Aula 01 - Diabetes (medicamentos) - Objetivas Flashcards
Paciente de 58 anos, com diabetes mellitus tipo 2 diagnosticado há 6 anos, faz uso de metformina 850 mg 3x/dia. Em consulta de rotina, relata episódios frequentes de náusea e alteração no paladar, além de formigamentos nos pés. Apresenta TFG de 52 mL/min/1,73 m² e exames laboratoriais normais, exceto vitamina B12 limítrofe. Com base nas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023), qual a conduta mais apropriada?
A. Suspender a metformina imediatamente devido à nefropatia e iniciar sulfonilureia.
B. Manter a metformina e introduzir vitamina B12, com monitoramento anual dos níveis.
C. Trocar a metformina por pioglitazona devido aos sintomas gastrointestinais.
D. Suspender a metformina por risco de acidose láctica, já que a TFG está < 60 mL/min.
E. Manter metformina e prescrever suplemento de ferro, pois a deficiência de ferro é a principal causa dos sintomas.
Gabarito: B
Justificativas:
A. Errada – A TFG de 52 mL/min não contraindica o uso de metformina, cuja restrição só ocorre com TFG < 30 mL/min.
B. Correta – A metformina pode causar deficiência de B12 após uso prolongado; a diretriz recomenda avaliação anual após 4 anos e reposição se necessário.
C. Errada – A troca não é indicada de imediato; sintomas gastrointestinais são comuns no início e podem ser manejados.
D. Errada – A acidose lática é rara e não se justifica com TFG > 30 mL/min.
E. Errada – Não há evidência de deficiência de ferro; a alteração sugerida é de vitamina B12.
Um paciente de 68 anos com diabetes mellitus tipo 2 controlado com glibenclamida começa a usar fluconazol para tratamento de candidíase oral. Três dias depois, apresenta episódios de sudorese, tremores e confusão mental. Qual a melhor explicação para esse quadro?
A. O fluconazol inibe a secreção de insulina e aumenta a glicemia.
B. A interação entre glibenclamida e fluconazol intensifica a excreção renal do antidiabético.
C. O uso conjunto promove hipoglicemia devido à redução do metabolismo hepático da sulfonilureia.
D. A glibenclamida causa hipoglicemia apenas quando associada a álcool.
E. A candidíase oral eleva o metabolismo hepático, reduzindo o efeito da glibenclamida.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – O fluconazol não inibe a secreção de insulina; ele interfere no metabolismo da sulfonilureia.
B. Errada – Não há aumento da excreção, mas sim inibição do metabolismo hepático.
C. Correta – Fluconazol inibe enzimas hepáticas, aumentando o risco de hipoglicemia com sulfonilureias.
D. Errada – O álcool pode intensificar hipoglicemia, mas não é a única causa.
E. Errada – A infecção não aumenta o metabolismo hepático nem reduz o efeito da glibenclamida.
A repaglinida é frequentemente preferida em pacientes com risco de hipoglicemia por apresentar qual das seguintes características?
A. Possui longa meia-vida e ação prolongada.
B. Estimula secreção de insulina independente da glicemia, como as sulfonilureias.
C. Apresenta ação curta e flexibilidade posológica, focando no controle pós-prandial.
D. É metabolizada exclusivamente pelos rins, ideal para nefropatas.
E. Atua inibindo a enzima DPP-4, promovendo ação incretínica.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – A repaglinida tem ação curta, ideal para controle pós-refeição.
B. Errada – Apesar de também atuar independentemente da glicemia, sua ação é mais rápida e curta.
C. Correta – Sua ação curta e flexível a torna útil para controle glicêmico pós-prandial, com menor risco de hipoglicemia.
