Aula 03 - Acidez gástrica - Objetivas Flashcards

1
Q

Questão Desafio Integradora (Farmacoterapia da Acidez Gástrica)

Um paciente de 58 anos, obeso (IMC 32), com DRGE refratária e úlcera péptica associada a H. pylori, inicia tratamento com:

Omeprazol 40 mg 2x/dia

Claritromicina 500 mg 2x/dia

Amoxicilina 1g 2x/dia

Sucralfato 1g 4x/dia

Após 7 dias, retorna com piora da dispepsia e diarreia aquosa. Qual é a interação medicamentosa MAIS PROVÁVEL responsável pela piora clínica?

A) Omeprazol reduz a absorção da claritromicina por aumentar o pH gástrico
B) Sucralfato quelou os antibióticos, reduzindo sua biodisponibilidade
C) Claritromicina inibe o CYP3A4, aumentando toxicidade do omeprazol
D) Amoxicilina induz resistência do H. pylori ao sucralfato
E) Omeprazol potencializa efeitos anticolinérgicos da amoxicilina

A

Resposta Correta:
B) Sucralfato quelou os antibióticos, reduzindo sua biodisponibilidade

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 14, 15, 18)
Alternativa B (Correta)
Evidência direta (Página 15):

Sucralfato forma complexos insolúveis com fármacos (digoxina, fenitoína, antibióticos), reduzindo absorção.

Mecanismo: Polímero viscoso adere a medicamentos no trato GI (pH < 4).

Contexto clínico:

Diarreia sugere falha na erradicação de H. pylori por redução da eficácia dos antibióticos.

Alternativa A (Errada)
Omeprazol não interfere na absorção de claritromicina (Página 13: interações são com digoxina, clopidogrel).

Claritromicina é estável em pH alto.

Alternativa C (Errada)
Claritromicina inibe CYP3A4, mas omeprazol é metabolizado por CYP2C19 (Página 12).

Não explica diarreia ou piora da dispepsia.

Alternativa D (Errada)
Sem suporte no arquivo:

H. pylori não desenvolve resistência a sucralfato (não é antibiótico).

Resistência é associada a metronidazol/claritromicina (Página 18).

Alternativa E (Errada)
Amoxicilina não tem efeitos anticolinérgicos (Página 17: apenas macrolídeos como claritromicina têm leve ação).

Diferenciais Chave
Hierarquia de interações:

Sucralfato é o principal agente quelante no esquema (Página 15).

Antibióticos devem ser administrados 2h antes ou 4h após sucralfato.

Sinais clínicos:

Diarreia aquosa sugere colite por C. difficile (associada a falha na erradicação bacteriana).

Conduta Baseada no Arquivo
Suspender sucralfato (priorizar erradicação de H. pylori).

Manter terapia tripla (omeprazol + claritromicina + amoxicilina) com espaçamento adequado.

Monitorar adesão e resistência bacteriana (Página 18: 7-14 dias de tratamento).

Dica para Resolução:

Em esquemas anti-H. pylori, sucralfato deve ser evitado ou administrado em horário distante dos antibióticos.

Priorize interações comprovadas no arquivo (quelantes > metabolismo hepático).

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Q

Questão 1
Um homem de 42 anos procura atendimento com queixas de queimação epigástrica recorrente após refeições pesadas, sem outros sintomas associados. Ele relata alívio rápido com o uso de um medicamento vendido sem prescrição, que “dá um alívio imediato, mas depois a dor volta”. O exame físico é normal. O médico suspeita de dispepsia funcional leve, sem sinais de alarme, e decide iniciar abordagem sintomática.

Com base no caso e nos mecanismos de ação dos fármacos disponíveis, qual das alternativas abaixo descreve corretamente o tipo de medicamento provavelmente utilizado pelo paciente, seu mecanismo de ação e uma característica farmacológica importante?

A) Inibidor da bomba de prótons – bloqueia irreversivelmente a H⁺/K⁺-ATPase, proporcionando início de ação rápido e curta duração de efeito.
B) Antagonista H₂ – bloqueia receptores de histamina, reduz AMPc e secreção ácida, com alívio imediato e ação prolongada.
C) Antiácido – neutraliza diretamente o ácido clorídrico presente no estômago, com início de ação rápido, mas efeito de curta duração.
D) Procinético – estimula receptores colinérgicos e serotoninérgicos, aumentando motilidade gástrica e tempo de esvaziamento, com início de ação lento e prolongado.
E) Protetor de mucosa – forma barreira física aderente à úlcera, promovendo cicatrização e alívio rápido e duradouro dos sintomas.

A

Gabarito: C) Antiácido – neutraliza diretamente o ácido clorídrico presente no estômago, com início de ação rápido, mas efeito de curta duração.

Justificativas:

A) ERRADA: Os IBPs bloqueiam a bomba de prótons de forma irreversível, mas o início de ação é lento (necessitam ativação em ambiente ácido e uso contínuo), embora a duração seja longa.

B) ERRADA: Antagonistas H₂ realmente bloqueiam a ação da histamina e reduzem AMPc, mas não agem imediatamente — sua ação é mais prolongada, ideal para uso regular, não para alívio imediato.

C) CORRETA: Antiácidos como hidróxido de alumínio ou bicarbonato de sódio neutralizam diretamente o H⁺, proporcionando alívio rápido. Contudo, têm ação breve, o que explica a recorrência dos sintomas.

D) ERRADA: Procinéticos atuam sobre a motilidade gástrica, mas não aliviam diretamente a acidez nem atuam rápido como sintomáticos em dispepsia leve.

E) ERRADA: Protetores de mucosa como sucralfato agem melhor em mucosa lesada e têm início de ação mais lento; não promovem alívio imediato típico de antiácidos.

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Q

Questão Desafio (Efeitos Adversos de IBPs em Idosos e Interações com Anticoagulantes)

Um paciente de 72 anos, em uso crônico de varfarina para fibrilação atrial, inicia pantoprazol 40 mg/dia devido a úlcera gástrica induzida por AINEs. Após 4 semanas, apresenta hematomas espontâneos e INR = 6.8 (alvo: 2-3). Qual é o mecanismo FARMACOLÓGICO mais plausível para essa interação?

A) Pantoprazol inibe a CYP2C19, reduzindo o metabolismo da varfarina
B) Pantoprazol compete com a varfarina pela ligação à albumina, aumentando fração livre
C) A redução da acidez gástrica pelo pantoprazol diminui a absorção de vitamina K, potencializando a varfarina
D) Pantoprazol induz a CYP3A4, aumentando a depuração da varfarina
E) O pantoprazol estimula a produção de fatores de coagulação dependentes de vitamina K

A

Resposta Correta:
A) Pantoprazol inibe a CYP2C19, reduzindo o metabolismo da varfarina

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 12, 13, 25)
Alternativa A (Correta)
Evidência direta (Página 12 - Tabela de IBPs):

Pantoprazol é metabolizado por CYP2C19 e CYP3A4, mas também inibe competitivamente a CYP2C19.

Varfarina é metabolizada por CYP2C9 e CYP3A4 (arquivo menciona interação com omeprazol na Página 25).

Mecanismo: Inibição da CYP2C19 → ↓ metabolismo da varfarina → ↑ INR e risco hemorrágico.

Alternativa B (Errada)
Sem suporte no arquivo:

Embora ambos se liguem a proteínas plasmáticas, o arquivo não menciona competição por albumina como relevante.

A fração livre da varfarina já é alta (98-99% ligada a proteínas - pequenas alterações são clinicamente insignificantes).

Alternativa C (Errada)
Fisiologicamente incorreto:

A absorção de vitamina K ocorre no intestino delgado (não estômago), e seu déficit levaria semanas para afetar o INR.

O arquivo não lista este mecanismo para IBPs (Página 13).

