Fisiopatologia das alterações da suprarrenal Flashcards

1
Q

Fisiologia da glândula suprarrenal

A

Córtex:
Zona glomerulosa - aldosterona
Zona fasciculada - cortisol
Zona reticular- androgénio

Medula - catecolaminas (noradrenalina e adrenalina)

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2
Q

Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal

A

O córtex é, de facto, altamente regulado pela CRH, que induz a secreção de ACTH
Esta ACTH vai estimular primordialmente a síntese de glicocorticoides, nomeadamente cortisol.
Com uma menor intensidade estimula também a síntese de mineralocorticoides e regula também a síntese de androgénios.
O cortisol é a molécula major de feedback negativo, portanto são os níveis de cortisol que controlam a secreção maior ou menor de ACTH e também atuam ao nível da CRH
A aldosterona pode ser diretamente estimulada pela angiotensina II e pelos niveís de potássio
As catecolaminas são influênciadas pelo SNS e estimulam a síntese de ACTH

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3
Q

Esteroidogénese

A

O colesterol vai dar origem aos três grandes grupos de hormonas produzidas no córtex da suprarrenal: cortisol, testosterona e aldosterona

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4
Q

Ação dos glucocorticóides

A

Tem um efeito de catabolismo
Assim sendo, é uma hormona que vai buscar energia aos tecidos onde ela existe e vai disponibilizá-la (disponibiliza substrato para a circulação.). Tem um efeito hiperglicemiante
Atenção: A nível hepático é um pouco diferente, tendo um efeito anabólico, de maneira a que haja maior síntese e armazenamento de glicogénio, mais gliconeogénese e tem um efeito contrário à insulina sobre o glucagon.

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5
Q

Mecanismos do cortisol

A
Rim
Cardiovascular
Osso
Pele e tecido conjuntivo
Crescimento e desenvolvimento
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6
Q

Ação do cortisol no rim

A

Leva ao aumento da taxa de filtração glomerular e aumento da reabsorção de sódio e excreção de potássio

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7
Q

Ação do cortisol a nível cardiovascular

A

Aumento da RVP e do DC

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8
Q

Ação do cortisol no osso

A

Aumento da reabsorção de cálcio
Diminuição da absorção de cálcio e aumento da excreção renal de cálcio
Diminuição da reabsorção de potássio renal
Diminuição da atividade dos osteoblastos

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9
Q

Ação do cortisol no crescimento e desenvolvimento

A

Diminuição do crescimento linear no tecido conjuntivo, músculo e osso
Diminuição da IGF-1
Diminuição da somatropina
Aumento da maturação pulmonar

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10
Q

Ação do cortisol na pele e tecido conjuntivo

A

Aumento do catabolismo proteico
DIminuição da proliferação de fibroblastos
Diminuição da síntese de colagénio

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11
Q

Ação dos androgénios

A

Os androgénios são hormonas sexuais responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.
Na mulher tornam-se especialmente importantes pois a sua única fonte é a suprarrenal. No caso do homem são produzidos também pelos testículos.
Têm também um efeito ao nível do crescimento ósseo e do aumento da massa muscular

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12
Q

Hiperfunção do córtex da suprarrenal

A

Dependentes da Hipófise (ACTH dependente)

Independentes da Hipófise (ACTH independente)

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13
Q

Dependentes da Hipófise (ACTH dependente)

A
Adenoma hipofisário
A nível bioquímico, encontram-se:
-Níveis de ACTH elevados
-Níveis de CRH diminuídos
-Níveis de cortisol elevados
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14
Q

Independentes da Hipófise (ACTH independente)

A

Adenoma da supra-renal
A nível bioquímico, encontram-se:
-Níveis de cortisol elevados
-Níveis de ACTH e CRH diminuídos (feedback negativo constante)

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15
Q

Síndrome de Cushing

A
  • Hiperglicémia
  • Face de lua cheia (pletora facial)
  • Maior suscetibilidade a infeções
  • Ginecomastia marcada nos homens
  • Aumento de peso (a nível abdominal)
  • Atrofia muscular (zona proximal dos membros inferiores)
  • Extremidades finas
  • Edema
  • Amenorreia e hirsutismo nas mulheres
  • Pele fina
  • Estrias púricas (vermelhas)
  • Tendência para petéquias
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16
Q

