D - Epilepsia Flashcards
Crise epiléptica
Ocorrência transitória de sinais e sintomas por atividade neuronal em excesso, síncrona - Duradoura (epilepsia) ou Curta Duração (crise sintomática aguda)
Crise epiléptica
Ocorrência transitória de sinais e sintomas por atividade neuronal em excesso, síncrona - Duradoura (epilepsia) ou Curta Duração (crise sintomática aguda)
Diferença entre epilepsia e crise sintomática aguda
Epilepsia - lesão permanente como causa de crise epiléptica e que pode levar a repetição das crises; Crise Sintomática Aguda - Crise epiléptica relacionada com um insulto agudo (metabólico, tóxico, estrutural, inflamatório, infeccioso) e que não deixa lesão permanente
V/F
A crise sintomática aguda também deve ser tratada com antiepilépticos
Falso (tratar a causa)
Causas neurológicas de crise sintomática aguda até 7 dias após
AVC, TCE, Infeção SNC, Encefalopatia pós-anóxica
Causas Contemporâneas de CSA
Crise Febril (>38,5ºC); Privação - álcool (até 48-72h), BZD, drogas; Ingestão de drogas
V/F
A epilepsia pressupõe a existência uma causa neurológica primária, com predisposição permanente para crises e consequências da doença
Verdadeiro
Picos de incidência de epilepsia
RN e Crianças + Idosos
Risco de epilepsia e crise epiléptica ao longo da vida
Epilepsia: 3 a 5%; Crise epiléptica: 10%
Incidências de epilepsia
Incidência: 40-70Mil/100mil; Prevalência 4-10/1000; PT: 60000 e 5000 novos por ano
Quantas vezes é superior a mortalidade em doentes com epilepsia ?
3x superior
V/F
Nas crises generalizadas há disseminação para ambos os hemisférios
Verdadeiro
Que forma têm as generalizações secundárias de crises focais com generalização secundária ?
Tónico-Clónicas
V/F
As crises generalizadas têm habitualmente melhor resposta terapêutica que as focais
Verdadeiro
Causa de crises generalizadas
Idiopática ou genética, com origem sobretudo nas primeiras 2 décadas de vida; normalmente diencefálicas
Tipos de crises generalizadas
Tónico-clónicas (Grande Mal - + na adolescência); Ausências (as + frequentes nas crianças); Clónicas, mioclónicas, tónicas, atónicas
V/F
As crises generalizadas nem sempre cursam com perturbação do estado de consciência
Falso (cursam sempre com perturbação do estado de consciência)
V/F
As crises generalizadas são mais frequentes que as focais
Falso (as focais são mais frequentes)
Causa de crises focais
Lesão estrutural no córtex (AVC, traumatismo, tumor)
V/F
As crises focais com início sobretudo na vida adulta são mais fáceis de diagnosticar
Falso (têm início na vida adulta, mas são mais difíceis de diagnosticar)
Tipos de crises focais
Simples - consciência preservada (sintomatologia diversa consoante a origem); Complexa - consciência alterada; Focais com generalização secundária
Onde é o local da lesão em caso de crises focais complexas ?
Lobo temporal
Como se caracterizam as crises complexas ?
Alteração da consciência; Automatismos (esfregar as mãos, piscar os olhos, deambulação); Movimentos fora de contexto; Agressividade
V/F
O sinal/sintoma das crises focais depende do local de origem da lesão estrutural
Verdadeiro
Os automatismos dependem de que região cortical ?
Lobo temporal
Denominação da migração da crise motora focal
Marcha Jacksoniana (começam pelo dedo - antebraço e braço - face, às vezes perna, podem generalizar)
V/F
As crises focais sensitivas cursam normalmente com perda de sensibilidade
Falso (cursam com sintomas irritativos - parestesias)
V/F
As crises de origem genética (1as) são focais enquanto que as crises secundárias (estruturais) são generalizadas
Falso (Genéticas 1as - Generalizadas; Secundárias estruturais - Focais)
Percentagem de epilepsias genéticas, secundárias e desconhecidas
Genéticas - 45%; Secundárias - 40%; Causa Desconhecida - 15%
V/F
As epilepsias secundárias são mais frequentes que as primárias
Verdadeiro
V/F
Nas crises primárias, a RM costuma ter alterações
Falso
Quantos dias distinguem uma crise sintomática aguda pós-TCE de uma epilepsia secundária ?
