Ginecologia/obstetrícia Flashcards
Critérios de Amsel
- 3 dos seguintes:
- Corrimento vaginal branco-acinzentado.
- pH vaginal >4,5
- Presença de clue-cells (células alvo)
- Teste das aminas positivo.
Tratamento vaginose bacteriana
- Metronidazol 500mg BID por 7 dias.
- Na gravidez: clindamicina 300mg BID 7 dias (no 1ºtri).
- Não tratar parceiro.
Tanto metronidazol quanto clindamicina tem formulações creme.
Tratamento candidíase
- Miconazol creme 2%, um aplicador à noite, por 7 dias.
- Nistatina 100.000UI, um aplicador à noite, por 14 dias.
Segunda opção:
- Fluconazol 150mg VO, dose única.
- Itaconazol 200mg VO BID, por 1 dia.
- Gestação e lactação: somente por via vaginal.
- Casos recorrentes (4 ou mais episódios em 1 ano): miconazol por 14 dias, OU fluconazol 150mg VO, 1x/dia, nos dias 1, 4 e 7, seguido de manutenção com fluco 150mg 1x/semana por 6 meses.
- Não tratar parceiro!
Colo em framboesa, tigroide.
Tricomonas.
Tratamento da tricomoníase
- Metronidazol 2g, VO, dose única.
- Metronidazol 500mg VO BID por 7 dias.
- Tratar parceiro!
Gestantes: pode tratar igual acima, mesmo no primeiro trimestre, devido ao risco de ruptura de membranas, parto pré-termo e RN com baixo peso ao nascer.
Obs: CDC também dá como opção de tratamento o Tinidazol 2g VO dose única.
Vaginite descamativa
- Presença de Streptoco agalactie na maioria das culturas.
- Critérios diagnósticos: conteúdo vaginal purulento em grande quantidade, pH vaginal alcalino, microscopia com processo descamativo vaginal intenso e predomínio de células profundas (basais e parabasais), ausência de lactobacilos (substituídos por cocos gram+), número elevado de polimorfonucleares.
- Tratamento: clindamicina creme 2%, 5g via vaginal, por 7 dias + estrogênio tópico se mulher na menopausa.
Vaginose citolótica
- Maior desenvolvimento de lactobacilos (gravidez, DM, fase lútea).
- Clínica: prurido, leucorreia, disúria, dispareunia.
- Diagnóstico: pH entre 3,5 e 4,5, microscopia com ausência de microorganismos não pertencentes à flora vaginal normal, raros leucócitos, citólise, aumento significativo de lactobacilos.
- Tto: alcalinização do meio vaginal (duchas de bicarbonato de sódio diluído em água morna).
pH vaginal na candidíase
<4,5
Tratamento das cervicites
Ceftriaxone 500mg IM dose única ou ciprofloxacin 500mg VO dose única (gonococo) + azitromicina 1g VO dose única ou doxiciclina 100mg BID 7 dias (clamídia).
Não pode usar cipro no RJ, SP e MG!
Tratar parceiro.
Agentes da doença inflamatória pélvica
Gonoco e clamídia, e polimicrobiana.
Critérios diagnósticos doença inflamatória pélvica
Necessário 3 critérios maiores + 1 menor OU 1 critério elaborado.
- Maiores/mínimos: dor hipogástrica, dor anexial, dor à mobilização do colo uterino.
- Menores: febre, leucocitose, aumento PCR e VHS, conteúdo endocervical anormal, massa pélvica, comprovação laboratorial de infecção por gonococo/clamídia/micoplasma, etc.
- Elaborados: evidência histopatológica de endometrite, presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em exame de imagem (USG/RNM), videolaparoscopia com evidência de DIP.
Tratamento da DIP.
- Ambulatorial (monif I): ceftriaxone 500mg IM dose única + doxiciclina 100mg BID 14 dias + metronidazol 500mg BID 14 dias.
- Hospitalar: monif >1, falha tratamento ambulatorial, gestantes, imunodeprimidas, baixa adesão a tto ambulatorial.
- > Clindamicina 900mg IV TID 14 dias + gentamicina IV ou IM (ataque 2mg/kg | manutenção 3-5mg/kg/dia) por 14 dias.
