Conferência 6 - Epilepsia Flashcards

1
Q

Defina: epilepsia, crise epilética e convulsão

A

➤ Epilepsia: patologia que se apresenta com crises
epilépticas, desde que estas ocorram sem condições tóxicas,
metabólicas ou febris.
➤ Crise epiléptica: É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro. Durante um curto período de tempo (segundos ou minutos), uma parte do cérebro manda descargas elétricas anormais e excessivas. Essas descargas podem ficar restritas a uma parte de cérebro (crise focal ou parcial) ou podem se espalhar para os dois hemisférios cerebrais (crise generalizada).
➤ Convulsão: crise (de natureza epiléptica ou não) na qual
há atividade motora proeminente.

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2
Q

Como são classificadas as epilepsias?

A
  • Crises focais: a atividade epiléptica se restringe somente a um hemisfério cerebral. Pode ser subclassificada em perceptiva ou disperceptiva, se a consciência estiver ou não comprometida.
  • Crises generalizadas: originam-se simultaneamente dos dois hemisférios cerebrais. Quase todas são disperceptivas.
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3
Q

O que é estado de mal epiléptico (status epilepticus)?

A
  • Status convulsivo

20 a 30 minutos de crises convulsivas contínuas (subentrantes).

❯ Pelo menos três crises em uma hora.

❯ Crises com mais de cinco minutos de duração.

  • Status não convulsivo - sem recuperação da consciência entre elas.
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4
Q

Qual a etiologia da epilepsia?

(não precisa gravar, é mais para ter uma noção)

A

Primeiramente temos que ter o seguinte conceito: as causas de crises epilépticas variam com a idade!!

  • Período neonatal: trauma e desordens metabólicas
  • Crianças entre 3m a 5 anos: convulsões febris
  • 5-12 anos: causa genética (síndromes epilépticas primárias)
  • Adultos jovens: TCE, abuso de drogas ilícitas e a abstinência; neoplasia deve ser considerada
  • Idosos: doença cerebrovascular, tumores cerebrais
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5
Q

Qual a diferença de epilepsia primária e segundária?

A
  • Epilepsia Primária (Idiopática): Não se encontra causa orgânica para sua epilepsia. Abrem o quadro na infância e adolescência, e tendem a desaparecer na idade adulta.
  • Epilepsia Secundária (Sintomática): Paciente tem que apresentar duas ou mais crises associadas a distúrbios metabólicos, eletrolíticos, intoxicação exógena, abstinência ao álcool, meningites, encefalites, AVE, tumores,
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6
Q

Existe uma subclassificação para as principais crises generalizadas. Quais são?

A
  • Crise Tônico-Clônica Generalizada (Grande Mal): Perda súbita da consciência → contração tônica e terminada pela fase clônica. Ocorre o grito epiléptico, os quatro membros são afetados e pode ocorrer sialorreia com liberação esfincteriana. Após a crise, o paciente entra no período pós-ictal, de aproximadamente 15-30min, apresentando letargia, confusão mental e sonolência.
  • Crises de Ausência (Pequeno Mal): Perda súbita e breve (até 30s) da consciência várias vezes ao dia (pode chegar a 200 vezes). Pode vir acompanhada de alterações motoras muito discretas, como piscamento, sinais autonômicos, automatismos orais e manuais.
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7
Q

Caracterize as crises epilépticas generalizadas.

A

AUSÊNCIA TÍPICA (ausência infantil/pequeno mal):

  • Grande fator deflagrador: hiperventilação
  • Tem prognóstico excelente

ATÔNICA:

  • Perde o tônus muscular
  • Crise rápida (segundos)
  • Grande deflagrador: susto

MIOCLÔNICA:

  • Apesar de ser uma crise generalizada, o paciente pode manter a consciência

TONICO-CLÔNICA GENERALIZADA (grande mal):

  • Paciente inicia com uma fase tônica (todo contraído), a seguir faz movimentos mioclônicos
  • Pode ocorrer sialorreia, liberação esfincteriana
  • Período pós-ictal: até recuperação completa neuronal
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8
Q

Assinale dentre as alternativas abaixo aquela que melhor identifica as características clínicas das crises convulsivas do tipo grande mal.

a) Breve comprometimento da consciência; geralmente, o paciente não percebe os ataques.
b) Espasmos mioclônicos únicos ou múltiplos sem comprometimento da consciência.
c) Convulsões repetidas, sem recuperação entre elas, com duração acima de 30 minutos.
d) Perda da consciência, com atonia muscular súbita e queda ao solo, sem espasmos musculares associados.
e) Perda súbita da consciência, rigidez, espasmos musculares e liberação esfincteriana, seguidos de confusão pós-ictal

A

A crise tônico-clônica generalizada (grande mal) é caracterizada pela perda súbita da consciência seguida de uma contração tônica e terminada pela fase clônica. Ocorre o grito epiléptico, os quatro membros são afetados e pode ocorrer sialorreia com liberação esfincteriana. Após a crise, o paciente entra no período pós-ictal, de aproximadamente 15- 30min, apresentando letargia, confusão mental e sonolência. Melhor resposta, portanto, opção E.

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9
Q

Como é definido uma epilepsia na prática?

A
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10
Q

Como deve ser feita a abordagem de um paciente na crise epiléptica?

A
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11
Q

Quais exames iniciais devem ser solicitados?

A
  • Glicemia
  • Níveis séricos de FAEs
  • Avaliar neuroimagem e PL após estabilização
  • Ureia, Cr, calcio, sódio, mg, K+
  • TGO e TGP
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12
Q

Quando iniciar o TTO medicamentoso?

