Avaliação Pré-anestésica, Risco e Prognóstico Flashcards
A capacidade funcional pode ser expressa em termos de equivalentes metabólicos (METs), onde 1 MET é o consumo de oxigênio basal de um homem de 40 anos e 70 kg.
Na literatura perioperatória, a capacidade funcional é classificada como excelente (… METs), boa (… METs), moderada
(… METs), pobre (… METs) ou desconhecida
> 10
7-10
4-6
< 4
O risco cardíaco perioperatório está aumentado nos pacientes com capacidade funcional menor que 4 METs nas suas atividades diárias. Exemplos de atividades associadas a capacidade funcional maior que 4 METs são …
subir um lance de escada e realizar tarefas domésticas pesadas
Os antagonistas da vitamina K podem ser revertidos com … de vitamina K intravenosa ou oral, porém o efeito se dá em 6 a 12 horas. Se for necessária reversão imediata, o
tratamento deve ser feito com …
2,5 a 5 mg
plasma fresco ou complexo protrombínico e uma dose de vitamina K.
Os usuários que abusam de álcool (definidos pela OMS como aqueles que ingerem mais de … de etanol ou o equivalente a três drinks por dia) apresentam risco aumentado de …
Além disso, o álcool piora a resposta metabólica ao estresse, a função cardíaca e a resposta imune. O risco aumenta
proporcionalmente com a quantidade de álcool ingerida.
Quando a ingestão excede …de álcool, o risco aumenta de 200 a 400%.
É preciso no mínimo … semanas de abstinência para reduzir tais riscos, mas são necessárias de … semanas para que o paciente volte ao risco normal (se não tiver lesão em órgão-alvo).
30 g
sangramento perioperatório e infecção da ferida
cinco doses por dia ou 60 g
quatro
8 a 12
Mulher de 56 anos, 70 kg e 1,73 m, está no ambulatório de anestesia e será submetida a ritidoplastia. Fez uso de terapia de reposição hormonal pós-menopausa até 30 dias atrás. O exame físico encontra-se normal, embora a paciente relate sentir-se mais cansada do que o habitual durante
caminhadas nos últimos 15 dias. A opção que melhor justifica essa queixa é:
A. Diminuição do inotropismo.
B. Hiper-reatividade brônquica.
C. Comprometimento da função diastólica.
D. Aumento da resistência vascular pulmonar
Resposta: A
Justificativa: A contratilidade cardíaca é mais intensa em mulheres na pré‑menopausa do que em homens da mesma idade. A suspensão da terapia de reposição hormonal pós‑menopausa levou à diminuição da contratilidade miocárdica.
É fator de risco para complicações respiratórias no pós-operatório:
A. PaO2 < 70 mmHg .
B. PaCO2 > 50 mmHg.
C. VEF1 < 50% do previsto.
D. Albumina sérica < 3,5 g·dL-1.
Resposta: D
Justificativa: As complicações pulmonares pós‑operatórias ocorrem em 5 a 10% dos
pacientes submetidos a cirurgias não torácicas e em 22% dos pacientes de alto risco.
Os fatores de risco são:
- Tabagismo (> 40 maços⋅ano−1);
- Estado físico > P2;
- Idade > 70 anos;
- DPOC;
- Cirurgias do pescoço, tórax, abdome superior, aórticas ou neurológicas;
- Cirurgias com duração prevista > 2 horas;
- Anestesia geral com intubação traqueal;
- Albumina sérica < 3,5 g⋅dL−1;
- Incapacidade de andar dois quarteirões ou subir um lance de escada;
- IMC > 30 kg⋅m−2.
26.3 (TSA/2015) Homem de 49 anos, 175 kg e 1,60 m, com história de trombose venosa profunda há 2 anos, será submetido à cirurgia bariátrica. A profilaxia pré-operatória contra eventos tromboembólicos deverá ser feita com:
A. Heparina fracionada 40 mg·dia-1 via subcutânea.
B. Inserção profilática de filtro na veia cava inferior.
C. Heparina não fracionada 5.000 UI via subcutânea a cada 8 h.
D. Varfarina via oral a cada 8 h com ajuste do INR entre 2,0 e 3,0.
Resposta: B
Justificativa: A colocação profilática de filtro da veia cava é recomendada na cirurgia
bariátrica de pacientes com história prévia de trombose venosa profunda, evidência
de estase venosa, com história de embolia pulmonar prévia ou que apresente estado
de hipercoagulabilidade
Qual a conduta em relação ao paciente que usa metformina e será submetido a uma cirurgia eletiva?
Algumas recomendações orientam
suspender a metformina 24 a 48 horas antes do início da cirurgia, por causa do risco de acidose láctica e insuficiência renal perioperatória pelo acúmulo do fármaco. Como a evidência para tal conduta é fraca e existem evidências de que a continuação perioperatória da metformina é segura, uma conduta racional é manter a metformina em todos os pacientes com período curto de jejum, função renal normal e quando não houver uso de contraste.
