Nutrição: resposta metabólica à cirurgia Flashcards

1
Q

desnutrição

A

aporte insuficiente, excessivo ou inadequado de nutrientes

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2
Q

causas de desnutrição

A
  • aporte
  • mal absorção
  • incapacidade em metabolizar nutrientes específicos
  • aumento das necessidades do organismo
  • combinação de fatores
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3
Q

consequências da desnutrição

A

a nível dos músculos, pulmões, coração, cérebro, trato GI, sistema imunitário (infeções)
* cicatrização deficiente das feridas
* deiscência de suturas/fístulas
* aparecimento de úlceras de decúbito
* atraso na consolidação do calo ósseo
* atrofia muscular
* alterações da coagulação
* diminuição da síntese proteica

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4
Q

tipos de desnutrição

A
  • Marasmus
  • Kwashiorkor
  • Deficiência de
    micronutrientes
  • Má nutrição
    energético-proteica
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5
Q

caquexia

A

(síndrome de desnutrição multifatorial que se caracteriza por uma perda de peso e perda de massa
muscular)

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6
Q

desnutrição de Marasmos

A
  • reserva endógena diminuida
  • alterações antropométrica
  • alterações proteicas: limites da
    normalidade
  • homeostase adequada
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7
Q

desnutrição de Kwasiorkor

A
  • alterações proteina visceral
  • associado a stress e catabolismo
    agudo
  • maior morbilidade e mortalidade
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8
Q

seleção dos doentes: avaliação clínica feita perante 1 utente com desnutrição

A
  • história clínica: (risco nutricional), séspis, queimadura, traumas, intervenção cirúrgica
  • historia dietética: hábitos alimentares, desequilíbrios, intolerâncias
  • exame físico: sintomas e sinais de desnutrição
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9
Q
A
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10
Q

avaliação subjetiva global: imc

A

< 18 kg/m2–Défice de peso grave
18-20 kg/m2–Défice de peso
21-25 kg/m2–Pesos ideal
26-30 kg/m2–Pré-obeso
31-40 kg/m2–Obeso
> 40 kg/m2–Obesidade mórbida

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11
Q

indicações do suporte nutricional

A
  • idosos
  • doentes oncológicos
  • patologia gastrointestinal
  • patologia vascular arterial
  • doentes com DPOC
  • perda de peso >5% em 1 mês ou >ou igual a 10%
    em 3 meses
  • baixa ingestão nutricional, abuso de álcool e drogas, patologia psiquiátrica
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12
Q

avaliação antropométrica e funcional

A

Avaliação Antropométrica:
* peso
* reserva muscular (perímetro do braço)
* reserva gordura (prega do tricípite)
Avaliação Funcional:
* função imunitária
* marcadores bioquímicos

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13
Q

indice prognóstico nutricional

A

IPN Mullen= 50-(16.6 x Albumina sérica)- (o.78 x Prega cutânea braço) – (o.2 x Transferrina)
Baixo Risco: IPN<40%
Risco Intermédio: IPN 40-49%
Alto Risco: IPN >50%

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14
Q

seleção de doentes

A
  • doentes sem alimentação (há 7-10 dias)
  • doentes cuja doença tenha uma duração prevista superior a 10 dias
  • doente mal nutrido
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15
Q

mal nutrição hospitalar

A
  • neoplasias
  • doenças inflamatórias intestinais
  • doenças hepáticas
  • diabetes
  • queimados
  • grandes cirurgias
  • traumatizados
  • idosos
  • jejum prolongado

Doente em risco de malnutrição IMC <20 e >25kg/m2 (ou
presença de 1 dos critérios de risco nutricional)
Doente sem risco de malnutrição  IMC entre 21-25Kg/m2
(ou ausência de critérios de risco nutricional  dieta
culinária)

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16
Q

situações de hipercatabolismo

A
  • politrauma
  • queimaduras
  • febre persistente
  • sépsis
  • disfunção múltipla de órgãos
  • sinais de desnutrição ao exame físico (caquexia, atrofia muscular, edemas)
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17
Q

calculo das necessidades energeticas diárias

A

Equação de Harris Benedict
S. Masculino: 66,5 + (13,75 x Kg) + (5,003 x cm) – (6,775 x idade)
S. Feminino: 655,1 + (9,563 x Kg) + (1,850 x cm) – (4,676 x idade)

