21 - Toxidermias Flashcards

1
Q

Quais são as 2 toxidermias mais comuns?

A
  • Erupção exantemática;

- Urticária.

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2
Q

Definição da OMS de toxidermia grave?

A

”- se resultar em morte;

  • se requer internamento ou prolongamento do internamento;
  • se resulta em limitação/ incapacidade persistente ou significativa;
  • se for ameaçadora de vida.”
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3
Q

Quais as toxidermias graves? (6)

A

1 - Anafilaxia;
2- Necrose cutânea induzida por anticoagulantes;
3- Pustulose exantemática aguda generalizada;
4- DRESS;
5- Eritema pigmentado fixo bolhoso generalizado;
6- Síndrome de Stevens-Johnson e Necrólise Epidérmica Tóxica.

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4
Q

Fatores de risco para toxidermias? (4)

A
  • sexo feminino;
  • imunossupressão (HIV e TMP-SMX);
  • dermatomiosite (+++ hidroxicloroquina);
  • genes HLA específicos.
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5
Q

Tipos de toxidermias imunomediadas? (4)

A
  • Tipo 1 (IgE-dependente): urticaria, angioedema, anafilaxia;
  • Tipo 2 (citotóxica - Ac contra um Ag): petéquias secundárias a trombocitopenia induzida por fármacos;
  • Tipo 3 (dependentes de imunocomplexos): vasculite, soro-like, e alguns tipos de urticária;
  • Tipo 4 (retardada - mediada por células): erupção exantemática, fixa, liquenóide, STS e NET. Subtipos:
    > reação Th1
    > reação Th2 (DRESS)
    > reação citotóxica imune (SSJ, NET)
    > reação imune de neutrófilos e células T (AGEP)
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6
Q

Mecanismos imunológicos propostos para explicar toxidermias severas? (3)

A

1- conceito hapteno/ pró-hapteno;
2- reação farmacoimune;
3- interação direta HLA-fármaco.

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7
Q

Mecanismos não imunológicos de toxidermias? (7)

A
1- overdose;
2- efeitos secundários farmacológicos;
3- toxicidade cumulativa;
4- toxicidade retardada;
5- interação fármaco-fármaco;
6- alterações do metabolismo;
7- exacerbação da doença.
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8
Q

Toxidermias “persistentes”? (4)

A

1- erupção liquenóide;
2- erupção fotoalérgica;
3- pênfigo foliáceo induzido por fármacos;
4- LE subagudo cutâneo induzido por fármacos.

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9
Q

Existe algum teste para identificar o fármacos responsável?

A

Com exceção dos ensaios para Acs IgE, não existem testes diagnósticos ou confirmatórios para estabelecer qual o fármacos responsável.

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10
Q

Em que situações se fazem os testes prick e intradérmicos?

A

Urticaria e angioedema.

Estão contraindicados no SJS/ NET.

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11
Q

Qual é a taxa de recorrência da toxidermia com a re-provocação?

A

Não é 100%, porque há períodos refratários.

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12
Q

Que atenção deve ser tida se fizer testes prick, intradérmicos ou epicutâneos em erupções morbiliformes por amoxi?

A

A leitura deve ser tardia.

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13
Q

% de urticária secundária a fármacos?

A

<10%.

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14
Q

Apresentação clínica do angioedema?

A

Edema agudo subcutâneo pálido ou rosado, ASSIMÉTRICO, da face.
Pode atingir a orofaringe, laringe e epiglote (disfagia e estridor).
Pode dar edema da parede intestinal (dor abdominal, náuseas, vómitos e diarreia).
50% têm urticária.

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15
Q

Tempo de latencia no angioedema por IECAs?

A

Pode aparecer entre 1 dia e vários anos após início do fármaco.
FR: afroamericanos, sexo feminino.

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16
Q

Principais fármacos implicados no angioedema?

A
Penicilinas,
IECAs e ARAs,
AINEs,
Meios de contraste,
Ac monoclonais.
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17
Q

Na anafilaxia, doentes medicados com bloqueadores beta podem ter resposta limitada à epinefrina.

A

V.

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18
Q

Fármacos causadores de urticaria e anafilaxia?

