8.2 Pedopsiquiatria Linguagem e Fala, Ansiedade, Depressão, Bipolar Flashcards
Mutismo seletivo - definição
- Incapacidade persistente para falar em situações sociais específicas onde é esperado que o façam
- Duração mínima de 1 mês
- Frequentemente, comorbilidade com uma Perturbação de Ansiedade
- Geralmente, inicia-se entre os 3 e 5 anos de idade, após a aquisição normal do desenvolvimento da fala
- Mais frequente no sexo feminino
- Criança não fala na consulta
- Questionar aos pais se a compreensão e o discurso são normais
Mutismo seletivo - tratamento
Psicoterapia (1a linha)
Sertralina - medicação com efeito ansiolítico (2a linha)
Não forçar a criança/adolescente a falar, seja qual for a situação
Mutismo seletivo - Evolução
- pode ser persistente
- Remissão de 58% 13 anos após a primeira consulta
- Associação elevada com Ansiedade Social e Fobia
- Risco elevado de Depressão e Uso de Substâncias Ilícitas nos casos sem resolução da situação clínica
Perturbação da ansiedade de separação - definição
- Ansiedade excessiva relativamente à separação da casa ou daqueles a quem a criança está vinculada, em relação ao esperado para o nível de desenvolvimento, com uma duração mínima de 4 semanas.
- Provoca um mal-estar clinicamente significativo ou défice social, escolar ou noutras áreas importantes de actividade.
- Podem ter angústia de perda dos pais (receio que algo de mal lhes possa acontecer) ou de abandono
- Sexo feminino
Perturbação da ansiedade de separação - tratamento
- Por vezes, precipitada por uma experiência traumática, percepcionada por todos deste modo ou só pela criança
- Podem ser crianças com um temperamento vulnerável para a ansiedade
- Por vezes, pais com ansiedade e/ou hiperprotectores
Psicoterapia individual e familiar
Grave - Psicofarmacologia (sertraline)
Fobias (perturbação de ansiedade específica) - definição e TTO
Sintomas fóbicos minor: comuns na infância (animais, escuro, morte), começam antes dos 5 anos e desaparecem na adolescência, só uma minoria 10% persiste na idade adulta
TTO: CBT
Fobia escolar - se sintomas mt graves e persistentes - psicofarmacologia
Perturbações da ansiedade social na infância
- Ansiedade com estranhos de maior intensidade ou mais prolongada do que o medo ao estranho que geralmente ocorre no segundo semestre de vida, com evitamento dos mesmos.
- Pode ser medo de adultos ou de outras crianças
- Interfere com o funcionamento social
- Tendência: crianças com um temperamento inibido
- Não acompanhada por ansiedade relativa à separação dos pais
Tratamento – semelhante aos das outras perturbações de ansiedade
Perturbação de rivalidade fraterna
Ciúmes intensos ou outros sinais de rivalidade em relação a irmão
Início a seguir ao nascimento do irmão
Intensidade muito superior à que normalmente pode surgir Persistente e a causar problemas sociais
Pode existir:
• Hostilidade e lesão física ao irmão
• Regressão nas aquisições
• Oposição aos pais e outras alterações do comportamento (birras)
• Alterações do sono e /ou resistência a se deitar
Tratamento – individual e parental – dividir a atenção entre os filhos, colocar limites e simultaneamente ajudar a criança a sentir-se valorizada
Perturbação do stress pós-traumático
Quadro clínico semelhante ao dos adultos
Podem também apresentar: • Alterações do comportamento • Regressão no desenvolvimento • Sintomatologia somática • Medos generalizadosa
Tratamento – semelhante ao do adulto ( terapia cognitiva- comportamental focada no trauma; reprocessamento e dessensibilização movimento ocular (EMDR);terapia de exposição à narrativa e apoio/aconselhamento)
Depressão na criança/adolescente
- Aparência de tristeza
- Atitude de desinteresse (de retracção) que pode ou não ser permanente e com tédio
- Descontentamento, com dificuldade de mostrar prazer seja pelo que for (a criança deprimida não brinca)
- Sentimento de ser rejeitado ou não amado, coincidindo com tendência para se afastar de companheiros vividos como decepcionantes
- Incapacidade de receber ajuda ou desconforto, mesmo que o pedido seja explícito e a aceitação aparente, sem manifestar desprezo ou instabilidade.
