Teníase e Cisticercose Flashcards
Quais os agentes atiológicos da teníase e da cisticercose, respectivamente?
Teníase: verme adulto de Taenia solium ou de Taenia saginata
Cisticercose: ovos de Taenia solium (*T. saginata não causa cisticercose)
Quais as formas de vida da Taenia spp.?
Ovos
• Usados para diagnóstico.
• São indistinguíveis entre as espécies
• São resistentes no ambiente
• Internamente, guardam a oncosfera (embrião hexacanto)
Cisticerco
• Larvas presentes na carne animal (forma infectante)
• É uma vesícula translúcida com líquido claro. Invaginando em seu interior, há escólex, 4 ventosas, rostelo (na T. solium) e colo.
Verme adulto
• Em sua cabeça, possui escólex (região de fixação no epitélio do ID) e, na T. solium apenas, um rostelo.
• Ele se divide em colo (mais fino), estróbilo e proglotes.
T. solium: proglote com poucas ramificações uterinas e dendríticas. Pode atingir até 8m.
Na T. saginata: proglote com muitas ramificações uterinas e dicotômicas. Pode atingir até 25m.
Descreva o ciclo de vida da teníase.
• Heteroxênico
HI: boi ou porco
HD: ser humano
• Forma de infecção: ingestão de cisticercos na carne bovina ou suína
• Habitat: verme adulto no ID
1. Ovos ou proglotes grávidas contaminam água ou vegetais que são consumidos por bois ou porcos.
2. A oncosfera (embrião) eclode e penetra a parede intestinal, migrando pela circulação até a musculatura.
3. Nos músculos, a oncosfera vira um cisticerco (larva), que pode infectar humanos caso a carne animal seja consumida crua ou mal cozida.
4. Os cisticercos desenvolvem-se em vermes adultos e cravam seus escólex no interstino delgado do indivíduo infectado, ondem realizam reprodução sexual.
5. As proglotes grávidas são liberadas nas fezes e o ciclo se reinicia.
Descreva o ciclo de vida da cisticercose.
• Monoxênico, em que o ser humano é um hospedeiro anômalo/acidental.
Habitat: tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral, olhos de suínos.
Modo de infecção: ingestão de ovos de T. solium.
Ovos ingeridos em água ou alimentos contaminados eclodem, penetram a barreira intestinal e migram pela circulação até a musculatura ou outros órgãos, como o cérebro.
Quais os modos de infecção para cada doença?
Teníase
Só é possível se infectar pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cisticercos.
Cisticercose
Os modos de infecção são variados:
• Autoinfecção externa: ingestão de ovos/proglotes em mãos contaminadas (autoinfecção por quem tem teníase)
• Autoinfecção interna: pessoas com teníase tem o risco de desenvolver cisticercose pelo rompimentos de proglotes pelo peristaltismo.
• Heteroinfecção: ingestão de ovos em água ou alimentos contaminados.
Descreva a sintomatologia da teníase pensando em sua patogenia (aderência à mucosa intestinal).
Período de incubação: dentro de 3 meses, é possível encontrar o verme no ID
Existe a forma assintomática e a forma sintomática, cujos sintomas são pouco específicos:
• Dor e desconforto abdominal
• Diarreia
• Náuseas, vômitos e apetite excessivo (vermes altamente espoliativos)
• Perda de peso
• Hemorragia e inflamação intestinal
Complicações:
• Apendicite
• Obstrução dos ductos hepáticos e pancreáticos
• Localizações ectópicas (verme migra para outro órgão que não o ID)
Descreva a sintomatologia da cisticercose.
Período de incubação: 15 dias a anos
A sintomatologia depende do local de aderéncia do cisticerco: tecidos musculares e subcutâneos, glândulas mamárias, globo ocular e SNC (forma mais grave e mais comum).
O desenvolvimento da doença depende de fatores como: número de larvas, localização, estágio de desenvolvimento (degeneração ou calcificação) e resposta imune do hospedeiro.
3 CARACTERÍSTICAS SINDRÔMICAS DA NEUROCISTICERCOSE (conjunto de sinais e sintomas)
• Convulsões e/ou crises epiléticas
• Hipertensão intracraniana
• Distúrbios psquiátricos
Como é realizado o diagnóstico da teníase?
CLÍNICO
• Sintomas intestinais pouco específicos
• Procedência (criação de bovinos e suínos, saneamento básico, etc)
PARASITOLÓGICO (direto)
• Tamização: peneirar as fezes para encontrar proglotes (identificação da espécie)
• Fita gomada: pressiona-se uma fita no ânus do paciente para encontrar ovos ou proglotes para análise microscópica.
• EPF: não é o mais ideal, pois é raro encontrar ovos de tênica fora das proglotes, além de que não permite a identificação do parasita.
IMUNOLÓGICO (indireto)
• ELISA de captura: Ac policlonais sensibilizados em placa.
• PCR (detecção do DNA do parasito)
No hemograma: eosinofilia
Também é possível fazer um diagnóstico por endoscopia capsular (vemos o verme no intestino).
Como é realizado o diagnóstico da cisticercose.
CLÍNICO
• Sinais e sintomas
• Procedência: criação de suínos, hábitos de higiene, alimentação e saneamento básico)
O critério absoluto para diagnóstico de cisticercose é: fundoscopia (exame de fundo de olho) ou biópsia.
LABORATORIAL (NEUROCISTICERCOSE)
• ELISA
• Exames de imagem
• EPF para identificar teníase, pois 10 a 15% dos pacientes têm as duas condições
Exames de imagem:
• RX (limitado, pois identifica apenas cisticercos calcificados)
• TC (ideal, mas custoso)
• RM (não identifica cisticercos calcificados, apenas pequenos e de localização intraventricular e subaracnóide)
Qual o tratamento para a teníase?
• Praziquantel: destruição dos cisticercos.
• Niclosamida: imobilização dos cisticecos e dos vermes adultos.
Qual o tratamento para a cisticercose e para a neurocisticercose?
• Praziquantel: destruição dos cisticercos.
• Albendazol: propociona boa evolução clínica, é mais eficaz e traz menos efeitos adversos.
Para crises epiléticas: fenitoína e carbamezepina
Para infalamação: dexametasona (corticoides)