7 dias (Se crise epiléptica é após 7 dias é epilepsia secundária)
V/F
O diagnóstico da epilepsia é clínico
Verdadeiro
Análises laboratoriais importantes para excluir causa sistémica
Hemograma com VS; ureia e creatinina; glicémia; urina II; ionograma; cálcio e fósforo; electroforese de proteínas; VDRL; HIV; função hepática
Quando deve ser sempre pedida RM ?
Sempre que na clínica ou EEG houver suspeita de crises focais - identificação de lesão estrutural
Outros ECD
EEG com prova de sono; ECG, ecocardio, Holter
ECD que podem ser pedidos em caso de considerar cirurgia da epilepsia ?
SPECT/PET; Avaliação Neuropsicológica
V/F
Um EEG intercrítico normal não exclui epilepsia e um EEG com alterações não implica epilepsia
Verdadeiro
V/F
O EEG deve ser sempre pedido com prova de sono
Verdadeiro
V/F
O EEG deve ser pedido para avaliar a evolução do doente, risco de recorrência e para terminar/alterar terapêutica
Falso (não é obrigatório pedir)
V/F
A convulsão cursa muito frequentemente com palidez e sudação ao contrário da síncope
Falso (a síncope cursa mais com palidez e sudação)
V/F
Na síncope podem ocorrer abalos convulsivos
Verdadeiro
Diagnósticos diferenciais de crise convulsiva
Síncope; AIT; Cataplexia; Enxaquecas; HIC súbita; Amnésia Global Transitória; Movimentos involuntários do sono; Causas psicogénicas
V/F
Após o diagnóstico de epilepsia devem ser sempre prescritos AE
Falso (apenas se as crises afetarem muito o quotidiano ou se colocarem a vida do doente em perigo)
3 medidas gerais no tratamento da epilepsia enquanto doença crónica ?
Adesão terapêutica (após 3-5A pode ser feito desmame); Racionalizar a ingestão alcoólica; Assegurar o repouso noturno (evitar a privação de sono)
Como iniciar o tratamento da epilepsia ?
Monoterapia - AE de 1ª linha
Que percentagem dos casos não ficam controlados facilmente ?
30%
Quando a primeira monoterapia é ineficaz, como proceder ?
Segundo regime em monoterapia (1ª/2ª linha) - Desmame de AE por 6 meses para cada AE
Percentagem de doentes com crises mesmo com a medicação
25 a 30%
Efeitos secundários agudos dos AE
Cerebelosos (diplopia, disartria, incoordenação) + sonolência, tonturas, alterações de memória, concentração, depressão, cefaleias
Qual o efeito idiossincrático mais frequente e que obriga a parar o AE ?
Erupção cutânea
Quais os 2 AE que causam mais efeitos crónicos cumulativos e reversíveis ?
Valproato e Fenitoína
Efeitos crónicos dos AE
Cosméticos - acne, hirsutismo, aumento de peso, alopécia; osteomalácia; anemia megaloblástica; trombocitopénia
AE de 1ª geração
Valproato; Fenitoína; Carbamazepina; Clobazam; Etosuximida
AE de 2ª geração
Lamotrigina; Topiramato; Levetiracetam; Zonizamida; Pregabalina
Qual a vantagem dos AE de 2ª geração ?
Menos efeitos adversos e interações - preferir em idosos polimedicados.
4 fármacos preferidos para Crises Generalizadas
Valproato, topiramato, levetiractam, lamotrigina
Qual dos 4 fármacos não se dá em crises mioclónicas e atónicas ?
Lamotrigina
2ª linha nas tónicas e mioclónicas
Clobazam
Fármacos preferidos nas ausências
Valproato e Etosuximida
V/F
O topiramato tem boa ação nas ausências
Falso
2ª linha nas ausências
Lamotrigina, clonazepam
Fármacos de 1ª linha nas crises focais
(4 das generalizadas: valproato, topiramato, levetiracetam, lamotrigina) + oxcarbazepina, carbamazepina
Quando não é possível apurar o tipo de crise que fármacos prescrever ?
VPA, TPM, LEV, LTG
AE de 2ª linha para crises focais
Fenitoína, zonisamida, pregabalina, eslicarbazepina
Que fármacos diminuem o efeito de anticoncepcionais ?