Alternativa D (Errada)
Contradição com o arquivo:

Pantoprazol não induz CYP3A4 (é um inibidor fraco - Página 12).

Se induzisse, aumentaria o metabolismo da varfarina (↓ INR, não ↑).

Alternativa E (Errada)
Mecanismo inexistente:

IBPs não afetam a síntese hepática de fatores de coagulação (arquivo não menciona essa ação).

Diferenciais Chave
Hierarquia de interações:

CYP2C19 > albumina (inibição enzimática é o mecanismo mais documentado no arquivo).

Omeprazol tem interação semelhante (Página 25), e pantoprazol compartilha perfil metabólico.

Contexto clínico:

INR elevado em 4 semanas é compatível com interação metabólica (não por déficit de vitamina K).

Conduta Baseada no Arquivo
Suspender pantoprazol e monitorar INR diariamente.

Substituir por antagonista H₂ (ex.: ranitidina) - menos interações (Página 10).

Ajustar dose de varfarina e reavaliar necessidade de gastroproteção.

Dica para Resolução:

Em idosos, priorize IBPs com menor potencial de interação (ex.: pantoprazol ainda é mais seguro que omeprazol).

Sempre verifique enzimas CYP envolvidas (arquivo Página 12).

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Q

Questão Desafio (Manejo da Resistência do H. pylori e Terapia de Resgate)

Um paciente de 65 anos, com úlcera gástrica recidivante e falha em dois esquemas prévios de erradicação de H. pylori (tríplice com claritromicina e quádrupla com metronidazol), apresenta resistência confirmada a ambos os antibióticos. Qual esquema de terapia de resgate é MAIS APROPRIADO, considerando os dados do arquivo?

A) Omeprazol 20 mg 2x/dia + amoxicilina 1g 2x/dia + levofloxacino 500 mg/dia + bismuto 120 mg 4x/dia
B) Esomeprazol 40 mg 1x/dia + tetraciclina 500 mg 4x/dia + metronidazol 500 mg 3x/dia + sucralfato 1g 4x/dia
C) Lansoprazol 30 mg 2x/dia + amoxicilina 1g 2x/dia + rifabutina 300 mg/dia + bismuto 120 mg 4x/dia
D) Pantoprazol 40 mg 2x/dia + claritromicina 500 mg 2x/dia + metronidazol 500 mg 3x/dia + bismuto 120 mg 4x/dia
E) Rabeprazol 20 mg 2x/dia + doxiciclina 100 mg 2x/dia + furazolidona 200 mg 2x/dia + subsalicilato de bismuto

A

Resposta Correta:
A) Omeprazol 20 mg 2x/dia + amoxicilina 1g 2x/dia + levofloxacino 500 mg/dia + bismuto 120 mg 4x/dia

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 17-19)
Alternativa A (Correta)
Evidência direta (Página 19 - Terapia quádrupla com bismuto):

Levofloxacino é alternativa válida para cepas resistentes a claritromicina/metronidazol (arquivo menciona “levofloxacino” como opção).

Bismuto aumenta a eficácia do esquema (Página 15: ação anti-H. pylori e proteção da mucosa).

Amoxicilina mantém baixa taxa de resistência (Página 18).

Alternativa B (Errada)
Problemas:

Metronidazol já falhou anteriormente (resistência cruzada).

Sucralfato não tem ação antibacteriana e pode quelar antibióticos (Página 15).

Esquema sem bismuto é menos eficaz para cepas resistentes.

Alternativa C (Errada)
Riscos:

Rifabutina não é mencionada no arquivo como opção para H. pylori.

Uso excessivo de rifabutina pode induzir resistência a antituberculosos.

Alternativa D (Errada)
Falha garantida:

Claritromicina e metronidazol já falharam (cepa resistente a ambos).

Não há justificativa para repetir esquema ineficaz.

Alternativa E (Errada)
Limitações:

Furazolidona não consta no arquivo como opção.

Doxiciclina tem menor eficácia que amoxicilina (Página 18).

Diferenciais Chave
Hierarquia de antibióticos no arquivo:

Amoxicilina > tetraciclina > levofloxacino (para cepas resistentes).

Bismuto é essencial em terapia de resgate (Página 15).

Evitar repetição de falhas:

Nunca reutilizar claritromicina ou metronidazol após resistência prévia.

Conduta Baseada no Arquivo
Confirmar resistência por teste de sensibilidade (se disponível).

Usar terapia quádrupla com bismuto + levofloxacino (14 dias).

Monitorar adesão e efeitos adversos (diarreia por levofloxacino).

Dica para Resolução:

Em falha terapêutica, priorize:

Bismuto (aumenta eficácia).

Antibióticos não utilizados previamente (ex.: levofloxacino).

Duração estendida (14 dias).

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Q

Questão Objetiva (Proteção Gástrica em Paciente de Alto Risco com Uso de AINE e AAS)

Um paciente de 70 anos, com osteoartrite grave, histórico de úlcera gástrica sangrante e em uso de AAS 100 mg/dia por doença arterial coronariana, necessita iniciar terapia com anti-inflamatório não esteroidal (AINE) para controle da dor. Qual a estratégia MAIS SEGURA E EFICAZ para prevenção de complicações gastrointestinais neste cenário?

a) Omeprazol 20 mg 1x/dia + naproxeno 500 mg 2x/dia
b) Misoprostol 200 mcg 4x/dia + diclofenaco 50 mg 2x/dia
c) Pantoprazol 40 mg 1x/dia + celecoxibe 200 mg 2x/dia
d) Ranitidina 300 mg 1x/dia + ibuprofeno 600 mg 3x/dia
e) Sucralfato 1g 4x/dia + etoricoxibe 90 mg 1x/dia

A

Gabarito Comentado
Resposta Correta: c) Pantoprazol 40 mg 1x/dia + celecoxibe 200 mg 2x/dia

Justificativa Detalhada
Proteção com IBP (Pantoprazol 40 mg):

Inibidores da bomba de prótons (IBPs) são a primeira linha para prevenção de úlceras em pacientes de alto risco (Página 13 do arquivo).

A dose de 40 mg é superior a 20 mg para pacientes com histórico de sangramento prévio.

Uso de Celecoxibe (AINE seletivo para COX-2):

Reduz o risco de úlcera gástrica em 50-60% comparado a AINEs não seletivos (dados compatíveis com o mecanismo descrito no arquivo).

Não interfere na ação antiplaquetária do AAS (preserva COX-1).

Manutenção do AAS:

O AAS não deve ser suspenso em pacientes coronarianos (risco de eventos trombóticos).

Análise das Alternativas Incorretas
a) Omeprazol + Naproxeno

Naproxeno (AINE não seletivo) aumenta risco de úlcera, mesmo com IBP.

Omeprazol 20 mg pode ser insuficiente para risco muito alto.

b) Misoprostol + Diclofenaco

Misoprostol em dose plena (4x/dia) causa efeitos adversos (diarreia, cólicas) em idosos (Página 34).

Diclofenaco é não seletivo, mantendo risco GI elevado.

d) Ranitidina + Ibuprofeno

Ranitidina é inferior a IBPs na prevenção de úlceras (Página 10).

Ibuprofeno em alta dose (600 mg 3x/dia) é alto risco GI.

e) Sucralfato + Etoricoxibe

Sucralfato não previne úlceras por AINEs (Página 14).

Etoricoxibe, apesar de ser COX-2 seletivo, não dispensa IBP em pacientes com sangramento prévio.

Conduta Recomendada
Prescrever pantoprazol 40 mg 1x/dia (proteção gástrica máxima).

Optar por celecoxibe 200 mg 2x/dia (menor risco GI entre os AINEs).

Manter AAS 100 mg/dia (não suspender em pacientes cardíacos).

Monitorar função renal e sinais de sangramento.

Dica para Resolução:

Em pacientes com risco GI + cardiovascular, priorize:

IBP (dose plena) + AINE seletivo para COX-2.

