8.3 Pedopsiquiatria - Perturbações de Alimentação, do sono criança, controlo esfincteriano Flashcards

1
Q

Perturbação da alimentação

A

Anorexia
Anorexia neonatal
Anorexia do 2o trimestre Anorexia simples
Anorexia da 2a. Infância Anorexia nervosa

Obesidade
Bulimia
Caprichos alimentares Fobias alimentares Mericismo
Vómitos
Pica Potomania Coprogafia
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2
Q

ANOREXIA NERVOSA CLASSIFICAÇÃO

DSM-V

A

Critérios DSM – V

  1. Diminuição acentuada no fornecimento da energia alimentar necessária provocando um peso significativamente baixo relativamente à idade, sexo, saúde física e nível de desenvolvimento.(Peso significativamente baixo definido como um peso que é o minimamente normal ou, para crianças/adolescentes, menor que o minimamente expectável)
  2. Medo intenso de ganhar peso e/ou tornar-se gorda/o ou comportamento persistente que interfere com o ganho de peso, mesmo quando o peso é significativamente baixo
  3. Perturbação da imagem corporal e peso e/ou negação da gravidade do acentuado emagrecimento actual

Na ICD -10 também: Amenorreia (♀) (3 ciclos consecutivos)/Atraso no desenvolvimento dos caracteres sexuais (♂). Atraso no aparecimento da menarca.

Dois Tipos: Tipo Restritivo ou Tipo Ingestão Compulsiva/Tipo Purgativo

Gravidade:
Ligeira se IMC igual ou superior a 17kg/m2
Moderada se IMC entre 16 e 16,99 Kg/m2
Grave se IMC 15-15,99 Kgs/m2
Extremamente Grave se IMC Inferior a 15 kgs/m2

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3
Q

Anorexia nervosa - prognóstico e predisposição

A
  • Início mais comum entre os 14 e 18 anos
  • Melhor prognóstico se logo no início da adolescência
  • Pior prognóstico se início antes da puberdade ou na idade adulta; duração superior a 3 anos; alterações de personalidade pré-mórbidas e obesidade na infância
  • Predisposição genética individual e factores ambientais
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4
Q

Anorexia nervosa - sinais e sintomas

A

Sinais Físicos
Emaciação
Pele seca
Lanugo (pelos muito finos) – dorso, face, braços Mãos e pés frios – Hipotermia
Edema periférico
Sem evolução no Crescimento e desenvolvimento mamário (se antes da puberdade)
Hipertrofia das glândulas salivares
Se vómitos frequentes – erosão da superfície interna dos dentes anteriores

Psiquiátrica:
Sintomas depressivos,deansiedade, obsessivos
Comporta/ perfeccionista Isolamento social
Libido diminuída
Labilidade do humor
Baixa auto-estima

Endócrina/Metabólica:
Diminuição Hormona luteineizante, folículo estimulante e níveis do estradiol, T3
T4 e TSH normais
Aumento Cortisol
Osteoporose/osteopénia
Alterações electróliticas, + hipokaliémia

Gastrointestinais:
Obstipação
↑dasenzimas hepáticas
Atraso no esvaziamento gástrico

Cardiovasculares:
Bradicardia
Hipotensão
Arritmias

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5
Q

Anorexia nervosa - TTO e prognóstico

A
  • Equipa multidisciplinar: nutricionista, pediatra, psiquiatra;
  • Em ambulatório: abordagem mais gradual e integrada do peso e normalização dos hábitos alimentares.
  • Psicoterapia individual e familiar
  • Possívelmente psicofarmacologia, dependendo a escolha desta da sintomatologia associada.
  • Internamento se:
    IMC inferior a 14 IMCkg/m2
    Bradicardia – inf a 50ppm
    Postura taquicardia (aumento sup a 20 ppm)
    Arritmia – QTc superior a 50 mseg Hipocaliémia
    Neutropenia

• Evolução com recaídas frequentes, por vezes com evolução para a cronicidade.

  • 2/3 recuperam totalmente;
  • Tem diminuido o número de situações mortais (antes dizia-se 5%)
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6
Q

Bulimia nervosa - definição, clínica e TTO

A
  • Início no fim da adolescência;
  • Incidência: 10 ♀: 1 ♂;
  • Muito frequentemente associada a depressão/ansiedade
  • Factores associados com pior prognóstico: baixa auto-estima obesidade infantil
  • Evolução mais favorável que a anorexia nervosa mas pode evoluir para esta
  • 1/3 a 1/2 ao fim de 5-10 anos podem ainda uma alteração do comportamento alimentar, maioritariamente atípica

Clínica:

  • Peso normal, excesso de peso ou obesidade
  • Sintomas gastro-intestinais não específicos
  • Irregularidades menstruais
  • Ansiedade e depressão;
  • Hipertrofia bilateral das glândulas salivares
  • Cicatriz ou calo no dorso dos dedos da mão
  • Erosão ácida dos dentes

TTO:
O tratamento faz-se com uma equipa multidisciplinar: pediatra, nutricionista, psiquiatra.
- Em ambulatório: abordagem mais gradual e integrada do peso e normalização dos hábitos alimentares.
- Psicoterapia individual e familiar
- Possível psicofarmacologia, dependendo da sintomatologia associada
• Factores associados com pior prognóstico: baixa auto-estima obesidade infantil

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7
Q

PERTURBAÇÕES DO SONO NA CRIANÇA

INSÓNIA

A

Agitada

  • comum - o bebé tem períodos de sono breves ( 1 –2 horas), cortados por um acordar acompanhado de choro e gritos
  • grave - poucas horas de sono por dia (por vezes, 4 – 5 horas em 24 horas). O bebé grita e chora constantemente.