A
1- penicilinas,
2- cefalosporinas,
3- AINEs,
4- Ac monoclonais,
5- Meios de contraste,
6- Outros (anafilaxia): paracetamol, relaxantes musculares, gadolínio, latex.
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19
Q

Intervalo entre a toma do fármaco e o inicio de urticária ou anafilaxia?

A

Minutos a horas.

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20
Q

Em que consiste a anafilaxia?

A

Reação ameaçadora da vida, que ocorre minutos após administração de um fármacos, +++ parentérico.
Caracteriza-se por sinais cutâneos (urticaria e /ou angioedema) e sintomas sistémicos (hipoTA e taquicardia).

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21
Q

Tipos de reações adversas a meios de contraste?

A

a) iodados
a1) imediatas (<1 hora):
> urticaria (+++ não imunológica), angioedema;
> reação anafilactóide.
a2) tardias (1h a 1 semana):
> erupção morbiliforme;
> AGEP;
> SDRIFE;
> iododermia (também >1 semana).

b) gadolínio
b1) urticária, eritema (raro);
b2) reações anafilactóides, anafilaxia (raro);
b3) fibrose sistémica nefrogénica (se DRC).

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22
Q

Fármacos causadores de erupção exantemática/ morbiliforme? (7)

A
1- aminopenicilinas;
2- sulfonamidas;
3- cefalosporinas;
4- anticonvulsivantes (aromáticos);
5- alopurinol;
6- abacavir;
7- nevirapina.
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23
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e início de erupção exantemática?

A

4-14 dias.

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24
Q

Clínica da erupção morbiliforme?

A
  • máculas, pápulas e/ou lesões urticariformes,
  • início no tronco e extremidades superiores, que se pode tornar posteriormente confluente;
  • nos membros inferiores distais pode haver aspeto petequial/ purpúrico;
  • aspeto mais polimórfico do que exantema vírico;
  • pode haver aspeto anular ou alvo atípico (DD eritema multiforme);
  • mucosas estão geralmente poupadas;
  • frequentemente com prurido e febre baixa.
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25
Q

Após paragem do fármaco, quanto tempo demora a resolver a erupção morbiliforme?

A

1-2 semanas.

MAS, 1-3 dias depois de parar o fármacos pode haver um aumento na extensão e intensidade.

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26
Q

Histopatologia da erupção morbiliforme?

A

Inespecífica.
Infiltrado linfocítico intersticial e perivascular superficial ligeiro, com eosinófilos (<70%) e alterações de interface.

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27
Q

DD da erupção morbiliforme?

A
DD major é o exantema vírico:
- Epstein-Barr, 
- enterovirus,
- adenovirus,
- HIV inicial,
- HHV-6.
Aspeto polimórfico, eosinofilia apontam para toxidermia.
Adulto: +++ toxidermia.
Criança: +++ exantema vírico.
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28
Q

Pode continuar-se o fármaco mesmo com erupção morbiliforme?

A

Sim, se o fármaco for de extrema importância e não houver substituto adequado. Habitualmente, a erupção desaparece, mas alguns podem ter agravamento progressivo, levando a eritrodermia.
A dessensibilização pode ser tentada em HIV que requer sulfonamida.

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29
Q

Fármacos causadores de DRESS?

A
  • anticonvulsivantes (aromáticos);
  • lamotrigina (+++ se combinada com valproato);
  • Sulfonamidas;
  • Abacavir;
  • Alopurinol;
  • Dapsona;
  • Minociclina;
  • Nevirapine.
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30
Q

Critérios J-SCAR de dx de DRESS?

A
  1. Rash maculopapular que inicia >3 semana depois de iniciar tx;
  2. sintomas prolongados após descontinuação do fármaco;
  3. Febre (>38ºC);
  4. Alterações hepáticas (ATL> 100U/L) ou alterações de outro orgão (ex: rim);
  5. Alterações dos leucócitos (pelo menos 1):
    a) leucocitose (>11x10^9/L),
    b) linfócitos atípicos (>5%);
    c) eosinofilia (>1,5x10^9/L);
  6. Linfadenopatia;
  7. Reativação HHV-6.

DRESS típico: 7/7.
DRESS atípico: primeiros 5/7.