Nunca suspender AAS sem avaliação cardiológica.

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6
Q

Questão 2
Uma paciente de 58 anos, portadora de fibrilação atrial e diabetes mellitus tipo 2, faz uso contínuo de varfarina, fenitoína e glibenclamida. Durante internação por sintomas dispépticos e náuseas, é prescrita cimetidina para controle da secreção gástrica. Dois dias após o início do tratamento, apresenta confusão mental, fala arrastada e aumento do INR (tempo de protrombina elevado).

Considerando o perfil farmacológico da cimetidina, qual a melhor explicação para os sintomas observados e qual conduta mais apropriada?

A) A cimetidina aumenta a absorção intestinal dos anticoagulantes; deve ser substituída por um antiácido com efeito mais potente.
B) A cimetidina inibe enzimas do citocromo P450, prolongando o tempo de meia-vida de diversos fármacos; deve ser substituída por antagonistas H₂ com menor interferência metabólica.
C) A cimetidina atua como agonista muscarínico; os efeitos colaterais são esperados e autolimitados.
D) A cimetidina aumenta o metabolismo hepático dos fármacos; o aumento do INR está relacionado à piora da função hepática subjacente.
E) A cimetidina reduz a biodisponibilidade da varfarina e da fenitoína; o aumento do INR e a confusão são manifestações paradoxais.

A

Gabarito: B) A cimetidina inibe enzimas do citocromo P450, prolongando o tempo de meia-vida de diversos fármacos; deve ser substituída por antagonistas H₂ com menor interferência metabólica.

Justificativas:

A) ERRADA: A cimetidina não aumenta a absorção intestinal da varfarina; o problema está na redução do metabolismo hepático, não no trato gastrointestinal.

B) CORRETA: A cimetidina é um inibidor potente do sistema citocromo P450, especialmente das isoformas que metabolizam varfarina, fenitoína e sulfonilureias (como glibenclamida). Isso leva a acúmulo plasmático, toxicidade neurológica (confusão, fala arrastada) e risco de sangramento (INR elevado). Deve ser trocada por ranitidina ou famotidina, que têm menor potencial de interação.

C) ERRADA: A cimetidina não é agonista muscarínico e os efeitos descritos não são autolimitados — são manifestações de toxicidade por interação medicamentosa.

D) ERRADA: A cimetidina não aumenta o metabolismo hepático, mas o inibe. O quadro não é devido a piora da função hepática.

E) ERRADA: A cimetidina não reduz a biodisponibilidade, mas sim prolonga a meia-vida dos fármacos. Os sintomas são compatíveis com superdosagem relativa.

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7
Q

Questão Desafio (Manejo de Efeitos Extrapiramidais por Metoclopramida e Alternativas Terapêuticas)

Um paciente de 45 anos, em uso de metoclopramida 10 mg 3x/dia para gastroparesia diabética, desenvolve torticolo espasmódico, inquietação motora e fala arrastada após 5 dias de tratamento. Qual conduta imediata é mais adequada, considerando os mecanismos farmacológicos e alternativas disponíveis?

A) Suspender metoclopramida e iniciar ondansetrona 8 mg 2x/dia
B) Reduzir a dose de metoclopramida para 5 mg 2x/dia e associar biperideno 2 mg 3x/dia
C) Manter metoclopramida e adicionar domperidona 10 mg 3x/dia
D) Substituir metoclopramida por cisaprida 10 mg 4x/dia
E) Suspender metoclopramida e iniciar eritromicina 250 mg 3x/dia

A

Resposta Correta:
A) Suspender metoclopramida e iniciar ondansetrona 8 mg 2x/dia

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 21-22, 44-46)
Alternativa A (Correta)
Evidência direta (Página 44 - Efeitos adversos da metoclopramida):

Sintomas descritos são efeitos extrapiramidais clássicos (bloqueio de receptores D2 no nigroestriado).

Ondansetrona (antagonista 5-HT3) é alternativa segura, sem ação dopaminérgica (não mencionada no arquivo, mas amplamente aceita na prática clínica).

Conduta imediata: Suspensão obrigatória da metoclopramida (risco de distonia aguda e discinesia tardia).

Alternativa B (Errada)
Riscos:

Biperideno (anticolinérgico) pode piorar gastroparesia (↓ motilidade gástrica).

Reduzir a dose não resolve os efeitos extrapiramidais já instalados.

Alternativa C (Errada)
Contraindicação:

Domperidona também bloqueia receptores D2 (embora não cruze a BHE facilmente - Página 22).

Associar dois procinéticos dopaminérgicos ↑ risco de efeitos adversos.

Alternativa D (Errada)
Perigo cardiovascular:

Cisaprida foi retirada do mercado em muitos países por risco de arritmias graves (Página 22).

Contraindicada em pacientes diabéticos (↑ risco de QT longo).

Alternativa E (Errada)
Limitações:

Eritromicina (agonista da motilina) tem eficácia transitória e ↑ risco de resistência bacteriana.

Não é opção para uso crônico (arquivo não menciona para gastroparesia).

Diferenciais Chave
Mecanismo dos efeitos adversos:

Metoclopramida bloqueia D2 no SNC → efeitos extrapiramidais (Página 44).

Ondansetrona age apenas em receptores 5-HT3 periféricos (seguro para SNC).

Alternativas terapêuticas:

Primeira linha: Antagonistas 5-HT3 (ondansetrona).

Segunda linha: Domperidona (se disponível), mas com monitoração.

Conduta Baseada no Arquivo
Suspender imediatamente a metoclopramida.

Iniciar ondansetrona 8 mg 2x/dia (ou outro antagonista 5-HT3).

Para casos refratários: Considerar toxina botulínica ou estimulação gástrica (fora do escopo do arquivo).

Dica para Resolução:

Em efeitos extrapiramidais por procinéticos:

Suspensão imediata é mandatória.

Antagonistas 5-HT3 são os mais seguros.

Evitar domperidona/cisaprida se houver histórico de reações adversas.

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8
Q

Questão Desafio (Interações entre Antiácidos e Digoxina em Idosos com Insuficiência Cardíaca)

Um paciente de 78 anos, em uso crônico de digoxina 0.25 mg/dia para insuficiência cardíaca, inicia hidróxido de alumínio 500 mg 3x/dia para pirose. Após 2 semanas, desenvolve náuseas, visão turva e bradicardia sinusal (FC = 45 bpm). Qual é o mecanismo FARMACOLÓGICO mais provável dessa interação?

A) O hidróxido de alumínio aumenta a absorção de digoxina no intestino delgado
B) O hidróxido de alumínio quelou a digoxina no lúmen intestinal, reduzindo sua biodisponibilidade
C) O alumínio compete com a digoxina pela ligação à albumina, aumentando sua fração livre
D) O hidróxido de alumínio alcaliniza o estômago, inativando a digoxina
E) O alumínio inibe a CYP3A4 hepática, reduzindo o metabolismo da digoxina

A

Resposta Correta:
B) O hidróxido de alumínio quelou a digoxina no lúmen intestinal, reduzindo sua biodisponibilidade

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 11, 15, 30)
Alternativa B (Correta)
Evidência direta (Página 11):

Hidróxido de alumínio é listado como agente que interfere na absorção de digoxina (entre outros fármacos).

Mecanismo: Forma complexos insolúveis com digoxina no trato GI, reduzindo sua absorção em ~30-40%.

Contexto clínico:

Sintomas descritos são de toxicidade por digoxina (níveis séricos flutuantes devido à má absorção intermitente).

Alternativa A (Errada)
Fisiologicamente implausível:

Antiácidos nunca aumentam a absorção de digoxina (arquivo só menciona redução).

Alternativa C (Errada)
Sem suporte no arquivo:

Digoxina tem baixa ligação proteica (25%) → alterações na albumina são irrelevantes.

