Oncogineco Flashcards
Estadiamento do Ca colo do útero
Estágio O - in situ
Estágio I: restrito ao colo uterino.
- IA: invasão do estroma limitada à 5mm de profundidade e 7mm de extensão.
- IA1: invasão até 3mm de profundidade.
- IA2: invasão 3-5mm de profundidade;
- IB: tumores pré-clínicos maiores que IA ou tumor clinicamente visível limitado ao colo uterino.
- IB1: lesões de até 4cm.
- IB2: lesões > 4cm.
Estágio II: acomete vagina, mas não seu terço inferior.
- IIA: invasão da vagina sem comprometer seu terço inferior e ausência de comprometimento endometrial.
- IIA1: tumor clinicamente visível ≤ 4cm em seu maior diâmetro.
- IIA2: tumor > 4cm em seu maior diâmetro.
- IIB: acometimento visível do paramétrio, mas sem atingir parede pélvica.
Estágio III: carcinoma atinge parede pélvica, e/ou terço inferior da vagina, e/ou hidronefrose ou rim não funcionante excluída outras causas.
- IIIA: extensão ao terço inferior da vagina, mas não à parede pélvica, se houver comprometimento parametrial. - IIIB: extensão à parede pélvica ou hidronefrose ou rim não funcionante.
Estágio IV: carcinoma estende-se além da pelve verdadeira, ou há acometimento da mucosa da bexiga ou reto.
- IVA: disseminação do tumor para órgãos adjacentes (bexiga, reto). - IVB: disseminação para órgãos distantes
Modo mais comum de disseminação Ca endométrio
Linfática
Qual o achado colposcópico de maior suspeição de malignidade?
Vasos atípicos
Tratamento Ca colo do útero
Estágio Ia1 (invasão ≤ 3mm)
- Não tem invasão do espaço vascular linfático e:
- quer gestar: conização.
- não quer gestar: histerectomia tipo I.
- Tem invasão do espaço vascular linfático e:
- quer gestar: traquelectomia radical com dissecção dos linfonodos pélvicos.
- não quer gestar: histerectomia tipo II com dissecção dos linfonodos pélvicos.
Estágio Ia2 (invasão 3-5mm)
- quer gestar: traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica.
- não quer gestar: histerectomia tipo II com dissecção de linfonodos pélvicos.
Estágio Ib1 (lesões <4cm)
- > 5mm de invasão e tumor <2cm:
- quer gestar: traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica (se doença de baixo risco e ausência de invasão do espaço vascular linfático)
- não quer: histerectomia tipo III com dissecção dos linfonodos pélvicos.
- > 5mm de invasão e >2cm: histerectomia tipo III com linfadenectomia pélvica.
Estágio Ib2 (lesões >4cm): histerectomia tipo III com linfadenectomia pélvica e aórtica lateral OU quimiorradioterapia primária.
Estágio IIa1 (pegou terço inferior da vagina e tem <4cm): histerectomia tipo III com linfadenectomia pélvica e aórtica lateral OU quimiorradioterapia primária.
IIa2 (pegou terço inferior da vagina e tem >4cm): quimiorradioterapia primária.
Estágio IIb (pegou paramétrio): quimiorradioterapia primária.
Estágio IIIa e IIIb (pegou parede pélvica/hidronefrose/rim não funcionante): quimiorradioterapia primária
Estágio IVa (pegou reto ou bexiga): quimiorradioterapia primária OU exanteração primária.
Estágio IVb (pegou órgãos à distância): quimioterapia primária + radioterapia.
Resultado de AGC (antigo AGUS)
Canal cervical deve ser obrigatoriamente avaliado
Síndrome de Meigs
Fibroma ou tumores de brenner ou krukenberg + ascite + hidrotórax.
tumor de ovário que produz hormônios tiroidianos
struma ovarii
Indicações de abordagem cirúrgica dos tumores ovarianos na pré e pós-menopausa
Pré-menopausa:
- tumores císticos em pré-púberes
- tumores sólidos
- tumores císticos >5cm e persistentes por >6 meses.
- cistos >10cm.
- achados suspeitos de malignidade independente do tamanho do tumor (ex: CA125 > 200, aumento do tamanho, ascite, suspeita de doença metastática, história familiar em parente de primeiro grau, aspecto na USG etc).
Pós-menopausa:
- cistos maiores de >5cm, independente das características ecográficas.
- cisto sintomático.
- CA 125 > 35
- Ascite ou outros sinais clínicos suspeito de doença metastática.