- Tendência a regressar a uma posição passiva
- Diversas queixas somáticas ( abdominais, alimentares, do sono, etc.)
- Alterações no comportamento (irritabilidade)
- Dificuldades no rendimento escolar (sobretudo se diminuição deste)
Duas razões para uma dificuldade no reconhecimento da depressão na criança:
• Dificuldade da criança em a demonstrar
• Dificuldade dos adultos suportarem esse facto
TTO:
Psicoterapia individual
Psicofarmacologia (SSRI)
Risco de recorrência de cerca de 50%
Psicose na Infância e Adolescência
Várias formas de apresentação:
- Discurso e comportamento bizarros, sem ligação entre os temas que aborda.
- Frequente discurso com conteúdos onde a agressividade e/ou sexualidade surgem de modo primário
- Alucinações auditivo-verbais
- Alucinações visuais
- Delírio
Particularidades na criança
- Inicioinsidioso
- Predominância no sexo masculino (1,67 M/1 F)
- Problemas de comportamento
- Desadaptação/ Isolamentosocial/ Comportamento estranho
- Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
Psicose na Infância e Adolescência
- dx diferencial e TTO e fatores de bom prognóstico
• Perturbações do Humor
Quadro de mania pode apresentar-se como delírios e alucinações
Sintomas negativos ausentes
Depressão – Diagnóstico ou Comorbilidade?
• Autismo Infantil/Síndrome de Asperger
Linguagem e processos de pensamento podem ser confundidos com quadros delirantes
Idade de diagnóstico Alterações da linguagem
• Perturbação Obsessiva – Compulsiva
“couteractive protective behaviors” - Delírios menos bizarros
Rituais compulsivos não neutralizam o medo
• SíndromedeStressPós-Traumático – Sintomas tipo psicóticos
TTO: Psicoterapia individual; Consultas terapêuticas com pais; Psicofarmacologia, Articulação com a escola
1a linha: Antipsicóticos de 2a geração
• Factores de bom prognóstico:
– Inteligência elevada antes do inicio da doença
– Prevalência dos sintomas positivos
– Cooperação da família no tratamento
Perturbação bipolar na criança
Depois dos 14A
Antes dos 14A
Antes dos 9A
Depois dos 14 anos de idade: quadro cínico semelhante ao do adulto
Antes dos 14 anos de idade:
• curso crónico e contínuo ou mudança mais
frequente e rápida dos ciclos
• humor mais irritável que eufórico
• frequente a existência mista de sintomas
depressivos e maníacos
Se antes dos 9 anos, surge igualmente: • Irritabilidade muito intensa, persistente e até violenta, com explosões coléricas com agressividade dirigida a pais, professores e pares • Diminuição da necessidade de sono • Distractibilidade • Instabilidade psicomotora
Perturbação bipolar na criança
Diagnóstico diferencial
- Perturbação Desregulatória do Humor Disruptivo
- Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção - Perturbação de Comportamento
- Esquizofrenia
Perturbação bipolar na criança
TTO
Psicoterapia e psicofarmacologia
• A utilização da psicofarmacologia é semelhante à do adulto mas o Lítio não está aprovado para utilização antes dos 12 anos de idade
• Antipsicóticos de segunda geração – maior evidência de eficácia terapêutica nesta faixa etária – cuidado com o aumento de peso e o síndrome metabólico
• Se existir associação com PHDA, a PB deve ser estabilizada primeiro
• 10 – 17 anos - FDA – aprovação da risperidona, quetiapina e aripiprazol para tratamento de episódios de mania ou mistos
Evolução: Não há estudos suficientes para afirmar que o inicio precoce indica maior gravidade e curso para toda a vida.