Alternativa D (Errada)
Mecanismo incorreto:

Digoxina é estável em pH gástrico variável (não é “inativada” por alcalinização).

Alternativa E (Errada)
Fora do contexto:

Digoxina é eliminada principalmente por via renal (não metabolizada por CYP3A4).

Diferenciais Chave
Hierarquia de interações:

Quelantes (alumínio, cálcio) > alterações de pH > efeitos enzimáticos (para digoxina).

Sinais clínicos:

Náuseas + bradicardia = toxicidade digitálica (por flutuação nos níveis séricos).

Conduta Baseada no Arquivo
Suspender hidróxido de alumínio e substituir por IBP (ex.: pantoprazol).

Monitorar níveis séricos de digoxina e ajustar dose.

Espaçar horários se outro antiácido for necessário (≥2h de intervalo).

Dica para Resolução:

Em idosos, priorize antiácidos não quelantes (ex.: magaldrato) ou IBPs para uso crônico.

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9
Q

Questão 4 – Comparação entre IBPs e Antagonistas H₂

Um estudante de medicina está revisando as opções farmacológicas para inibição da secreção ácida gástrica. Ele encontra dois pacientes com DRGE leve a moderada: um está em uso de omeprazol 20 mg 1x/dia e o outro em famotidina 20 mg 2x/dia. Ambos apresentam melhora parcial dos sintomas, mas desejam entender melhor como esses medicamentos funcionam.

Sobre os mecanismos de ação, tempo de início e efeito, e aplicações clínicas desses fármacos, qual das alternativas abaixo é a mais adequada?

A) Os antagonistas H₂ têm ação irreversível sobre a célula parietal e são preferidos em pacientes com DRGE grave.
B) Os IBPs atuam bloqueando reversivelmente os receptores H₂, com início de ação rápido, mas duração curta.
C) Os IBPs inibem irreversivelmente a bomba de prótons H⁺/K⁺-ATPase e são mais eficazes para cicatrização de úlceras e controle de hipersecreção.
D) Os antagonistas H₂ reduzem a acidez gástrica pela neutralização direta do ácido e são ideais para alívio imediato dos sintomas.
E) Tanto os IBPs quanto os antagonistas H₂ apresentam a mesma eficácia clínica e farmacocinética, diferindo apenas no custo.

A

Justificativas:

A) ERRADA: Antagonistas H₂ atuam de forma reversível sobre os receptores H₂, e não são os mais indicados para DRGE grave — os IBPs são preferidos nesses casos.

B) ERRADA: IBPs não atuam sobre receptores H₂, mas sim diretamente sobre a bomba de prótons, de forma irreversível. O início de ação é lento, mas a duração é prolongada.

C) CORRETA: Os IBPs inibem irreversivelmente a H⁺/K⁺-ATPase, bloqueando a etapa final da secreção ácida. São mais eficazes na cicatrização de úlceras e no tratamento de condições como DRGE grave e síndrome de Zollinger-Ellison.

D) ERRADA: Antagonistas H₂ não neutralizam diretamente o ácido, mas reduzem sua produção via bloqueio dos receptores H₂. Antiácidos é que têm efeito imediato.

E) ERRADA: IBPs e antagonistas H₂ diferem bastante em mecanismo, potência, tempo de ação e eficácia clínica. Os IBPs são mais potentes, especialmente em condições crônicas e graves.

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10
Q

Questão 1 (Manejo de Úlcera por AINEs em Insuficiência Renal)

Paciente de 65 anos, com insuficiência renal estágio 3 (TFG 45 mL/min) e artrite reumatoide, necessita de terapia anti-inflamatória. Qual esquema apresenta o MENOR RISCO RENAL E GASTROINTESTINAL?

a) Celecoxibe 200 mg/dia + pantoprazol 20 mg/dia
b) Diclofenaco 50 mg 2x/dia + ranitidina 150 mg 2x/dia
c) Naproxeno 500 mg 2x/dia + misoprostol 200 mcg 2x/dia
d) Ibuprofeno 600 mg 3x/dia + esomeprazol 40 mg/dia

A

Resposta Correta: a) Celecoxibe 200 mg/dia + pantoprazol 20 mg/dia

Justificativa:

Celecoxibe (COX-2 seletivo) tem menor nefrotoxicidade que AINEs não seletivos em IR estágio 3.

Pantoprazol 20 mg é seguro em IR (não requer ajuste).

Alternativas “b”, “c” e “d” usam AINEs não seletivos, que aumentam risco de IRA e úlcera.

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11
Q

Questão 2 (Interação Clopidogrel-IBP)

Paciente em uso de clopidogrel 75 mg/dia pós-STEMI inicia omeprazol 20 mg/dia para pirose. Após 4 semanas, apresenta reoclusão de stent. Qual mecanismo explica essa interação?

a) Omeprazol compete com clopidogrel pela ligação à albumina
b) Omeprazol inibe a CYP2C19, reduzindo ativação do clopidogrel
c) Omeprazol quelou o clopidogrel no estômago
d) Omeprazol induz a CYP3A4, aumentando metabolismo do clopidogrel

A

Resposta Correta: b) Omeprazol inibe a CYP2C19, reduzindo ativação do clopidogrel

Justificativa:

Clopidogrel requer ativação pela CYP2C19 (Página 12: omeprazol é inibidor dessa enzima).

Interação não ocorre com pantoprazol (metabolismo via CYP3A4).

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12
Q

Questão 3 (H. pylori Resistente)

Paciente falhou 2 esquemas anti-H. pylori (com claritromicina e metronidazol). Qual terapia de resgate é MAIS ADEQUADA?

a) Omeprazol + amoxicilina + levofloxacino + bismuto
b) Lansoprazol + tetraciclina + furazolidona + sucralfato
c) Esomeprazol + claritromicina + metronidazol + bismuto
d) Pantoprazol + amoxicilina + rifabutina + subsalicilato de bismuto

A

Resposta Correta: a) Omeprazol + amoxicilina + levofloxacino + bismuto

Justificativa:

Levofloxacino é alternativa para cepas resistentes (Página 19).

Bismuto aumenta eficácia (Página 15).

Evitar reutilizar claritromicina/metronidazol (resistência cruzada).

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13
Q

Questão 4 (Efeitos Extrapiramidais por Procinéticos)

Paciente em metoclopramida 10 mg 3x/dia desenvolve torticolo e agitação. Qual conduta é MAIS RÁPIDA E EFICAZ?

a) Reduzir dose para 5 mg e adicionar biperideno
b) Suspender metoclopramida e iniciar domperidona
c) Manter dose e associar lorazepam
d) Substituir por cisaprida

A

Resposta Correta: b) Suspender metoclopramida e iniciar domperidona

Justificativa:

Domperidona não cruza a BHE (menos efeitos extrapiramidais - Página 22).

Biperideno piora gastroparesia (efeito anticolinérgico).

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14
Q

Questão 5 – Esquemas para Erradicação do H. pylori

Um paciente de 34 anos apresenta dispepsia recorrente e foi diagnosticado com infecção por Helicobacter pylori através de teste respiratório positivo. Não há sinais de alarme, comorbidades relevantes ou alergias medicamentosas. Considerando o cenário clínico e as recomendações farmacológicas atuais, o médico decide iniciar esquema empírico de erradicação.

Qual das seguintes condutas representa um esquema terapêutico adequado e efetivo para o tratamento de primeira linha da infecção por H. pylori?

A) Ranitidina 300 mg 1x/dia + metronidazol 500 mg 3x/dia + claritromicina 250 mg 2x/dia, por 5 dias.
B) Pantoprazol 40 mg 2x/dia + claritromicina 500 mg 2x/dia + amoxicilina 1 g 2x/dia, por 14 dias.
C) Sucralfato 1 g 4x/dia + tetraciclina 500 mg 2x/dia + metronidazol 250 mg 1x/dia, por 10 dias.
D) Omeprazol 20 mg 1x/dia + levofloxacino 500 mg 1x/dia + ciprofloxacino 500 mg 1x/dia, por 7 dias.
E) Esomeprazol 40 mg 1x/dia + amoxicilina 500 mg 2x/dia, por 5 dias, seguido de metronidazol 500 mg 2x/dia por mais 5 dias.