Por outro lado, a metformina deveria ser suspensa quando houvesse lesão renal preexistente (taxa de filtração glomerular estimada [TFGe] < 60 mL⋅min−1 ou creatinina elevada),30 uso de contraste ou risco significativo do paciente desenvolver
lesão renal aguda (LRA). Nesses casos, a suspensão deveria ocorrer no dia da cirurgia e durante as 48 horas seguintes
Qual a conduta em relação ao paciente que usa uma sulfonilureia e será submetido a uma cirurgia eletiva?
Durante o jejum, as sulfonilureias estimulam a secreção de insulina e podem levar a hipoglicemia. Por terem meia-vida
mais longa (2 a 10 horas), recomenda-se omitir a dose do dia da cirurgia – independentemente do horário do procedimento.
Qual a conduta em relação ao paciente que usa uma glinida e será submetido a uma cirurgia eletiva?
As glinidas apresentam mecanismo de ação semelhante ao das sulfonilureias e, pelo fato de terem meia-vida curta (1 hora) e pico de ação precoce, são utilizadas para o controle
da glicemia pós-prandial, sendo a hipoglicemia com esse tipo de agente menos comum. A omissão da dose no dia da cirurgia deve ocorrer nos procedimentos feitos pela manhã. Caso a cirurgia seja no período vespertino e o paciente faça uma refeição pela manhã, a dose pré-refeição pode ser utilizada
Qual a conduta em relação ao paciente que usa uma tiazolidinediona e será submetido a uma cirurgia eletiva?
Similares à metformina, as glitazonas ou tiazolidinedionas agem por meio da sensibilização periférica à insulina. Não estão associadas à acidose láctica, embora possam estar associadas à retenção hídrica e possível piora do edema e da insuficiência cardíaca no período pós-operatório.
Os consensos não sugerem a suspensão desse fármaco no perioperatório, devendo ser utilizado no dia da cirurgia, atentando-se para a possibilidade de piora do edema e descompensação cardíaca em pacientes de risco
Qual a conduta em relação ao paciente que usa um inibidor da alfa-glicosidase e será submetido a uma cirurgia eletiva?
Os inibidores da α-glicosidase inibem as enzimas oligossacaridases e dissacaridases, reduzindo a absorção de glicose
após as refeições. No dia da cirurgia, deve-se omitir a dose desses agentes nos procedimentos feitos pela manhã. Porém, caso a cirurgia seja no período vespertino e o paciente faça uma refeição pela manhã, a dose pré-refeição pode ser utilizada,30 considerando que tais substâncias não cursam com hipoglicemia e
têm meia-vida curta
Qual a conduta em relação ao paciente que usa um análogo do GLP1 ou um inibidor da DPP-IV e será submetido a uma cirurgia eletiva?
Os novos fármacos incretínicos, representados pelos análogos do GLP-1 e os inibidores da enzima DPP-IV, agem aumentando a secreção de insulina após a ingestão de glicose e reduzem a secreção de glucagon. Embora não causem hipoglicemia, podem provocar retardo no esvaziamento gástrico pelo aumento do GLP-1. Por essa razão, alguns autores sugerem sua suspensão no dia do procedimento.
Por outro lado, uma recomendação recente orienta seu uso inclusive no dia da cirurgia – independentemente do horário
do procedimento
Conduta em relação aos inibidores do SGLT 2 na cirurgia
Os inibidores da proteína cotransportadora
de glicose/sódio tipo 2 (SGLT-2), presente no túbulo contorcido proximal do néfron, por levarem à glicosúria, podem gera diurese osmótica com desidratação e hipotensão arterial, sendo esses efeitos mais comuns com o uso concomitante de diuréticos. Pela falta de experiência com essas medicações, recomenda-se omitir a dose no dia da cirurgia independentemente do horário do procedimento
Como manejar o paciente que faz uso de Infusão contínua subcutânea de insulina (bomba) e será submetido a uma cirguria eletiva?
Manter infusão basal ou reduzir 20 a 30% da dose basal se houver história de hipoglicemia frequente
Como manejar o paciente que faz uso de Insulina de longa duração ou basal (glargina, determir) e será submetido a uma cirguria eletiva?
Dia anterior:
- Aplicação matinal: manter a dose
- Aplicação noturna: manter a dose ou reduzir 20 a 30% se história de hipoglicemia durante madrugada/manhã
Dia da cirurgia:
- Aplicação matinal
- Manter a dose ou reduzir 20 a 30% se houver história de hipoglicemia frequente
- Checar glicemia na admissão
Como manejar o paciente que faz uso de Insulina de duração intermediária (NPH) e será submetido a uma cirguria eletiva?
Dia anterior
- Aplicação matinal: manter a dose
- Aplicação noturna: manter
a dose ou reduzir 20 a 30% se história de hipoglicemia durante madrugada/manhã
Dia da cirurgia
- Reduzir em 50% a dose matinal*
- Checar glicemia na admissão
- Manter inalterada a dose noturna após cirurgia (se o paciente já estiver se alimentando)