Sépsis relacionada com próteses e CVC Flashcards
Melhores barreiras contra infeção e colonização
Pele e mucosas
- Mo da flora cutânea migram ao longo ou através do material que favorece a sua fixação
Infeção de CVC
- complicação + freq do uso de CVC
- Aum de morbimortalidade, duração de internamento e custos associados
- Objetivo primário é PREVINIR INFEÇÃO IATROGÉNICA
- Prevenção pode reduzir o nr de infeções-> id e tratamento precoce pode diminuir as complicações e necessidade de AB
- 75% dos casos a suspeita de infeção não é confirmada -> riscos na inserção de novos acessos
Mecanismos de colonização
- Colonização endoluminal- infeção tardia- associada a manipulação do catéter
- Colonização extraluminal- Infeção precoce- associada fundamentalmente a técnicas de assepsia de colocação do cateter
Colonização: quorum sensing
- bactérias sozinhas são inoquas
- quando se começam a multiplicar começam a libertar mediadores que permitem reconhecer-se como bactérias (mediadores de linguagem universal) e mediadores que permitem reconhecer-se como uma bactéria específica (mediadores de linguagem específica da bactéria);
- , são capazes de reconhecer, na sua superfície, a presença de mediadores libertados por outras bactérias, o que significa que, a cada momento, uma bactéria “pode saber” a quantidade de bactérias e, especificamente, a quantidade de bactérias similares a si própria que existem no meio -> quando ultrapasam um determinado limiar “quorum” -> mudam o seu comportamento, aparência e metabolismo -> libertação de fatores de virulência e glicoproteínas -> formam biofilmes (vantagem adaptativa das bactérias)
AB e biofilmes
- Neutralização de AB pela matriz polissacárida
- Beta lactamases extracelulares
- Inativação de compostos AB pela ativação conjugada “quorum” de genes responsáveis por resistência
- Transferência mediada por plasmídeos de genes de resistência
- Subpopulações bacterianas em estado latente, de baixo metabolismo
- Bactéria pode ter perfil de sensibilidade diferente ao identificado “in vitro”
DX infeção do CVC
- Cultura da ponta do CVC e hemocultura concomitante
- Microbiologia de exsudado- em rigor, a microbiologia do exsudado não corresponde a uma infeção associada à prótese, mas sim, uma infeção do túnel de acesso do cateter ao vaso central. Pode haver bacteriemia associada ou não.
- Hemocult colhida do CVC e periféricas com avaliação quantitativa diferencial do tempo até positividade- quando há um infeção associada ao CVC, as hemoculturas colhidas através do cateter são muito mais ricas em bactérias do que as hemoculturas periféricas. Assim, a hemocultura mais rica em bactérias vai positivar muito mais rapidamente, o que permite saber que a infeção tem origem no cateter.
- iniciar AB antes de substituir e Retirar o cateter se HC positivas
AB
- Antes da subs por fio guia
- Na presença de sepsis ou choque setico
- Se bacteriemia por SA ou fungémia por Candida
- Se infeção sistémica persistente apos retirada do CVC mesmo com hemocult neg: infeção local por Candida, Pseudomonas, SA
- Se for mantido CVC ou troca por fio guia, mesmo com HC negativas
Prevenção da infeção do CVC
- Descontaminação das mãos pre-inserção
- Barreira estéril completa (operador e doente)
- Desinfeção da pele com clorhexidina a 2%
- Evitar acesso femural se possível
- Retirar CVC que não sejam necessários
- Via subclavia tem muito menos infeções associadas que a jugular e femoral
Endocardite
- a infeção microbiana da superfície endocárdica do coração
- Locais mais comuns: Válvulas cardíacas, pode aparecer no septo (incompleto), cordas tendinosas ou mesmo miocárdio
- CLASS:
- Aguda ou subaguda-crónica baseada no tempo de evolução, gravidade clínica da apresentação ou velocidade de progressão
- class por microorganismo
- da válvula nativa ou protésica
Clinica endocardite
- Febre é a mais comum mas pode estar ausente
- Anorexia, perda ponderal, mal estar, adinamia, suores noturnos
- Sopro cardíaco de novo
- Petéquias na pele, conjuntivas e mucosa oral -> Nod de Osler (subcutâneos macios), Lesões de Janeway (lesões duras, eritematosas, hemorrágicas ou pustulares, com envolvimento das palmas e plantas), lesões subungueais muito características
- Esplenomegália
- Endocardite do coração não está associada a fenómenos embólicos periféricos mas sim a manifestações pulmonares
FPat da endocardite
- Fatores hemodinâmicos
o Colonização e fixação bacteriana é mais comum nas lesões que ocorrem em áreas de maior tubulência (tipo placas de ateroma) (ex valvulas estenosadas)
o Zonas superficiais de grande área, baixo fluxo e escassa turbulência raramente exibem endocardite
- Válvula aortica mais freq envolvida o Complicações: - Aórtica . Vegetação mais comum na superficie ventricular com envolvimento das 3 cúspides . Perfuração ou disfunção valvular . Abcesso do anel . Bloqueio AV - Mitral . Disfunção ou rutura de corda tendinosa -> insuf cardíaca aguda
Etiologia da endocardite
- Antigamente (1960s e 1970s), o agente mais frequente era o Streptococcus viridans; atualmente é o Staphylococcus aureus
- os hospedeiros passaram a ser pessoas com mais comorbilidades, maior idade, maior manipulação médica (farmacológica ou mecânica); e a toxicodependência, nomeadamente a injeção endovenosa de substâncias ilícitas, também está mais associado a infeção por S.aureus.
- Principais são o SA, viridans e enterococos
- Outros: Grupo HACEK 2%:
Haemophilus aphrophilus, Actinobacillus actinomycetemcomitens, Cardiobacterium hominis, Eikenella Corrodens, Kingella kingae - Bacilos Gram neg de crescimento fastidioso- hemoculturas só consideradas negativas 15 dias depois (Raoultella, Abiotrophia)
- Ecoli, Klebsiella (raro), PA (muito raro), N gonorrheae (muito raro), Salmonella (raro)
Endocardite com cult neg
- > 10% doentes
- Organismos fastidiosos ou não cultivaveis por metodos convencionais (coxiella, bartonella, …)
- Endocardite não infecciosa
- COLHEITA PRECOCE HE HC PREVIA AOS AB
Complicações endocardite
o Cardíaca: Insuf cardíaca aguda, Bloqueio AV ou fascicular, Pericardite, tamponamento
o Embolização sistémica: Mitral> aórtica, maior se vegtação > 10mm
Mortalidade:
Sobrevida 80-90% ao 1 ano, 70-80% aos 2 anos e 60-70% aos 5 anos
- Fatores de mau progx: Idade >, Comorbilidades, Insuf cardíaca, Recorrências
TX
Empírica:
o Ampicilina + flucloxacilina+ genta (normalmente)
o Vanco+ genta (MRSA ou alergia a peni)
o Vanco+ Genta e/ou rifampicina começada 3-5 dias + tarde (infeção da protese sintética
Nota: Genta com beta lact permite clearence de bacterias mais rapidamente no entanto não há evidência que diminua mortalidade
o Cirurgica
- quando há presença de alguma das complicações referidas anteriormente - insuficiência cardíaca aguda, infeção não controlada apesar de terapêutica antibiótica prolongada, embolização (≥ 1 fenómeno de evidência de embolização
- a maior parte dos cirurgiões prefere esperar 15 dias até à realização de cirurgia, já que diminui a probabilidade de recorrência de infeção na nova prótese.