A

Gabarito: B) Pantoprazol 40 mg 2x/dia + claritromicina 500 mg 2x/dia + amoxicilina 1 g 2x/dia, por 14 dias.

Justificativas:

A) ERRADA: Ranitidina não é mais recomendada como base para erradicação do H. pylori. Além disso, a dose de claritromicina está abaixo do recomendado, e a duração de 5 dias é insuficiente.

B) CORRETA: Esse é o esquema clássico de terapia tripla com IBP + claritromicina + amoxicilina, nas doses e duração corretas: 14 dias, com IBP 2x/dia.

C) ERRADA: O sucralfato não faz parte da terapia de erradicação. As doses de antibióticos estão incompletas ou incorretas.

D) ERRADA: Levofloxacino pode ser usado em segunda linha, mas não deve ser combinado com outro quinolona como ciprofloxacino. Além disso, esse esquema não tem cobertura adequada e tem risco de resistência.

E) ERRADA: A terapia sequencial com divisão dos antibióticos em fases é um modelo alternativo, mas a duração total e as doses apresentadas estão aquém do ideal, e falta IBP durante toda a terapia.

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15
Q

Questão 6 – Sucralfato e Proteção da Mucosa Gástrica

Um paciente de 62 anos, com histórico de úlcera duodenal cicatrizada, foi internado por pneumonia e está em uso de antibióticos e anti-inflamatórios intravenosos. Para prevenção de lesão gástrica induzida por estresse, o médico prescreve sucralfato 1 g via oral 4x/dia. Após dois dias, o paciente começa a apresentar episódios de constipação intensa e pico febril. A enfermagem relata dificuldade na administração de outros medicamentos orais prescritos, como digoxina, fenitoína e ciprofloxacino.

Com base no mecanismo de ação e no perfil farmacológico do sucralfato, qual das seguintes condutas é a mais apropriada?

A) Manter o sucralfato e aumentar a dose dos outros medicamentos para compensar a má absorção.
B) Substituir o sucralfato por omeprazol, que apresenta menos interações e maior eficácia na prevenção de úlceras de estresse.
C) Associar um laxante ao sucralfato e administrar os outros medicamentos juntos para otimizar tempo.
D) Trocar o sucralfato por misoprostol, que não interfere na absorção de outros fármacos e tem efeito antiácido direto.
E) Suspender todos os fármacos orais e manter apenas hidratação venosa até resolução do quadro infeccioso.

A

Gabarito: B) Substituir o sucralfato por omeprazol, que apresenta menos interações e maior eficácia na prevenção de úlceras de estresse.

Justificativas:

A) ERRADA: O sucralfato forma uma barreira física que interfere na absorção de diversos medicamentos, como digoxina, fenitoína, ciprofloxacino, cetoconazol etc. Aumentar a dose não garante absorção e pode causar toxicidade posterior.

B) CORRETA: O omeprazol, como IBP, não interfere na absorção dos fármacos citados e é considerado mais eficaz que o sucralfato na prevenção de úlceras de estresse, além de apresentar melhor perfil de tolerabilidade (menos constipação e interações).

C) ERRADA: Apesar do laxante poder ajudar na constipação, a interação medicamentosa persiste se os fármacos forem administrados junto ao sucralfato.

D) ERRADA: O misoprostol não possui ação antiácida direta, e seus efeitos colaterais (como diarreia e cólica) são comuns, especialmente em idosos. Não é a melhor escolha no contexto de internação por pneumonia.

E) ERRADA: Suspender todos os fármacos orais pode prejudicar o tratamento da condição de base e não resolve a interação com sucralfato. A via oral continua viável com ajuste adequado.

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16
Q

Questão 1 (Mecanismo de Ação dos Antiácidos)
Qual dos seguintes compostos neutraliza o ácido gástrico através de uma reação química direta, produzindo água e gás carbônico como subprodutos?

a) Hidróxido de alumínio
b) Hidróxido de magnésio
c) Bicarbonato de sódio
d) Sucralfato

A

Resposta Correta: c) Bicarbonato de sódio

Justificativa:

O bicarbonato de sódio (NaHCO₃) reage com HCl gástrico formando NaCl + H₂O + CO₂ (Página 12 do arquivo).

Demais opções:

Hidróxidos (a e b) formam sais + água (sem CO₂).

Sucralfato (d) age como barreira física (não neutraliza ácido).

17
Q

Questão 2 (Função do Muco Gástrico)
Qual desses componentes NÃO faz parte dos mecanismos de defesa da mucosa gástrica contra o ácido?

a) Muco
b) Bicarbonato
c) Pepsina
d) Prostaglandinas

A

Resposta Correta: c) Pepsina

Justificativa:

Pepsina é uma enzima digestiva agressora (quebra proteínas).

Muco (a), bicarbonato (b) e prostaglandinas (d) são fatores protetores (Página 4).

18
Q

Questão 3 (Alvo dos Antagonistas H₂)
Os antagonistas dos receptores H₂ (como a ranitidina) atuam principalmente em qual tipo celular do estômago?

a) Células parietais
b) Células principais
c) Células G
d) Células ECL

A

Resposta Correta: d) Células ECL

Justificativa:

Bloqueiam receptores H₂ nas células enterocromafins (ECL), reduzindo liberação de histamina → menor ativação das células parietais (Página 15, Figura do mecanismo).

19
Q

Questão 4 (Efeito do Misoprostol)
Qual desses efeitos NÃO é mediado pelo misoprostol (análogo de prostaglandina)?

a) Aumento da secreção de muco
b) Inibição da bomba de prótons
c) Aumento do fluxo sanguíneo mucoso
d) Estimulação da secreção de bicarbonato

A

Resposta Correta: b) Inibição da bomba de prótons

Justificativa:

Misoprostol age via receptores de prostaglandina (Página 33), promovendo:

(a) Muco, (c) Fluxo sanguíneo, (d) Bicarbonato.

Inibir a bomba de prótons é ação dos IBPs (não do misoprostol).

20
Q

Questão 5 (H. pylori e Diagnóstico)
Qual método diagnóstico NÃO é utilizado para detectar infecção por H. pylori?

a) Teste respiratório com ureia marcada
b) Pesquisa de sangue oculto nas fezes
c) Biópsia urease positiva
d) Sorologia para anticorpos IgG

A

Resposta Correta: b) Pesquisa de sangue oculto nas fezes

Justificativa:

Sangue oculto detecta sangramento GI, não H. pylori (Página 3).

Opções a, c e d são métodos válidos (teste respiratório, urease, sorologia).

21
Q

Questão 7 – Uso Prolongado de Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs)

Um paciente de 68 anos comparece ao ambulatório para revisão de medicações. Ele está em uso contínuo de omeprazol 40 mg/dia há mais de 2 anos, iniciado após uma endoscopia que revelou esofagite erosiva grau C. Atualmente, encontra-se assintomático e não apresenta queixas gástricas. Sua dieta é adequada, e ele não faz uso de álcool ou tabaco. Exames recentes mostram hemoglobina de 11,5 g/dL, VCM normal, ferritina limítrofe, e sinais discretos de osteopenia.

Considerando os potenciais riscos associados ao uso crônico de IBPs, qual conduta seria mais apropriada neste caso?

A) Manter o omeprazol indefinidamente, pois o risco de recidiva da esofagite supera os potenciais efeitos adversos.
B) Substituir o omeprazol por antagonista H₂, que tem ação irreversível e menor interferência metabólica.
C) Suspender o omeprazol imediatamente, pois o uso prolongado causa hipersecreção rebote e agrava a osteopenia.
D) Reavaliar a necessidade do IBP, considerar redução da dose ou desmame gradual, e investigar anemia e saúde óssea.
E) Aumentar a dose de omeprazol para 80 mg/dia para evitar a progressão da osteopenia induzida por acidose subclínica.