Obesidade central e redistribuição da gordura

A

Gordura abdominal:
- Hipertrofia e diferenciação dos adipócitos na região abdominal (há maior sensibilidade ao cortisol), o que leva ao aumento da leptina;
- Os recetores de glucocorticoides aumentam na gordura visceral (auto-estimulação);
- Hiperinsulinismo com insulino-resistência: efeito anti-lipolítico.
Membros finos:
- Lipólise exagerada (devido ao excesso de glucocorticoides), o que conduz a uma diminuição dos depósitos periféricos, portanto, o músculo e a gordura que se encontra nos membros vai diminuir, tornando-os mais finos;
- Atrofia muscular.

17
Q

Pele

A

Diminuição da espessura da pele, fragilidade da pele e estrias purpúricas.
Dificuldade de cicatrização, infeções cutâneas, etc. Resultam de:
- Diminuição dos fibroblastos com diminuição da síntese de colagénio;
- Aumento dos depósitos de gordura em determinadas zonas, nomeadamente no abdómen, o que obriga ao estiramento da pele;
- Alterações da matriz extracelular, que leva à deposição de melanina nas papilas dérmicas e diminuição da viscosidade, o que leva ao aparecimento de acantose nigricans – alteração da coloração da pele (“aspeto sujo”), sobretudo na zona do pescoço, axilas e virilhas. Ocorre devido a uma hiperpigmentação, com depósitos de melanina, o que confere uma cor acastanhada à pele.

18
Q

HTA

A
  • Resultado do efeito mineralocorticóide: maior retenção de H2O e Na+ ;
  • Aumento da síntese hepática de angiotensinogénio;
  • Aumento da reatividade cardiovascular a vasoconstritores.
19
Q

Intolerância à glicose

A
  • Aumento da neoglicogénese:

- Aumento da resistência à insulina;

20
Q

Disfunção das gónadas

A

Na mulher:
-Aumento do cortisol e dos androgénios, vai inibir os eixos hipotalâmico e hipofisário, diminuindo a LH e FSH, causando hirsutismo, acne, amenorreia e infertilidade.
No homem:
-Excesso de cortisol, vai diminuir os níveis de GnRh, LH e Testosterona, causando diminuição do líbido e pilosidade, atrofia testicular e impotência.

21
Q

Supressão imunitária

A
  • Inibição da migração dos neutrófilos e dos eosinófilos;
  • Inibição da produção de anticorpos;
  • Inibição da fosfolipase A2, com diminuição dos leucotrienos;
  • ↑ LT CD4 e ↑ LT CD8 – importantes para a modulação da tolerância;
  • Estabilização das membranas lisossómicas.
22
Q

Causas da insuficiência da suprarrenal

A

a-situação fisiológica
b-ISR por causa primária (lesão na suprarrenal)
c- ISR por causa terceária (lesão no hipotálamo)
d- ISR por causa secundária (lesão na hipófise)

23
Q

Manifestações da doença de Addison

A

Pigmentação bronzeada (se for primária, para além da pele, língua, gengivas, cicatrizes e mãos também ficam bronzeadas)
Hipoglicémia
Hipotensão
Perda de peso
Mudanças na distribuição do pêlo (bigode nas mulheres)
Fadiga e letargia
Crise adrenal

24
Q

Manifestações da insuficiência da suprarrenal

A

Diminuição do apetite, náuseas, vómitos - perda de peso
Amenorreia
Se for primária leva a hipoaldosterolismo
Diminuição dos pêlos púbicos
↓ gliconeogénese e ↑ glicólise → Hipoglicémia → excesso de adrenalina na circulação → contribui para suor e perda proteica
(ISR Primária) Tentativa de compensação por aumento da ACTH que deriva da proópiomelanocortina, também vai estar aumentada e um dos derivados da proopiomelanocortina (melanotropina = MSH faria mais sentido) é a melanina → Coloração da pele muito marcada – cor de bronze.
A nível sanguíneo ocorrem alterações muito marcadas – insuficiência medular – anemia, neutropenia, eosinofilia, trombopenia, linfocitose.
As alterações eletrolíticas afetam a eletrofisiologia cardíaca, levando a alterações da condutividade e da geração de potenciais de ação a nível cardíaco, bem como da excitabilidade neuromuscular. A ↓PA vai levar a uma estimulação de barorrecetores e osmorrecetores, estimulando a produção de ADH, promovendo a reabsorção de água e causando uma hiponatrémia de diluição

