TP_Abordagem clínico-laboratorial da infeção urinária (inacabado) Flashcards

1
Q

ffgfgfgrgthfdefrghDefinição ITU

Define ITU

A

A Infeção do Tracto Urinário (ITU) é uma patologia frequente e dolorosa, que responde rapidamente à terapêutica antimicrobiana. Pode ser sintomática ou assintomática, compreendendo uma variedade de entidades clínicas, ao longo do espectro, desde bacteriúria assintomática a pielonefrite grave.
Temos sempre presença e multiplicação de microrganismos patogénicos no aparelho génito-urinário, com invasão tecidual.

Manual para as Aulas Práticas de Microbiologia + Documento espanhol da aula

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Q

Definição ITU

De que formas podemos diferenciar as ITUs?

3

A
  • Alta vs Baixa
  • Complicada vs Não complicada
  • Isolada vs Recorrente

Textbook of Diagnostic Microbiology 5th ed

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3
Q

Definição ITU

Distingue ITU não complicada da complicada

A

Define-se ITU não-complicada quando ocorre numa MULHER não grávida, não internada, sem instrumentação do tracto urinário (por exemplo, algaliação), e sem anomalias anatómicas do tracto urinário. (ou seja mulher “normal”)

Todas as outras situações são classificadas como ITU complicada. (homens, grávidas, doentes internados e/ou algaliados)

Manual para as Aulas Práticas de Microbiologia

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4
Q

Distingue ITU baixa vs ITU alta

A

ITU baixa (Lower Urinary Tract Infection L-UTI)
Infeção do trato génito-urinário limitada a:
* Uretra (uretrite)
* Bexiga (cistite)
* Nos homens, próstata (prostatite)

Ocorrem normalmente nos adultos, cursando com disúria (dor a urinar), aumento da frequência - poliaquiúria e urgéncia urinária, com ocasional tensão na região hipogástrica (supra púbica)

ITU alta (Upper Urinary Tract Infection U-UTI)
Infeção do trato génito-urinário limitada a:
* Parênquima renal (pielonefrite e/ou abcesso renal)
* Ureteres (ureterite)

É acompanhada normalmente por sintomas de ITU baixa, com dor ou tenderness na região costovertebral e flancos e febre. “At times, L-UTI precedes the appearance of fever and U-UTI by 24 to 48 hours”

Textbook of Diagnostic Microbiology 5th ed

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5
Q

Epidemiologia ITU

Descreve a Epidemiologia das ITUs

A

A ITU é predominantemente uma doença do sexo feminino, entre as idades de 1 - 50 anos.

Durante o período neonatal, a incidência é ligeiramente maior nos rapazes devido à maior prevalência de anomalias congénitas do trato urinário.

Após os 50 anos, a maior prevalência de hipertrofia da próstata coloca a incidência de ITU dos homens em níveis semelhantes aos das mulheres.

A maioria dos homens com ITU tem uma anomalia, funcional ou anatómica, do tracto urinário, mais frequentemente devida a obstrução por hipertrofia da próstata.

A maior susceptibilidade das mulheres às ITU deve-se à uretra mais curta e à proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e a uretra. No homem, o maior comprimento uretral, o maior fluxo urinário e o factor antibacteriano prostático são protectores. A circuncisão também protege contra ITU pela menor ligação de Escherichia coli à mucosa do prepúcio.

Cerca de 50% das mulheres tem uma ITU ao longo da vida, a maior parte dos casos correspondendo a cistites não complicadas. O pico da incidência ocorre em mulheres jovens sexualmente ativas.
Cerca de 20-30% das mulheres que tiveram um caso de ITU terão episódios recorrentes. A probabilidade de recorrência diminui à medida que aumenta o tempo desde a última infecção.

Manual para as Aulas Práticas de Microbiologia

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6
Q

Epidemiologia ITU

Quais são os fatores protetores das ITU nos homens?

3+1

A

No homem, o maior comprimento uretral, o maior fluxo urinário e o factor antibacteriano prostático são protectores. A circuncisão também protege contra ITU pela menor ligação de Escherichia coli à mucosa do prepúcio.

Manual para as Aulas Práticas de Microbiologia

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7
Q

Epidemiologia ITU

Em que fase da vida, e em que indivíduos, se dá o pico de incidência das ITUs?

A

Mulheres jovens sexualmente ativas

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8
Q

Epidemiologia ITU

Como varia a probabilidade de RECORRÊNCIA das ITUs?

A

Quanto mais tempo passa desde a última ITU, menos provável é haver uma recorrência. (vice-versa)

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9
Q

Etiologia ITU

Quem são os principais agentes etiológicos das ITUs não complicadas?

6

A

Os principais responsáveis pelas ITU são bacilos Gram-negativo entéricos e cocos Gram-positivo.