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31
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e o DRESS?

A

2-6 semanas.

mais cedo se re-exposição

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32
Q

Clínica do DRESS?

A

85% com febre.
75% com erupção cutânea.
Começa por ser uma erupção morbiliforme, que posteriormente se torna edematosa, difusa e confluente, com acentuação folicular.
Menos comum: vesículas, pústulas foliculares e não foliculares, eritrodermia, lesões purpuricas.
Face, tronco superior e extremidades são os locais iniciais.
Edema da face é frequente e é o hallmark do DRESS.
Envolvimento das mucosas: se presente, é ligeiro.
Manifestações viscerais: linfadenopatia, envolvimento hepático (80%).

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33
Q

Outras manifestações viscerais do DRESS para além das adenopatias e envolvimento hepático?

A
1- nefrite;
2- miocardite;
3- pneumonia intersticial;
4- miosite;
5- tiroidite;
6- infiltração cerebral por eosinófilos.
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34
Q

Tempo de evolução do DRESS?

A

O envolvimento cutâneo e visceral pode persistir por várias semanas ou meses após a suspensão do fármaco, e pode ocorrer o atingimento de locais adicionais (cardíaco, tiróide) semanas ou meses mais tarde, inclusive após desmame dos corticosteróides.

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35
Q

Taxa de mortalidade do DRESS?

A

2-10%.

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36
Q

Padrões histopatológicos do DRESS?

A

podem observar-se vários padrões como:

  • dermatite de interface (+++),
  • eczema,
  • AGEP-like,
  • eritema multiforme-like.
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37
Q

Diagnóstico diferencial do DRESS? (5)

A
  • infeção vírica aguda,
  • erupção morbiliforme,
  • síndrome hipereosinofílico,
  • linfoma (cel T angioimunoblástico, Sind Sézary),
  • pseudolinfoma.
  • Outros (Uptodate): SSJ/NET, AGEP, LE cutâneo agudo.
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38
Q

Tratamento do DRESS?

A
  • Suspensão precoce do fármaco.
  • Evitar introdução de novos medicamentos.

a) Sem envolvimento severo de orgãos:
- se sem evidência clínica, laboratorial, imagiológica de atingimento renal ou pulmonar, e aqueles apenas com elevação modesta das transaminases (<3xLSN) podem ser tratados sintomaticamente com GCs tópicos alta potência 2-3x/Dia, 1 semana.

b) Envolvimento severo de orgão
- fígado: GC sistémicos não têm benefício! Análises seriadas. Se insuficiência hepática aguda: transplante!

  • pulmão (dispneia, hipoxemia, RxT anormal) ou rim creatinina >150% basal e proteinuria ou hematuria):
    > 1ª linha: GCs sistémicos (prednisolona 0,5-2mg/kg/dia) até melhoria ou normalização, e depois desmame ao longo de 8-12 semanas.
    > 2ª linha: ciclosporina?

(Uptodate)

  • em casos ligeiros, mesmo com hepatite ligeira, os GC tópicos alta potência podem ser úteis e levar a menor replicação vírica.
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39
Q

Testes laboratoriais na fase aguda do DRESS?

A
  • hemograma, formula leucocitária, esfregaço de sangue periférico;
  • ureia, creatinina, análise sumária urina, ratio proteína:creatinina na urina;
  • provas hepáticas, CK, lipase, PCR,
  • TSH, FT4 (repete aos 3 meses, 1 ano e 2 anos);
  • glucose em jejum (antes de iniciar GC sistémicos).

Testes adicionais:

  • ECG, troponinas, ecocardiograma;
  • PCR para HHV6, HHV7, CMV, EBV;
  • coloração Wright para eosinofilia na urina (antes de iniciar GC);
  • ANAs, culturas, serologias Mycoplasma e Chlamydia HAV/ HBV/ HCV (critérios de exclusão no RegiSCAR);
  • se suspeita de linfohistiocitose hemofagocítica: ferritina, triglicerídeos, LDH, exame MO.
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40
Q

Fala da doença do Soro Like:

  • epidemiologia,
  • tempo de latência,
  • clínica,
  • fármacos causadores,
  • diferença em relação à doença do soro “verdadeira”.
A
  • mais comum em crianças. Ocorre em 1/2000 crianças sob cefaclor.
  • 1-3 semanas após toma do fármaco.
  • febre, artralgias, artrite, exantema (urticariforme, morbiliforme) e adenopatia.
  • fármacos causadores: cefaclor (1/2000 crianças); outros: penicilinas, AINEs, bupropion, fenitoína, sulfonamidas, minociclina, propanolol.
  • ao contrário da doença do soro “verdadeira” por proteínas não humanas (ex: globulina anti-timócito, tositomumab, infliximab), a hipocomplementémia, imunocomplexos circulantes, vasculite, doença renal estão ausentes.
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41
Q

% de vasculite de pequenos vasos induzida por fármacos?

A

10%.

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42
Q

Clínica das vasculite pequenos vasos induzida por fármacos?

A
  • pápulas purpúricas (+++ membros inferiores),
  • lesões urticária-like, bolhas hemorrágicas, pústulas, necrose digital, úlceras.
  • Envolvimento sistémico é muito incomum: febre, mialgias, artralgias, cefaleias.
  • Manifestações viscerais: artrite, nefrite, neuropatia periférica, hemorragia GI.
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43
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e início de vasculite?

A

7-21 dias ( = d. soro-like).

Se re-exposição: 3 dias.

44
Q

Tx da vasculite pequenos vasos induzida por fármacos?

A

GCs sistémicos se tiver manifestações sistémicas.

Caso contrário, basta suspender o fármaco.

45
Q

Principais fármacos causadores de vasculite pequenos vasos induzida por fármacos?

A

1- penicilinas,
2- AINEs,
3- cefalosporinas.

46
Q

Histologia da AGEP?

A
  • pústulas espongiformes nas camadas mais superficiais da epiderme, abaixo do estrato córneo.
  • edema da derme papilar e infiltrado misto perivascular (neutrófilos e alguns eosinófilos).
  • vasculite pequenos vasos e queratinócitos necróticos são incomuns.
47
Q

Achados laboratoriais da AGEP?

A
  • leucocitose marcada com neutrofilia;
  • eosinofilia ligeira a moderada;
  • insuficiência renal transitória;
  • provas hepáticas anormais;
  • hipocalcémia.
48
Q

90% da AGEP é devida a fármacos. Que outras causas pode ter?

A

ex:

  • infeção por enterovírus,
  • exposição a mercúrio.
49
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e início de AGEP?

A

<4 dias.
A sensibilização prévia (incluido a sensibilização de contacto) explica o curto intervalo entre a toma do fármaco e início da erupção (sugere um fenómeno imunológico de “recall”).

50
Q

% de testes epicutâneos positivos na AGEP?

A

50-60%.

51
Q

Clínica da AGEP?

A
  • febre alta;
  • lesões cutâneas com início na face ou em áreas de pregas major (axilas e virilhas), seguido de disseminação em poucas horas;
  • numerosas pústulas estéreis pequenas (<5mm), principalmente NÃO-FOLICULARES, sobre áreas grandes de edema eritematoso.
  • pode haver sensação de queimadura e/ou prurido.
  • 50% tem edema da face e mãos, púrpura, vesículas, bolhas, lesões eritema multiforme-like, e/ou envolvimento das mucosas.
  • numa série: pequena minoria (17%) com envolvimento sistémico (+++ fígado e rins, seguidos por pulmão - ARDS).
52
Q

DD de AGEP?

A
  • psoríase pustulosa de Von Zumbusch,
    > AGEP: sem hx de psoríase, aparecimento rápido, exposição recente a fármaco.
  • erupção morbiliforme,
    > podem ter algumas pústulas, mas são foliculares.
  • NET,
    > a confluência das pústulas e consequente descolamento da epiderme na AGEP pode confundir-se com NET, mas a presença de pústulas subcorneanas permite distinguir.
  • DRESS.
    > para além do edema facial, o DRESS pode ter pústulas, mas tem evolução prolongada, linfocitose atípica, hipereosinofilia marcada e envolvimento sistémico comum.
53
Q

Principais fármacos causadores de AGEP?

