Síndromes febris Flashcards
Sinais de alarme da dengue.
- Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome.
- Vômitos persistentes.
- Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural/pericárdico).
- Sangramento de mucosas.
- Letargia ou irritabilidade.
- Hipotensão postural ou lipotímia.
- Hepatomegalia >2cm.
- Aumento progressivo do hematócrito.
Período de Viremia da dengue
Um dia antes do início da febre e até o 6º dia pós início da febre.
Arbovirose mais comum do planeta.
Dengue
Vetores da dengue.
Aedes Aegypti e Albopictus
Período de incubação da dengue.
Homem: 3-15 dias.
Mosquito: 8-12 dias.
Primeira manifestação da dengue.
Febre alta (39-40ªC)
Prova do laço positiva.
Adultos: 20 ou mais petéquias após 5min.
Crianças: 10 ou mais petéquias após 3min.
Quadrado 2,5cm de lado para ambos.
Exame padrão ouro para diagnóstico da dengue.
Padrão ouro: Isolamento viral (é o mais específico). Realizado até o 5º dia.
Outros: NS1 (ELISA), até o 3º dia.
Sorologia: IgM por ELISA (a partir do 10º dia até 1 mês, se realizado entre 6-10 dias um resultado negativo não exclui o diagnóstico).
Quando solicitar exames específicos para dengue?
- Períodos não-epidêmicos: todos os casos suspeitos.
- Períodos epidêmicos: pacientes a partir do grupo B, ou dúvida diagnóstica.
Tratamento da dengue conforme o grupo (A, B, C, D).
Grupo A: dengue sem sinais de alarme, sem comorbidades, sem condições clínicas especiais.
- Tratamento domiciliar com reavaliação, de preferência, no período de defervescência. Orientar sobre sinais de alarme.
- 60mL/kg/dia, por via oral, sendo 1/3 solução salina, e ofertar nas primeiras 4-6 horas 1/3 do volume total. Sintomáticos (exceto AAS e AINEs).
Grupo B: Ausência de sinais de alarme, mas presença de sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço +), e/ou condições clínicas especiais e/ou risco social ou comorbidades.
- Lactentes <2anos, gestantes, idade>65anos, HAS ou outras doenças cardiovasculares graves, DM, DPOC, doenças hematológicas crônicas, DRC, doença péptica, hepatopatias, doenças autoimunes.
- Solicitar HEMOGRAMA completo.
- Oferecer tratamento grupo A enquanto aguarda resultado do exame. Se normal, segue como grupo A. Se sinais de alarme: segue para grupo C.
Grupo C: dengue com sinais de alarme.
- Internar!
- Hidratação venosa IV com 10ml/Kg de soro fisiológico na primeira hora.
- Solicitar HMG completo, dosagem de albumina e transaminases, Rx tórax e USG abdome. Demais exames conforme necessidade.
- Reavaliar a cada uma hora (pode repetir tratamento de expansão até 3x).
- Se melhora: manutenção com 25mL/kg em 6 horas seguido de 25m/h em 8 horas (1/3 soro fisiológico e 2/3 soro glicosado).
- Se ausência de melhora, seguir como grupo D.
Grupo D: presença de sinais de choque*, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos.
- Taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e filiforme, TEC>2s, PA convergente (<20mmHg), taquipneia, oligúria (<1,5 mL/Kg/h), hipotensão arterial, cianose.
- Leito em UTI!
- Mesmo exames grupo C.
- Hidratação venosa IV 20mL/Kg em até 20min, com reavaliação a cada 15-30min, podendo repetir até 3x.
- Melhora: retornar para fase expansão do grupo C.
- Ausência de melhora: investigar e tratar conforme avaliação (albumina, transfusão de concentrado de hemácias, plasma, vitamina K, crioprecipitado, plaquetas, inotrópicos…)
Vacina dengue.
MS não oferece.
Recombinante/atenuada.
Pode receber: idade 9-45 anos, em três doses, com intervalos de 6 meses.
Chikungunya.
Alphavirus, família Togaviridae. Maioria das infecções são SINTOMÁTICAS (diferente das outras infecções virais, em que a maioria é assintomática). Poliartralgia com predomínio em mãos e pés, simétrica e bilateral. Pode cronificar (>3meses).
Vírus relacionado com ocorrência de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas?
Zika vírus.
É um flavivírus RNA, como a dengue e a febre amarela.
Período de incubação da febre amarela?
3-6 dias.
Principais hospedeiros da febre amarela silvestre?
Primatas não-humanos (macacos).