Escherichia coli é o agente predominante, ocorrendo em 75-90% dos casos não complicados de cistite e pielonefrite. Segue-se Staphylococcus saprophyticus, que ocorre em 5-15% dos casos e principalmente em mulheres jovens sexualmente activas. Outros agentes, dos quais os mais frequentes (5-10% dos casos) incluem:
* Klebsiella spp.
* Proteus spp.
* Enterococcus spp.
* Citrobacter spp.

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10
Q

Etiologia ITU

Quem são os principais agentes etiológicos das ITUs complicadas?

9

A

Nas ITU complicadas, a E. coli permanece o organismo mais frequentemente isolado, mas ganham importância outros bacilos Gram-negativo, em particular Klebsiella spp. mas também:
* Pseudomonas aeruginosa
* Proteus spp.
* Citrobacter spp.
* Acinetobacter spp.
* Morganella spp.

Os cocos Gram-positivo (principalmente Enterococcus spp.) e as leveduras como Candida spp. também são agentes importantes neste contexto.

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11
Q

Etiologia ITU

Quais são os agentes que causam ITUs predominantemente associada a doenças multissistémicas?

6

A

Agentes que causam ITU predominantemente associada a doenças multissistémicas incluem:
* Salmonella spp.
* Staphylococcus aureus
* Schistosoma haematobium
* Trichomonas vaginalis
* Adenovírus
* Vírus Herpes simplex

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12
Q

Patogénese ITU

De que forma podemos dividir a patogénese das ITUs?

A
  • Via ascendente (98%)
  • Via hematogénica (<2%)

Aula

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13
Q

Patogénese das ITUs

Quais são os Fatores de risco das ITUs?

12 (aula)

A
  • Crianças
  • Mulher jovem sexualmente activa
  • Gravidez
  • Doentes com uropatia obstrutiva (hiperplasia benigna da próstata- HBP)
  • Diabetes mellitus
  • Incontinência urinária
  • Prolapso urogenital
  • Imunodeprimidos (VIH/SIDA; TR)
  • Doentes com catéteres vesicais
  • Instrumentalização urológica
  • Idosos
  • Doenças neurológicas (idosos): Alzheimer, Parkinson, outras…

Aula

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14
Q

Apresentação clínica ITU

Em caso de pielonefrite deve ser considerada a hospitalização de que doentes?

Normas da DGS - 4

A
  1. na grávida;
  2. em doentes com comorbilidades;
  3. em doentes com obstrução das vias urinárias;
  4. em casos graves (sépsis), sendo mandatório o início de antibioterapia precoce, sempre que possível após colheita para urocultura e hemoculturas (1º colheita, 2º AB empírica)

Aula

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15
Q

Patogénese ITU

Caracteriza a Via Ascendente

A

A partir do CÓLON os organismos uropatogénicos podem colonizar o períneo e, nas mulheres, a região periuretral.

Em condições normais, estes organismos competem com a microbiota da vagina e do períneo, mas estes organismos estão em vantagem se tiverem a capacidade de ascender pelo trato urinário. De facto, na maioria dos casos ocorre ascensão pela uretra até à bexiga. A continuação da ascensão pelo uretér➞rim é a via usada para a maioria das infecções parenquimatosas renais (pielonefrite).

As bactérias podem efectuar esta deslocação por si próprias, alternando entre períodos de adesão e movimento, mas tal deslocação é facilitada por outros fatores, como a instrumentação do trato urológico ou a relação sexual.

Na relação sexual, a espremedura da uretra contra a vagina gera um movimento ascendente, facilitando a inoculação das bactérias na bexiga. De facto, após a relação sexual é muito frequente a chegada de bactérias à bexiga da mulher, que no entanto na maioria das vezes não causam infecção. Neste contexto a infecção pode ser favorecida se a mulher não urinar após a relação sexual. No homem tal movimento também existe, mas a protecção natural contra a ITU prevalece na maioria dos casos. Fatores de risco para o homem incluem sexo anal e colonização vaginal da parceira sexual por E. coli.

A interação entre o HOSPEDEIRO, o AGENTE UROPATOGÉNICO e os FATORES AMBIENTAISdeterminam se ocorre infeção ou não.
A infecção é promovida por fatores que promovam a entrada e a permanência das bactérias na bexiga, como um volume residual de urina pós-miccional significativo, um corpo estranho (catéter vesical ou litíase) ou uma obstrução.
Existe também influência de fatores genéticos que podem gerar propriedades no urotélio que predisponham à infeção, o que explica a maior probabilidade de infecção quando há história familiar.

