Aula 15 - Economia de Escala e Concorrência Imperfeita Flashcards

1
Q

1 Noções de economia de escala e concorrência imperfeita

A

Podemos dividir a estrutura de mercado a partir do nível de concentração, indo do menos concentrado ao mais concentrado. O nível de menor concentração é a concorrência perfeita, depois temos a concorrência monopolística, o oligopólio e por fim o monopólio.
A concorrência perfeita é considerada na economia como a estrutura ideal dos mercados, pois nela as forças de demanda e oferta agem livremente sem a interferência do governo. Outras características importantes nesta estrutura são:
• atomização: o número de agentes tanto no lado da oferta quanto na demanda é grande a ponto de a entrada de uma nova empresa ou um novo consumidor, assim como a sua saída, não terá consequências para o equilíbrio de mercado;
• homogeneidade: o produto ou o serviço é completamente igual ao do concorrente. Não há diferenciação de produto de nenhuma espécie, não há o que chamamos de “mão do padeiro”;
• mobilidade: os agentes são livres e atuam independentemente dos demais. Não existem acordos coletivos, não há restrições governamentais, as empresas podem aumentar ou reduzir suas plantas livremente e os trabalhadores podem mudar de região e profissão com facilidade;
• permeabilidade: cada um dos agentes, tanto oferta quanto demanda, pode entrar e sair do mercado quando quiser, não há barreiras. Isso significa que não existem taxas a serem pagas para a saída de uma empresa ou para a adesão de um consumidor, nem barreiras burocráticas, como o fechamento de firma;
• preço de equilíbrio: nenhum agente determina isoladamente o preço do produto, tanto para mais quanto para menos. O mercado é regido pela lei do equilíbrio, pois nenhum agente isolado tem força suficiente para alterar o preço do produto;
• transparência: o mercado é transparente, não há informação privilegiada ou diferenciada entre eles. Todos os agente estão em igualdade de condições neste mercado.
Este mercado é hipotético, existe somente na teoria, visto que é tão perfeito que não seria possível de ocorrer no mundo real. Em decorrência dessas características que vimos agora que até o momento considerávamos que a economia internacional trabalhava com uma concorrência perfeita, visto que é mais fácil de entender as trocas internacionais quando não existe uma única empresa controlando a produção, ou mesmo, uma empresa praticando dumping para eliminar a concorrência.
Ao contrário do que o nome sugere, a estrutura de concorrência monopolística é considerada a intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, tendo características bem distintas tanto do monopólio quanto do oligopólio.
As características da concorrência monopolítica são:
• competitividade: é elevado o número de concorrentes neste mercado e todos têm capacidade de competição parecidas. As fatias de mercado de cada empresa são pequenas e sofrem ameaças dos concorrentes próximos;
• diferenciação: os produtos são diferentes uns dos outros, porém com características parecidas.
• existência de substitutos: por mais que os produtos sejam diferenciados uns dos outros, ainda é possível satisfazer a necessidade do consumidor com o mesmo nível de satisfação.
• preço: cada concorrente irá controlar o preço de acordo com o grau de diferenciação percebido pelo consumidor.
• poucas barreiras: neste tipo de mercado são poucas as barreiras à entrada e saída dos agentes econômicos. Sendo bem mais fácil do que no monopólio e oligopólio a entrada de novas empresas.
Já o oligopólio possui características mais flexíveis do que a concorrência perfeita ou o monopólio, mas possui uma característica principal, que é a de possuir poucos ou limitado número de concorrentes. O número de concorrentes que caracteriza o oligopólio é difícil de definir, pois o que o define não é somente a concorrência em relação às empresas, mas também nas taxas de participação do mercado. No entanto, os casos mais frequentes são os de mercados com poucas empresas.