D. Errada – Não é metabolizada exclusivamente pelos rins; isso é importante nas escolhas para nefropatas.
E. Errada – Os inibidores de DPP-4 (gliptinas) é que atuam na via incretínica.
Em relação ao uso da acarbose no tratamento do diabetes tipo 2, assinale a alternativa correta:
A. Seu efeito hipoglicemiante é mediado por aumento da secreção de insulina no pâncreas.
B. Deve ser evitada em pacientes com obesidade devido ao risco de ganho de peso.
C. Atua inibindo a absorção de lipídios no intestino, melhorando o perfil lipídico.
D. Reduz a absorção de carboidratos no intestino, auxiliando no controle pós-prandial.
E. Seus principais efeitos adversos incluem acidose lática e hepatotoxicidade.
Gabarito: D
Justificativas:
A. Errada – A acarbose não estimula secreção de insulina, apenas reduz a absorção de carboidratos.
B. Errada – Pelo contrário, ela pode contribuir com perda de peso.
C. Errada – Ela atua sobre carboidratos, não lipídios.
D. Correta – Acarbose inibe a alfa-glicosidase, retardando absorção intestinal de carboidratos.
E. Errada – Seus efeitos adversos são gastrointestinais, como flatulência e diarreia.
Homem de 64 anos, com diagnóstico recente de diabetes mellitus tipo 2, apresenta glicemia de jejum em 160 mg/dL e HbA1c de 7,5%. Tem antecedente de esteatose hepática não alcoólica e dislipidemia com triglicérides elevados. Nega sintomas, mas relata histórico de fratura de fêmur há 3 anos. Está em uso de sinvastatina. Considerando os efeitos e contraindicações dos antidiabéticos orais, a escolha da pioglitazona neste paciente:
A. Está indicada por reduzir a resistência insulínica e melhorar a esteatose hepática, sem riscos adicionais.
B. Está indicada pelo benefício no perfil lipídico e porque previne a progressão da nefropatia diabética.
C. Deve ser evitada, pois aumenta o risco de fraturas em idosos, especialmente com histórico prévio.
D. Está contraindicada apenas se houver insuficiência hepática ou TFG < 30 mL/min/1,73 m².
E. É preferível à metformina por não causar sintomas gastrointestinais e ter maior eficácia na redução da HbA1c.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – Embora melhore a esteatose hepática, não está isenta de riscos: o histórico de fratura é relevante.
B. Errada – Pioglitazona melhora perfil lipídico, mas não é comprovadamente renoprotetora como a metformina ou SGLT2.
C. Correta – A glitazona aumenta o risco de fraturas em idosos, e o paciente já teve fratura prévia, o que piora o risco-benefício.
D. Errada – Apesar de contraindicada na hepatopatia, não é a única restrição; fraturas e IC são relevantes.
E. Errada – A metformina é primeira escolha e tem eficácia superior na redução de HbA1c (1,5–2%), enquanto a pioglitazona reduz de 0,5–1,4%.
Uma paciente de 74 anos, com diabetes mellitus tipo 2, histórico de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr), apresenta HbA1c de 7,6% e glicemia de jejum de 160 mg/dL. Relata bom controle dietético, mas intolerância gastrointestinal com uso prévio de metformina. Considerando os fármacos da categoria 3 (inibidores da DPP-4), qual a melhor conduta medicamentosa para essa paciente?
A. Iniciar saxagliptina, pois é da mesma classe da linagliptina e segura para pacientes com IC.
B. Evitar os inibidores da DPP-4 devido à contraindicação absoluta em idosos com IC.
C. Optar por linagliptina, da classe dos inibidores da DPP-4, por ter menor impacto em pacientes com IC.
D. Prescrever pioglitazona, pois compartilha o mesmo mecanismo de ação das gliptinas com maior potência.
E. Iniciar sitagliptina com precaução, pois aumenta os níveis de GLP-1 de forma independente da glicose.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – Saxagliptina está associada a maior risco de internações por IC, devendo ser evitada nesses pacientes.
B. Errada – Os inibidores da DPP-4 não são todos contraindicados na IC. A linagliptina é mais segura nesse perfil.
C. Correta – A linagliptina é da categoria 3 (inibidores da DPP-4), raramente causa hipoglicemia, é bem tolerada e é segura na IC.
D. Errada – A pioglitazona (glitazona) não é da mesma classe e está contraindicada na IC classe III/IV.
E. Errada – A ação das gliptinas é dependente da glicose, o que contribui para o baixo risco de hipoglicemia. A afirmação está incorreta.