Calma
Mais rara. A criança está acordada na cama, com os olhos aberto. Esclarecer a situação porque o normal é o bebé solicitar a atenção dos cuidadores.
ATENÇÃO NO 1.o ANO:
O bebé que é descrito como “não acordando nem para comer”; pode provocar decepção e desinvestimento materno e consequentemente hipoestimulação do bebé

Alguns pais, hiperestimulam a criança perto da hora de deitar.
Ou reforçam o comportamento proporcionando-lhe um benefício secundário (ex: levá-lo para a cama dos pais)
Vários estudos mostram - Maior frequência de interações negativas mãe/bebé, podendo ser causa ou consequência
•DEPRESSÃO MATERNA – Causa e/ou Consequência
• DIFICIL TEMPERAMENTO DA CRIANÇA

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8
Q

PERTURBAÇÕES DO SONO COM INÍCIO MAIS FREQUENTE A PARTIR DO 2.o ANO DE VIDA

PERTURBAÇÕES AO DEITAR EADORMECER

Oposição ao deitar

Rituais de adormecimento

Fobia de deitar

Ritmos de adormecimento

Fenómenos hipnagógicos

A

OPOSIÇÃO AO DEITAR – frequente entre os 2 e 3 anos, mas podendo verificar-se anteriormente. A criança recusa-se a ir-se deitar, com birras quando a colocam na cama.

RITUAIS DE ADORMECIMENTO – Aparecem entre os 2 e os 2,5 e desaparecem entre os 4 e 6 anos. A criança não adormece se não tiver os seus objectos colocados de determinada posição, sempre igual (bonecos na cama, copo de água, beijo da mãe, canção…)

FOBIA DE DEITAR – Frequente a partir dos 2,5 anos. Ex: medo do escuro, necessidade de estar acompanhado com a luz acesa, porta aberta. Quando mais graves, podem ser semelhantes a situações de pânico. Frequentemente após episódios de sonhos de angústia ou de terrores nocturnos, como se a criança temesse adormecer e ser, de novo, confrontada com imagens oníricas angustiantes.

RITMOS DE ADORMECIMENTO – Movimentos ritmados pelos quais a criança se estimula para poder dormir. Podem manter-se durante o sono.

 FENÓMENOS HIPNAGÓGICOS – Fenómenos psíquicos ou motores que aparecem no adormecimento. Mais frequente entre os 6 e os 15 anos. Ex: sobressalto, sensação de queda, alterações cinestésicas, etc.. Se muito intensos, podem provocar resistência ao deitar e adormecer.

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9
Q

PERTURBAÇÕES DO SONO COM INÍCIO MAIS FREQUENTE A PARTIR DO 2.o ANO DE VIDA

PERTURBAÇÕES PAROXÍSTICAS

Sonho de angústia
Terror noturno
Sonambulismo

A

 Sonho de angústia: A criança acorda a chorar e conta um sonho.
 Terror nocturno: a criança apresenta-se com uma angústia intensa e com sinais neurovegetativos (taquicardia, taquipeneia, sudação), sem estar completamente acordada. Pode gesticular e agitar-se. É difícil acalmá-la. A duração é de entre 3 a 20 mns. Depois adormece e, em geral, não se recorda da situação. Pode tratar-se de um episódio único ou repetir-se durante um certo período de tempo.
 Sonambulismo – risco de defenestração

OUTROS:

Somniloquia (falar durante o sono)
Bruxismo (ranger os dentes) Hipersómnias (início na adolescência)
Apneias do sono

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10
Q

PERTURBAÇÕES DO SONO NA CRIANÇA
Avaliar a gravidade do sintoma de acordo com a intensidade, duração e repercussão na criança e família.
O aconselhamento é a única intervenção terapêutica necessária, na maioria das situações.
A SAÍDA DO QUARTO DOS PAIS
Favorecer a construção de uma segurança interna Facilitar posteriores fases do desenvolvimento afectivo

A

.