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18
Q

necessidades nutricionais

A

Proteínas: 1 g/K/dia (2-2,5 grandes queimados)
Glucose: 7 g/K/dia
Lípidos: 1 g/K/dia (2,5 diabéticos)
Oligoelementos
Vitaminas

Situação Clínica (estado funcional)
Acamado: (-20%)
Intervenção cirúrgica média: (+20%)
Grande traumatizado: (+35%)
Sépsis: (+60%)
Tipos de Nutrientes
Glutamina (mais importante aminoácido)
* Stress, Sépsis, Mucosa Gastrointestinal, Células do Sistema Imunitário
Arginina
* Células T, Fibroblastos
Gordura poli-insaturada
* Stress, Prostaglandinas, Tromboxano, Leucotrieno
Nucleótidos
* Síntese do DNA e RNA

propriedades:
A - Ventilação
B- Respiração
C- Circulação
D- Equilíbrio
ácido-base e metabólico
E- Nutrição

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19
Q

vias de administração da alimentação

A
  1. Oral
  2. Entérica
    a. Sonda nasogástrica/ jejunal
    b. Gastrostomia
    c. jejunostomia
  3. parentérica
    a. veia central (hiperosmótica)
    i. tubo digestivo não funcionante + preparação nutritiva de
    osmolaridade elevada e/ou >7-10 dias
    b. veia periférica
    i. tubo digestiva não funcionante + preparação nutritiva de
    osmolaridade baixa e/ou <7-10 dias
    Dieta polimérica: tubo digestivo funcionante + sem instabilidade hemodinâmica + função GI
    normal
    Semi-elementar: tubo digestivo funcionante + sem instabilidade hemodinâmica + função GI
    comprometida
20
Q

Alimentação entérica

A
  • Contraindicações
  • gastroparésia
  • oclusão intestinal
  • ileus paralítico
  • distensão abdominal
  • diarreia severa
  • hemorragia digestiva grave
  • fístula intestinal de alto débito
  • pancreatite aguda severa
  • choque
  • Monitorização
  • tubo para alimentação – localização
  • elevação da cabeceira da cama
  • determinação do débito do alimento
  • verificação do resíduo gástrico (4horas – 50%)
  • distensão abdominal
  • balanço diário dos administrados e eliminados
  • peso, dias alternados
  • irrigação do tubo com 20 cc de água sempre que termina a administração do alimento
  • análises periódicas (hemograma, oligoelementos, proteínas, azoto urinário…)
  • Regimes Especiais:
  • doentes diabéticos
  • doentes hepáticos
  • doentes renais
  • situações de stress (doentes sem patologia do tubo digestivo)
  • Complicações:
  • respiração  aspiração
  • GI  náuseas, vómitos, diarreia, flatulência
  • Mecânicas  deslocação do tubo
  • Metabólicas
  • infeciosas
21
Q

Classificação quanto ao aporte de nutrientes, osmolaridade e tipo e quantidade de calorias

A

Aporte de nutrientes:
- Dietas completas: Contêm todos os
nutrientes necessários, essenciais e não essenciais, e substituem por completo uma
alimentação normal -> proteínas, hidratos
de carbono, gorduras, vitaminas,
minerais, oligoelementos, água, fibra
- Suplementos: Não substituem a
dieta habitual de um indivíduo, mas
completam a alimentação convencional -> podem ser complementos proteicos energéticos ou nutrientes isolados

Osmolaridade:
dietas isotónicas
dietas hipertónicas
dietas hipotónicas

Tipo e quantidade de calorias:
Dieta equilibrada
-> Proteínas: 12-16%
Lípidos: 30-35%
Hidratos de carbono: 50-55%

Dieta entérica standard
-> Dieta equilibrada normocalórica, no qual o aporte calórico é feito segundo a relação 1cal/1ml no que respeita a volume
de líquido administrado

Dieta entérica hipercalórica
-> Dieta equilibrada no qual o aporte
calórico é feito segundo a relação
1,5cal/1ml

Dieta entérica hiperproteica
-> Dieta completa no qual o aporte proteico
representa mais de 20% do aporte calórico
total (normal 12-16%)