Indutores enzimáticos - carbamazepina, fenitoína, topiramato (- 10% de efeito)
Que fármaco não interfere com os anticoncepcionais ?
Valproato
Proporção de doentes com indicação cirúrgica
5 a 7%
2 modalidades de tratamento cirúrgico
Curativo (resseção da zona epiléptica e hemisferectomia); Paliativo (calostomia e estimulação do Vago)
Qual o tratamento ideal da esclerose mesial ?
Cirurgia curativa - resseção da zona epileptogénica
Estado de mal epiléptico
Sucessão de crises epilépticas sem recuperação habitual dentro das crises; Emergência
Mortalidade do Estado de Mal
10 a 20%
Qual o principal tipo de crises no Estado de Mal
Tónico-Clónicas (é o tipo com maior mortalidade e morbilidade)
Qual o fator mais importante de evolução no Estado de Mal ?
Causa (etiológica)
Em que percentagem dos doentes o Estado de Mal corresponde à forma de início da epilepsia ?
15 a 20%
Causas Estáticas de Estado de Mal
Doentes já com epilepsia prévia - Exacerbação; álcool/drogas; suspensão brusca da medicação
Como se distingue o Estado de Mal Generalizado das crises tónico-crónicas normais ?
EM: >5 minutos (crises normais 2-3min); sucessivas
Em quanto tempo se deve conseguir controlar o EMGeneralizado como objetivo terapêutico ?
30 minutos
Medidas gerais nos primeiros 10 minutos de EM
Nasogástrica; Nasofaríngea; Oxigénio 100%; Administração de Tiamina (100 mg) iv + dextrose 50% ou glucose 30%; Análises: Hemograma, glicémia, ionograma, tóxicos, doseamento de AE
Quando é que o EM é considerado refratário
Não responde à 1ª linha com BZD nem à 2ª linha com outro antiepiléptico; >45 minutos sem controlo
3 estadios de atuação no EMGeneralizado
1ª linha - BZD (Diazepam IV em bólus; máx 20-30mg;até aos 15 minutos do ínicio).
2ª linha (após 15 minutos) - Fenitoína IV (até aos 40 minutos desde o início do episódio (alternativas: valproato, levetiracetam).
3ª linha - >45 minutos: Anestesia geral + intubação (1º - midazolam; 2º - propofol; 3º - Barbitúrico)
Como se previne a recorrência de crise após o controlo do EM com BZD ?
Fenitoína
O que se deve monitorizar após administrar um segundo AE ?
HipoPA e arritmias
Após uma crise única, qual a probabilidade de recorrência ?
50%
Que percentagem de doentes fica controlada em monoterapia ?
60%
Percentagem de recorrência após desmame de AE ?
25 a 30%
V/F
As crises sintomáticas agudas associadas a privação de sono e consumo de álcool são mais frequentes em jovens
Verdadeiro
V/F
Os automatismos constituem crises focais complexas
Verdadeiro
V/F
As epilepsias secundárias podem-se manter mesmo tratando um tumor, continuando o tratamento
Verdadeiro (??)
Quanto tempo se deve esperar pela passagem da crise com decúbito lateral e medidas gerais até se assumir estado de mal e início de terapêutica anticonvulsionante ?
5 minutos
V/F
As crises de ausência nas crianças duram habitualmente poucos segundos
Verdadeiro
Como desencadear o aparecimento de crises de ausência na criança ?
Hiperventilação
Que movimentos podem acompanhar as crises de ausência nas crianças ?
Mioclonias palpebrais
Como se distinguem as ausências das crises parciais complexas ?
As ausências não têm tantos automatismos e duram menos tempo
V/F
As crianças com ausências devem fazer RM
Falso (são crises 1as genéticas)
V/F
Em caso de crises de ausências não são necessários ECD
Falso (deve ser pedido um EEG)
Que percentagem dos casos de crises de ausências se complicam com crise tónico-clónica generalizada ?
20%
Em que posição se deve colocar um doente com crise convulsiva ?
Decúbito lateral (objeto macio debaixo da cabeça e roupa desapertada junto ao pescoço)
V/F
Perante um doente com crise convulsiva deve-se puxar a língua e colocar um objeto na boca
Falso (não puxar a língua nem colocar o objectos)
V/F
Um doente com crise convulsiva deve ser forçado a levantar-se
Falso (não forçar nem tentar acordar)