- > Alternativos: cefoxitima+doxiciclina ou ampi-sulbatam + doxiciclina.
Síndrome de Fitz Hugh Curtis
Complicação tardia da DIP > aderências peri-hepáticas em “corda de violino”.’
Corrimento uretral (homens)
É igual a cervicite!
Se gram disponível, realizar, e se presença de G- tratar para gonococo e clamídia, se ausente tratar apenas clamídia. Se não disponível, tratar os dois.
Quais úlceras genitais não doem?
Lesões Sem Dor.
Linfogranuloma venéreo
Sífilis
Donovanose
Quais úlceras genitais são múltiplas e quais são únicas?
- Múltiplas: cancro mole, herpes, donovanose.
- Únicas: sífilis, linfogranuloma venéreo.
Obs: herpes (fundo limpo) | cancro mole (fundo sujo).
Quais úlceras genitais tem fistulização para linfonodos?
Cancro mole (1 orifício) e linfogranuloma venéro (vários orifícios).
Agentes das úlceras genitais.
- Herpes: duh…
- Sífilis: treponema pallidum
- Cancro mole: Haemophilus ducreyi.
- Linfogranuloma venéreo: Clamídia trachomatis L1, L2, L3.
- Donovanose: Klebsiella granulomatis.
Tratamento das úlceras genitais.
- Sífilis: 2,4mi UI IM dose única.
- Cancro mole: azitromicina 1g VO dose única ou ceftriaxone 500mg IM dose única.
- Linfogranuloma venéreo: doxiciclina 100mg VO por 21 dias (alternativa: azitro 1g x/semana por 3 semanas).
- Herpes: aciclovir 400mg VO TID 7-10 dias (primoinfecção), e se recorrência por 5 dias.
- Donovanose: doxiciclina 100mg BID VO por 21 dias ou até desaparecimento completo das lesões | alternativas: azitro 1g 1x/semana por 3 semanas ou até cicatrizar lesões; cipro ou bactrim.
Profilaxia na violência sexual
Sempre pedir beta-HCG e colher amostras para diagnóstico de infecções genitais, e coleta de material para identificação de provável autor da agressão.
- Profilaxia para gravidez: levonorgestrel 1,5mg dose única, em até 3 dias (mas pode até 5 dias).
- Profilaxia HIV: tenofovir+lamivudina+atazanavir/ritonavir até 72h, por 28 dias.
- Profilaxia HBV: se suscetível, imunoglobulina em até 14 dias (preferencialmente até 48h) + vacinação.
- Profilaxia IST não-virais: Penicilina benzatina 2,4mi UI IM dose única + ceftriaxone 500mg IM dose única (gonorreia), azitromicina 1g dose única (clamidíase e cancro mole), metronidazol 2g dose única (tricomonas).
Primeiro exame em casos de aborto
ESPECULAR.
Depois USG…
Conduta em abortamento com colo aberto e restos ovulares.
Esvaziamento.
Obs: se endométrio <15mm o útero está vazio.
Aborto infectado, conduta.
ATB (clindamicina + gentamicina) e esvaziamento.
NÃO precisa esperar o processo esfriar.
Conduta no aborto retido.
Esvaziamento após preparo do colo com misoprostol.
Obs: se cesariana ou cx uterina prévia NÃO pode usar miso.
Até que IG pode utilizar AMIU para esvaziar o útero em casos de aborto?
Até 12 semanas ou menos é a técnica de escolha.
Aborto precoce x tardio.
Precoce: ≤ 12 semanas.
Tardio: >12 semanas.
Quando o aborto é considerado legal?
1) Anencefalia (pode realizar em qualquer momento da gestação).
2) Estupro (pode realizar até 20 semanas)
3) Risco de vida para a mãe.
Qual a causa mais comum de aborto esporádico?
Cromossomopatias, principalmente a trissomia do 16.
Quando o aborto é considerado habitual?
Quando há 3 ou mais abortos. Necessário investigar.
Conduta na incompetência istmo-cervical.
Cerclagem entre 12-16 semanas com a Técnica de McDonald.
Conduta na síndrome anti-fosfolipídeo na grávida.
AAS + heparina.