Um homem de 59 anos, com diabetes mellitus tipo 2, está com HbA1c de 8,2% apesar de boa adesão à metformina. Tem IMC de 36 kg/m², hipertensão controlada e histórico familiar de carcinoma medular de tireoide. Relata episódios prévios de pancreatite alcoólica. Qual das opções abaixo representa a melhor conduta quanto ao uso de agonistas do GLP-1?
A. Iniciar liraglutida com cautela, pois o histórico de pancreatite não contraindica seu uso.
B. Prescrever semaglutida oral, pois a contraindicação é válida apenas para as versões injetáveis.
C. Optar por dulaglutida, pois é melhor tolerada gastricamente que a semaglutida.
D. Evitar agonistas do GLP-1, pois há contraindicação formal pelo histórico familiar de carcinoma medular de tireoide.
E. Manter a metformina e associar glibenclamida, pois a associação é segura com GLP-1-RA.
Gabarito: D
Justificativas:
A. Errada – Episódio prévio de pancreatite é contraindicação formal para agonistas do GLP-1.
B. Errada – A contraindicação se estende a todas as formas, inclusive a semaglutida oral.
C. Errada – Mesmo que a dulaglutida possa ter melhor tolerabilidade, o paciente tem duas contraindicações absolutas.
D. Correta – Histórico familiar de carcinoma medular de tireoide impede o uso de agonistas do GLP-1, segundo as diretrizes da SBD.
E. Errada – A associação de secretagogos com GLP-1-RA aumenta risco de hipoglicemia e não está indicada nesse cenário.
Paciente de 29 anos, com 27 semanas de gestação, é diagnosticada com diabetes mellitus gestacional (DMG). Após 10 dias de dieta orientada e prática de atividade física leve, permanece com duas medições de glicemia em jejum acima da meta. Diante deste cenário, qual é a conduta mais apropriada segundo as diretrizes brasileiras de 2024?
A) Iniciar metformina como primeira escolha, pois apresenta eficácia comparável à insulina e é considerada segura durante a gestação.
B) Continuar apenas com medidas não farmacológicas, pois a gestação ainda não atingiu 28 semanas.
C) Iniciar insulina como primeira linha, por sua eficácia, segurança durante a gravidez e menor passagem transplacentária.
D) Solicitar imediatamente cesariana e interromper a gestação, devido ao risco fetal.
E) Introduzir sulfonilureia como tratamento de primeira linha, pois está bem estudada e aprovada para uso em gestantes.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta – A metformina pode ser considerada alternativa terapêutica em casos de inviabilidade da insulina, mas não é a primeira escolha segundo a diretriz.
B) Incorreta – A persistência de medidas glicêmicas fora da meta, após terapia não farmacológica, autoriza o início do tratamento farmacológico, independentemente da idade gestacional.
C) Correta – A insulina é medicação de primeira linha para DMG segundo a diretriz da SBD 2024, por sua eficácia e segurança, além da baixa passagem placentária.
D) Incorreta – Não há indicação de interrupção da gestação nesse momento.
E) Incorreta – Sulfonilureias não são recomendadas como tratamento de primeira linha em gestantes devido ao risco de hipoglicemia neonatal e passagem placentária.
Paciente com DM2 há 6 anos, assintomático, comparece à consulta com HbA1c de 7,8%. Relata adesão parcial ao tratamento e ausência de eventos hipoglicêmicos. Atualmente faz uso apenas de metformina 2000 mg/dia. Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023), qual a melhor conduta a ser adotada neste momento?
A. Iniciar insulinoterapia plena, pois a HbA1c está acima da meta estabelecida.
B. Manter apenas metformina e reavaliar a cada 6 meses, pois o paciente é assintomático.
C. Associar um segundo antidiabético oral, como um inibidor de DPP-4 ou SGLT2.
D. Reduzir a dose de metformina para evitar risco de acidose láctica.
E. Iniciar GLP-1 RA e descontinuar a metformina, dado o tempo de diagnóstico.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Incorreta. A insulinoterapia plena é indicada para pacientes com HbA1c muito acima da meta (>9,0%) e/ou sintomáticos, o que não é o caso.
B. Incorreta. Com HbA1c > 7,5% em paciente assintomático, indica-se intensificação com terapia dupla (metformina + outro AD).