A partir da bexiga as bactérias podem continuar a ascender até alcançar o rim. Os mesmos mecanismos de alternância entre adesão e movimento podem ser aplicados, mas a infecção renal é facilitada pela estase urinária. Esta é observada, por exemplo, em casos de obstrução do tracto urinário (por exemplo, hiperplasia benigna da próstata) e Diabetes Mellitus (com uma tendência aumentada para disfunção vesical neurogénica). Em crianças é particularmente importante o refluxo vésico-ureteral, causado por incompetência do orifício vésico-ureteral, que permite a permanência de um volume residual pós-miccional importante. É possível o refluxo até ao parênquima renal (refluxo intra-renal). O refluxo vésico-ureteral está presente em até 40% das crianças com ITU e é geralmente consequência de uma malformação congénita, mas também pode ser adquirido em adultos, por exemplo por diabetes mellitus ou lesão da medula espinhal.

Manual para as Aulas Práticas de Microbiologia

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16
Q

Patogénese ITU

Caracteriza a Via Hematogénica

A

As bactérias podem alcançar o tracto urinário a partir da circulação.

Esta via corresponde a menos de 2% dos casos de ITU e, em geral, ocorre secundariamente a bacteriémia por organismos relativamente virulentos, como Salmonella spp. ou Staphylococcus aureus, por vezes no contexto de uma outra infecção como endocardite infecciosa.

O isolamento deste tipo de agentes na urina de um doente não algaliado ou sem outro tipo de instrumentação obriga à pesquisa de uma fonte para a corrente sanguínea. As infecções hematogéneas podem causar abcessos focais ou focos de pielonefrite. As bactérias alcançam a urina, pelo que as uroculturas são positivas.

A presença de Candida spp. na urina merece atenção especial. A via hematogénea é frequente para este organismo. Quando se detecta na urocultura de um indivíduo imunocompetente a sua presença significa ou contaminação vaginal ou infecção visceral potencialmente disseminada.

Os bacilos Gram-negativo entéricos raramente causam infecção por esta via, mesmo quando existem em circulação.

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17
Q

Clínica associada à ITU

Caracteriza a Bacteriúria Assintomática

A

Existem bactérias no trato urinário, objectiváveis na urina, geralmente acompanhadas de leucócitos e citocinas na urina, mas não existe qualquer sintoma. Estes casos geralmente não precisam de tratamento.

1 a 3% das mulheres jovens não-grávidas tem
bacteriúria assintomática, mas este achado é irrelevante.

Em mulheres grávidas esta condição tem significado clínico, já que está associada a parto pré-termo, morte perinatal do feto e pielonefrite na mãe.
Por estes motivos, a bacteriúria assintomática deve ser pesquisada e tratada na grávida.

É importante recordar que a bacteriúria assintomática é muito prevalente na população idosa. Nesta população a bacteriúria assintomática também não tem indicação para tratamento, mas é frequente que um idoso apresente um quadro infeccioso sem foco evidente; nessa situação muitas vezes não é possível distinguir bacteriúria assintomática de um quadro sintomático, pelo que o tratamento deve ser oferecido.

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18
Q

Clínica associada à ITU

Caracteriza a Cistite

A

Os sintomas típicos de cistite são a disúria, aumento da frequência urinária e urgência. Nictúria (necessidade de urinar durante a noite), tenesmo, hematúria e desconforto suprapúbico também são queixas frequentes.

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19
Q

Clínica associada à ITU

Caracteriza a Pielonefrite

A

A pielonefrite abrange desde casos ligeiros com febre baixa, com ou sem dor lombar ou do ângulo costo-vertebral, até casos graves com febre alta, arrepios, náuseas, vómitos e dor lombar ou no flanco. Os sintomas são de instalação aguda e tipicamente acompanham-se de sintomas de cistite, embora estes possam estar ausentes.

Os sintomas de cistite podem preceder os sintomas de pielonefrite. A principal distinção entre cistite e pielonefrite faz-se pela febre.

Ao exame objectivo pode haver sinal de Murphy renal positivo^. Principalmente em doentes idosos, pode haver alteração do estado de consciência.
A pielonefrite pode diminuir a filtração glomerular, mas este efeito é geralmente ligeiro e, como a doença é tipicamente unilateral, raramente tem significado clínico.
A doença é em geral benigna e auto-limitada, mas a infecção pode causar dano renal progressivo e irreversível, pelo que deve ser tratada.

^Uma pancada seca no ângulo costo-vertebral sobre o rim afetado desencadeia dor severa, devido à extensão da cápsula renal causada, neste caso, pela inflamação renal.

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20
Q

Clínica associada à ITU

Caracteriza a Prostatite

A

A prostatite aguda é uma infecção relativamente frequente embora muitas vezes esquecida. Manifesta-se com sintomas urinários baixos, podendo simular uma cistite.
A estes sintomas pode-se acrescentar febre, mioartralgias e dor perineal, suprapúbica ou rectal, mas é importante lembrar que nenhum destes sintomas é universal.