Tríade da forma grave da febre amarela.
Icterícia, oligúria, hematêmeses.
Icterícia associada com disfunção hepatocelular com aumento importante das transaminases.
Alterações laboratoriais na febre amarela associadas com doença grave?
Níveis séricos elevados de transaminases e ureia e creatinina elevados.
Medida mais importante para prevenção e controle da febre amarela?
Vacina.
Faixa etária: a partir dos 9 meses, sem limite de idade.
Dose única!
Altamente imunogênica.
Para quem vai viajar para área de risco: dar vacina 10 dias antes da viagem.
Em epidemias: oferecer vacina a partir de 6 meses de idade!
Malária: agente e vetor?
Agente: protozoário plasmodium (vivax mais comum, falciparum mais grave, malarie mais raro).
Vetor: Anopheles.
Obs: P. ovale não tem no Br.
Indicadores de mau prognóstico na malária.
- Prostração.
- Alteração de consciência.
- Dispneia ou hiperventilação.
- Convulsões.
- Hipotensão arterial ou choque.
- Edema pulmonar.
- Hemorragias.
- Icterícia.
- Hemoglobinúria.
- Hiperpirexia (>41ºC)
- Oligúria.
- Anemia grave.
- Hipoglicemia.
- Acidose metabólica.
- Insuficiência renal.
- Hiperlactatemia.
- Hiperparasitemia (>200.000/mm3)
Que plasmodium tem hipnozoítos?
Vivax.
Complicação mais temida e associada à maior letalidade na malária?
Malária cerebral > Encefalopatia difusa simétrica, sem sinais de meningismo e evolução para o coma.
Pacientes com risco elevado de doença grave?
- Indivíduo de área onde malária não é endêmica.
- Criança <5 anos.
- Gestantes.
- Idosos.
- Esplenectomizados.
- Pessoas vivendo com HIV/SIDA.
- Portadores de neoplasias em tratamento.
- Transplantados.
Método mais utilizado para identificação das espécies da malária?
Esfregaço de sangue periférico.
Método diagnóstico mais utilizado para malária?
Gota espessa.
Tratamento da malária.
- P. vivax e ovale: cloroquina e primaquina até 3ºd e após apenas primaquina até o 7ºd.
Obs: primaquina mata hiptozoíto. Não administrar em gestantes e crianças <6 meses (risco de hemólise). Suspender se surgir icterícia. - P. Falciparum: artemeter + lumefantrina 3d OU artesunato+mefloquina 3d.
Se grave ou complicado: artesunato IV + clindamicina OU artemeter IM+clindamicina.
Obs: gestante no primeiro trimestre recebe quinina+clindamicina.
Controle de cura na malária.
Lâminas de verificação de cura.
Quimioprofilaxia da malária.
NÃO previne infecção, apenas previne a doença GRAVE. Logo, quem estiver em uso da QPX (doxiciclina, mefloquina, cloroquina) deve procurar serviço de saúde após retorno da viagem para área endêmica para avaliação.
Leishmaniose, agente e vetor.
Agente: L. chagasi/infantum (Br).
Vetor: flebotomíneos (Lutzomya Cruzi ou Longipalpis)
Reservatórios da leishmaniose?
Cão, raposas, marsupiais.
Período de incubação leishmaniose?
10dias a 24meses.
Faixa etária mais acometida pela Leishmaniose?
Menores de 10 anos.
Devem ser tratados pacientes com infecção inaparente pelo Leishmania?
Não.
Apenas notificar.
Achado laboratorial típico da Leishmaniose?
Inversão da relação albumina/globulina.
Hiperglobulinemia.
Pancitopenia.
Sinais mais característicos da leishmaniose visceral clássica?
Hepato e esplenomegalia.
Teste de Montenegro.
Usado para Leishmaniose.
Positivo em pacientes com infecção assintomática, e nas formas cutânea e cutaneomucosa.
Teste NEGATIVO em pacientes com leishmaniose visceral sintomática.
Teste diagnóstico de escolha para leishmaniose visceral.
Aspirado de medula óssea!
O aspirado de baço é mais sensível, porém com maior risco de sangramento.
O aspirado deve ser examinado por exame direto > isolamento em meio de cultura > PCR.
Tratamento leishmaniose visceral.
Primeira escolha: Antimoniato de N-metil Glucamina por 20 dias.
EA: encurtamento de intervalo QT (risco de torsades des pointes) - interromper uso.
Outras: anfotericina B (única opção em gestantes) lipossomal ou desoxicolato, pentamidina.