C. Correta. Paciente com HbA1c entre 7,5 e 9% e sem sintomas deve iniciar terapia dupla. Boas opções incluem DPP-4 ou SGLT2.
D. Incorreta. Não há justificativa para redução da metformina, pois o paciente tolera bem.
E. Incorreta. A metformina deve ser mantida como base da terapia, salvo contraindicação.
Paciente do sexo masculino, 58 anos, com diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida. Faz uso de metformina 2000 mg/dia, com HbA1c atual de 8,3%. Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023), qual é a conduta mais adequada neste cenário?
A. Substituir a metformina por sulfonilureia, visando maior redução da HbA1c.
B. Associar um análogo de GLP-1 ou um inibidor de SGLT2 à metformina.
C. Aumentar a dose de metformina, pois a dose atual está abaixo do ideal.
D. Iniciar insulinoterapia plena imediatamente devido à HbA1c > 8%.
E. Manter tratamento atual, pois a metformina protege contra eventos cardiovasculares.
Gabarito: B
Justificativas:
A. Incorreta. Sulfonilureias não são preferidas em pacientes com DCV estabelecida devido ao maior risco de hipoglicemia e ganho de peso.
B. Correta. Pacientes com DCV aterosclerótica devem ter prioridade na associação de metformina com GLP-1 RA ou SGLT2, mesmo que a HbA1c não esteja muito acima da meta.
C. Incorreta. O paciente já usa a dose plena de metformina (2000 mg/dia).
D. Incorreta. A insulinoterapia plena não é a conduta de primeira linha para HbA1c de 8,3% em paciente assintomático.
E. Incorreta. A metformina é benéfica, mas isoladamente não é suficiente nesse contexto de DCV estabelecida.
Homem de 63 anos, com DM2 há 10 anos, hipertensão e dislipidemia. Usa metformina e sitagliptina, mas mantém HbA1c de 9,4%. Está assintomático. Segundo a Diretriz da SBD (2023), qual a melhor conduta no momento?
A. Iniciar insulinoterapia plena e suspender os antidiabéticos orais.
B. Acrescentar um terceiro antidiabético oral, como pioglitazona ou SGLT2.
C. Reduzir a dose de metformina e intensificar a sitagliptina.
D. Substituir a sitagliptina por análogo de GLP-1 e manter a metformina como monoterapia.
E. Adiar a intensificação e reavaliar em 3 meses com novo controle laboratorial.
Gabarito: B
Justificativas:
A. Incorreta. Embora a insulinoterapia seja uma opção, não é obrigatória em assintomáticos com HbA1c > 9%; terapia tripla é alternativa válida.
B. Correta. Com HbA1c > 9% e paciente assintomático, a diretriz permite intensificação para terapia tripla com metformina + 2 ADs.
C. Incorreta. Reduzir metformina vai contra a conduta; ela deve ser mantida como base do tratamento.
D. Incorreta. Substituir para monoterapia é uma regressão de tratamento.
E. Incorreta. A situação exige intensificação imediata, não adiamento.
Mulher de 45 anos, sem comorbidades, com diagnóstico recente de DM2. Apresenta HbA1c de 6,9%, sem sintomas clínicos. Segundo as Diretrizes da SBD (2023), qual deve ser a conduta inicial mais adequada?
A. Iniciar metformina em monoterapia associada a GLP-1 RA.
B. Iniciar insulinoterapia basal e reavaliar após 3 meses.
C. Iniciar metformina em monoterapia com orientação sobre estilo de vida.
D. Iniciar terapia tripla com metformina, sulfonilureia e inibidor de SGLT2.
E. Manter apenas medidas não farmacológicas, sem prescrição medicamentosa.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Incorreta. Não há indicação para GLP-1 RA em monoterapia em pacientes com HbA1c < 7,5% e sem comorbidades.
B. Incorreta. Insulina não é indicada nesse perfil de paciente assintomático e com HbA1c abaixo de 7,5%.
C. Correta. Pacientes com HbA1c < 7,5% e assintomáticos devem iniciar com metformina em monoterapia e medidas não farmacológicas.