A próstata fica edemaciada, o que pode causar sintomas de obstrução urinária. A prostatite crónica, caracterizada por sintomas intermitentes de prostatite e infeções do trato urinário de repetição, é uma entidade mais frequente.

Ao exame objectivo, o achado clássico é a dor à palpação da próstata no toque retal, que se encontra edemaciada e mole. Este exame deve ser feito com cuidado para evitar gerar bacteriémia.

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21
Q

Colheita de Urina - ITU

De que maneiras podemos colher urina?

6

A
  • Técnica do Jato Médio (+ usada)
  • Punção de Algália
  • Punção Suprapúbica
  • Colheita por drenagem de Nefrostomia ou ureterostomia
  • Colheita em Crianças (clean-catch sample ou saco coletor)
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22
Q

Colheita de urina - ITU

Caracteriza a Técnica do Jacto Médio

A

Nesta técnica, a mais usada na prática clínica diária, é o doente que colhe a amostra de urina. O doente deve lavar as mãos com água e sabão e secá-las adequadamente.

Na mulher. Com compressas embebidas em água e sabão (nunca se deve usar antissépticos), a mulher deve proceder à lavagem da vulva, sempre de frente para trás, com uma compressa de cada vez e desperdiçando-a em seguida.
O processo deve ser repetido pelo menos três vezes. Em seguida, a vulva é enxaguada com água limpa para retirar o sabão. Os grandes lábios devem ser afastados com uma das mãos e essa posição deve ser mantida durante toda a colheita.

No homem. O homem deve retrair o prepúcio e manter esta posição durante toda a colheita. A glande deve ser limpa com compressas embebidas em água e sabão e, de seguida, enxaguada com água limpa para retirar o sabão.

Colheita do jacto médio. O primeiro terço do jacto urinário é desperdiçado para evitar a contaminação da amostra pelas bactérias da uretra distal. De seguida, o doente deve colher, sem interromper a micção, cerca de 10 mL para um recipiente estéril. O restante jacto de urina deve ser desperdiçado.

23
Q

Colheita de Urina - ITU

Caracteriza a Punção de Algália

A

O sistema de drenagem da urina para o saco colector deve ser clampado a jusante do local de colheita. Deve-se acumular volume de urina suficiente para o exame microbiológico: num indivíduo com diurese normal o tempo de clampagem é de cerca de 15 minutos.

O local do sistema colector a puncionar deve ser desinfectado com soluto antisséptico e deixado secar. Alguns sistemas têm local específico para a punção.

A punção deve ser feita com agulha e seringa estéreis, em ângulo agudo em relação ao eixo longitudinal do catéter. A urina pode ser enviada na própria seringa, fechada com tampa esterilizada após remoção da agulha.

Esta técnica pode ser utilizada em doentes não previamente algaliados para obter amostras de qualidade superior às da técnica do jacto médio. Em alternativa, se não existe indicação para manter o doente algaliado, pode ser feito esvaziamento vesical, com colheita da amostra directamente para um recipiente esterilizado.

Os exames microbiológicos de urina por rotina não estão indicados nos doentes algaliados. A urina nunca deve ser colhida do saco colector ou da sua junção com a algália. As pontas da algália nunca devem ser enviadas para cultura, pois estão invariavelmente contaminadas por bactérias da uretra.

24
Q

Colheita de Urina - ITU

Caracteriza a Punção Suprapúbica

A

A punção suprapúbica deve ser feita apenas com uma bexiga cheia, idealmente palpável mas também pode ser identificada por ecografia. O local a puncionar deve ser desinfectado com solução iodada e anestesiado. A urina é então colhida com seringa e agulha estéreis e enviada ao Laboratório na própria seringa.

A punção suprapúbica é primariamente usada em crianças nas quais foi impossível colher urina por outros métodos e doentes, principalmente algaliados ou com patologia uretral, em que a colheita ou interpretação dos resultados obtidos por outras técnicas é difícil. É também o único método adequado para obter uma cultura de anaerobiose.

Este é o melhor método para obter amostras não contaminadas, embora a algaliação para punção da algália também seja uma opção válida. Apesar de tudo, a colonização transitória da bexiga é possível, o que significa que nem todos os organismos encontrados são necessariamente clinicamente significativos.

25
Q

Colheita de Urina - ITU

Caracteriza a Colheita por drenagem de nefrostomia ou ureterostomia

A

Quando há um catéter inserido através do flanco do doente directamente na pelve renal ou no uretero, a colheita é feita directamente do catéter para um recipiente esterilizado.

26
Q

Colheita de Urina - ITU

Caracteriza os métodos de Colheita de urina na criança

A

As crianças que usam fraldas ainda não têm controlo dos esfíncteres, pelo que a técnica do jacto médio não pode ser usada.