A

Em 5 minutos

  • FAE de 1º linha
  • Sem acesso venoso administro um dos medicamentos a seguir até 3x no intervalo de 5 minutos:
    • Midazolan 0,5mg/kg intramuscular
    • Diazepam 0,5mg/kg via retal
    • Evitar hipertermia e hipoglicemia!!
  • Com acesso venoso posso administrar 0,2mg/kg nos dois
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13
Q

Caso o FAE linha 1 não funcione, como proceder?

A

FAE 2º linha (10-30 minutos)

Fenitoína intravenosa 20mg/kg (velocidade: 50mg/min)

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14
Q

Como é feito o diagnóstico de epilepsia?

A

Sinais e sintomas de convulsão

  • Confusão
  • Aura
  • Quedas súbitas
  • “encarando”
  • Emoções e sensações estranhas
  • Perda de consciência ou do conhecimento

Eletroencefalograma:

  • serve para ver crises, desorganização de neurônios (como na encefalite)
  • Registro de atividade elétrica cerebral através de eletrodos de superfície
  • Pode ser normal mesmo em pacientes epilépticos

Testes moleculares – pesquisar alterações de canais, do limiar de ação

Exames de neuroimagem – se possível ressonância (procurar alterações estruturais, lesões, áreas de cicatriz)

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15
Q

Menino de 7 anos previamente hígido veio ao pronto-socorro
com história de crise convulsiva durante o sono. A mãe
refere que ouviu um barulho e ao chegar no quarto da
criança, a mesma tinha abalos dos 4 membros, olhos abertos
e intensa sialorreia, teve duração de 3 minutos e após o
paciente dormiu e acordou bem pela manhã. Nega outros
episódios semelhantes prévios e conta que o pai do menino
também teve crises convulsivas durante a infância. Não tinha
febre, tosse, coriza, diarreia ou outros sintomas de possível
infecção desencadeando a crise ou trauma craniano prévio.
Ao exame físico: BEG corado hidratado eupneico afebril; FR
14 ipm FC 77 bpm Sat O2 a 98% peso 25 kg; MV +
bilateralmente sem RA; Brnf 2 t sem sopros; Bpp Tec < 3
segundos; Abdome flácido indolor RHA + sem
visceromegalias; Otoscopia sem alterações; Oroscopia sem
alterações; Sem sinal meníngeo; Glasgow 15 pupilas
isocóricas fotorreagentes; Destro, já lê e escreve e faz somas
simples; Conta sua própria história, responde
adequadamente ao examinador; Não tem deficit focais no
exame neurológico. Frente ao exposto, qual a melhor
afirmação:

a) É necessária uma avaliação neurológica de urgência e
portanto o paciente deve ser internado.
b) É necessário iniciar fármaco antiepiléptico, como fenitoína
endovenosa da dose de ataque de 15 mg/kg e posterior
dose de manutenção com 5 mg/kg/dia e encaminhamento
para ambulatório de neurologia na rede.
c) É necessário investigar paciente com eletroencefalograma
ambulatorialmente.
d) É necessária investigação com tomografia
computadorizada de crânio e coleta de liquor para
investigação de possível encefalite.

A

Estamos diante de um escolar de sete anos que apresenta
história clínica compatível com crise epiléptica do tipo
generalizada tônico-clônica, sem quaisquer antecedentes
pessoais, com possível antecedente familiar de epilepsia e
sem qualquer anormalidade ao exame físico que sugira um
sinal de alarme para infecção do sistema nervoso central.
Sabemos que esse episódio deve ser investigado, mas não há
qualquer necessidade de investigação de urgência, como
também não está indicado iniciar o tratamento
farmacológico após a primeira crise. Sendo assim, a conduta
é a realização do EEG via ambulatorial para investigação do
possível quadro de epilepsia, além da consulta com o
neurologista pediátrico. Resposta: letra C.

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16
Q

Claudionor, 60 anos, bancário, depois de um dia pesado de trabalho, é levado às pressas ao pronto-socorro por seus colegas. À admissão se apresenta com abalos clônicos generalizados e perda da consciência. Os amigos informam que o paciente começou a apresentar esse quadro há cerca de 40min, quando caiu no chão, deu um grito e ficou todo duro. Há cerca de seis meses foi diagnosticado com epilepsia secundária, mas se negava a tomar o antiepiléptico prescrito pelo seu médico.

1) Qual é o nome do quadro apresentado pelo paciente do caso?
2) Após a estabilização clínica, qual deveria ser a abordagem medicamentosa inicial para Claudionor?

A
  1. Estado de mal epiléptico ou status epilepticus.
  2. Administração de glicose a 50% + tiamina IV.
17
Q

Qual anticonvulsivante que serve para todas as crises?

A

valproato

18
Q

Como tratamos o status epilepticus?

A
  • Inicialmente com glicose a 50% + tiamina IV.
  • Em seguida deve-se administrar lorazepam ou diazepam IV.
  • Caso as convulsões continuem, pode-se repetir a dose.
  • A partir daí, caso as convulsões persistam é necessário adicionar drogas. A primeira a ser adicionada é a fenitoína.
  • Se o status não for controlado deve-se tentar fenobarbital.
  • O último passo é anestesiar o paciente com midazolam, propofol ou pentobarbital
19
Q

Como é feito o diagnóstico e TTO das crises epilépticas generalizadas?

A