D. Incorreta. Terapia tripla é indicada apenas em fases mais avançadas, com falha das estratégias anteriores.
E. Incorreta. Medidas não farmacológicas são importantes, mas não substituem o início da metformina nesse caso.
Paciente do sexo feminino, 56 anos, com diagnóstico recente de diabetes mellitus tipo 2. Apresenta IMC de 35 kg/m², sem doenças cardiovasculares ou renais. Após 14 dias de dieta e atividade física regular, mantém glicemias de jejum entre 100 e 125 mg/dL e pós-prandiais entre 160 e 190 mg/dL. Qual é a melhor abordagem terapêutica inicial?
A. Iniciar metformina, pois não houve normalização glicêmica com medidas não farmacológicas.
B. Iniciar sulfonilureia, pois é mais eficaz na redução da glicemia pós-prandial.
C. Iniciar terapia dupla com metformina e gliptina, independentemente da HbA1c.
D. Iniciar GLP-1 RA, suspendendo o plano alimentar por risco de hipoglicemia.
E. Manter apenas dieta e exercício, pois os valores ainda estão dentro da normalidade para DM2.
Gabarito: A
Justificativas:
A. Correta – Após 7 a 14 dias de medidas não farmacológicas, se glicemias continuam acima da meta, deve-se iniciar metformina, conforme a diretriz.
B. Errada – Sulfonilureias não são primeira escolha nesse perfil, principalmente em paciente com obesidade.
C. Errada – Terapia dupla é indicada se HbA1c estiver ≥ 7,5%; como não foi mencionada, parte-se de monoterapia.
D. Errada – Não há indicação de GLP-1 RA isoladamente nesse perfil inicial; além disso, plano alimentar é mantido.
E. Errada – Os níveis de glicemia estão acima da meta para DM2, exigindo intervenção medicamentosa.
Homem de 60 anos com DM2, em uso de glibenclamida e metformina, apresenta episódios de hipoglicemia nas últimas semanas. TFG: 48 mL/min/1,73 m². Qual a melhor conduta medicamentosa neste caso, segundo a SBD 2023?
A. Aumentar a dose da glibenclamida para compensar a redução da função renal.
B. Manter o esquema atual, ajustando a alimentação para evitar hipoglicemia.
C. Substituir a glibenclamida por outro antidiabético com menor risco de hipoglicemia.
D. Acrescentar uma glitazona para reduzir a necessidade da sulfonilureia.
E. Suspender a metformina devido à nefropatia leve e iniciar pioglitazona em monoterapia.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – Glibenclamida deve ser evitada em TFG < 60, devido ao alto risco de hipoglicemia.
B. Errada – A hipoglicemia não deve ser manejada apenas com ajustes alimentares se o fármaco é o causador direto.
C. Correta – O risco de hipoglicemia é aumentado com glibenclamida em disfunção renal; deve-se trocá-la por medicações mais seguras (ex: DPP-4, SGLT2).
D. Errada – Glitazonas têm início de ação lento e não são indicadas para controle agudo de hipoglicemia.
E. Errada – Metformina pode ser mantida com TFG ≥ 30, e a pioglitazona isolada não é a melhor escolha.
Homem de 62 anos, DM2 há 12 anos, apresenta HbA1c de 8,9%, em uso de metformina e dapagliflozina. Refere infecções urinárias de repetição nos últimos meses. Não possui doença cardiovascular ou doença renal crônica. Qual a conduta mais adequada segundo as diretrizes da SBD 2023?
A. Manter a dapagliflozina e iniciar antibioticoterapia profilática.
B. Substituir a dapagliflozina por outro antidiabético com menor risco de infecção urinária.
C. Suspender a metformina e iniciar glibenclamida em associação à dapagliflozina.
D. Acrescentar análogo de GLP-1 e manter a dapagliflozina, pois isso reduz a HbA1c mais rapidamente.
E. Reduzir a dose da dapagliflozina e manter metformina como monoterapia.
Gabarito: B
Justificativas:
A. Errada – Manter o fármaco causador do efeito adverso e tratar com antibióticos recorrentes não é conduta adequada.
B. Correta – Dapagliflozina, da classe dos inibidores de SGLT2, aumenta o risco de ITU; a substituição por outro AD é apropriada.