Clean-catch sample
Um dos métodos preferidos é uma variante da técnica do jacto médio (“clean-catch sample”), em que a fralda é removida e se aguarda a micção para um recipiente estéril. Este método tem a desvantagem de requerer a presença de pessoal por tempo indeterminado, mas permite obter amostras relativamente limpas.

Saco coletor
Outra alternativa é a colheita para um saco colector. Toda a zona genital deve ser devidamente lavada com água e sabão. De seguida aplica-se um saco colector estéril, autocolante, e vigia-se a criança até que se produza a micção. Se ao fim de meia hora a criança ainda não urinou o saco deve ser removido e o processo iniciado de novo. Colhida a urina, o próprio saco é enviado ao Laboratório. A probabilidade de a amostra estar contaminada é relativamente elevada.

Tal como nos adultos, pode-se recorrer à colheita por algaliação ou punção suprapúbica, especialmente quando é necessário um diagnóstico rápido.

Nas crianças com controlo de esfíncteres a técnica do jacto médio é a preferida. Os métodos são os mesmos usados nos adultos.

27
Q

Colheita de Urina - ITU

Relativamente ao Volume de Urina numa colheita, o quê que devemos ter em conta?

A

O volume é raramente um problema para a cultura de rotina.

Na suspeita de micobactérias ou fungos o volume mínimo necessário é de 20 mL para obter culturas positivas.

Para a pesquisa de micobactérias é recomendável a colheita de um mínimo de três amostras de 30-40 mL em dias sucessivos.

28
Q

Colheita de Urina - ITU

Relativamente ao Número de Amostras numa colheita, o quê que devemos ter em conta?

A

Em geral, uma única amostra é suficiente para uma cultura positiva e identificação de piúria.

Prefere-se sempre a primeira urina da manhã. Caso tal não seja possível, deve-se aguardar pelo menos 3 horas após a última micção antes de fazer a colheita, para permitir a incubação das bactérias na bexiga e aumentar a densidade bacteriana.

29
Q

Colheita de Urina - ITU

Relativamente ao Transporte de uma colheita, o quê que devemos ter em conta?

A

Após a colheita, a urina deve ser transportada ao Laboratório o mais rapidamente possível, uma vez que deverá ser semeada até uma hora após a colheita.

Se não for possível, deverá ser refrigerada a 4ºC e processada até às 24 horas após a colheita.

Quando a refrigeração não é possível, a urina deverá ser colhida para um recipiente com preservante, como o ácido bórico, e colocada à temperatura ambiente, e poderá ser processada até 24 horas após a colheita. Neste caso deve haver particular atenção à razão de volume urina/preservante, pela possibilidade de falsos negativos quando o volume de urina é muito pequeno.

30
Q

Colheita de Urina - ITU

Caso não consigas transportar de imediato ao laboratório a amostra que acabaste do colher, o que deves fazer?

A

Refrigerar a 4ºC, sendo que temos 24h para processar a amostra

31
Q

Colheita de Urina - ITU

Caso não consigas transportar de imediato ao laboratório a amostra que acabaste do colher, o que deves fazer?

Oh não, não há frigorífico a funcionar!

A

Quando a refrigeração não é possível, a urina deverá ser colhida para um recipiente com preservante, como o ácido bórico, e colocada à temperatura ambiente, e poderá ser processada até 24 horas após a colheita. Neste caso deve haver particular atenção à razão de volume urina/preservante, pela possibilidade de falsos negativos quando o volume de urina é muito pequeno.

32
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Quais são os domínios em que devemos basear o nosso diagnóstico de ITU?

A
  • Clínico
  • Testes indiretos
  • Microbiológico (urina assética para exame microbiológico)

A valorização dos resultados do exame microbiológico da urina nem sempre é fácil. Classicamente a contagem de colónias foi utilizada para definir se o doente tem uma ITU tratável ou não, mas esta quantificação não pode ser usada como único meio de decisão; o resultado deve ser interpretado de acordo com o tipo de doente.

Muitas vezes nem sequer há queixas urinárias, a urocultura sendo pedida por exemplo para despistar bacteriúria assintomática em grávidas ou para verificar se a doente está curada da ITU.

A urocultura prévia ao tratamento da infeção urinária está recomendada nas grávidas, nas crianças, nos homens, na pielonefrite e nas infecções complicadas ou recidivantes na mulher adulta.

Numa cistite não-complicada, como a larga maioria dos casos é causada por E. coli e tratável com antibioterapia empírica, em geral não é necessária a realização de urocultura.

Os doentes com algaliação de longa duração apresentam quase invariavelmente bacteriúria assintomática, pelo que a urocultura por rotina também não está recomendada.

33
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Em que doentes devemos efetuar urocultura prévia ao tratamento?

A

A urocultura prévia ao tratamento da infeção urinária está recomendada nas grávidas, nas crianças, nos homens, na pielonefrite e nas infecções complicadas ou recidivantes na mulher adulta.