Outras características do oligopólio são:
• rivalidade: característica forte no oligopólio, os concorrentes são fortes rivais entre si, podendo atingir campanhas publicitárias e práticas comerciais, como a venda de somente uma das marcas em um estabelecimento;
• barreiras: tipicamente, o ingresso de novos concorrentes neste tipo de estrutura é difícil, isto porque os concorrentes já instalados no mercado têm alta fatia de mercado, tendo pouca margem de conquista de novos clientes;
• preço e poder de mercado: o controle de preços é geralmente grande nos oligopólios, pois há espaço para conluios, acordos e controles do mercado que contrariam o livre mercado;
• visibilidade: normalmente os oligopólios se caracterizam por estratégias empresariais visíveis, principalmente em decorrência da rivalidade entre os concorrentes.
Por fim, temos o monopólio. Este é considerado o caso extremo e oposto ao da concorrência perfeita, porém é encontrado de maneira mais recorrente em seu dia a dia. A característica principal desta estrutura é a ausência de concorrentes, ou seja, existe somente uma empresa produtora deste produto ou serviço (unicidade). Outras características do monopólio são:
• ausência de substitutos: não existem produtos substitutos próximos, a necessidade que ele atende não possui outro produto similar ou parecido que atenda com o mesmo nível de satisfação para o comprador;
• barreira: existem diversas barreiras para a entrada neste mercado. Essas barreiras podem ser financeiras, burocráticas, tecnológicas, legais, entre outras;
• poder de monopólio: a empresa monopolista detém o controle total sobre os preços e as quantidades do produto que irá dispor no mercado. A intenção é manter a condição de monopólio;
• falta de transparência: o acesso às informações neste tipo de mercado é difícil e raramente ocorre transparência na empresa monopolista com relação aos seus dados, seus processos, meios produtivos etc.
Para que ocorra o monopólio, é necessário que tenhamos barreiras à entrada que podem ser advindas das situações listadas a seguir:
• monopólio natural: ocorre quando o mercado exige alto capital inicial para ser instalado. A empresa que já está neste mercado tem grandes plantas industriais, com custos baixos que lhes permite praticar preço abaixo das demais empresas que pretendam explorar este mercado. Essas características desestimulam a entrada de novos concorrentes;
• patentes: a empresa possui a patente para a produção daquele produto e enquanto esta não expirar, as demais empresas não poderão ter acesso àquela tecnologia;
• controle de matérias-primas básicas: a empresa monopolista tem o controle sobre o acesso, compra ou extração de uma matéria-prima essencial para a produção do produto, portanto, as empresas concorrentes não irão conseguir produzir o produto se a empresa detentora não ceder o controle que possui. Exemplo: controle na extração de petróleo;
• monopólio estatal ou institucional: ocorre em setores estratégicos para o governo, como segurança, energia, comunicação, petróleo. É o tipo mais comum de monopólio encontrado.
Na teoria de produção, os rendimentos são importantes para aumentar a quantidade produzida e reduzir os custos de produção. Os rendimentos podem ser decrescentes ou crescentes (de escala).
A lei dos rendimentos decrescentes nos diz que a produção de um bem quando realizada com dois ou mais insumos, ao ter somente um deles aumentado, ocasionará um aumento de produção, porém com taxas decrescentes.
Além disso, também temos que conhecer os rendimentos de escala, mais conhecido como economias de escala. Ocorre economia de escala quando a variação na quantidade do produto total é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de produção.
Assim, é importante conhecermos estes conceitos, pois, quanto maior a economia de escala, maior será o benefício para as empresas grandes sobre as pequenas. Assim, as economias de escala tendem a levar os mercados ao monopólio ou oligopólio.

