Traumatismos Toracicos E Abdominais Flashcards
Como deve ser feita a abordagem ao politraumatizado
A B C D E
Airway
Breathing
Circulation
Disability
Exposure
Manutenção
das vias
aéreas com
proteção da
coluna
cervical
Respiração e
Ventilação
Circulação
com controlo
de
hemorragia
Estado
neurológico
Exposição e
controlo
ambiental
RESSUSCITAÇÃO
• Restabelecimento da via aérea
• Restabelecimento da ventilação
• O2
• Correção do choque: 2 cateteres EV (lactato de Ringer aquecido)
• Correção dos problemas detetados na 1ªavaliação
ADJUVANTES DA 1ªAVALIAÇÃO E RESSUSCITAÇÃO
• Gasimetria, ECG, oximetria, TA e FR
• SNG e sonda vesical
• Rx – tórax, bacia e ecografia (FAST)
ADJUVANTES 2ªAVALIAÇÃO
• Exames de diagnóstico para confirmação de lesões suspeitas
• Sempre após ter resolvido os problemas que põem a vida em risco e os parâmetros
hemodinâmicos e ventilatórios estarem normais
• TAC, exames de Rx contrastados, Rx das extremidades e endoscopia
2ªAVALIAÇÃO
• Cabeça, maxilofacial, pescoço, abdómen, peritoneu/reto/vagina, Músculo-esquelético,
exame neurológico, tubos e dedos em todos os orifícios
• Tratamento definitivo
Traumatismos torácicos fechados
Os traumatismos torácicos fechados são frequentes, podendo ser graves, particularmente
quando estão associados a outras lesões (crânio e abdómen)
Mecanismos + frequentes Traumatismos torácicos fechados
Choque Direto
•As lesões podem ser variadas em função da densidade das vísceras, (maciças ou ocas) que
acumulam mais ou menos energia cinética determinando lesões por fratura ou laceração dos
pulmões, traqueobrônquicas e aórticas
•Provoca uma lesão na zona do impacto ou no lado oposto, causando fraturas costais ou
vertebrais
•O efeito de massa e a supressão que acompanha o choque, explica as lesões pulmonares,
mediastínicas e/ou ruturas diafragmáticas
Desaceleração
•As lesões por desaceleração estão associadas ao choque direto e são consequência do impacto
das vísceras intratorácicas sobre a caixa torácica imobilizada contra o solo, o cinto de segurança,
o tablier, etc
Por efeito de explosão (Barotraumatismo)
•As lesões por efeito de explosão são frequentes em cenários de guerras e são consequência
duma explosão na proximidade da vítima
•A onda de choque desloca-se centrifugamente a grande velocidade (supersónica) que depois
decresce e finalmente surge uma fase de depressão (em que não existe ar)
•Quando a onda de choque atinge a mudança de densidade de líquido para aéreo produz-se um
fenómeno de pulverização que provoca lesão nos órgãos vizinhos.
•A implosão que se segue à onda de choque amplifica as lesões
•As lesões pulmonares e auditivas são frequentes bem como a embolia gasosa arterial ou venosa.