Ou seja, ITU complicadas, altas e/ou recorrentes (logo, as mais graves, em que não devemos efetuar AB empírica)

34
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Em que doentes não é necesserário efetuar urocultura prévia ao tratamento, ou esta não está recomendada?

A

Numa cistite não-complicada, como a larga maioria dos casos é causada por E. coli e tratável com antibioterapia empírica, em geral não é necessária a realização de urocultura.

Os doentes com algaliação de longa duração apresentam quase invariavelmente bacteriúria assintomática, pelo que a urocultura por rotina também não está recomendada.

35
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Caracteriza a Análise Sumária da Urina

4 parâmetros

A

Análise sumária da urina = “Urina Tipo II”
Permite avaliar rapidamente vários parâmetros na urina.

No contexto da infecção urinária é relevante o teste de tiras que fornece informações quanto a quatro parâmetros relevantes:
* Nitritos. As Enterobacterales, mas não todas, convertem nitratos em nitritos. É necessária incubação na bexiga durante 4 horas para que esta reacção seja detectável. A nitritúria é um achado muito específico mas relativamente pouco sensível para o diagnóstico de bacteriúria, sintomática ou assintomática.
* Esterase leucocitária. Esta enzima é detectada em leucócitos intactos ou lisados, dando uma medida da piúria. Ao contrário da nitritúria, é muito sensível mas pouco específica para o diagnóstico de ITU. É importante lembrar que muitos processos inflamatórios intra-abdominais, incluindo a gravidez, bem como a algaliação crónica e a bacteriúria assintomática, podem causar leucocitúria.
* Hemoglobina. A hematúria, macroscópica ou microscópica, tem várias causas possíveis, sendo a infeção urinária uma das mais frequentes. Tal como a leucocitúria, é um achado sensível mas pouco específico para o diagnóstico de ITU.
* pH. A maioria dos agentes causadores de ITU, incluindo Escherichia coli, diminui o pH urinário. A maioria das infecções urinárias cursa com pH urinário de 6 ou inferior. Contudo, as Enterobacterales produtoras de urease, como Proteus spp., aumentam o pH da urina. Um pH urinário superior a 7 é muito frequentemente causado por um destes agentes.

O teste de tiras permite avaliar vários outros parâmetros químicos, que não são úteis na pesquisa de ITU.
A análise sumária da urina inclui ainda a avaliação das suas propriedades físicas e microscópicas. Em geral perante uma tira de teste normal a microscopia não é realizada, a menos que o quadro clínico seja muito sugestivo. Ao microscópio é observado um sedimento urinário não corado, à procura de bactérias, células, cilindros, cristais, entre outros.

36
Q

Análise Sumária da Urina - ITU

Caracterize o parâmetro dos Nitritos, no teste Urina tipo II

A

Nitritos.

As Enterobacterales, mas não todas, convertem nitratos em nitritos. É necessária incubação na bexiga durante 4 horas para que esta reação seja detetável.

A nitritúria é um achado muito específico mas relativamente pouco sensível para o diagnóstico de bacteriúria, sintomática ou assintomática.

37
Q

Análise Sumária da Urina - ITU

Caracterize o parâmetro da Esterase Leucocitária, no teste Urina tipo II

A

Esterase leucocitária.

Esta enzima é detetada em leucócitos intactos ou lisados, dando uma medida da piúria (presença de leucócitos na urina).

Ao contrário da nitritúria, é muito sensível mas pouco específica para o diagnóstico de ITU.

É importante lembrar que muitos processos inflamatórios intra-abdominais, incluindo a gravidez, bem como a algaliação crónica e a bacteriúria assintomática, podem causar leucocitúria.

38
Q

Análise Sumária da Urina - ITU

Caracterize o parâmetro da Hemoglobina, no teste Urina tipo II

A

Hemoglobina.

A hematúria, macroscópica ou microscópica, tem várias causas possíveis, sendo a infeção urinária uma das mais frequentes.

Tal como a leucocitúria, é um achado sensível mas pouco específico para o diagnóstico de ITU.

39
Q

Análise Sumária da Urina - ITU

Caracterize o parâmetro do pH, no teste Urina tipo II

A

pH.

A maioria dos agentes causadores de ITU, incluindo Escherichia coli, diminui o pH urinário.

A maioria das infecções urinárias cursa com pH urinário de 6 ou inferior.

Contudo, as Enterobacterales produtoras de urease, como Proteus spp., aumentam o pH da urina. Um pH urinário superior a 7 é muito frequentemente causado por um destes agentes.

