Insuficiência renal crónica Flashcards
Insuficiência renal crónica
Irreversível (há perda progressiva de função e de nefrónios)
Progressiva, intrínseca e sistémica
Causas
Diabetes mellitus HTA Glomerulonefrites Pielonefrite Doença renal poliquística AINEs
Marcadores da lesão renal
Alterações na composição do sangue (creatinina, ureia).
- Dados imagiológicos
Características dos rins que levam à IRC
Existência de mecanismos de adaptação como:
Hipertensão
Hiperfiltração
Hipertrofia
Que levam à libertação de factores de crescimento quimiotático culminando na destruição progressiva dos nefrónios
Hiperfiltração adaptativa
A diminuição do número de nefrónios activos vai: - Aumentar permeabilidade glomerular. - Ativar sistema RAA, que vai: Desencadear mecanismos inflamatórios. Induzir hipertensão arterial. Aumentar filtração proteínas
Papel da proteinúria na progressão da IRC
O aumento da permeabilida vai levar à passagem de proteínas (proteinúria).
Numa tentativa de tentar reabsorvê-las vai-se desencadear um processo inflamatório e fibrose
Papel da angiotensina II na progressão da IRC
A angiotensina II, juntamente com a aldosterona, são duas hormonas fortemente inflamatórias
Provoca:
- Alteração da permeabilidade.
- Promove ativação e migração dos macrófagos.
- Leva à síntese de TGFbeta.
- Leva à deposição de matriz extracelular.
- Promove ativação de PAI-1.
- Promove secreção de aldosterona (potente pró-inflamatório).
Tudo isso vai levar a uma fibrose glomerular e intersticial.
Papel da hipertensão na progressão da IRC
A HTA leva ao aumento da TFG e da permeabilidade dos capilares, originando proteinúria, diminuição da TFG e libertação da angiotensina II, originando as respectivas consequências
Diabetes na IRC
Na diabetes há hiperglicemia, esta está associada ao aumento do DAG (diacilglicerol). O DAG é um factor inflamatório responsável por aumentar os níveis de PKC (proteína cinase C ) , o que vai desencadear alterações inflamatórias.
Vai haver:
Vasoconstrição
Aumento da permeabilidade vascular e angiogénese;
Aumento do TGB-β, que leva ao aumento do colagénio e da fibronectina
Lesão mesangial levando a um aumento de permeabilidade glomerular, e consequentemente a proteinúria.
Nefrotoxicidade
Em 80% dos casos diabéticos com 10 a 15 anos têm nefropatia diabética
Atenção: Não se deve fazer exame com contraste
Evolução da IRC
- hipertrofia renal e aumento da TFG
- espessamento da membrana glomerular, TFG elevada e albuminúria reversível
- normalização da TGF, microalbuminúria e hipertensão
- aumento dos níveis de creatinina, elevada albuminúria, são hipertensos e a sua TFG é reduzida
Alterações séricas
São tardias sendo as primeiras a ureia e a creatinina, a partir de 50% de forma irreversível.
Mais tarde surgem as alterações de fosfato, magnésio e ácido úrico e posteriormente de cálcio, sendo as últimas alterações a manifestarem-se os níveis de Sódio e Potássio (devido aos mecanismos que existem para regular as concentrações destes iões).
Nota: Os mecanismos de regulação das concentrações de Potássio são muito eficazes e importantes, pois um excesso de potássio em circulação é extremamente tóxico para o organismo, podendo levar à morte por paragem cardíaca.
Acções do fosfato na IRC
Perante uma falência dos rins, estes não são capazes de excretar H+ logo para tentar compensar a presença deste ácido do sangue, “vai-se” ao osso buscar fosfato, que é uma base, e se liga ao H+ neutralizando-se.
Isto leva a um aumento da concentração de fosfato no sangue.
O aumento do fosfato estimula a produção de PTH com hipertrofia das glândulas paratiroideias e leva à inactivação da vitamina D.
O fosfato tem uma elevada afinidade para com o Ca2+. Quando estes se ligam, precipitam (tornam-se insolúveis), provocando calcificação metastática. Isto leva à diminuição dos níveis de cálcio e estimula mais a PTH
Toxinas Urémicas
- Ureia → Baixa toxicidade - inibe sistemas de transporte (bomba Na+/K+/Cl-)
- Amónia → Muito tóxica ; atravessa membranas celulares com muita facilidade; efeito osmótico poderoso. O organismo tende a transformar a ureia num metabolito menos tóxico e menos lipossolúvel, como a ureia ou ácido úrico.
- Guanidinas (ácido guanidino-succínico, dimetilarginina):
▪ Inibição da função dos neutrófilos – ↑susceptibilidade a infecções
▪ Inibição da NO-sintetase: ↓NO - vasoconstrição, lesão endotelial e HTA
(muito tóxicas) - Homocisteína : Proliferação do músculo liso vascular, lesão endotelial – factor de risco para aterosclerose (pró-inflamatória)
- AGE : indução da libertação de citocinas – efeito pró-inflamatório
- PTH :
▪ ↑ Ca intracelular com ↓ metabolismo oxidativo e ↓ATP (cansaço, intolerância ao desporto) ; calcificação tecidos moles
▪ Aumento da permeabilidade das membranas e do turnover fosfolípidos - Leptina, insulina, gastrina, citocinas
Alterações hematológicas
Alterações Eritocitárias
Alterações Leucocitárias
Alterações de Hemostase
Alterações Eritocitárias
→ déficede secreção da eritropoietina→ Atrofia tubular e aparecimento de uma anemia normocítica (Doentes com IRC geralmente tomam eritropoietina sintética)
Alterações Leucocitárias
Toxinas urémicas→ Aumenta a susceptibilidade às infecções
Alterações de Hemostase
→ Alterações marcadas na coagulação→ Risco significativo de trombose vascular, hemorragias digestivas (ureia é tóxica para a mucosa do trato GI)
Manifestações clínicas da ICR
Diminuição da temperatura basal
Diminuição do metabolismo da glicoes
Dislipedimia (por diminuição da actividade da lipoproteína lipase)
Alterações ósseas induzidas na IRC
Devido à menor síntese de vitamina D leva a uma menor disponibilidade de absorção de cálcio
(hipocalcemia).
Por outro lado, a diminuição da função excretora faz com que haja retenção de substâncias tóxicas, que vão ser tóxicas a nível medular e leva a uma diminuição da
resposta do osso à mineralização
Leva a osteodistrofia renal
Nota: Também ocorre atrofia da mucosa intestinal o que leva a alterações da digestão, náuseas e vómitos com frequência.
Osteodistrofia renal
Osteíte fibrosa
Osteomalácia
D. óssea adinâmica