SDRA Flashcards
Definição da síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA)
Quadro de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica, com edema pulmonar inflamatório e shunt como mecanismo
Fases da SDRA
- exsudativa (até 7 dias): lesão alveolar difusa, com liberação de interleucinas e recrutamento de neutrófilos, com lesão endotelial e inativação do surfactante, formação do shunt, perda da complacência pulmonar e HP
- proliferativa (> 7 dias): homeostase + fibroblastos + diferenciação dos pneumócitos tipo 2 em tipo 1
- fibrótica (tardia): lesão da membrana basal + reepitelização inadequada + obliteração dos capilares
Fatores de risco para SDRA
- pulmonares: pneumonia, aspiração, contusão pulmonar, embolia gordurosa, lesão por reperfusão
- extra-pulmonares: sepse, choque, TRALI, pancreatite, CEC
Achado radiográfico da SDRA
Infiltrado pulmonar bilateral (edema pulmonar)
O que se deve excluir como etiologia para definir SDRA? (Critérios de Berlim)
Disfunção cardíaca ou sobrecarga volêmica, podendo ser através de ecocardiograma, cateter de artéria pulmonar com pressão de oclusão menor que 18 mmHg ou exames laboratoriais (BNP, MNM)
Classificação de gravidade da SDRA
- leve: PaO2/FiO2 entre 200 e 300
- moderada: entre 100 e 200
- grave: menor ou igual a 100
Quadro clínico da SDRA
Dispneia há 6-72 horas, hipoxemia, estertores difusos
Aspecto da SDRA na TC de tórax
Consolidações posteriores e opacidade difusa bilateral
Mortalidade em relação à gravidade da SDRA
- leve: 27%
- moderado: 32%
- grave: 45%
Critérios para insuficiência respiratória aguda
- PaO2 < 60 mmHg
- PaCO2 > 50 mmHg
Critérios para síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
Dispneia, desconforto respiratório ou hipoxemia (SpO2 < 95%) associada a quadro gripal
Critérios de Berlim (2012) para diagnóstico da SDRA
- quadro agudo
- infiltrado bilateral à imagem
- etiologia inflamatória (não cardiogênica)
- relação PaO2/FiO2 < 300 com PEEP/CPAP > 5 cmH2O
Base do tratamento da SDRA
Manejo da causa + suporte (sedação, nutrição, glicemia, manejo infeccioso, profilaxias, restrição de fluidos, ventilação mecânica)
Ventilação mecânica da SDRA leve
Considerar VNI (0,5 - 2 horas), descalonar quando possível (PSV)
Ventilação mecânica na SDRA moderada/grave
VM invasiva protetora. Se relação P/F < 150, considerar medidas de hipoxemia refratária. Se > 150, descalonar quando possível
O que é a ventilação protetora?
- modos PCV ou VCV
- ajustar a PEEP de acordo com a demanda de oxigênio (PEEP table) -> geralmente mais grave demanda PEEP mais alta
- ventilar com 4-8 ml/kg de volume corrente
- manter Pplatô < 30
- manter drive pressure (Dp) < 15
*calcular pelo peso predito para sexo e altura
Objetivos da ventilação mecânica protetora na SDRA
- spO2 88-95%
- paO2 55-80
- pH > 7,25-7,35
Medidas de resgate na SDRA
- prona precoce: mínimo de 16h/dia
- dexametasona (COVID)
- bloqueio neuromuscular nas primeiras 48h
- óxido nítrico para hipoxemia refratária
- ECMO para casos muito graves
Qual o benefício de aumentar a PEEP na SDRA?
Minimiza o potencial de lesão pulmonar associada ao uso de altas concentrações de oxigênio e evita o colapso alveolar no final da expiração
Tipos de insuficiência respiratória aguda
- tipo 1 (hipoxêmica): PaO2 baixo e PaCO2 normal
- tipo 2 (hipercápnica): PaO2 baixo e PaCO2 aumentado
Exemplos de IRa tipo 1
Edema agudo pulmão, SDRA, pneumonia, hemorragia alveolar
Exemplos de IRa tipo 2
Intoxicação, defeitos na expansão da caixa torácica, doenças neuromusculares