40
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Caracteriza o Exame Direto, e respetivos passos

A

A coloração de Gram é feita por rotina nas amostras de urina. Para isso são usados 10 μL de urina não centrifugada e bem homogeneizada. O número de organismos por campo, com objectiva de imersão (100x), é determinado: a presença de pelo menos uma bactéria por campo considera-se correlacionada com uma concentração de bactérias superior a 10^5 CFU/mL (unidades formadoras de colónia, colony-forming units).

Além da observação da urina corada, é também feito um sedimento urinário por centrifugação, que é observado sem corar (Fig. 8-3) para pesquisar a presença de células epiteliais, leucócitos, eritrócitos, fungos e parasitas. Cada leucócito visto por campo (40x) corresponde a cerca de 5-10 leucócitos por mL de urina. Cinco a 10 leucócitos por campo (25 a 100/mL) são o limite superior do normal.

Se a urina não centrifugada for negativa para bactérias deve-se corar o sedimento. A presença de bactérias por este método sugere uma concentração de bactérias inferior a 10^5 CFU/mL, mas não exclui infeção.

Na presença de leveduras, a coloração de Gram habitualmente permite observar tais células, mas isso é mais difícil na presença de outros fungos, que podem exigir colorações específicas.

Na suspeita de tuberculose renal pode-se usar a coloração de Ziehl-Neelsen para detetar as micobactérias.

41
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Suspeitas de tuberculose renal. O quê que fazes?

A

Exame direto da urina com coloração de Ziehl-Neelsen para detetar as micobactérias.

Exame cultural, a urina deve ser descontaminada e inoculada em meio de Löwenstein-Jensen ou outro apropriado.

42
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Caracteriza o Exame Cultural

A

Para a inoculação nos meios de cultura deve-se usar uma amostra de urina homogeneizada.

Nesta, uma ansa calibrada de 1 μL é inserida verticalmente. A ansa é então semeada nos meios apropriados. Também existem ansas de 10 μL, que podem ser utilizadas neste contexto e que, por terem um inóculo maior, fornecem uma quantificação mais precisa^.

Os meios usados por rotina são a gelose de sangue e o meio de MacConkey.
O meio CLED, um meio diferencial não-selectivo que inibe o swarming de Proteus spp., tem vindo a ficar popular.

As placas são incubadas a 35ºC em aerobiose durante 18-24 horas. O número de colónias é contado para obter um valor aproximado da concentração de bactérias na urina. Assim, se crescer 1 colónia a concentração é de 10^3 CFU/mL, se crescerem 10 colónias a concentração é de 10^4 CFU/mL, e se crescerem 100 colónias a concentração é de 10^5 CFU/mL.

Se foi usada uma ansa de 10 μL estes crescimentos correspondem a inóculos 10 vezes menores.

Quando a cultura e/ou o exame directo levantam a suspeita de infecção fúngica, ou quando o clínico indica essa suspeita ao Laboratório, uma terceira cultura é feita em meio de Sabouraud.

Na suspeita de tuberculose renal a urina deve ser descontaminada e inoculada em meio de Löwenstein-Jensen ou outro apropriado.

Uma cultura pura apresenta em geral crescimento de um só agente infeccioso. O crescimento de uma segunda estirpe nem sempre é desvalorizado e, em muitos casos, ambas as estirpes são identificadas e reportadas.

Uma cultura polimicrobiana (>2) é em geral descartada; uma excepção possível ocorre perante o crescimento evidente de uma estirpe bacteriana em predominância sobre as outras.

A urina colhida por saco colector em crianças resulta frequentemente na contaminação da amostra pela flora do períneo, dando resultados falsos positivos. Se necessário, o resultado pode ser confirmado repetindo a colheita por outro método, como uma punção suprapúbica.

No caso de urina colhida por punção suprapúbica, excluindo a contaminação da amostra pela microbiota da pele, qualquer espécie identificada deve ser valorizada, independentemente da sua quantificação.

43
Q

Exame cultural - ITU

Quais são os meios de cultura usados por rotina?

2+1

A

Os meios usados por rotina são a gelose de sangue e o meio de MacConkey.
O meio CLED, um meio diferencial não-selectivo que inibe o swarming de Proteus spp., tem vindo a ficar popular.

44
Q

Exame cultural - ITU

Qual é a particularidade do meio CLED?

A

O meio CLED, um meio diferencial não-selectivo que inibe o swarming de Proteus spp., tem vindo a ficar popular.

45
Q

Exame cultural - ITU

Como devemos incubar os meios de cultura? Como deve ser feita a interpretação dos resultados?

A

As placas são incubadas a 35ºC em aerobiose durante 18-24 horas.

O número de colónias é contado para obter um valor aproximado da concentração de bactérias na urina. Assim, se crescer 1 colónia a concentração é de 10^3 CFU/mL, se crescerem 10 colónias a concentração é de 10^4 CFU/mL, e se crescerem 100 colónias a concentração é de 10^5 CFU/mL.

