CA DE COLO DO ÚTERO Flashcards
Epidemiologia:
- Mundo: 4º mais comum; Brasil: 3º mais comum
- Causa: HPV em 99,7% dos casos (prevenível)
- Últimas décadas: redução discreta da mortalidade
- Idade de diagnóstico: próximo da 5ª década
Fatores de risco:
- Infecção pelo HPV
Relacionado com aumento do oncogênese do HPV:
- Tabagismo: causa imunossupressão
- Início precoce da atividade sexual; múltiplos parceiros sexuais: maior exposição ao vírus
- História de ISTs; NIC ou CA vaginal ou vulvar
- Imunossupressão: baixa imunidade celular
- Multiparidade
- Baixo nível socioeconômico
- Uso de contraceptivos orais: estudos conflitantes
- Raça negra
Tipos histológicos:
- Escamoso (epidermoide/espinocelular): 75% dos casos
- Relacionado ao tipo 16
- Adenocarcinoma: 25% dos casos
- Relacionado ao tipo 18
- Tido aumento de incidência nas últimas décadas: maior pesquisa das células glandulares (endocervical)
Diagnóstico - manifestação clínica:
1) Assintomática
2) Sintomática:
* Sangramento irregular; sinusorragia
* Corrimento amarronzado fétido
* Dor pélvica
* Sintomas urinários ou intestinais - tumores maiores (comprime estruturas adjacentes) ou acomete reto ou bexiga
Diagnóstico - exame físico:
1) Exame especular:
* Procurar por tumorações exofícitas, úlcera, necroses
2) Toque vaginal:
* Mensurar tumoração e infiltração das paredes vaginais
3) Toque retal:
*Avaliar comprometimento retal e avaliação dos paramétrios
Padrão de disseminação:
- Invasão direta (forma mais comum)
- Via linfática (2ª mais comum)
- Antigamente: pensava que o linfonodos obturadores eram os primeiros
- Atualmente: qualquer linfonodo pode ser o 1º
- Via hematogênica (menos comum)
Estadiamento (FIGO 2018) - tipos e exames:
- Clínico, cirúrgico e radiológico
- Exames de imagem:
1) RM de pelve: - Melhor exame p/ avaliar tamanho EF tumor > 1 cm
- Melhor p/ avaliar paramétrio
- Alto valor preditivo negativo p/ invasão: bexiga e reto
2) PET CT
* Bom p/ avaliar linfonodos e metástase à distância
3) Cistoscopia e retossigmoidoscopia
* Se alterações no exame físico
* Se RM negativa: não precisa realizar
Estádio IA:
- Estádio I: Tumor restrito ao colo
1) IA: microscópico, com invasão de até 5mm - IA1: invasão < 3 mm
- IA2: invasão 3-5 mm
- Cuidado com a biópsia: para classificar IA é necessário OBRIGATORIAMENTE de um procedimento excisional (conização)
- Ou seja: biópsia c/ micro invasão -> biópsia p/ confirmar se é microinvasão mesmo
Estádio IB:
- IB: Profundidade ≥ 5 mm c/ lesão RESTRITA ao colo
1) IB1: tumor < 2 cm - tamanho máximo que consegue preservar o útero da mulher (manter fertilidade)
1) IB2: tumor entre 2-4 cm - tamanho máximo que consegue fazer tratamento cirúrgico
1) IB3: tumor ≥ 4 cm
Estádio II:
- Invade o útero s/ atingir 1/3 inferior da vagina ou parede pélvica
- IIA: invade 2/3 superiores da vagina
- IIA1: < 4cm
- IIA2: ≥ 4 cm
- IIB: invasão perimetral s/ atingir parede pélvica
Estádio III:
- Atinge 1/3 inferior da vagina, parede pélvica, hidronefrose ou linfonodos
- IIIA: 1/3 da vagina
- IIIB: parede pélvica; hidronefrose; rim não funcionante
- IIIC: linfonodos pélvicos ou para-aórticos
1) IIIC1: linfonodos pélvicos
2) IIIC2: linfonodos para-aórticos
Estádio IV:
- Invasão além da pelve, bexiga ou reto
- IVA: metástase em órgãos pélvicos adjacentes
- IVB: metástase em órgãos à distância
Fatores prognósticos:
- Estágio da doença (principal)
- Status linfonodal: entrou como estadiamento
- Volume do tumor
- Profundidade de invasão estromal cervical
- Invasão do espaço linfovascular (não altera estágio - mas altera prognóstico e tratamento)
Tratamento cirúrgico - conização:
- Retirada de um bloco do colo uterino
- Tratamento: carcinoma in situ
- Diagnóstico: IA
- Diagnóstica e terapêutica: IA1 + s/ IELV (invasão do espaço linfovascular) + desejo de preservar fertilidade
Tratamento cirúrgico - traquelectomia:
- Amputação do colo uterino
- Estágios: IA2 e IBI c/ desejo de preservar o útero
Tratamento cirúrgico - histerectomia total:
- Comum a todos: retirada de corpo e colo e retirada dos ovários é opcional
- Piver I: Histerectomia simples
1) Indicação: estádio IA1
3) Margem vaginal, paramétrios e ligamentos: mantidos - Piver II: Histerectomia radical modificada
1) Indicação: estádio IA1 c/ IELV; estádio IA2
2) Margem vaginal: 1-2 cm
3) Paramétrios: remoção parcial (onde o ureter cruza o ligamento largo)
4) Ligamentos uterossacros: parcialmente removidos - Piver III: Histerectomia radical (Wertheim-Meigs)
1) Indicação: estádio IB1 e IB2; casos selecionados do IIA
2) Margem vaginal: retirado 1/4 a 1/3
3) Paramétrios: remoção total (seccionado ao nível da parede pélvica lateral)
4) Ligamentos uterossacros: remoção total (seccionados perto da sua origem sacral)
Indicação de quimiorradioterapia:
- Indicações:
1) Tumores ≥ 4 cm ou estágio ≥ IIB
2) Estadiamento que não há condições cirúrgicas
3) Terapia adjuvante (avaliar fatores de risco) - Fatores p/ recorrência de neoplasia de colo uterino:
1) Alto risco (apenas 1 indica quimiorradioterapia): - Margens cirúrgicas comprometidas
- Linfonodos comprometidos
- Paramétrios comprometidos microscopicamente
1) Risco intermediário (≥ 2 indica quimiorradioterapia) - Tumor > 4 cm
- Invasão do espaço linfovascular (IELV)
- Invasão estromal profunda
Tratamento conforme estadiamento (CA in situ e IA):
- CA in situ:
1) Conização (diagnóstica e terapêutica)
2) Se adenocarcinoma in situ: histerectomia simples - IA1
1) S/ IELV: Piver I
2) S/ IELV + S/ prole definida: conização
3) C/ IELV: Piver II + linfadenectomia
4) C/ IELV + S/ prole definida: conização e linfadenectomia - IA2
1) Piver II e linfadenectomia
2) S/ prole definida: traquelectomia e linfadenectomia
Tratamento conforme estadiamento (IB até IV):
- IB1: Piver III e linfadenectonmia
1) S/ prole definida: traquelectomia + linfadenectomia - IB2: Piver III e linfadenectonmia
- IB3: Quimiorradiação
- IIA1: Piver III e linfadenectonmia
- IIA2: Quimiorradiação
- ≥ IIB: Quimiorradiação (não é possível mais cirurgia)