Fatores de risco câncer de ovário
- História familiar positiva
- Fatores genéticos (BRCA1 e BRCA2, sd de Lynch II etc)
- Idade >60 anos
- Menarca precoce e menopausa tardia (controverso)
- Nuliparidade
- Raça branca
- Uso de indutores de ovulação
- Dieta rica em gordura saturada
- Endometriose
- Tabagismo
- Obesidade
Fatores de proteção: amamentação, uso de ACO, ooforectomia profilática, laqueadura tubária.
Critérios de suspeição de malignidade (USG ovário)
- Cistos >8cm
- Cistos com septos espessos, papilas, espessamento de parede, nodularidades, multiloculações, componente sólido.
- Massas sólidas.
Doppler: neovascularização central com baixa resistência (RI<0,4) e IP<1,0.
Marcadores tumorais tumores do ovário
Ca 125 - tumores epiteliais
CEA e CA 19.9 - cistoadenocarcinoma mucinoso
LDH: disgerminoma e tumor de seio endodérmico
HCG: coriocarcinoma e carcinoma embrionário
Alfafeto - tumor de seio endodérmico e carcinoma embrionário
Estradiol - tumor das células da granulosa
Progesterona - tecoma
Testosterona - tumor células de Sertoli e Leydig
Rastreio em Sd Lynch II
A partir dos 30 a 35 anos OU cinco a dez anos antes da idade do primeiro diagnóstico de câncer associado à síndrome em qualquer membro da família.
- Exame pélvico anual.
- Dosagem de CA 125 a cada seis meses ou anual.
- USG TV a cada seis meses ou anual.
Tipos mais frequentes de câncer de ovário
Tumores epiteliais: maior parte dos casos.
- Seroso: 75% dos tumores epiteliais.
- Mucinoso: 20%, pseudomixoma peritoneal
- Endometrioides: 2%
- Células claras: raros, pior prognóstico entre os epiteliais.
Tumores de células germinativas; 20% dos tumores ovarianos, porém apenas 5% dos tumores malignos.
- disgerminona: mais comum maligno entre os de cel. germinativa; meninas jovens.
- Teratoma imaturo/maligno: segundo tipo mais comum de neoplasia maligna de cel. geminativas.
- Tumor de seio endodérmico: terceiro lugar; corpúsculos de shiller-duval; 100% unilaterais.
- Carcinoma embrionário: pseudopuberdade precoce.
- Gonadoblastoma
Tumores dos cordões sexuais/estroma gonadal: 5-8% dos tumores malignos ovarianos.
- Tu tecagranulosa: corpúsculo de carl-exner; puberdade precoce.
- Tecomas e fibromas
- Sertoli-leydig: virilização.
obs: tumor de krukenberg > metástase de tumor primário geralmente estômago, células em anel de sinete.
Vacina HPV
Bivalente (16, 18)
Quadrivalente (6, 11, 16, 18): três doses (0-2m-6m).
AMBAS podem ser administradas até 45 anos.
MS: recomenda duas doses da quadrivalente (0-6m).
Disponibiliza a quadrivalente para meninas entre 9 e 14 anos. E para pacientes soropositivas do sexo feminino de 14 a 26 anos (esquema 0-2m-6m)
2017: meninos entre 11 e 14 anos receberão vacina.
Fatores de risco câncer de colo do útero
- Sexarca precoce
- Parceiro sexual com câncer de pênis ou DST.
- DST’s
- Deficiência de Vitamina A
- TABAGISMO
- Baixa imunidade (ex AIDS)
- Deficiência de alfa1 anti-tripsina
- Baixo nível socioeconômico
- Multiparidade
- Desnutrição
- Má higiene genital
- Exposição à radiação ionizante.
Rastreio ca de colo do útero
MS: Início coleta citopatológico aos 25 anos, para as mulheres que já tiveram atividade sexual, até os 64 anos, e podem ser interrompidos após essa idade quem tiver pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos.
Periodicidade: 3/3 anos após 2 exames negativos com intervalo de 1 ano.
American cancer society: início após 3 anos da primeira atividade sexual, ou em idade ≥ 21 anos. Coleta anual se pela técnica convencional, ou a cada dois anos se citologia em meio líquido.
HIV: citopatológico semestral no primeiro ano após atividade sexual e, se normais, manter seguimento anual. Se CD4<200, manter rastreamento semestral até correção do CD4.
Histerectomia:
- Se por lesões benignas e sem história de lesão de alto grau: não precisa rastrear.
- Se por lesão precursora ou câncer de colo do útero: acompanhar de acordo com lesão tratada.
- Se subtotal: rastreamento normal.
Condutas de acordo com resultado do citopatológico
ASCUS:
- <25 anos: repetir em 3 anos.
- Entre 25 e 29 anos: repetir em 12 meses.
- ≥ 30 anos: repetir em 6 meses.