Se foi usada uma ansa de 10 μL estes crescimentos correspondem a inóculos 10 vezes menores.

46
Q

Exame cultural - ITU

Recebes uma amostra no Laboratório com suspeita de infeção fúngica. Como deves proceder?

A

EXAME DIRETO
Na presença de leveduras, a coloração de Gram habitualmente permite observar tais células, mas isso é mais difícil na presença de outros fungos, que podem exigir colorações específicas.

EXAME CULTURAL
Quando a cultura e/ou o exame directo levantam a suspeita de infecção fúngica, ou quando o clínico indica essa suspeita ao Laboratório, uma terceira cultura é feita em meio de Sabouraud.

47
Q

Exame cultural - ITU

O que caracteriza uma cultura pura?

A

Uma cultura pura apresenta em geral crescimento de um só agente infeccioso. O crescimento de uma segunda estirpe nem sempre é desvalorizado e, em muitos casos, ambas as estirpes são identificadas e reportadas.

48
Q

Exame cultural - ITU

Qual a abordagem a ter numa cultura polimicrobiana?

A

Uma cultura polimicrobiana (>2 agentes) é em geral descartada; uma excepção possível ocorre perante o crescimento evidente de uma estirpe bacteriana em predominância sobre as outras.

50
Q

Exame cultural - ITU

Que cuidados deves ter na interpretação dos resultados de um exame cultural de uma urina colhida por saco colector em crianças?

A

A urina colhida por saco colector em crianças resulta frequentemente na contaminação da amostra pela flora do períneo, dando resultados falsos positivos. Se necessário, o resultado pode ser confirmado repetindo a colheita por outro método, como uma punção suprapúbica.

51
Q

Exame cultural - ITU

Qual a especificidade a ter em conta numa amostra obtida por punção suprapúbica?

A

No caso de urina colhida por punção suprapúbica, excluindo a contaminação da amostra pela microbiota da pele, qualquer espécie identificada deve ser valorizada, independentemente da sua quantificação.

52
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

De que forma deve ser feita a Intrepretação dos Resultados dos vários exames de diagnóstico das ITU?

A

Os resultados são interpretados de acordo com:
1. Contagem de colónias de um organismo predominante ou de cultura pura
2. Medição da piúria
3. Presença ou ausência de sintomas de ITU

Cem mil bactérias (10^5) por mL de urina é frequentemente definido como ponto de clivagem para a presença de ITU.

Este achado num doente sintomático geralmente significa cistite ou pielonefrite, independentemente da piúria.

Num doente sem sintomas pode significar bacteriúria assintomática, mas se não houver piúria pode ser contaminação da amostra ou colonização transitória.

Um resultado entre 10^2 e 10^5 bactérias por mL deve ser interpretado no contexto do doente. Pode haver alguma condição que diminua a concentração de bactérias na urina, mas o mais provável é que, se não houver sintomas, se trate de bacteriúria assintomática ou contaminação.

Havendo disúria, é importante pensar em uretrite como diagnóstico diferencial.

Menos de 10^2 bactérias por mL não é interpretado como ITU, mesmo que exista piúria, mas na presença de disúria pode significar uretrite.

A evidência atual sugere que 10^2 CFU/mL é um ponto de clivagem mais sensível (95%) e específico (85%) que 10^5 CFU/mL para a detecção de cistite aguda na mulher. Em homens, o nível mínimo indicando infeção parece ser 10^3 CFU/mL.

53
Q

Disgnóstico Etiológico - ITU

Qual a situação específica em que utilizamos hemoculturas para o diagnóstico etiológico de ITU?

A

20 a 30% dos casos de pielonefrite cursam com bacteriémia, sendo este um achado também relativamente frequente na prostatite, mas as hemoculturas não estão recomendadas por rotina por não acrescentarem valor diagnóstico à urocultura.

Na maioria dos casos de prostatite ou pielonefrite não complicada as hemoculturas podem ser dispensadas e o doente gerido em ambulatório apenas com urocultura. Se, por outro lado, o doente tem indicação para internamento, devem ser colhidas hemoculturas em adição à urocultura, uma vez que é relativamente frequente a ocorrência de uroculturas contaminadas (doentes algaliados p.e.), caso em que as hemoculturas podem ser o único exame microbiológico positivo.

54
Q

Diagnóstico Etiológico - ITU

Porquê que não utilizamos PSA para o suporte ao diagnóstico etiológico de ITU?

A

O antigénio prostático específico (prostate-specific antigen, PSA) é com frequência usado como marcador de prostatite, por vezes em substituição do toque retal.

Contudo, apresenta sensibilidade e especificidade baixas, que dificultam a sua utilização como marcador diagnóstico ou de monitorização da eficácia do tratamento.

O PSA não é um marcador adequado para diagnosticar ou excluir prostatite.

55
Q
A