A

1- antibióticos (beta-lactâmicos, clindamicina, macrólidos);

2- inibidores canais de cálcio (diltiazem).

54
Q

Quanto tempo duram as lesões de AGEP?

A

1-2 semanas, seguidas por descamação superficial.

55
Q

Toxidermias neutrofílicas?

A

1- AGEP,
2- Síndrome de Sweet,
3- Halogenoderma,
4- Outras: hidradenite écrina neutrofílica, pioderma gangrenoso induzido por fármacos.

56
Q

Diferença entre o Síndrome de Sweet e o Síndrome de Sweet induzido por fármacos?

A

Síndrome de Sweet induzido por fármacos frequentemente tem ausência de neutrofilia (porque frequentemente é causado por fatores de crescimento hematopoiético usados para reverter a neutropenia secundária à quimioterapia).

57
Q

Tempo de latência entre toma do fármaco e início de Síndrome de Sweet induzido por fármacos?

A

1 semana.

58
Q

Duração do Síndrome de Sweet induzido por fármacos?

A

Após paragem do fármaco, febre resolve em 1-3 dias e as lesões em 3-30dias.

59
Q

Subtipos de halogenodermias? (3)

A
  • bromodermia,
  • fluorodermia,
  • iododermia.
60
Q

Clínica das halogenodermias?

A

Os halogéneos induzem classicamente erupções acneiformes e pústulas, mas podem observar-se placas granulomatosas e vegetativas, úlceras e até bolhas.

61
Q

Tempo de latência entre a exposição e aparecimento de halogenodermias?

A

Geralmente após exposição longa, mas podem aparecer logo após alguns dias.

62
Q

DD de halogenodermias?

A
  • foliculite,
  • infeções fúngicas dimórficas (ex: blastomicose),
  • pioderma gangrenoso,
  • Síndrome Sweet,
  • pioderma blastomicose-like,
  • pênfigo vegetante.
63
Q

Tx de halogenodermias?

A

halogenodermias podem persistir semanas após paragem do fármaco, pela eliminação lenta dos iodetos e brometos.
GC tópicos e sistémicos, em conjunto com os diuréticos, podem acelerar a resolução.
Em casos graves: ciclosporina.

64
Q

O que é a hidradenite écrina neutrofílica? Quando ocorre?

A

Pápulas e placas eritematosas frequentemente dolorosas, devidas a infiltrados neutrofílicos dentro e em torno das glândulas écrinas.
Ocorre 7-14 dias após quimioterapia.

65
Q

Critérios clínicos de SDRIFE?

A

1- exposição a fármaco sistémico (exceto QT), quer na dose inicial, quer repetida (excluindo alergénios de contacto);
2- eritema bem demarcado da região glútea/ perianal e/ou eritema em V da região inguinal/ perigenital;
3- envolvimento de pelo menos outra prega/ área intertriginosa;
4- simetria das áreas afetadas;
5- ausência de sinais/ sintomas sistémicos.

66
Q

DD do SDRIFE?

A
  • dermatite de contacto sistémica;
  • eritema pigmentado fixo;
  • eritema tóxico da QT.
67
Q

Toxidermias bolhosas?

A
1- eritema pigmentado fixo;
2- dermatose bolhosa IgA linear;
3- penfigóide bolhoso induzido por fármacos;
4- pênfigo induzido por fármacos;
5- SSJ/ NET.
68
Q

Clínica do eritema pigmentado fixo?

A

1 ou algumas placas redondas/ovais eritemato-edematosas, com bordos bem definidos.
Por vezes com uma tonalidade violácea escura ou com vesiculobolhas, que se tornam erosivas por descolamento epidérmico.
Podem ocorrer em qualquer local, inclusive mucosas. Locais comuns: lábios, face, mãos, pés e genitais.

69
Q

Eritema pigmentado fixo deixa hiperpigmentação pós-inflamatória?

A

Sim.

Ao fim de alguns dias, as lesões desvanecem e deixam uma pigmentação castanha pós-inflamatória residual.

70
Q

O EPF pode recorrer?

A

Se houver re-exposição ao fármaco, as lesões ocorrem exatamente nos mesmos locais. A cada recorrência subsequente, o nº de locais envolvidos mantém-se constante ou pode atingir mais locais.