Anticorpos da SAAF
Anticardiolipina, anticoagulante lúpico, anti-beta2-glicoproteína.
Útero em sanfona, saída de vesículas (“suco de ameixa”), hiperêmese, pré-eclâmpsia <20 semanas, USG com “flocos de neve”. Pensar em…
Doença trofoblástica gestacional.
Tipo mais comum de doença trofoblástica gestacional.
Mola benigna.
Mola completa x parcial.
- Completa: apenas genes de origem paterna, NÃO forma embrião, quadro mais florido, MAIOR risco de malignização.
- Parcial: material triploide, pode formar embrião, menor risco de malignização.
Conduta na mola.
Esvaziamento (vacuoaspiração) + histopatológico.
Considerar histerectomia se prole definida E > 40 anos. NUNCA retirar anexos.
Controle de cura na mola.
BHCG semanal até 3 negativos (mesmo se realizado histerectomia!). Após, mensal por mais 6 meses.
Obs: geralmente negativa em 8-10 semanas.
Critérios de malignização da mola benigna.
1) 3 valores em que houve aumento progressivo do bhcg.
2) 6 meses e bhcg ainda positivo.
3) 4 valores em platô.
4) Metástases (mais comum para pulmão e vagina).
Mola mais comum dentre as malignas.
Mola invasora.
Local mais comum de gravidez ectópica.
Região AMPULAR.
BHCG tem que estar acima de quanto na ausência de embrião para considerar ectópica?
- > 1500.
- Útero vazio após 4 semanas.
- Obs: BHCG não dobra em 48h na ectópica.
- Progesterona < 25 ng/mL.
Com quantas semanas cada as estruturas fetais aparecem na USG?
Na USG TV:
- 4 semanas: saco gestacional.
- 5 semanas: vesícula vitelínica.
- 6/7 semanas: embrião/BCF+
Se saco gestacional ≥ 25 mm TEM que ter embrião!
- Embrião >7mm: já tem BCF+
- BHCG detectado a partir do 8ºd de gestação.
Quando maior chance de sucesso no tratamento medicamentoso com MTX na gravidez ectópica? Como avaliar o resultado?
Todos os abaixo:
- BHCG <5000.
- Massa < 3,5-4,0cm.
- BCF ausente.
Como?
- MTX injeção local ou sistêmica, dosar BHCG nos dias 4 e 7 pós-aplicação, deve cair pelo menos 15%.
Se NÃO cair, o tratamento medicamentoso pode ser repetido até 3x, desde que mantenha os critérios prognósticos.
Quando realizar tratamento cirúrgico conservador e radical na gravidez ectópica?
- Conservador: ectópica íntegra e desejo de gravidez. Salpingostomia laparoscópica.
- Radical: ectópica ROTA, ou nova ectópica na mesma trompa. Salpingectomia (estável: laparoscópica | instável: laparotômica).
Seguimento com coombs indireto na gestante Rh negativa, como fazer?
- Solicitar Coombs indireto e repetir com 28, 32, 36, 40 semanas.
Se coombs indireto positivo:
- Se <1:16 = acompanhamento mensal!
- Se > 1:8 = investigar o feto!
Obs: se doença hemolítica grave em gestação prévia, iniciar rastreamento diretamente com doppler (escolha)/cordocentese, NÃO usar CI.
Como se faz a investigação de anemia fetal?
Escolha: doppler de artéria cerebral média.
- Se Vmáx > 1,5 realizar cordocentese (padrão-ouro - diagnóstico + tratamento).
Quando dar Imunoglobulina para a gestante?
Após todo sangramento, exame invasivo fetal ou parto OU com 28 semanas (se CI negativo).
Como avaliar a imunoprofilaxia? CI + (efetivo) ou teste de Kleihauer negativo (efetivo).
Como se faz o diagnóstico de Descolamento Prematuro de Placenta?
Clínico.
Não pedir USG.
O que sempre se deve fazer no DPP?
Amniotomia.
Útero de Couvelaire, conduta
Apoplexia uteroplacentária.
1º) Massagem uterina + ocitócito.
2º) Sutura B-lynch (cesária ou laparotomia).
3º) Ligadura de A. hipogástrica/uterina.
