Varicocele e hidrocele Flashcards
Varicocele
- Varizes das veias gonadais
- Lado esquerdo é mais acometido - anatomia: veias gonadais esquerdas desembocam 90º na veia renal, maior pressão
Classificação por graus da varicocele
- Grau 0: subclínica, só detectável com exames de imagem
- Grau 1: não é visível e nem palpável quando o paciente está de pé sem realizar esforço, mas na palpação é possível perceber o aumento do volume da veia quando se realiza a manobra de valsava
- Grau 2: não é visível, mas é palpável quando o paciente está de pé sem realizar esforço; torna-se visível quando se realiza manobra de valsava
- Grau 3: visível e palpável quando o paciente está de pé na posição de repouso - possibilidade de reduzir quantidade de espermatozoides
Abordagem cirúrgica da varicocele
Grau III
1- Abordagem escrotal
2- Abordagem lapaoscópica
3- Embolização percutânea
4- Abordagem retroperitoneal (Palomo)
5- Abordagem inguinal modificada (Ivanissevich) - mais ultilizada
6- Abordagem subinguinal: < morbidade por preservar as camadas musculares e o canal inguinal; anestesia local
Definição de hidrocele
É uma coleção de fluido entre as camadas parietal e visceral da túnica vaginal que recobre os testículos e os cordões espermáticos
Causas de hidrocele
Desequilíbrio entre a secreção e a absorção de fluidos na túnica vaginal escrotal
* Comum em lactentes e neonatos do sexo masculino. Grande parte das hidroceles pediátricas é congênita e, na maioria dos casos, elas remitem dentro do primeiro ano de vida
* Complicação de epididimite
* Torção ou neoplasia testicular
* Trauma testicular ou abdominal
Tipos de hidrocele
- Comunicante: Processo vaginal patente contendo fluido peritoneal, que se estende ao testículo, com líquido entre as camadas da túnica vaginal. Também chamada de hidrocele congênita, aparece mais comumente em crianças até a puberdade. Geralmente, resolve-se espontaneamente dentro do primeiro ano de idade.
- Não comunicante: Pode ser primária (idiopática), causada por um desequilíbrio entre produção e absorção de líquido (linfa) na túnica vaginal, ou pode ser secundária à inflamação ou malignidade. Algumas causas de hidrocele secundária são: orquite, epididimite, torção testicular, torção de apêndice testicular, trauma e tumor testicular.
Aula do Wobido:
* Hérnia inguinal
* Hérnia inguinoescrotal
* Hidrocele comunicante
* Cisto de cordão
* Hidrocele não comunicante
Olhar imagem
Quadro clínico da hidrocele
- Paciente se apresenta com edema e aumento do volume da bolsa escrotal uniforme e de consistência cística.
- Dependendo do tamanho, pode estar relacionada à dor local.
- Hidroceles comunicantes podem aumentar de tamanho durante o dia ou com o aumento da pressão intra-abdominal.
Diagnóstico da hidrocele
- Teste de transluminescência do escroto
- Ultrassom da bolsa escrotal: EF da bolsa escrotal é duvidoso para hidrocele; a palpação testicular não é possível, devido ao tamanho da hidrocele, ou é duvidosa para excluir possíveis causas secundárias
Tratamento da hidrocele
- Hidrocele em crianças tem o potencial de se resolver espontaneamente até o primeiro ano.
- É indicada cirurgia caso a hidrocele persista após 1 ano de idade ou se, durante o período de observação, ela aumentar de volume ou flutuar de tamanho.
- A cirurgia é o tratamento mais comum e também está indicada em casos sintomáticos ou que comprometam a integridade da pele.
- A hidrocele comunicante em pacientes idosos raramente se resolve e representa risco para desenvolvimento de hérnia inguinal encarcerada.
- Aspiração do líquido pode ser realizada em paciente sintomático com risco cirúrgico alto. No entanto, em geral, não é efetiva, devido à rápida recidiva.
Retirada da túnica parietal
Definição de criptorquidia
- Ausência unilateral ou bilateral do testículo na bolsa escrotal correspondente
- A doença está presente desde o nascimento, mas seu diagnóstico pode ser tardio
- Também é chamada de distopia ou ectopia testicular
Fisiopatologia da criptorquidia
- Ocorre devido à falha de migração do testículo do abdome para a bolsa escrotal ou por complicação cirúrgica
- É a anomalia congênita isolada mais frequente ao nascer
- Afeta quase 2-5% dos neonatos do sexo masculino a termo e aproximadamente 30% dos prematuros
- A maioria dos testículos criptorquídicos desce espontaneamente para a bolsa escrotal nos primeiros 3 meses de idade -> pico de testosterona no 2º mês de vida
- Pode ser congênita ou secundária à complicação cirúrgica, principalmente de herniorrafia inguinal
Abordagem diagnóstica da criptorquidia
- Diagnóstico clínico!
- O diagnóstico é feito pelo exame físico, idealmente antes dos 6 meses de idade.
- Caso o testículo esteja impalpável em seu exame atual, mas já foi palpado previamente, provavelmente trata-se de testículo retrátil.
- Criptorquidia bilateral: suspeitar distúrbios do desenvolvimento sexual, solicitar cariótipo para definição do sexo, já que pode tratar-se de uma menina com hiperplasia adrenal congênita com virilização total.
- Criptorquidia não palpável indica laparoscopia exploradora entre 6 a 12 meses (algumas referências consideram até 18 meses de idade).
- A realização de exames de imagens é desnecessária na criptorquidia não palpável, ou seja, a laparoscopia exploradora já deve ser indicada inicialmente.
- O uso de terapias hormonais para estimular a descida testicular não é recomendado devido à baixa resposta, segundo o consenso americano de 2014.
Tratamento da criptorquidia
- Orquidopexia - realizada ate os 18º mês
- Encaminhar para avaliação uropediátrica aos 4 a 6 meses de idade
- Nos casos de diagnóstico tardio, não abordados até o 18º mês, pode ser necessário realizar a retirada do(s) testículo(s) alterado(s) (orquiectomia), pelo risco elevado de malignização