Febre do Nilo Oriental: agente, vetor, incubação.
Agente: flavivirus | flaviviridae Vetores: mosquito Culex. Reservatório: aves. Incubação: 1-14 dias. Clínica: sintomas brandos (febre, mal-estar, cefaleia etc) ou encefalite do Nilo Oriental (grave; FR: idade avançada).
Vasculite infecciosa
Leptospirose.
É dessa vasculite que surge a SUFUSÃO CONJUNTIVAL.
Doença de Weil
Forma íctero-hemorrágica da leptospirose.
- Após 4-9 dias do início dos sintomas.
- Alteração renal, hepática (icterícia rubínica, colestase intra-hepática), diátese hemorrágica.
Sintoma comum na leptospirose: dor em panturrilhas!
Alteração renal na leptospirose.
Nefrite intersticial aguda, com do túbulo contorcido PROXIMAL > aumento da fração excretora de sódio e potássio.
Teste diagnóstico padrão ouro para leptospirose.
Microaglutinação.
Tratamento leptospirose.
- Fase precoce: doxiciclina, ou amoxacilina.
- Fase tardia: penicilina cristalina, ou ampicilina, ou ceftriaxone, ou cefotaxima.
Período de incubação da leptospirose.
1-30 dias.
Em quem doxiciclina não deve ser utilizada?
Crianças <8 anos, gestantes, nefropatas ou hepatopatas.
Quimioprofilaxia para leptospirose.
Doxiciclina 200mg VO 1x/semana, quando pessoa IRÁ se expor a situação de risco elevado para contágio.
Se a pessoa JÁ se expôs à situação de risco NÃO ganha profilaxia (ex: pós-enchente).
Hantavirose: agente, reservatórios, incubação.
Vírus Hantavirus, família Bunyviridae.
Reservatório: roedores silvestres.
Incubação: 1-5 semanas.
Transmissão: contato direto ou inalação de aerossóis (formados pelo ressecamento da urina, fezes, ou saliva do rato).
Forma clínica da Hantavirose no Brasil, e diagnóstico.
Síndrome cardiopulmonar por Hantavírus.
- O órgão mais acometido é o pulmão.
Obs: a febre hemorrágica com comprometimento renal é característica da Ásia e Europa.
Diagnóstico: sorologia IgM ELISA.
Doença de Lyme, agente e vetor.
Agente: norrelia Burdgorferi.
Vetor: carrapato (Ixodes scapularis)
Transmissão: mordida do carrapato.
Quem causa mononeuropatia múltipla com acometimento do nervo facial?
Doença de Lyme.
Lesão de pele eritematosa, anelar ou em alvo.
Doença de Lyme.
Febre maculosa: agente, vetor/reservatório.
Agente: Rickettsia rickettsii.
Vetor: carrapato do gênero Amblyomma (carrapato-estrela)
Tríade clássica da febre maculosa e tratamento.
Febre, cefaleia e rash.
Doxiciclina.
Febre purpúrica Brasileira: agente, reservatório, clínica, tratamento.
Agente: Haemophilus Influenza (gram negativo).
Reservatório: apenas o homem.
Clínica: conjuntivite bacteriana seguida de quadro fulminante de febre, erupção cutâneo macular difusa, púrpuras, sufusões hemorrágicas, convulsão, hipotensão…
Complicações: choque séptico, CIVD, gangrena.
Diagnóstico: cultura.
Tto: ampicilina IV, ou amoxacilina VO, ou cloranfenicol, por 7 dias.
Critérios de alta hospitalar em casos de dengue
Todos os abaixo:
- Estabilização hemodinâmica durante 48h.
- Ausência de febre por 48h.
- Melhora visível do quadro clínico.
- Ht normal e estável por 24h.
- Plaquetas em elevação e >50.000
Fatores de risco para infecção por Salmonela typhi.
Causa febre tifoide,
- Carga bacteriana elevada, idoso, hipocloridria.
Complicação mais comum da febre tifoide? E a mais grave?
Sangramento mais comum.
Perfuração ileal mais grave.
Qual o fator de risco para se tornar portador crônico de salmonela typhi?
Colelitíase.
Quais os métodos diagnósticos para febre tifoide? E qual o tratamento?
- HMC (1-2ª semana), coprocultura (3-4ª semana), mielocultura (mais sensível). Outros: biópsia das placas de Payer/roséolas, sorologia, PCR.
Tratamento: ceftriaxone + ciprofloxacina (+ desametaxona em casos graves, com choque/coma).
*MS: cloranfenicol.