico

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10
Q

Sobre os canais iônicos voltagem-dependente, como agem os fármacos?

A

Nesse caso, o fármaco impede que, quando atingido o limiar de excitação do canal voltagem dependente, ele se abra livremente.

Os canais iônicos são específicos para um certo íon, ou seja, há canais que permitem passagem de cálcio, de sódio, de potássio, e o que define se haverá influxo ou efluxo desse íon é o local onde ele está mais concentrado: o potássio sai da célula, pois é lá que ele está mais concentrado; Já o sódio irá entrar na célula, pois está mais concentrado fora dela.

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11
Q

Como os anestésicos locais atuam para evitar a transmissão do estímulo da dor ?

A

Anestésicos locais: esses são fármacos que vão inibir a abertura dos canais de sódio nas células onde ele atua. Para haver dor, deve haver despolarização da célula mediada por influxo de sódio via canal iônico, se isso não ocorre, o estímulo de dor não é passado ao SN.

E o fármaco anestésico local irá bloquear esse influxo do sódio.

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12
Q

Como os anticonvulsivantes atuam para as despolarizações excessivas/desnecessárias no SNC ?

A

Eles vão inibir os canais de sódio nas células do SNC. Se não há influxo do sódio, não há despolarização da célula.

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13
Q

Quais tipos de fármacos inibidores enzimáticos existem?

A
  • Inibidores competitivos: competem com o mesmo sítio de ligação que o substrato na enzima -> muito substrato no organismo pode overcome esse efeito do inibidor.
  • Inibidores não-competitivos: são os inibidores que se ligam em outro sítio que não o do substrato na enzima, e nesse sítio, ele consegue alterar o sítio de ligação do substrato na enzima, fazendo com que o substrato não seja mais reconhecido -> nem com muito substrato o efeito do inibidor será superado.
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14
Q

Como fica a velocidade da reação catalizada por uma enzima na presença de um inibidor enzimático competitivo segundo regra Mikaelis-Menten Kinetics?

A

Conforme o gráfico, tem-se que o inibidor enzimático irá fazer com que a velocidade máxima da reação catalizada seja alcançada diante de uma concentração de substrato bem mais elevada que sem a presença desse inibidor, mas mesmo com inibidor, a Vm não muda, a velocidade máxima é a mesma, só é mais difícil de ser alcançada.

Há um Km maior, ou seja, mais concentração do substrato é demandada para atingir a metade da velocidade máxima.

NB: lembrando que: velocidade é formação de produto por tempo, e só se reduz se a quantia de enzima for reduzida

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15
Q

Como fica a velocidade da reação catalizada por uma enzima diante da presença de um inibidor enzimático NÃO-COMPETITIVO segundo regra Mikaelis-Menten Kinetics?

A

A velocidade máxima daquela reação catalizada depende da quantia de enzima que há no organismo, já que o tanto de produto formado é maior segundo mais reação ocorre, e este é maior segundo quanto mais enzima há.

O inibidor enzimático não competitivo, ao se ligar na enzima, como que invalida ela, diminuindo a quantia de enzima no corpo.

Menos enzima conduz a menos produto formado e, portanto, menor velocidade da reação.

Vm é reduzido, mas o Km se mantém, já que colocar mais substrato não é capaz de aumentar Vm.

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16
Q

Esse inibidor é competitivo ou não competitivo?

A

Como vemos, a Vm com e sem o inibidor é a mesma, enquanto que a Km com o inibidor é maior (-1/Km se aproxima mais do 0) que a Km sem o inibidor.

Tem-se essas características para inibidores enzimáticos competitivos

17
Q

Esse inibidor enzimático é competitivo ou não competitivo?

A

Como vemos, há uma redução do Vm (1/Vm aumenta!) diante da presença do inibidor, enquanto que o Km com e sem inibidor se mantém o mesmo.

Isso indica ser um inibidor não competitivo

18
Q

Key diferences between competitive and non-competitie enzimatic inhibitors:

A
19
Q

O que são as moléculas transportadoras?

A

São proteínas de membrana que funcionam sob transporte ativo, fazendo o transporte de uma determinada molécula pela membrana plasmática.

Essas moléculas transportadoras possuem sítios de ligação que reconhecem uma molécula específica, e permite o seu transporte, e elaspodem fazer três tipos de transporte:

20
Q

O que são as moléculas transportadoras?

A

São proteínas de membrana que funcionam sob transporte ativo, fazendo o transporte de uma determinada molécula pela membrana plasmática.

Essas moléculas transportadoras possuem sítios de ligação que reconhecem uma molécula específica, e permite o seu transporte, e elaspodem fazer três tipos de transporte:

21
Q

Um fármaco consegue inibir uma molécula transportadora ? Como ?

A

Sim.

Os fármacos inibem a molécula transportadora atuando sobre o sítio de ligação da molécula.. Se esse sítio de ligação não conseguir captar a molécula a ser transportada, não haverá transporte.

