renal 6 Flashcards
O que é a osmolaridade? O que depende dela?
A osmolaridade é a concentração total de solutos, determinada pela quantidade de soluto dividida pelo volume de fluido extracelular.
A função celular depende da manutenção de concentrações constantes de eletrólitos e outros solutos no fluido extracelular.
O que determina a concentração de sódio e a osmolaridade do meio extracelular?
A concentração de sódio e a osmolaridade do meio extracelular são em grande parte determinadas pela quantidade de água extracelular.
Os rins têm uma grande capacidade de variar as proporções relativas de água e solutos na urina em função de vários estímulos. Explica este facto.
Quando existe água em excesso no organismo, reduzindo a osmolaridade do fluido extracelular, os rins são capazes de excretar urina com uma osmolaridade muito baixa.
Quando se verifica um défice de água e a osmolaridade do fluido extracelular é elevada, os rins conseguem excretar urina com valores de osmolaridade elevados.
Além disso, a excreção de grandes volumes de urina diluída ou volumes reduzidos de urina concentrada ocorre sem grandes alterações nas taxas de excreção de solutos como o sódio e o potássio.
Como é que a hormona antidiurética controla a concentração da urina?
Quando a osmolaridade dos fluidos corporais aumenta acima do normal, aumenta a secreção de ADH pela hipófise posterior, fazendo aumentar a permeabilidade à água nos túbulos contornados distais e nos ductos coletores. Em consequência são reabsorvidos grandes volumes de água e diminui o volume de urina produzido, sem que se verifiquem alterações na taxa de excreção renal dos solutos.
A secreção de ADH diminui em caso de excesso de água e reduzida osmolaridade dos fluidos extracelulares, reduzindo a permeabilidade dos túbulos contornados distais e dos ductos coletores à água, causando a produção de elevados volumes de urina diluída.
Descreve o processo de formação de urina diluída.
Inicialmente a osmolaridade do filtrado glomerular é semelhante à do plasma. De forma a excretarem a água em excesso, os rins têm que diluir o filtrado à medida que este percorre os túbulos renais. Isto é atingido mediante uma reabsorção de solutos que excede a reabsorção de água.
A não reabsorção de água e a reabsorção continuada de solutos levam à produção de grandes volumes de urina muito diluída.
O túbulo contornado proximal participa na produção de urina diluída?
À medida que o filtrado percorre o túbulo contornado proximal, a água e os solutos são reabsorvidos em proporções iguais, não se verificando alterações na sua osmolaridade.
De que forma contribui o ramo descendente da ansa de Henle na produção de urina diluída?
No ramo descendente a água é reabsorvida por osmose e o fluido tubular fica em equilíbrio com o fluido intersticial medular, tornando-se mais concentrado à medida que atravessa a medula renal.
O que ocorre no ramo ascendente grosso da ansa de Henle na produção de urina diluída?
O sódio e o potássio são avidamente reabsorvidos. O fluido tubular torna-se progressivamente mais diluído.
O ramo ascendente grosso é impermeável à água, independentemente das concentrações de ADH, por isso, o fluido tubular que deixa a ansa é hipo-osmótico.
Como contribuem o túbulo contornado distal, o ducto coletor cortical e o ducto coletor medular na produção de urina diluída?
A reabsorção de cloreto de sódio continua ao longo destes tubos.
Na ausência de ADH estes segmentos são impermeáveis à água, pelo que a reabsorção adicional de solutos faz com que a urina se torne ainda mais diluída.
De que forma podem os rins conservar água?
Através da excreção de urina concentrada.
Em caso de défice de água no organismo, os rins continuam a excretar normalmente os solutos, mas aumentam a reabsorção de água de forma a produzirem um reduzido volume de urina concentrada.
Quais são os requisitos para a excreção de urina concentrada?
Altos níveis de ADH, os quais permitem a reabsorção de grandes volumes de água ao aumentarem a permeabilidade a esta nos túbulos distais e nos ductos coletores.
Hiperosmolaridade da medula renal, que é responsável pelo gradiente osmótico necessário à reabsorção de água na presença de níveis elevados de ADH.
De que fatores depende a formação de fluido medular renal hiperosmótico?
Depende de um mecanismo de contra-corrente assente na disposição anatómica dos ramos da AH e dos vasa recta, os capilares especializados da medula renal.
Entre que valores se encontra a osmolaridade do fluido intersticial medular renal?
A osmolaridade do fluido intersticial medular varia entre 1200 e 1400 mOsm/L.
Verifica-se uma grande acumulação de solutos a este nível, a qual é mantida por um apertado balanço dos ganhos e perdas de água e solutos no interstício medular.
Que principais fatores contribuem para a formação da hiperosmolaridade medular?
Transporte ativo de sódio e co-transporte de potássio, cloro e outros iões através do ramo ascendente grosso da AH para o interstício medular.
Transporte ativo de iões através do ducto coletor para o interstício medular.
Difusão passiva de grandes quantidades de ureia desde os ductos coletores medulares para o interstício medular.
Reduzida difusão de água através dos vasos medulares para o interstício medular.
Quais são as características da ansa de Henle que favorecem a acumulação de solutos na medula renal?
Como ramo ascendente grosso é impermeável à água, os solutos bombeados para o fluido intersticial não são acompanhados por fluxo osmótico de água, resultando na concentração de solutos no fluido intersticial.
O ramo descendente é muito permeável à água, estabelecendo-se um rápido equilíbrio entre a osmolaridade do fluido tubular e a osmolaridade medular. A água difunde-se desde o ramo descendente para o interstício e o fluido tubular torna-se progressivamente mais concentrado.