C. Errada – Glibenclamida não é preferida, especialmente em idosos ou pacientes com risco de hipoglicemia.
D. Errada – Não se deve manter o agente causador da infecção para intensificar o tratamento.
E. Errada – Reduzir a dose da dapagliflozina não evita infecções urinárias, e não há benefício em manter monoterapia se a HbA1c está elevada.
Mulher de 66 anos com DM2, obesidade e diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr). Está em uso de metformina, com HbA1c de 8,1%. Segundo as Diretrizes da SBD (2023), qual fármaco deve ser preferido para associação à metformina neste cenário?
A. Pioglitazona
B. Liraglutida
C. Saxagliptina
D. Empagliflozina
E. Glibenclamida
Gabarito: D
Justificativas:
A. Errada – Pioglitazona é contraindicada na IC classe III/IV devido à retenção hídrica.
B. Errada – Liraglutida tem benefício cardiovascular, mas não reduz hospitalizações por IC como os iSGLT2.
C. Errada – Saxagliptina aumenta risco de internação por IC e deve ser evitada nesse contexto.
D. Correta – Empagliflozina (iSGLT2) é preferida em pacientes com IC, pois reduz hospitalizações e mortalidade cardiovascular.
E. Errada – Glibenclamida apresenta risco elevado de hipoglicemia e não é preferida, especialmente em idosos e comorbidades.
Homem de 72 anos com DM2, doença renal crônica com TFG de 26 mL/min/1,73 m², está em uso de metformina 1700 mg/dia. Relata perda de peso e diarreia. Qual conduta é mais apropriada neste momento, segundo as diretrizes da SBD?
A. Manter a metformina e associar GLP-1 RA para controle de peso.
B. Aumentar a dose de metformina para 2550 mg/dia, pois a HbA1c está elevada.
C. Suspender a metformina devido à TFG < 30 mL/min/1,73 m² e aos sintomas gastrointestinais.
D. Associar pioglitazona para estabilizar a função renal.
E. Trocar metformina por sulfonilureia para reduzir o risco de diarreia.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – Metformina deve ser suspensa com TFG < 30; associar GLP-1 RA não é prioritário se a base do tratamento está inadequada.
B. Errada – A dose já é próxima do máximo, e TFG < 30 é contraindicação absoluta à metformina.
C. Correta – Metformina deve ser suspensa com TFG < 30 e em pacientes com efeitos colaterais gastrointestinais relevantes.
D. Errada – Pioglitazona não é indicada para proteção renal e pode causar retenção hídrica, sendo cautelosa em idosos.
E. Errada – Sulfonilureias têm maior risco de hipoglicemia em DRC; não são a substituição ideal.
Paciente de 38 anos, com diagnóstico de pré-diabetes confirmado por HbA1c de 6,0% e TOTG com glicemia de 164 mg/dL na 2ª hora. Está com IMC de 34 kg/m², sem comorbidades associadas. Após tentativa de medidas não farmacológicas por 3 meses, permanece sem melhora laboratorial. Segundo as Diretrizes da SBD (2023), qual opção terapêutica é mais apropriada neste cenário?
A. Iniciar insulina basal para evitar progressão para DM2.
B. Introduzir metformina como opção terapêutica farmacológica.
C. Repetir o TOTG e só considerar tratamento se o valor ultrapassar 200 mg/dL.
D. Introduzir glibenclamida em baixa dose para estimular secreção de insulina.
E. Não intervir, pois a HbA1c ainda está abaixo do ponto de corte para diabetes.
Gabarito: B
Justificativas:
A. Errada – Insulina não é indicada no manejo do pré-diabetes.
B. Correta – Metformina é o fármaco de escolha no tratamento do pré-diabetes com IMC elevado e falha das medidas não farmacológicas.
C. Errada – O diagnóstico de pré-diabetes já foi estabelecido, não é necessário novo TOTG para iniciar tratamento.
D. Errada – Sulfonilureias não são recomendadas em pré-diabetes.
E. Errada – O paciente já está em critério de pré-diabetes e sem resposta à intervenção não farmacológica, o que justifica metformina.