22
Q

Qual é a atuação dos fármacos Omeprazol e Pantoprazol ao inibir acidez gástrica? Eles atuam sobre qual molécula ?

A

O omeprazol e o pantoprazol inibem a bomba de prótons presente nas células parietais do estômago,

Bomba de prótons é uma molécula transportadora que joga H+ para compor o HCl gástrico, e sendo inibida, reduz acidez gástrica.

23
Q

O que é um “receptor” celular?

A

É uma estrutura presente na membrana plasmática da célula a qual uma molécula específica se liga.

Quando essa molécula se liga no receptor, esse receptor promove uma cascata de reações intracelulares para promover uma ação final.

Esse receptor pode estar associado a um canal iônico, a uma proteína G, a uma proteína quinase ou a uma nuclease, e o receptor se utiliza dessas estrutura para repassar o efeito da cascata de reaçòes.

24
Q

O que são os receptores ionotrópicos? Qual a estrutura deles e vantagem em relação a outros tipos de receptores?

A

Receptores ionotrópicos são aqueles receptores que ficam associados a um canal iônico.

Esse receptor vai ter o seu sítio de ligação, onde a molécula que o ativa deve se ligar, e um poro canal iônico.

Quando a molécula se liga no sítio do receptor, a conformação do canal iônico é alterada, e tem-se saída ou entrada de um íon específico, e isso vai levar ou a uma despolarização, repolarização ou hiperpolarização da célula.

Receptores para neurotransmissores são ionotrópicos (receptor nicotínico, receptor GABA,…)

25
Q

Qual é a estrutura de um receptor GABA (de que tipo ele é) ?

A

Receptor GABA, como os demais receptores de neurotransmissores, é um receptor ionotrópico: receptor associado a canal iônico.

No caso desse receptor, a ligaçào de uma molécula de GABA no sítio ativo vai levar a um influxo de Cl- no sentido de diminuir a carga no interior da célula (hiperpolarizar), e assim, fica mais difícil de excitar aquele neurônio e de ele transmitir um potencial de ação = receptor inibitório.

26
Q

O que é um receptor metabotrófico? A que estrutura (s) esse receptor se associa?

A

Receptores metabotrópicos são aqueles que interiorizam na célula uma resposta complexa, ao contrário dos receptores ionotróficos, que só modulam influxo/efuxo de íon.

Os receptores metabotróficos são:
-Receptores associados a proteína G
-Receptores associados a proteína Quinase

27
Q

Como um receptor associado a proteína G é ativado e como ocorre o início da sinalização celular?

A

Ele é ativado em resposta a estímulos diversos: neurotransmissores, hormônios, estímulo luminoso,…

Uma vez esse receptor sendo ativado, ele se liga à proteína G, que é uma GTPase e tem 3 subunidade. Quando a ptn G é ativada, duas subunidades (dímero beta-gama) se desprende da outra subunidade e vai gerar na célula uma sinalização.

28
Q

Esse receptor é do tipo…

A

Receptor associado a proteína G,

29
Q

Como se dá a ativação e o início da via de sinalização intracelular a partir de um receptor associado a proteína quinase?

A

Esse receptor pode, como o de ptn G, ser ativado por diversos estímulos: neurotransmissores, peptídeos, hormônios,…

Uma vez o receptor ser ativado, ele já está acomplado às proteinas quinases (tirosina quinase), e essa tirosina vai ser fosforilada (entra em estado ativado), e a partir daí se associam proteínas que vão conduzir uma via de sinalização intracelular

30
Q

O que é um receptor nuclear?

A

É um tipo de receptor que não fica preso na membrana plasmática, ao invés disso, ele fica solto no citoplasma ou mesmo dentro do núcleo.

Eles buscam regular diretamente a transcrição de genes selecionados no núcleo.

Por isso, eles têm um efeito mais demorado, e para que a molécula/fármaco consiga atuar nesse receptor, deve conseguir atravessar a membrana plasmática: ser lipofílico.

31
Q

Quais são as classes de receptores nucleares e qual a diferença entre elas?

A

Classe I: sÃo receptores homodímeros e ficam no citoplasma

Classe II: são receptores heterodímeros e ficam no núcleo.

32
Q

Que tipo de receptor é esse?

A

Receptor nuclear = está no citoplasma e vai atuar no núcleo.

Classe I= esse receptor fica no citoplasma, recepbe a molécula, e o complexo receptor-molécula é que vai ao núcleo.

33
Q

Qual a diferença do meio com qual uma droga agonista e uma antagonista vai atuar no receptor?

A

Droga agonista: estimula o receptor ao se ligar nele.

Droga antagonista: bloqueia o receptor ao se ligar nele -> ela impede que o receptor realize sua função, não “desestimula ele, ou seja, nÀo é oposto à droga agonista.