71
Q

Variantes de EPF?

A
  • EPF,
  • EPF eritema multiforme-like,
  • EPF generalizado,
  • EPF bolhoso generalizado,
  • EPF linear (DD liquen plano linear),
  • EPF não pigmentado.
72
Q

O fármaco responsável por EPF cause sempre reação?

A

Em alguns doentes o fármaco pode não causar exacerbação com a re-exposição, sugerindo que possa haver um período refratário após o EPF.

73
Q

Testes epicutâneos são úteis no EPF?

A

Sim. Os testes epicutâneos nos locais previamente envolvidos por EPF podem identificar o fármaco responsável (desde que sejam feitos fora do período refratário).

74
Q

Tempo de latência no EPF?

A
  • 1ª exposição: 1-2 semanas;

- re-exposição: <48h, geralmente <24h.

75
Q

Principais fármacos causados de EPF?

A
  • TMP-SMX,
  • AINEs,
  • Tetraciclinas,
  • Pseudoefedrina (EPF não pigmentado).
76
Q

Histopatologia do EPF?

A
  • infiltrado intersticial e perivascular da derme superficial e profunda de linfócitos, eosinófilos e por vezes neutrófilos.
  • pode haver queratinócitos necróticos dispersos na epiderme ou necrose epidérmica extensa.
  • nas lesões não inflamatórias, o único achado é a presença de melanófagos na derme.
77
Q

Principal fármaco envolvido na DBAL?

A

Vancomicina.

78
Q

Histologia e IFD da DBAL?

A
  • bolha subepidérmica com neutrófilos na derme,

- IFD: deposição linear de IgA na membrana basal, dentro da lâmina lúcida ou raramente abaixo da lamina densa.

79
Q

Clínica da DBAL induzida por fármacos?

A

24h-15 dias após fármaco:

  • vesículas e bolhas tensas em disposição anular (= forma idiopática);
  • clínica de NET-like.
80
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e início de penfigóide bolhoso induzido por fármacos?

A

até 3 meses!

81
Q

Diferenças entre penfigóide bolhoso espontâneo e o induzido por fármacos?

A

penfigóide bolhoso induzido por fármacos:
- idade mais jovem,
- lesões cutâneas com aspeto eritema multiforme-like.
Histologia e IFD são semelhantes.

82
Q

Maioria dos doentes com DBAL induzida por fármacos tem ausência de auto-ACS IgA circulantes.

A

V.

83
Q

Patogénese do pênfigo induzido por fármacos?

A

Desconhecida.
A ligação de um grupo tio (sulfidril) ativo ao complexo antigénico do desmossoma atua como hapteno e induz uma resposta imune humoral dirigida contra os desmossomas, resultando em acantólise e bolhas intraepidérmicas.

84
Q

Diferenças entre pênfigo induzido por fármacos e o espontâneo?

A

Clinica, histologia e imunofluerescência são semelhantes, exceto:

  • IFD: pele perilesional é positiva em apenas 90%;
  • auto-Acs anti-desmogleínas em 70%.
85
Q

Tempo de latência entre a toma do fármaco e início de pênfigo induzido por fármacos?

A

Semanas a meses.

86
Q

Fármacos causadores de pênfigo?

A

80% são fármacos com grupo tiol: penicilina, IECAs, ouro, piritinol.
Não tiol: ABs, nifedipina, fenobarbital, piroxicam, propanolol, derivados das pirazolonas.

87
Q

Resolução do pênfigo induzido por fármacos?

A

A remissão espontânea após suspensão do fármaco não ocorre sempre, especialmente em doentes cuja reação é devida a fármacos que não contenham o grupo tiol.

88
Q

Toxidermias de fotossensiblidade? (2)

A

Fototoxicidade e fotoalergia.

89
Q

Necrose cutânea induzida por varfarina?

A
  • inicia 2-5 dias após o fármaco e coincide com a redução da função da proteína C;
  • FR: mulheres obesas de meia idade, défice hereditário proteína C;
  • clinica: placas dolorosas eritematosas, que evoluem para bolhas hemorrágicas e úlceras necróticas em consequência de enfartes isquémicos (por trombos oclusivos nos vasos cutâneos e subcutâneos);
  • locais comuns: mamas, abdomen, coxas, nádegas.
  • Tx: parar varfarina, administrar vit K, heparina e infusão de concentrado de proteína C.
90
Q

Patogénese da necrose cutânea induzida por heparina?