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11
Q

Perturbações do Controlo Esfincteriano

Enurese - DSMV

A

Critérios de diagnóstico (DSM V)
1. Emissão repetida de urina na roupa ou na cama (involuntária ou intencionalmente)
2. Com importância clínica se tem uma frequência bissemanal, no mínimo,
por três meses consecutivos ou pela repercussão a nível social, escolar
ou outras áreas de funcionamento ou pelo sofrimento que provoca.
3. Idade cronológica de, pelo menos, 5 anos (ou nível de
desenvolvimento equivalente)
4. Não é devida exclusivamente a um efeito fisiológico directo de uma
medicação (ex:diurético, medicação antipsicótica) ou uma outra patologia orgânica (ex: diabetes, spina bífida, epilepsia)

Subtipos: 
Primária
Secundária (se o controle foi adquirido durante 6 meses) Nocturna
Diurna
Nocturna e Diurna
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12
Q

Enurese

Enurese nocturna mais comum no sexo masculino
Enurese diurna mais comum no sexo feminino
Mais de 50 % dos que têm enurese diurna também têm a nocturna
Evolução
Após os 5 anos, a percentagem de remissão expontânea é entre 5 a 10 % por ano
Muitas crianças com enurese adquirem o controle na adolescência Cerca de 1% pode continuar para a idade adulta

A

.

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13
Q

Perturbações do Controlo Esfincteriano

Enurese - perturbações associadas

A

Encoprese podem estar presentes
Perturbações associadas
Infecção urinária (5%)
- Mais frequente nas crianças com enurese sobretudo diurna e do sexo feminino

Alguns factores predisponentes
• Educação do controle esfincteriano tardio ou pouco consistente
• Stress psicossocial
• Alteração da capacidade de concentrar a urina
• Um limiar baixo de volume vesical para emissão involuntária

Se enurese secundária – procurar sempre o factor stressante (externo ou interno – modo como a criança vive uma determinada situação)

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14
Q

Perturbações do Controlo Esfincteriano

Enurese - dx diferencial

A
  • Infeção urinária
  • Bexiga neurogénica
  • Outra patologia orgânica que provoque poliúria ou urgência miccional (ex: diabetes mellitus e diabetes insipída
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15
Q

Perturbações do Controlo Esfincteriano

Enurese - TTO

A

Medidas educativas
– Registo das noites sem enurese e reforço positivo (resultado em cerca de 20%)
– Explicar mecanismo de formação da urina e do desejo miccional
– Restrição de líquidos
– Punições e criticismo são desapropriados
– Acordar à noite – controverso

Psicoterapia
– Reforço da auto-estima
– Perceber a problemática subjacente podendo colocar hipóteses sobre desejos regressivos, dificuldade de aceitar a diferença dos sexos, factores excitantes ou geradores de ansiedade, compreender o modo como os pais reagem e podem perpetuar esta situação

Medicação (nunca antes da criança ter 6 anos)
– Desmopressina (DDAVP) – 0,12 mg – 1 a 2 drageias sublingualmente ao deitar
– Imipramina - Iniciar com 10mg, 1 ao deitar – ECG prévio
Alarme

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16
Q

Encoprese - CRITÉRIOS

A

Critérios de diagnóstico (DSM V)

A. Emissão repetida de fezes em locais inapropriados (roupas ou outros como o chão), voluntária ou intencionalmente
B. Periodicidade de, pelo menos, 1 vez por mês durante, no mínimo, três meses
C. Idade cronológica de, pelo menos, 4 anos ou nível de desenvolvimento correspondente

D. Não ser devida a medicação (ex: laxativos) ou patologia orgânica excepto a que provoque obstipação

17
Q

Encoprese - subgrupos, tipos , prevalência

A

Dois subgrupos:
1- com obstipação e incontinência fecal por refluxo
2- sem obstipação e incontinência fecal por refluxo

Tipos:
Primária
Secundária
Nocturna : pouco frequente
Diurna
Contínua
Episódica : mais influenciável por factores externos

Mais prevalente nos rapazes

18
Q

Encoprese

  • fatores predisponentes
  • aspetos associados
A

FATORES PREDISPONENTES:

  • Stress psicossocial (Ex: o nascimento de um irmão; a entrada na escola)
  • Educação do Controle dos esfincteres inadequado ou pouco consistente
  • Medo de usar a sanita
  • Dor à defecação (ex: se existiu uma fissura anal)

Aspectos associados
• A criança com encoprese sente-se frequentemente envergonhada e pode desejar evitar situações embaraçosas.
• O grau de repercussão é função do efeito na auto-estima da criança (reacção dos colegas e dos prestadores de cuidados).
• Frequentemente, associado com enurese.
• Emissão voluntária : uma perturbação da oposição ou do comportamento pode estar presente

19
Q

Encoprese

TTO

A

Se obstipação:
• Explicar que a dilatação rectal pode provocar que se deixe de ter o reflexo de defecação;
• Foco na alimentação (aporte de fibras, líquidos)
• Educacionais (poder ter um horário após o jantar para se sentar durante um tempo limitado
(ex:5 mns) na sanita e tentar a dejecção);
• Elogios e recompensa quando o consegue;
• Laxativos, se obstipação, persistente

Evolução: Mesmo sem tratamento, normalmente desaparece durante a adolescência