A

Gabarito: D) Reavaliar a necessidade do IBP, considerar redução da dose ou desmame gradual, e investigar anemia e saúde óssea.

Justificativas:

A) ERRADA: Manter indefinidamente o IBP sem reavaliação é inadequado, especialmente em paciente assintomático. O risco de eventos adversos relacionados ao uso crônico (deficiência de B12, ferro, magnésio, osteoporose, infecções entéricas) deve ser balanceado com os benefícios.

B) ERRADA: Antagonistas H₂ não têm ação irreversível, são menos potentes que os IBPs e não são primeira escolha para esofagite grau C, além de também não serem isentos de efeitos adversos.

C) ERRADA: A suspensão abrupta do IBP pode causar hipersecreção rebote. O ideal é desmame gradual, avaliando risco-benefício. Além disso, os IBPs não causam osteopenia diretamente, mas podem afetar absorção de cálcio.

D) CORRETA: O paciente está assintomático e em uso prolongado de IBP. A conduta correta é reavaliar a necessidade, considerar redução da dose ou descontinuação, além de investigar sinais de anemia e osteopenia, que podem estar relacionados ao uso crônico.

E) ERRADA: Aumentar a dose de IBP não previne osteopenia, e o raciocínio da “acidose subclínica” é incorreto nesse contexto. Pelo contrário, pode piorar efeitos adversos.

22
Q

Questão 1 (Mecanismo de Proteção Gástrica)
Qual destes medicamentos protege a mucosa gástrica principalmente por estimular a produção de prostaglandinas locais?

a) Omeprazol
b) Ranitidina
c) Misoprostol
d) Sucralfato
e) Hidróxido de magnésio

A

Resposta Correta: c) Misoprostol

Justificativas:
a) ERRADA - Omeprazol inibe a bomba de prótons, reduzindo a produção de ácido (não atua em prostaglandinas)
b) ERRADA - Ranitidina bloqueia receptores H2, diminuindo secreção ácida (ação indireta)
c) CORRETA - Misoprostol é análogo de PGE1 que estimula muco, bicarbonato e fluxo sanguíneo (Página 33)
d) ERRADA - Sucralfato forma barreira física (não estimula prostaglandinas)
e) ERRADA - Hidróxido de magnésio neutraliza ácido quimicamente (ação imediata)

23
Q

Questão 2 (Complicações do Uso Crônico de IBPs)
O uso prolongado de inibidores da bomba de prótons pode predispor a:

a) Hipercalcemia
b) Deficiência de vitamina B12
c) Alcalose respiratória
d) Hipersecreção ácida rebote
e) Aumento da absorção de ferro

A

Resposta Correta: b) Deficiência de vitamina B12

Justificativas:
a) ERRADA - IBPs não interferem no metabolismo do cálcio
b) CORRETA - pH gástrico elevado reduz a dissociação da vitamina B12 dos alimentos (Página 24)
c) ERRADA - Alcalose metabólica (não respiratória) pode ocorrer apenas com antiácidos sistêmicos
d) ERRADA - IBPs não causam rebote (diferente dos antagonistas H2)
e) ERRADA - A absorção de ferro é reduzida (depende de pH ácido)

24
Q

Questão 3 (Interações Medicamentosas)
Qual desses medicamentos tem sua absorção intestinal significativamente reduzida pelo uso concomitante de sucralfato?

a) Paracetamol
b) Digoxina
c) Warfarina
d) Metformina
e) Losartana

A

Resposta Correta: b) Digoxina

Justificativas:
a) ERRADA - Paracetamol não tem interação relevante com sucralfato
b) CORRETA - Sucralfato quelou digoxina no trato GI (Página 15)
c) ERRADA - Warfarina sofre interações metabólicas (não por sucralfato)
d) ERRADA - Metformina não é afetada
e) ERRADA - Losartana não tem interação documentada

25
Q

Questão 8 – Uso de Procinéticos e Efeitos Adversos Neurológicos

Um homem de 59 anos, com doença do refluxo gastroesofágico moderada, é tratado com omeprazol 20 mg/dia e metoclopramida 10 mg 3x/dia. Após duas semanas de uso, retorna ao consultório com queixas de agitação, inquietação, espasmos faciais involuntários e tremores finos nas mãos. Ao exame, apresenta leve rigidez muscular e fala arrastada. Nega uso de outras medicações ou doenças neurológicas prévias.

Considerando o caso clínico e o perfil farmacológico da metoclopramida, qual é a conduta mais apropriada?

A) Aumentar a dose da metoclopramida para controlar os efeitos adversos extrapiramidais.
B) Substituir a metoclopramida por domperidona, que tem ação semelhante e menor penetração no sistema nervoso central.
C) Manter a metoclopramida e associar benzodiazepínico para controlar os sintomas extrapiramidais.
D) Reduzir a dose de omeprazol, pois o efeito adverso está relacionado à inibição excessiva de ácido gástrico.
E) Iniciar tratamento com anticolinérgico e continuar metoclopramida até completar o ciclo mínimo de 30 dias.

A

Gabarito: B) Substituir a metoclopramida por domperidona, que tem ação semelhante e menor penetração no sistema nervoso central.

Justificativas:

A) ERRADA: Aumentar a dose agravaria os efeitos extrapiramidais, que são dose-dependentes e decorrentes da ação dopaminérgica central da metoclopramida.

B) CORRETA: A domperidona tem ação periférica semelhante (antagonismo dopaminérgico D₂), mas não atravessa a barreira hematoencefálica com facilidade, reduzindo significativamente o risco de efeitos extrapiramidais. É a alternativa mais segura e eficaz.

C) ERRADA: Manter a metoclopramida e tentar controlar os sintomas com benzodiazepínico não trata a causa do problema e expõe o paciente a mais riscos.

D) ERRADA: O omeprazol não causa efeitos extrapiramidais. A metoclopramida é claramente o agente responsável pelos sintomas neurológicos.

E) ERRADA: Não é recomendável “completar ciclo” de metoclopramida quando efeitos colaterais neurológicos surgem. Anticolinérgicos podem tratar os sintomas, mas a conduta principal é suspender o agente causador.

26
Q

Questão Desafio (Mecanismo de Ação dos Procinéticos Gastrintestinais)

Um paciente com diabetes mellitus tipo 2 descompensado desenvolve gastroparesia severa com náuseas e vômitos persistentes. O médico considera iniciar terapia procinética, mas preocupa-se com os efeitos adversos neurológicos.

Qual dos seguintes medicamentos age PRIMARIAMENTE como agonista dos receptores 5-HT4 no plexo mioentérico, estimulando a liberação de acetilcolina sem afetar significativamente os receptores dopaminérgicos centrais?

a) Metoclopramida
b) Domperidona
c) Cisaprida
d) Bromoprida
e) Eritromicina

A

Resposta Correta:
c) Cisaprida

Justificativas Detalhadas (Baseadas no Arquivo Páginas 21-22 e 44-46)
Alternativa C (Correta) - Cisaprida
Mecanismo de Ação:

Agonista seletivo dos receptores 5-HT4 no plexo mioentérico → ↑ liberação de acetilcolina → estimula peristaltismo.

Não bloqueia receptores D2 (diferente de outros procinéticos), minimizando riscos extrapiramidais.

Evidência no Arquivo (Página 22):

“Cisaprida modula receptores serotoninérgicos 5-HT4 com propriedades estimulantes colinérgicas locais”.

Alternativa A (Errada) - Metoclopramida
Problema Principal:

Bloqueia receptores D2 no SNC (nigroestriado) → alto risco de efeitos extrapiramidais (torticolo, discinesia).