A

Acs que ligam ao complexo heparina - fator plaquetar 4, que induzem agregação plaquetar e consumo.
Para além da trombocitopenia, a heparina pode induzir trombose e necrose cutânea (no local da picada ou à distância, e nos orgãos), conhecido por síndrome de trombose com trombocitopenia induzido por heparina.
Tx: parar heparina e dar anticoagulante (argatroban, danaparoide).

91
Q

Qual a diferença do atingimento das mucosas e conjuntivas na DBAL idiopática e induzida por fármacos?

A

Atingimento das mucosas e conjuntivas não está presente na DBAL induzida por fármacos, mas é comum na idiopática.

92
Q

Sinais de alarme de uma reação severa de hipersensibilidade?

A

1) evolução para eritrodermia,
2) febre >38,
3) edema da face,
4) mucosite,
5) dor cutânea,
6) bolhas.
(Uptodate)

93
Q

Em que altura e que testes imunológicos específicos se podem fazer em toxidermias retardadas?

A

1-6 meses depois da resolução completa.
Testes epicutâneas, testes intradérmicos (com leituras tardias), testes in vitro para reações retardadas (ex: teste transformação/ ativação dos linfócitos, etc).
(Uptodate)

94
Q

Indicações para biópsia cutânea na erupção morbiliforme?

A

1- suspeita de doença não toxidermia,
2-vários fármacos sem relação temporal clara com a erupção,
3- sintomas sistémicos severos,
4- evolução para eritrodermia, bolhas, purpura, pústulas,
5- atingimento das mucosas.
(Uptodate)

95
Q

DD de erupção morbiliforme?

A

1- exantema vírico:
> sarampo, rubéola, eritema infecioso, exantema súbito, mononucleose infecciosa, HIV.
2- exantema bacteriano:
> escarlatina, mycoplasma.
3- rash maculopapular associado a doença do tecido conjuntivo:
> artrite idiopática juvenil e doença de Still do adulto,
> LE cutâneo agudo.
(Uptodate)

96
Q

Em que toxidermias se pode considerar a dessensibilização?

A

É prática estabelecida nas reações de HS imediata, mas há pouco evidência sobre a eficácia na HS retardada.

97
Q

Qual o HLA com frequência elevada na população portuguesa com DRESS por alopurinol?

A

HLA-B*58:01.

98
Q

Histopatologia do DRESS?

A

-espongiose,
-acantose,
-vacuolização de interface,
-infiltrado linfocítico na derme superficial (+++ perivascular), com presença variável de eosinófilos,
-edema da derme.
(Uptodate)

99
Q

Quais as características da erupção cutânea que sugerem DRESS?

A

-envolvimento >50%BSA,
- 2 ou +: edema facial, lesões infiltradas, descamação e púrpura.
(Uptodate)

100
Q

como é o envolvimento das mucosas no DRESS?

A

Ocorrem em 50%: inflamação e dor das mucosas, SEM EROSÕES, habitualmente num só local.
(Uptodate)

101
Q

Qual é a causa de morte na maioria dos DRESS?

A

Hepatite severa.

Uptodate

102
Q

No DRESS, de acordo com o RegiScar, como é definido o envolvimento hepático?

A

TGP (ALT) >2xLSN,
FA >1,5xLSN.
(Uptodate)

103
Q

Qual deve ser o protocolo para testar os herpes virus no DRESS?

A

PCR para CMV, EBV, HHV 6 e 7 à admissão e repetir mais 1-2x, com intervalos de 2-3 semanas.

104
Q

Principais fármacos associados à indução/ exacerbação de psoríase?

A
  • lítio,
  • bloqueadores-beta,
  • AINEs (orais e tópicos),
  • interferão,
  • inibidores TNF.
105
Q

DD do EPF?(4)

A
  • eritema multiforme;
  • SSJ/NET;
  • penfigoide bolhoso;
  • parapsoríase de grandes placas.