4º) Histerectomia.
Síndrome de Sheehan
Necrose hipofisária com amenorreia, pós-hemorragia periparto.
A partir de que IG posso dizer que tem placenta prévia?
Após 28 semanas.
Conduta na placenta prévia.
- Se >37 semanas, interromper mesmo se sangramento escasso.
- Se prematuro, depende do sangramento:
- Intenso: interromper após estabilização hemodinâmica (se melhora após EH dar corticoide).
- Escasso: expectante (dar corticoide, observar).
Classificação e conduta no acretismo placentário.
- Acreta: até camada esponjosa. Pode tentar extração manual com sedação.
- Increta: até miométrio. Histerectomia.
- Percreta: até camada serosa. Histerectomia.
Rotura de seio marginal x rotura de vasa prévia.
- Seio marginal: sangramento auto-limitado, indolor, ausência de sofrimento fetal. USG normal.
- Vasa prévia: rotura de vasos UMBILICAIS, sangramento súbito e indolor após aminiorrexe COM sofrimento fetal agudo! Cond: cesariana de emergência.
Obs: fatores de risco são placenta bilobada, suscenturiada, e INSERÇÃO VILAMENTOSA DE CORDÃO.
Síndrome de Bandl-Frommel
Iminência de rotura. MUITA dor.
Sinal de Riasens e sinal de Clark
Sinais de rotura uterina!
Riasens: subida da apresentação fetal.
Clark: crepitação à palpação do abdome.
Definição de pré-eclâmpsia
Surgimento, após a 20ª semana de gestação, de PA ≥ 140/90mmHg + proteinúria ≥300mg/dia OU proteina/creatinina na urina ≥ 0,3 ou ≥ + na fita.
Quando pode ser pré-eclâmpsia sem proteinúria?
Apenas se: hipertensão >20 semanas + plaquetopenia (<100.000), creat > 1,1, EAP, aumento em 2x das transaminases, sintomas cerebrais ou visuais.
Síndrome HELPP
LDH > 600
Esquizócitos ou BT ≥ 1,2
AST ≥ 70
Plaquetas < 100.000
Obs: pode haver helpp sem pré-eclâmpsia!
Quando a pré-eclâmpsia é grave:
- PA ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110mmHg
- Proteinúria ≥5g/urina 24h ou ++ ou mais na fita.
- EAP, oligúria, creat ≥ 1,3
- Iminência de eclâmpsia: cefaleia, escotomas, epigastralgia, aumento dos reflexos…
- Sd HELPP.
Medicamentos na crise e para manutenção, na pré-eclâmpsia.
Crise: hidralazina IV, labetolol IV, nifedipina VO.
Manutenção: metildopa VO, hidralazina VO (após chegar na dose máxima da metildopa), pindolol VO.
Evitar: diurético, IECA, propanolol pelo risco de CIUR. Mas no EAP usa-se diurético/nitrato.
Clínica da Esteatose hepática Aguda na gestação
Ocorre no 3º tri, náuseas, dor no hipocôdrio D, icterícia, vômitos.
Labs: elevação bili direta, de TGO e TGP, leucocitose, HIPOGLICEMIA, HIPOFIBROGENEMIA, HIPERURICEMIA.
Plaquetas normais sem hemólise (afasta HELPP).
Diagnóstico DMG pelo estudo HAPO (protocolo ADA))
1ª consulta no 1º tri:
- GJ < 92: normal -> realizar TTOG 75mg entre 24-28 semanas.
- GJ ≥ 92 e < 126: DMG
- GJ ≥ 126: DM prévio.
Obs: glicemia jejum ≥200 com sintomas e Hb glicada ≥ 6,5 = DM prévio.
TTOG 75mg:
- GJ ≥ 92 | após 1h: ≥ 180 | após 2h ≥ 153 (basta um valor alterado!
Obs: TTOG 75mg 4-12 semanas pós-parto e rastreio DM 3/3 anos após.
Síndrome da regressão caudal
Ocorre apenas em fetos de mulheres com DM prévio!
Tratamento DMG
Exercício físico + dieta fracionada
- Reavaliar em 2 semanas. Se não for suficiente, iniciar insulina.