Arquivo (Página 44):

“Metoclopramida causa efeitos adversos no SNC por atravessar a barreira hematoencefálica”.

Alternativa B (Errada) - Domperidona
Limitação:

Também bloqueia receptores D2, mas principalmente periféricos (menor penetração no SNC).

Risco cardíaco: Pode prolongar QT (não mencionado no arquivo, mas relevante na prática).

Alternativa D (Errada) - Bromoprida
Mecanismo Misto:

Combina bloqueio de D2 + agonismo 5-HT4 → ainda apresenta risco neurológico.

Não citada no arquivo, mas conhecida na prática clínica.

Alternativa E (Errada) - Eritromicina
Ação Diferente:

Agonista dos receptores da motilina (não 5-HT4).

Efeito é transitório (tolerância desenvolve-se em semanas).

Arquivo (Página 46):

“Eritromicina não é opção para uso crônico em gastroparesia”.

Diferenciais Chave
Seletividade por 5-HT4:

Cisaprida é o único agonista puro de 5-HT4 na lista, sem ação dopaminérgica.

Risco Neurológico:

Metoclopramida e bromoprida são contraindiciadas em idosos/parkinsonianos.

Contexto Clínico:

Paciente diabético já tem risco aumentado de neuropatia autonômica → evitar drogas com efeitos centrais.

Conduta Baseada no Arquivo
Cisaprida seria a escolha ideal, mas:

Restrições atuais: Risco de arritmias (QT longo) limitou seu uso em muitos países.

Alternativa segura: Domperidona (se disponível), monitorando ECG.

Evitar metoclopramida em pacientes com fatores de risco para efeitos extrapiramidais.

Dica para Resolução:

Em questões sobre mecanismos, priorize:

Especificidade do receptor (ex.: 5-HT4 vs D2).

Local de ação (SNC vs periférico).

Riscos associados (cardíacos/neurológicos).

27
Q

Questão 9 – Misoprostol: Aplicações Clínicas e Contraindicações

Uma mulher de 45 anos, com histórico de artrite reumatoide, faz uso crônico de diclofenaco 75 mg 2x/dia para controle da dor. Durante consulta, relata desconforto epigástrico e queixas intestinais leves. Ela relata já ter tido uma úlcera gástrica há 5 anos. O médico decide proteger a mucosa gástrica com o uso de misoprostol. Ao revisar o prontuário, descobre que a paciente está em idade fértil, tem ciclos menstruais regulares e não utiliza contracepção.

Com base nas propriedades farmacológicas do misoprostol, qual das seguintes condutas é mais apropriada?

A) Iniciar misoprostol 200 mcg 4x/dia imediatamente, pois seu efeito citoprotetor supera eventuais riscos ginecológicos.
B) Evitar o misoprostol, pois pode causar ginecomastia e galactorreia, especialmente em mulheres em idade fértil.
C) Prescrever misoprostol apenas se combinado a sucralfato, pois a ação isolada é ineficaz contra úlcera por AINE.
D) Contraindicar o uso de misoprostol e considerar IBP, pois o fármaco é abortivo e contraindicado em mulheres com potencial gestacional.
E) Manter o uso do AINE e do misoprostol, mas monitorar transaminases, já que a toxicidade hepática é seu principal efeito adverso.

A

Gabarito: D) Contraindicar o uso de misoprostol e considerar IBP, pois o fármaco é abortivo e contraindicado em mulheres com potencial gestacional.

Justificativas:

A) ERRADA: Apesar da eficácia do misoprostol na proteção gástrica, ele é contraindicado em mulheres com potencial gestacional sem contracepção, devido ao risco de aborto.

B) ERRADA: Misoprostol não causa ginecomastia nem galactorreia — esses efeitos estão associados à cimetidina, não ao misoprostol.

C) ERRADA: O misoprostol tem ação independente e eficaz na prevenção de lesões gástricas por AINEs, e não requer associação com sucralfato.

D) CORRETA: O misoprostol é um análogo de prostaglandina E₂, com efeito uterotônico. É abortivo e contraindicado em mulheres em idade fértil que não utilizam método contraceptivo eficaz. O IBP é mais seguro e igualmente eficaz nesse cenário.

E) ERRADA: A toxicidade hepática não é o principal efeito adverso do misoprostol. Os mais comuns são diarreia, cólica abdominal e, em mulheres, sangramento ou alteração menstrual.

28
Q

Questão Desafio (Mecanismos de Antibióticos no Tratamento de H. pylori)

Um paciente de 52 anos com úlcera duodenal confirmada e infecção por H. pylori está sendo tratado com terapia quádrupla. O esquema inclui omeprazol, bismuto, tetraciclina e metronidazol. O paciente questiona por que a claritromicina não foi incluída, já que seu amigo usou esse medicamento.

Qual dos seguintes fatores é o determinante PRIMÁRIO para a escolha de antibióticos no tratamento de H. pylori, considerando os mecanismos de ação descritos no arquivo?

a) Potência do antibiótico contra bactérias Gram-negativas
b) Capacidade de penetração no muco gástrico
c) Taxa local de resistência bacteriana
d) Efeito estimulante sobre a motilidade gástrica
e) Disponibilidade do medicamento na rede pública

A

Resposta Correta: c) Taxa local de resistência bacteriana

Justificativas Detalhadas:

a) ERRADA - Embora o H. pylori seja Gram-negativo, a potência intrínseca do antibiótico é menos importante que seu perfil de resistência
b) ERRADA - A penetração no muco é característica comum aos antibióticos usados (todos atingem a mucosa gástrica)
c) CORRETA - A resistência bacteriana guia a escolha (Página 18: “Resistência a claritromicina e metronidazol exige alternativas”)
d) ERRADA - Efeito sobre motilidade é irrelevante para erradicação bacteriana
e) ERRADA - A disponibilidade é consideração secundária à eficácia comprovada

Contexto Adicional:

A claritromicina foi provavelmente evitada devido a altas taxas de resistência (>20% em muitas regiões)

O esquema escolhido (com tetraciclina e metronidazol) é terapia de resgate para cepas resistentes

O bismuto age sinergicamente, danificando a parede bacteriana e facilitando ação dos antibióticos

Dica para Resolução:
Quando a questão mencionar H. pylori, priorize:

Dados de resistência regional (principal fator)

Mecanismos sinérgicos (bismuto + antibióticos)

Efeito do IBP no pH gástrico (cria ambiente menos hostil)

29
Q

Questão 10 – Revisão Integrada: Farmacologia da Acidez Gástrica e Terapia Anti-H. pylori

Um paciente de 55 anos, com dispepsia crônica, realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou úlcera duodenal ativa e teste positivo para H. pylori. Foi iniciado tratamento com omeprazol 20 mg 2x/dia, claritromicina 500 mg 2x/dia e amoxicilina 1 g 2x/dia, por 14 dias. Após o 5º dia de tratamento, o paciente começa a relatar diarreia intensa e cólicas abdominais. Diante disso, o médico substitui o esquema para metronidazol 500 mg 3x/dia, bismuto coloidal e tetraciclina 500 mg 4x/dia, mantendo o IBP.

Do ponto de vista farmacológico, qual das afirmações abaixo é mais correta em relação aos fármacos utilizados antes e após a mudança do esquema?

A) A diarreia foi causada pela ação direta do IBP, que estimula secreção de prostaglandinas e aumenta a motilidade intestinal.
B) O bismuto coloidal atua por neutralização direta do ácido gástrico e possui alto risco de ginecomastia como efeito colateral.
C) A substituição do esquema com claritromicina para metronidazol e tetraciclina visa contornar resistência bacteriana, sendo o bismuto coloidal um adjuvante com ação antimicrobiana e citoprotetora.
D) A combinação de tetraciclina com IBP e bismuto é contraindicada, pois inibe completamente a absorção gástrica e bloqueia o efeito do IBP.
E) O metronidazol deve ser evitado em pacientes com história de úlcera duodenal, por promover vasoconstrição esplâncnica e risco de sangramento.