Lesões associadas aos TTF
Lesões cranianas, lesões parietais, lesões pleuro pulmonares, lesões pulmonares, lesões mediastínicas, hemomediastino, lesões cardíacas, lesões pericárdicas, pneumomediastino, lesões do esófago, lesões do esófago, lesões do canal torácico
Lesões Cranianas
determinam alterações da consciência ou coma que determinam
dificuldade respiratória ao nível das vias aéreas superiores com risco de aspiração de
vómito
* A hipoxia resultante do traumatismo torácico ainda agrava mais o edema cerebral
* As lesões torácicas por outro lado podem mascarar uma lesão intra-abdominal com
hemoperitoneu e/ou um hematoma retroperitoneal
* A hipovolémia deve-se quase sempre a lesão do baço ou fígado e é um fator aparente
das lesões torácicas
* Outras lesões associadas são a fratura da coluna vertebral com lesão medular
* As lesões esqueléticas mais frequentes são ao nível dos membros inferiores
É importante eliminar outras lesões não ligadas ás lesões torácicas, mas que podem provocar:
* dificuldade respiratória
* obstrução das vias aéreas superiores
* queda da língua
* presença de corpo estranho
* hematémeses
lesões cutâneas
(cinto de segurança) que podem deixar antever lesões viscerais
profundas por desaceleração
* Ingurgitamento jugular por lesão mediastínica (contusão cardíaca hemopericárdio,
hemomediastino), lesão pleural ou diafragmática
* Posição da traqueia
* Tiragem respiratória subesternal – compatível com obstrução da via aérea superior ou
obstrução brônquica
* Hemoptise– contusão pulmonar ou rutura traqueobrônquica
Palpação:
* enfisema subcutâneo (se difuso suspeita de pneumotórax) se localizado na fúrcula
esternal lesão traqueobrônquica
* fraturas de costelas
* Transmissão das vibrações vocais e percussão – derrame pleural
Auscultação:
Auscultação pulmonar – confirma o derrame pleural atelectasia, obstrução brônquica
Auscultação cardíaca – ritmo, frequência (hipofonese – derrame pericárdico; sopro – lesão
valvular)
Lesões parietais
- Enfisema subcutâneo- ar nos tecidos subcutâneos (lesão da parede, lesão pleuropulmonar, rutura alveolar, lesão brônquica, rutura esofágica).
- Lesões ósseas parietais- fratura de costelas e esterno (dor , polipneia, enfisema
subcutâneo, pneumotórax - Voltes torácicos- (respiração paradoxal) – não parece que contribua para insuficiência
respiratória, esta deve-se a hipoventilação alveolar global, obstrução brônquica
secundária à dor e contusão pulmonar. - Rutura do diafragma- (por contusão toraco-abdominal e/ou pélvica)
* Mais frequente à esquerda
o Órgãos herniados mais frequentes baço, estômago e cólon
* À direita -> fígado
* Clínica- depressão abdominal á inspeção, dispneia, ruídos hidroaéreos
intratorácicos
o RX tórax – opacidade não homogénea em continuidade com o
abdómen, elevação da cúpula diafragmática, níveis hidroaéreos,
desvio do mediastino
o TAC – evidência os órgãos herniados. Por vezes só a laparotomia é
diagnóstica
Lesões pleuro pulmonares
- Pneumotórax- ar entre os folhetos da pleura determinando um colapso pulmonar e
uma diminuição do débito sanguíneo do pulmão colapsado
* Lesão frequente cuja a gravidade está relacionada com a dificuldade
respiratória. Deve-se ao aumento da pressão intrapleural em relação à
atmosfera
* Clínica- Dispneia, enfisema subcutâneo
* Diagnóstico- Rx tórax, TAC
* Causas : Ferida torácica, rutura brônquica, barotraumatismo, gesto iatrogénico - Hemotórax- Acumulação de sangue no espaço pleural. Pode surgir associado ao
pneumotórax com a mesma frequência deste, mas é melhor tolerado. Dá sobretudo
compromisso circulatório
* Todo o derrame no contexto de um traumatismo deve ser considerado como
um hemotórax.
* Deve-se a lesão dum vaso pulmonar ou parietal
* Diagnóstico clínico: diminuição do MMV, macicez à percussão, alterações da
TA
o Rx Toráx
o TAC- quantifica o derrame e deteta lesões associadas
* Tratamento: drenagem torácica
Lesões pulmonares
São frequentes e por vezes não detetadas precocemente
* RX tórax é pouco sensível e não específico
* TAC – deteta pequenas zonas de contusão, lacerações e pneumatocelo
1. Hematoma intrapulmonar- lesão minor de rutura pulmonar central
2. Pneumatocelo- surge após traumatismo minor, aparece como uma bolha ou pseudo
quisto intrapulmonar. O diagnóstico é tardio
3. Laceração e rutura pulmonar- Pode surgir por perfuração do pulmão por uma costela
ou por desaceleração. Pode originar hematoma ou pseudo quisto intrapulmonar
* Diagnóstico: TAC
4. Contusão pulmonar- caracteriza-se por rutura alvéolo capilar com infiltração
hemorrágica intersticial e alveolar. Determina um aumento do Shunt pulmonar
* associada às feridas torácicas complexas (lacerações, feridas e ruturas
brônquicas e vasculares)
* Provoca uma congestão progressiva dos capilares, edema e hemorragia do
tecido intersticial com inundação do alvéolo
* Fibroso intersticial secundária, conduz a um espaço morto alterando a relação
ventilação/perfusão
* Infeção secundária agrava o prognóstico
* Diagnóstico: hipoxia , hemoptise , opacidade alveolar no RX tórax/TAC
* Tratamento: tratar o choque associado e ventilação assistida se necessário.