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Q

2 A economia de escala no comércio internacional

A

Ao analisarmos os efeitos da economia de escala sobre o comércio internacional, precisamos compreender que existem dois tipos de economia de escala que as empresas podem ter para aumentarem sua produção e obterem redução de custos. As economias de escala externas ocorrem quando o custo de fabricação depende do tamanho do setor e não do tamanho da empresa Ao analisarmos os efeitos da economia de escala sobre o comércio internacional, precisamos compreender que existem dois tipos de economia de escala que as empresas podem ter para aumentarem sua produção e obterem redução de custos. As economias de escala externas ocorrem quando o custo de fabricação depende do tamanho do setor e não do tamanho da empresa.
Além da economia de escala externa, também podem ocorrer economias de escala interna. Neste caso, o custo de produção irá depender do tamanho da empresa, sem relação com o setor. Além da economia de escala externa, também podem ocorrer economias de escala interna. Neste caso, o custo de produção irá depender do tamanho da empresa, sem relação com o setor.
A partir destes exemplos, podemos notar que o tipo de economia de escala irá impactar diretamente nas estruturas de mercado. Logo, quando o setor se altera somente pelas economias de escala externas, veremos muitas empresas pequenas e uma concorrência próxima da perfeita. Nestes casos, em que a economia de escala ocorre no nível setorial, há uma tendência para que mesmo com o comércio internacional, as empresas permaneçam pequenas.
Os conglomerados podem ser mais eficientes do que uma empresa isoladamente, isto porque eles podem sustentar a existência de fornecedores especializados, assim como um mercado comum de trabalho, ou seja, com mão de obra mais qualificada e especializada para este setor.
Além disso, os conglomerados também fomentam o transbordamento de conhecimento, ou seja, por estarem próximas, o conhecimento de uma empresa é repassado para as demais, deixando todas mais eficientes. Assim, os conglomerados facilitam a economia de escala e tornam as empresas mais competitivas para o comércio internacional, fornecendo um diferencial competitivo para estas empresas.
Já nos casos em que ocorrem economias de escala interna, há o favorecimento às empresas grandes, visto que estas têm uma vantagem de custos sobre as empresas menores. Devido a isso, esse tipo de economia de escala favorece o surgimento de estruturas de mercado de concorrência imperfeita, ou seja, favorece o monopólio, oligopólio e a concorrência monopolística.

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Q

3 A concorrência imperfeita no comércio internacional

A

Já vimos que o comércio internacional aumenta o tamanho do mercado, assim, nos setores em que há economias de escala, diminui as limitações de mercado a respeito da variedade de bens que os países podem produzir, assim como a escala da produção pode tornar-se maior. Ao realizarem o comércio entre si, os países, formam um mercado nacional podendo afrouxar esses limites.
Assim, com a criação deste mercado integrado, cada país poderá se especializar em uma quantidade menor de produtos. Isso só é possível porque os países podem adquirir os bens que não produzem a partir do mercado internacional. Logo, o comércio internacional oferece a possibilidade de ganhos para todos os países envolvidos, mesmo quando ele não possuem diferenças significativas de recursos ou de tecnologias.
A concorrência imperfeita nos possibilita verificar como o comércio melhora com relação à escala e variedade. Inicialmente, podemos notar que isso ocorre pelo aumento do tamanho do mercado, visto que um mercado menor nos possibilita um preço médio menor. Isso ocorre porque a integração entre os mercados faz com que se tenha mais empresas, assim como mais vendas por empresa.
Pensando a partir de um modelo de comércio internacional em que há predominância do modelo de concorrência imperfeita, podemos dividir o comércio em duas partes. O comércio internacional poderá ocorrer no comércio intraindústria e interindústria. O comércio intraindústria é aquele em que há troca entre os países de produtos do mesmo setor Pensando a partir de um modelo de comércio internacional em que há predominância do modelo de concorrência imperfeita, podemos dividir o comércio em duas partes. O comércio internacional poderá ocorrer no comércio intraindústria e interindústria. O comércio intraindústria é aquele em que há troca entre os países de produtos do mesmo setor.
Já o comércio interindústria ocorre quando há uma troca de produtos entre setores diferentes de indústrias.
Assim, é possível analisarmos que o comércio interindústria nos mostra a vantagem comparativa dos países. Assim, neste tipo de comércio, a vantagem comparativa ainda tem papel fundamental nas trocas internacionais.
Já no comércio intraindústria não há a predominância da vantagem comparativa como determinante das trocas internacionais. Os países com iguais dotações de fatores ainda produzem bens diferentes, isto porque a demanda dos consumidores por produtos do exterior não altera. Assim, podemos notar que neste caso são as economias de escala que evitam que um país só produza todos os produtos do setor. Sendo assim, as economias de escala estimulam o comércio internacional.
A importância do comércio intraindústria e interindústria depende do grau de semelhança entre os países. No caso em que o país local e o estrangeiro sejam semelhantes em relação à dotação de fatores, haverá pouco comércio interindústria e o comércio intraindústria será dominante, visto que é baseado nas economias de escala. Já quando as dotações de fatores são diferentes, haverá a especialização de um dos países em alimentos e todo o comércio será baseado em vantagem comparativa, não havendo o comércio intraindústria.

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