22
Q

nutrição parentérica

A

Complicações:
* mecânicas
o pneumotórax
o hemotórax
o deslocação/obstrução/angulação do cateter
o lesão plexo braquial
o trombose venosa
* infeciosas
o septicémia
o infeção da pele
* metabólicas
o hiperglicemia, coma hiperosmolar
o hiperazotémia
o hiperlipidémia, déficit de ác. Gordos essenciais
o anemia
Estão relacionadas com a técnica de acesso, material de perfusão e solutos administrados

Excesso do Aporte pode levar a estenose hepática e insuficiência respiratória
Desequilíbrios/ faltas:
Tiamina-> IC
Vit A, C -> cicatrização
Vit B12, ác. Fólico -> anemia
megaloblástica

23
Q

nutrição mista

A
  1. tubo digestivo funcionante com
    instabilidade hemodinâmica -> dieta polimérica /dieta semielementar + nutrição
    parentérica
  2. Tubo digestivo funcionante + sem
    instabilidade hemodinâmica +
    função GI normal + insuficiente ->
    Dieta polimérica + nutrição parentérica
  3. Tubo digestivo funcionante + sem
    instabilidade hemodinâmica +
    função GI comprometida +
    insuficiente -> Dieta semi-elementar + nutrição
    parentérica
24
Q

tubo digestivo

A
  • não funcionante : nutrição parentérica
  • funcionante e sem instabilidade hemodinâmica: nutrição entérica
  • funcionante e com instabilidade hemodinâmica: nutrição mista
25
Q

Função gastrointestinal

A
  • normal: dieta entérica polimérica
  • comprometida: dieta entérica semi-elementar
  • dieta por via entérica insuficiente: dieta mista (NE + NP)
26
Q

manifestações da caquexia

A
  • anorexia
  • saciedade precoce
  • fadiga
  • anemia
  • edemas
  • perda de peso
  • perda de mobilidade

Mecanismo:
Anorexia: ação dos mediadores (citoquinas)
sobre Hipotálamo
Saciedade precoce: esvaziamento mais lento
do estômago
Hipermetabolismo: proteico, lipídico, glucídico

27
Q

tratamento da caquexia

A
  • tratar a neoplasia
  • corrigir fatores que possam contribuir para a menor ingestão (dor)
  • corrigir fatores que contribuam para debilidade (anemia)
  • tornar a comida mais apetitosa, suplementos nutritivos
  • encorajar a mobilidade
  • tratamento médico
    o suporte nutritivo
    o corticosteroides (melhora o apetite, sensação de bem estar (temporária))
    o AINEs (diminuem o nível de citoquinas- efeito secundário)
    o Estrogénios (melhoram o apetite e aumento de peso- retenção de líquidos)
    o Ácidos gordos em ómega 3 (promove o anabolismo)
28
Q

Caquexia no utente com cancro

A
  • Manutenção de um IMC entre 21-23
  • Exercício físico moderado
  • Aumentar a ingestão de frutas e legumes (5 porções diárias)
  • Aumentar a ingestão de cereais não transformados
  • Limitar o consumo de álcool, alimentos altamente energéticos e hidratos de carbono
    refinados
  • Evitar bebidas açucaradas
  • Limitar a ingestão de sal e de sódio a menos de 5g de sal ou 2g de sódio/dia e de
    alimentos processados
  • Limitar o consumo de carnes vermelhas e evitar carnes processadas
  • Limitar o consumo de fast food
29
Q

resposta metabólica à cirurgia

A

trauma, queimadura, cirurgia, isquémia, infeção, autoimunidade -> lesão tecidular -> resposta metabólica

30
Q

1ª e 2ª da resposta metabólica

A

Primeira fase= rápida
* Glicogenólise e Lipólise (energia para a “luta”)
Segunda fase= lenta (A e B)
* A= fase catabólica (3-8 dias)
o Aumento do metabolismo
o Aumento da temperatura e pulso
o Mobilização das gorduras e proteínas (músculo)
o Aumento da eliminação urinária de azoto
o Perda de peso e fadiga
* B= fase anabólica (semanas)
o Síntese de proteínas e gorduras
o Aumento de peso

31
Q

ação da resposta metabólica

A

pode ser local ou sistemica
a sistémica envolve:
- o rim
- o pancreas
- o figado que tem baixa sintese de albumina e aumento da sintese de proteinas da fase aguda
- o intestino que produz 10-15% da produção total de proteinas, proteínas da fase aguda da inflamação, citoquina, criação do eixo intestino-figado na sepsis, trauma e endotoxémia, importância da integridade da parede do intestino
- o musculo esquelético onde há libertação de aminoácidos (glutamina)