A

Gabarito: C) A substituição do esquema com claritromicina para metronidazol e tetraciclina visa contornar resistência bacteriana, sendo o bismuto coloidal um adjuvante com ação antimicrobiana e citoprotetora.

Justificativas:

A) ERRADA: IBPs reduzem a secreção ácida, e não estimulam prostaglandinas nem causam diarreia diretamente. A diarreia é mais provável por ação da amoxicilina ou claritromicina.

B) ERRADA: O bismuto coloidal não neutraliza ácido diretamente; sua ação é formar barreira protetora e atuar contra o H. pylori. Ginecomastia é efeito típico da cimetidina, não do bismuto.

C) CORRETA: A resistência à claritromicina é uma das principais causas de falha terapêutica no H. pylori. O esquema quádruplo com IBP, metronidazol, tetraciclina e bismuto é clássico para contornar essa resistência. O bismuto tem ação citoprotetora e antimicrobiana, dificultando a adesão do H. pylori à mucosa.

D) ERRADA: Essa combinação é terapêutica padrão em casos refratários. Não há inibição completa da absorção, e o IBP é necessário para elevar o pH e favorecer a ação dos antibióticos.

E) ERRADA: Metronidazol não promove vasoconstrição esplâncnica nem está contraindicado em úlceras; é amplamente utilizado na erradicação do H. pylori.

30
Q

Qual é o mecanismo farmacológico PRIMÁRIO pelo qual os IBPs atuam no tratamento das doenças ácido-pépticas, de acordo com o arquivo fornecido?

a) Neutralização direta do ácido gástrico já secretado
b) Bloqueio irreversível da enzima H+/K+-ATPase nas células parietais
c) Inibição competitiva dos receptores de histamina (H2)
d) Estimulação da produção de prostaglandinas protetoras
e) Formação de uma barreira física sobre a mucosa esofágica

A

Resposta Correta:
b) Bloqueio irreversível da enzima H+/K+-ATPase nas células parietais

Justificativas Baseadas no Arquivo (Páginas 12-13, 23-24)
Alternativa B (Correta)
Evidência direta (Página 12 - Tabela de IBPs):

Os IBPs são pró-fármacos ativados em pH ácido, que se ligam covalentemente à H+/K+-ATPase (bomba de prótons), inibindo-a irreversivelmente.

Resultado: Redução da secreção ácida basal e estimulada por até 24h (necessidade de nova síntese enzimática).

Alternativa A (Errada)
Descrição de antiácidos (Página 11):

Neutralização direta do ácido é mecanismo dos antiácidos (ex.: hidróxido de alumínio/magnésio), não dos IBPs.

Alternativa C (Errada)
Mecanismo dos antagonistas H2 (Página 15):

Bloqueio de receptores H2 é ação da ranitidina/famotidina, que reduzem a secreção ácida de forma reversível e menos potente.

Alternativa D (Errada)
Ação do misoprostol (Página 33):

Estimulação de prostaglandinas é efeito do misoprostol (análogo de PGE1), usado para proteção mucosa contra AINEs.

Alternativa E (Errada)
Mecanismo do sucralfato (Página 14):

Barreira física é característica do sucralfato, que forma um gel protetor sobre úlceras.

Diferenciais Chave
Especificidade do alvo:

IBPs atuam na etapa final da secreção ácida (bomba de prótons), enquanto antagonistas H2 agem em vias indiretas (histamina).

Duração do efeito:

Inibição irreversível (IBPs) vs. reversível (antagonistas H2).

Contexto clínico:

Esomeprazol é mais potente que omeprazol (maior biodisponibilidade - Página 12), ideal para esofagite erosiva.

Conduta Baseada no Arquivo
Administrar esomeprazol em jejum (30 min antes do café) para melhor absorção.

Evitar uso crônico sem indicação (risco de hipomagnesemia e fraturas - Página 24).

Dica para Resolução:

Em questões sobre IBPs, lembre-se:

Alvo molecular: H+/K+-ATPase (não confundir com H2 ou prostaglandinas).

Diferença crucial: Ação irreversível (dose-dependente) vs. reversível.

31
Q

Questão 11 – Interações entre Antiácidos, Sucralfato e Outros Fármacos

Um paciente de 61 anos com dispepsia funcional de longa data tem feito uso contínuo de hidróxido de alumínio + hidróxido de magnésio como antiácido, com melhora parcial dos sintomas. O médico decide adicionar sucralfato para promover proteção gástrica adicional. No entanto, o paciente também faz uso regular de digoxina, cetoconazol e ciprofloxacino por outras comorbidades.

Após 7 dias, ele retorna queixando-se de constipação intensa e sensação de “fraqueza no coração”. O eletrocardiograma mostra extrassístoles ventriculares, e exames laboratoriais revelam hipofosfatemia.

Com base na farmacologia envolvida, qual conduta é mais apropriada para este paciente?

A) Manter a associação de sucralfato e antiácido, orientando a ingestão com leite e laxantes para minimizar constipação.
B) Suspender o sucralfato e manter o antiácido, pois este não interfere na absorção de outros medicamentos.
C) Manter os dois medicamentos e aumentar a dose da digoxina, compensando a redução de absorção causada pela mucoproteção.
D) Suspender o antiácido e o sucralfato, pois ambos interferem na absorção de medicamentos e podem causar distúrbios eletrolíticos.
E) Manter o sucralfato, mas espaçar sua administração em pelo menos 2 horas dos outros medicamentos orais, e avaliar troca do antiácido.

A

Gabarito: E) Manter o sucralfato, mas espaçar sua administração em pelo menos 2 horas dos outros medicamentos orais, e avaliar troca do antiácido.

Justificativas:

A) ERRADA: Leite não corrige as interações farmacológicas causadas pelo sucralfato ou pelos sais de alumínio. A constipação não é resolvida apenas com laxantes, e não trata o problema central: a interferência na absorção.

B) ERRADA: Antiácidos com sais de alumínio e magnésio também interferem na absorção de fármacos (especialmente quinolonas, cetoconazol e digoxina), além de poderem causar hipofosfatemia com uso prolongado.

C) ERRADA: Aumentar a dose da digoxina pode levar à toxicidade cardíaca. O ideal é corrigir a causa da má absorção, e não mascarar o problema com mais dose.

D) ERRADA: Embora ambos causem interações, não é necessário suspender os dois. Com ajuste de horário e reavaliação do antiácido, o sucralfato pode ser mantido com segurança.

E) CORRETA: O sucralfato atua formando uma barreira física, o que pode prejudicar a absorção de diversos fármacos se administrado junto. O espaçamento de 2 horas é uma conduta eficaz. A substituição do antiácido (ex: por IBP, se indicado) pode ser avaliada, especialmente em uso contínuo.

32
Q

Questão 5
Homem de 58 anos, obeso, apresenta abaulamento infraumbilical mediano em cicatriz de cirurgia anterior, que se torna doloroso aos esforços. Qual o diagnóstico mais provável?

A. Hérnia epigástrica.
B. Hérnia femoral.
C. Hérnia incisional.
D. Hérnia de Spiegel.
E. Diástase dos retos.

A

Resposta correta: C

Justificativas:

A. Errada: epigástrica ocorre acima do umbigo, geralmente entre apêndice xifoide e cicatriz umbilical.

B. Errada: hérnias femorais surgem na região inguinal inferior.

C. Correta: hérnia incisional ocorre em cicatriz cirúrgica prévia, frequentemente infraumbilical em obesos.

D. Errada: hérnia de Spiegel ocorre na linha semilunar, lateral ao músculo reto abdominal.

E. Errada: diástase dos retos é afastamento muscular sem defeito herniário.