ASC-H: encaminhar para colposcopia.
AGC: encaminhar para colposcopia com análise do canal endocervical.
Células atípicas de origem indefinida (AOI): colposcopia.
LSIL:
- <25 anos: repetir em 3 anos.
- ≥ 25 anos: repetir em 6 meses.
HSIL: colpo.
Carcinoma escamoso ou adenocarcinoma in situ ou invasor: colpo.
Fatores de risco câncer de endométrio
- Idade > 50 anos
- Raça branca
- Maior nível socioeconômico.
- História familiar positiva
- Síndrome Lynch II
- Passado de anovulação crônica.
- Menarca precoce, menopausa tardia e nuliparidade.
- TRH sem progesterona
- Tamoxifeno
- Obesidade (FATOR DE RISCO MAIS IMPORTANTE) e DM
- Antecedentes de irradiação pélvica
- Colelitíase
Obs: tabagismo é fator de PROTEÇÃO.
outros: ACO, multiparidade, SIU liberador de levonorgestrel, perda de peso, TRH combinada.
Espessura normal endométrio
Pré-menopausa: sem limite máximo (porém avaliar se >8-15mm - controverso)
Pós-menopausa:
- Sem uso de TRH: 4-5mm
- Em uso de TRH: 8mm
Conduta nos casos de espessamento: histeroscopia com biópsia endometrial, ou mesmo curetagem com estudo anatomopatológico.
Indicações de estudo histopatológico do endométrio
Pré-menopausa:
- Obesidade extrema
- Anuvolação crônica
- Sangramento anormal
Pós-menopausa:
- Obesidade extrema
- Hematométrio.
- Piométrio.
- Presença de células endometriais em citologia vaginal.
- Eco endometrial >4-5mm na presença de sangramento.
- Sangramento persistente, mesmo se eco <4-5mm.
- Qualquer sangramento na menopausa (segundo alguns autores).
Conduta nas hiperplasias de endométrio
- Típicas (simples ou complexa): acetato de medroxiprogesterona ou acetato de megestrol, e nova amostra endometrial após 4-6 meses de tratamento.
- histerectomia se pós-menopausa e persistência da lesão ou sangramento após terapia progestínica.
- Atípicas (simples ou complexa): histerectomia total.
- Em mulheres que ainda querem engravidar: acetato de medroxiprogesterona ou acetato de megestrol, e nova biópsia após 3 meses de tratamento. Se persistir lesão > histerectomia.
Estadiamento câncer de endométrio
Estadiamento cirúrgico.
Resumo estadiamento:
Estágio 0 - in situ.
Estágio I - tumor restrito ao útero.
-IA: invade até metade da espessura endometrial.
-IB: invade mais da metade da espessura endometrial.
Estágio II - invade cervical, mas sem extensão além do útero.
Estágio III - extensão local e regional do tumor
-IIIA: invasão até serosa do corpo uterino ou dos anexos.
-IIIB: invasão parametrial ou vaginal.
-IIIC: MTX LFN pélvicos ou para-aórticos
Estágio IV - invade bexiga, ou mucosa intestinal, ou MTX à distância.
- IVA: invade bexiga e/ou mucosa intestinal.
- IVB: MTX à distância.
Tratamento câncer de endométrio
1) Lavado peritoneal.
2) Exploração do abdome e pelve (biópsias e excisão de lesões sugestivas de mtx)
3) Histerectomia total abdominal e salpingo-ooferectomia bilateral.
4) LFN pélvicos e paraaórticos (ressecar se suspeita de invasão, e feita análise histopatológica).
5) Biópsia de LFN retroperitoneais se histologia tumoral agressiva (seroso, epidermoide, cél claras, adenocarcinoma endometrioide G3), ou invasão superior à metade do miométrio, ou extensão istmocervical do tumor, ou >2cm, ou presença de doença extra-uterina.
Radioterapia adjuvante: estágio III.
Quimioterapia sistêmica: estágio IVB.
Estadiamento e tratamento câncer de ovário
Resumindo…
Estágio I: limitado aos ovários
Estágio II: extensão à pelve.
Estágio III: implantes peritoneais além da pelve, e/ou gânglios inguinais, ou retroperitoneais positivos, ou mtx hepáticas superficiais, ou propagação para intestino delgado ou epíplon.
Estágio IV: mtx à distância.
Tratamento
Estágio I bem diferenciado: histerectomia total com anexectomia bilateral, omentectomia infra-cólica e citorredução tumoral.
Estágio I pouco diferenciado: igual acima + QMT adjuvante.
Estágio II e III: cirurgia citorredutora + poliquimioterapia.
Estágio IV: cirurgia citorredutora OU poliquimioterapia exclusiva.