Paciente de 29 anos, com 27 semanas de gestação, é diagnosticada com diabetes gestacional após TOTG alterado. Após 10 dias de dieta e atividade física orientadas, mantém duas medidas de glicemia em jejum acima da meta. Segundo a Diretriz da SBD (2023), qual é a melhor conduta neste momento?
A. Iniciar metformina como primeira escolha devido à segurança na gestação.
B. Manter apenas medidas não farmacológicas por pelo menos mais duas semanas.
C. Iniciar insulinoterapia, pois é o tratamento de primeira linha para DMG.
D. Aguardar a realização de novo TOTG antes de iniciar qualquer medicação.
E. Iniciar sulfonilureia, pois há evidência de eficácia e segurança no terceiro trimestre.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – Apesar de segura, a metformina não é a primeira escolha para tratamento da DMG.
B. Errada – A diretriz indica iniciar tratamento farmacológico se após 7 a 14 dias de dieta houver glicemias alteradas.
C. Correta – A insulina é o tratamento de primeira linha para DMG segundo a SBD, por sua eficácia e segurança.
D. Errada – O TOTG já foi realizado e o diagnóstico está confirmado.
E. Errada – Sulfonilureias não são recomendadas na gestação devido à passagem transplacentária e risco de hipoglicemia neonatal.
Homem de 55 anos, com DM2 há 3 anos, relata bom controle com metformina 2000 mg/dia. Ao tentar adicionar semaglutida oral por conta própria, apresentou episódios de náusea e vômitos persistentes, sendo suspensa a medicação. Qual alternativa terapêutica com efeito semelhante na perda de peso e controle glicêmico poderia ser considerada, segundo a SBD 2023?
A. Glibenclamida
B. Sitagliptina
C. Pioglitazona
D. Dulaglutida
E. Acarbose
Gabarito: D
Justificativas:
A. Errada – Glibenclamida promove ganho de peso e maior risco de hipoglicemia.
B. Errada – Sitagliptina tem menor potência na perda de peso e na redução da HbA1c comparado aos GLP-1 RA.
C. Errada – Pioglitazona pode causar retenção hídrica e ganho de peso.
D. Correta – Dulaglutida é um análogo do GLP-1 com perfil semelhante ao da semaglutida, com administração semanal e benefício em perda de peso.
E. Errada – Acarbose tem efeito modesto na perda de peso e na redução da HbA1c.
Mulher de 62 anos, com DM2 e obesidade (IMC 36 kg/m²), apresenta HbA1c de 8,5% apesar do uso regular de metformina. Sem doença cardiovascular ou renal. Está motivada para perder peso e relata receio de injeções. Qual é a melhor opção terapêutica a ser associada à metformina, segundo a SBD 2023?
A. Semaglutida oral
B. Glibenclamida
C. Vildagliptina
D. Insulina NPH
E. Pioglitazona
Gabarito: A
Justificativas:
A. Correta – A semaglutida oral é um agonista do GLP-1 com comprovada eficácia na redução da HbA1c e perda de peso, sendo ideal para pacientes obesos que preferem evitar injeções.
B. Errada – Glibenclamida pode causar hipoglicemia e ganho de peso, indesejável neste caso.
C. Errada – Vildagliptina tem efeito neutro sobre o peso e menor potência na redução da HbA1c.
D. Errada – A insulina pode causar ganho de peso e exige injeções, o que vai contra a preferência da paciente.
E. Errada – Pioglitazona está associada ao ganho de peso e retenção hídrica, não sendo preferida em pacientes obesos.
Homem de 70 anos, com DM2 e uso de metformina e glibenclamida, apresenta queixas de tremores, sudorese e visão turva pela manhã. Relata episódios semelhantes nos últimos dias, especialmente em jejum. Qual a explicação mais provável para esses sintomas, segundo a farmacologia dos antidiabéticos orais?
A. A glibenclamida promove secreção de insulina dependente da glicemia, o que evita hipoglicemias em jejum.
B. A associação com metformina aumenta o risco de acidose láctica, que se manifesta com esses sintomas.
C. Os sintomas são típicos de hipoglicemia induzida por glibenclamida, especialmente em idosos.
D. A glibenclamida é inativa em pacientes com TFG reduzida, não justificando o quadro.
E. Metformina e glibenclamida raramente causam efeitos adversos clínicos relevantes.
Gabarito: C
Justificativas:
A. Errada – A glibenclamida estimula secreção de insulina independentemente da glicemia, aumentando risco de hipoglicemia, especialmente em jejum.