25
Q

Manifestações da crise adrenal

A
• Fenómeno inflamatório associado a febre alta (↑ citoquinas pró-inflamatórias + ↓ cortisol)
• Astenia e fraqueza
• Apatia e confusão mental
• Forte dor abdominal
Pode levar a coma e morte
26
Q

Hiperaldosterismo

A

Em termos fisiopatológicos o que acontece é que o aumento de aldosterona favorece a excreção tubular de K+ e H+, que, a nível sanguíneo, leva a hipocaliemia com hiper ou isonatremia. Isto significa duas coisas, por um lado que a urina vai ficar mais ácida, porque está cheia de hidrogénio, por outro, a nível sanguíneo, temos uma alcalose, porque perdemos protões de hidrogénio. Esta perda de potássio vai se traduzir em fraqueza muscular, que quando é muito grande pode levar a paralisias. Vamos ter ainda, por aumento do Na+ e da volémia, hipertensão.

27
Q

Função da aldosterona

A

Promove a saída de potássio, acompanhado de hidrogénio, da célula para o túbulo renal, com consequente entrada de sódio, cloro e água.

28
Q

Hipoaldosterismo

A

• Diminuição da excreção de potássio -> hipercaliémia -> fraqueza muscular e alterações cardíacas (verificadas facilmente no ECG)
• Diminuição da excreção de hidrogénio -> acidose
metabólica
• Diminuição da reabsorção de sódio e retenção de água -> hiponatremia e hipovolemia -> hipotensão -> choque
Como forma de compensar estes mecanismos podemos ter a ingestão de sal em elevadas quantidades.

29
Q

Feocromocitoma

A

É uma neoplasia das células cromafins da medula, isto é, um tumor secretor de catecolaminas.
O doente experiencia episódios de flushing, isto é, hipertensão, manifestada através de cor rosada na pele, sudação intensa, palpitações e hiperglicemia. As crises de catecolaminas são episódicas e muito intensas.

30
Q

Obesidade: doença hipotalâmica

A

A obesidade é considerada uma doença hipotalâmica e é definida como um excesso de peso para a altura do indivíduo.
Pode-se dever a alterações no controlo da saciedade sendo que há sistemas hipotalâmicos que controlam a fome

31
Q

Regulação do apetite

A

Da regulação neuro-hormonal sabe-se que, a nível hipotalâmico, há neuropéptidos, nomeadamente o NPY e o Agouti peptide, que são produzidos no núcleo arcuato, tendo ambos uma ação orexigénica, induzindo portanto a fome (o oposto seria um neuropéptido anorexigénico). Recentemente, descobriu-se que os neuropéptidos orexigénicos também influenciam a agressividade e o medo, além da sua influência sobre o apetite.
A insulina, a adiponectina, a leptina, o PPY e o GLP-1, têm uma ação anorexigénica (= saciedade).
A grelina, produzida a nível do estômago, tem uma ação, também a nível sistémico, orexigénica (= fome).
Nota: Deve-se comer devagar para dar tempo da informação de saciedade chegar ao cérebro

32
Q

Consequências da obesidade

A

Normalmente, isto leva ao aumento da função da tiroide com um aumento da função do SNA o que leva a um aumento do metabolismo geral e isso a uma sobrecarga cardíaca, sendo esta uma explicação da falência cardíaca, que pode ocorrer nos obesos. Por outro lado, a falta de gasto de energia leva a um aumento da glicemia, que leva hiperplasia dos ilhéus depois há falência destes últimos, com consequente resistência à insulina, que culmina em diabetes. A obesidade está também associada ao cancro pelo aumento da produção de estrogénio, com alterações do colesterol, que levam ao aparecimento de determinadas neoplasias.