32
Q

alterações do metabolismo proteico

A
  • Catabolismo muscular-aminoácidos
    o Neoglicogénese
    o Síntese de proteínas fase aguda (cicatrização, reparação tecidos…)
  • Ação benéfica na fase inicial
  • Prejudicial se prolongada
    o Fraqueza muscular, disfunção respiratória, complicações pulmonares
33
Q

fatores desencadeantes do metabolismo proteico

A
  • Dor
    o Aferência ao hipotálamo, hipófise, estimulação sistema nervoso simpático,
    libertação de hormonas
  • Resposta inflamatória (local e sistémica)
  • Baixa da volémia (catecolaminas, had)
  • Endotoxinas (citotoxinas)
34
Q

resposta inflamatória e libertação de citoquinas

A

*monócitos, macrófagos, fibroblastos, células endoteliais
*Febre , catabolismo, taquicardia, estimulação dos linfócitos T e B
*Síntese das proteínas da fase aguda
*macrófagos: histamina, serotonina, bradiquinina, radicais livres de O2

35
Q

resposta simpatica e neuroendócrina

A

*balanço hídroeletrolítico
*catabolismo (cortisona, adrenalina, noradrelanina e glucagon)
*anabolismo (insulina, hormona de crescimento, tiroxina)

36
Q

alteração da composição do organismo

A

*Défice de energia (energia fornecida por soross insuficiente com consumo de gordura, glicogénio e proteínas)
*Défices no balanço azotado (redução da ingestão, da síntese proteica (trauma minor) e aumento do catabolismo
(trauma major))

37
Q

formação de proteínas da fase aguda

A

*proteina C reativa
*fibrinogénio, antitripsina, haptoglobina (papel importante nos mecanismos de defesa)

38
Q

diminuição da albumina, pré-albumina e transferrina

A

*diminuição da pressão oncótica
*aumento da permeabilidade capilar
*edema tecidular
*edema pulmonar (ARDS)

39
Q

ativação da coagulação

A

*tendência para a trombose

40
Q

alteração do sistema imunitário

A

*aumento dos monócitos e neutrófilos
*diminuição dos linfócitos T

41
Q

fadiga pós operatória

A

cansaço ao longo do 1º mes do pós operatorio

42
Q

fatores que influenciam a resposta metabólica à cirurgia

A
  • Dimensão do trauma cirúrgico
  • Variações biológicas (citoquinas, insulina, dor)
  • Doenças concomitantes
  • Situações de isquémia
  • Estado nutricional
  • Complicações pós-operatório
43
Q

acontecimentos mais relevantes tendo em conta a resposta metabolica à cirurgia

A
  • libertação de
    citoquinas
    -resposta neuroendócrina e simpática
  • desequilibrio do balançoazotado
  • síntese de proteinas na fase aguda
  • ativação da coagulação
  • alteração do sistema imunitário
  • fadiga pósoperatória
44
Q

moderação da resposta metabólica à cirurgia

A
  • Diminuição do estímulo (técnica cirúrgica)
  • Suporte nutritivo
  • Descontaminação intestinal
  • Esteroides
  • Imunomodeladores
  • Cirurgia laparoscópica
45
Q

resposta metabólica e imunológica ao trauma cirúrgico

A
  • A resposta metabólica ao trauma cirúrgico está diretamente relacionada à
    extensão do trauma tecidual que, por sua vez, se relaciona com o nível de lesão
    celular
  • As concentrações dos marcadores do stress metabólico no período peri-operatório
    atingem picos menores nas laparoscopias do que nas cirurgias abertas, retornando
    mais rapidamente aos níveis basais. Isso melhora a função imunológica e também
    a sua atividade bactericida
  • Estudos, indicam que a laparoscopia está relacionada a uma melhor preservação
    da função imunológica, menor destruição de células mesoteliais, melhor
    preservação da imunidade celular e menor resposta inflamatória peritoneal
  • a laparoscopia está associada a uma menor alteração metabólica e imunológica do
    que a cirurgia aberta. Isto leva a uma recuperação mais rápida do organismo e
    menor morbilidade e mortalidade