B. Errada – A acidose láctica é rara, e seus sintomas são mais graves e inespecíficos, não como os descritos aqui.
C. Correta – Glibenclamida, por ser uma sulfonilureia de ação prolongada, pode causar hipoglicemias importantes, sobretudo em idosos ou em jejum.
D. Errada – A glibenclamida é ativa mesmo com TFG reduzida, e esse é justamente o motivo pelo qual ela deve ser evitada nesses casos.
E. Errada – Ambos os fármacos podem ter efeitos colaterais significativos, especialmente glibenclamida.
Mulher de 61 anos, com DM2 e hipertensão, apresenta TFG de 28 mL/min/1,73 m² e HbA1c de 8,0%. Está em uso de metformina, que mantém desde o início do tratamento. Segundo as diretrizes da SBD (2023), qual a conduta medicamentosa mais apropriada neste caso?
A. Manter metformina e associar GLP-1 RA, pois a dose de metformina é baixa.
B. Substituir metformina por sulfonilureia, pois é mais segura na DRC.
C. Manter metformina, pois sua suspensão só é recomendada com TFG < 15.
D. Suspender metformina e iniciar insulina, ajustando conforme a função renal.
E. Iniciar pioglitazona em monoterapia, pois é bem tolerada em pacientes com DRC.
Gabarito: D
Justificativas:
A. Errada – TFG < 30 mL/min/1,73 m² é contraindicação absoluta à metformina, mesmo em doses baixas.
B. Errada – Sulfonilureias têm alto risco de hipoglicemia na DRC e devem ser evitadas, especialmente em idosos.
C. Errada – A metformina deve ser suspensa com TFG < 30, não apenas abaixo de 15.
D. Correta – A metformina está contraindicada na TFG atual, e a insulina é a melhor escolha para controle glicêmico na DRC avançada.
E. Errada – Pioglitazona pode causar retenção hídrica e não é preferida em pacientes com disfunção renal significativa.
Uma paciente de 55 anos comparece para seu checkup anual com queixas de fadiga, poliúria e polidipsia. Refere ingestão excessiva de água e sintomas em agravamento nos últimos meses. Tem antecedente de hiperlipidemia e história familiar de coronariopatia precoce. Ao exame, está moderadamente obesa. Exames laboratoriais mostram: glicemia de jejum de 180 mg/dL, HbA1c de 7,1%, glicosúria e colesterol total elevado (340 mg/dL). Não há cetonúria nem proteinúria. Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023), qual das condutas abaixo é mais adequada para o manejo inicial dessa paciente?
A. Iniciar insulinoterapia plena, devido à glicemia >180 mg/dL e presença de glicosúria.
B. Prescrever acarbose associada à metformina, uma vez que a paciente apresenta dislipidemia e sintomas leves.
C. Instituir terapia dupla com metformina e análogo de GLP-1, dado o histórico de DCV precoce familiar.
D. Iniciar metformina em monoterapia, associada a mudanças no estilo de vida, pois apresenta HbA1c entre 7,5-9%.
E. Iniciar metformina em monoterapia associada a estatina e orientações de estilo de vida, pois a HbA1c está entre 6,5% e 7,5% e não há sintomas graves.
Gabarito: E
Justificativas:
A. Errada – Não há necessidade de insulinoterapia plena neste momento, pois não há cetonúria nem sintomas graves.
B. Errada – Acarbose não é primeira linha, e não há indicação clara de associação no início, considerando a HbA1c.
C. Errada – Análogo de GLP-1 pode ser considerado em casos de doença cardiovascular estabelecida, o que não se aplica aqui.
D. Errada – A HbA1c está abaixo de 7,5%, logo o paciente não se encaixa nesse critério para dupla terapia inicial.
E. Correta – Conforme as diretrizes, pacientes com HbA1c <7,5%, sem sintomas graves, devem iniciar com metformina em monoterapia e estilo de vida. O uso de estatina também é recomendado pela presença de dislipidemia.