* Prognóstico: mau por complicação com ARDS e infeção. (25 a 50%de
mortalidade)
lesões mediastínicas
- Hemomediastino: rotura da aorta e troncos supra aórticos
Mecanismos de produção das lesões: desaceleração e compressão ântero-posterior
Lesões associadas: Traqueobrônquicas, venosas e esofágica
Diagnóstico: Clínico, Rx tórax e TAC - Lesões Cardíacas: Hemorragia intersticial, lesões valvulares, lesão das coronárias
Mecanismo de produção de lesões: múltiplas, desaceleração, compressão torácica e
compressão do abdómen
Diagnóstico: ECG, Ecocardiograma e Ecografia transesofágica
* Anel aórtico: por deslocamento súbito da coluna de sangue na diástole
Diagnóstico: Insuficiência aórtica confirmada por ecografia
* Lesões mitrais (insuficiência cardíaca grave) –rotura dos pilares e das cordas
tendinosas ou das válvulas - Lesões pericárdicas: tamponamento cardíaco
* Engurgitamento das veias jugulares
* PVC elevada
* Pulso parodoxal
Diagnóstico: Ecografia e TAC
Tratamento: drenagem de emergência por punção
Pneumomediastino
- Lesões Traqueobrônquicas
* Raras e de diagnóstico tardio
* 80% lesões á volta da carina
o Pneumotórax persistente após drenagem
o Enfisema mediastínico
o Enfisema subcutâneo cervical
* Tratamento: Indicação cirúrgica absoluta nas fracturas da traqueia e brônquios
principais e lobares
Lesões do esófago
Altas: Raras de manifestação tardia
e severa
Queixas de disfagia e tosse
Mediastinite
Diagnóstico: TAC toráx
Baixas: Secundárias a compressão
abdominal
Clínica–dor dorsal, disfagia,
enfisema mediastínico, e
cervical, hematemeses e
mediastinite grave
Diagnóstico–Rx tórax
(hidropneumotórax bilateral) ,
TAC
lesões do canal torácico
- Rara
- Diagnóstico após a drenagem torácica (quilotórax)
- Mecanismo de produção das lesões – hiperpressão da coluna dorsal, contusão direta
por fratura vertebral ou de arcos costais - Tratamento – drenagem torácica (excecionalmente laqueação do canal torácico)
- Causas: arma de fogo, arma branca e estilhaços
Ferida torácica- Solução de continuidade dum dos tecidos de revestimento do tórax
Ferida penetrante- Ultrapassa a pleura ou atinge os tecidos mediastínicos
traumatismos torácicos abertos
80% dos casos os meios de reanimação são:
* O2
* Preenchimento venoso
* Drenagem torácica (hemo ou pneumotórax)
* Abordagem cirúrgica (tamponamento, hemotórax maciço produtivo -> 1,5 L e/ou 300
ml/h durante 4 a 6 h)
* Hemopneumomediastino evolutivo
Epidemiologia e mecanismo de lesão
Ferida por arma Branca- ferida pouco contusas e limpas; difícil avaliar a profundidade e trajeto
da ferida
Ferida por arma de fogo- Não existe correlação entre o tamanho dos orifícios de entrada e/ou
saída e a gravidade das lesões internas
Ferida por estilhaços- 80% das lesões por terrorismo, acidentes da vida moderna
* Não existe correlação entre o tamanho dos orifícios de entrada e/ou saída e a
gravidade das lesões internas
* Lesões múltiplas e de trajetos erráticos