renal 6 Flashcards

1
Q

O que é a osmolaridade? O que depende dela?

A

A osmolaridade é a concentração total de solutos, determinada pela quantidade de soluto dividida pelo volume de fluido extracelular.
A função celular depende da manutenção de concentrações constantes de eletrólitos e outros solutos no fluido extracelular.

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2
Q

O que determina a concentração de sódio e a osmolaridade do meio extracelular?

A

A concentração de sódio e a osmolaridade do meio extracelular são em grande parte determinadas pela quantidade de água extracelular.

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3
Q

Os rins têm uma grande capacidade de variar as proporções relativas de água e solutos na urina em função de vários estímulos. Explica este facto.

A

Quando existe água em excesso no organismo, reduzindo a osmolaridade do fluido extracelular, os rins são capazes de excretar urina com uma osmolaridade muito baixa.
Quando se verifica um défice de água e a osmolaridade do fluido extracelular é elevada, os rins conseguem excretar urina com valores de osmolaridade elevados.
Além disso, a excreção de grandes volumes de urina diluída ou volumes reduzidos de urina concentrada ocorre sem grandes alterações nas taxas de excreção de solutos como o sódio e o potássio.

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4
Q

Como é que a hormona antidiurética controla a concentração da urina?

A

Quando a osmolaridade dos fluidos corporais aumenta acima do normal, aumenta a secreção de ADH pela hipófise posterior, fazendo aumentar a permeabilidade à água nos túbulos contornados distais e nos ductos coletores. Em consequência são reabsorvidos grandes volumes de água e diminui o volume de urina produzido, sem que se verifiquem alterações na taxa de excreção renal dos solutos.
A secreção de ADH diminui em caso de excesso de água e reduzida osmolaridade dos fluidos extracelulares, reduzindo a permeabilidade dos túbulos contornados distais e dos ductos coletores à água, causando a produção de elevados volumes de urina diluída.

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5
Q

Descreve o processo de formação de urina diluída.

A

Inicialmente a osmolaridade do filtrado glomerular é semelhante à do plasma. De forma a excretarem a água em excesso, os rins têm que diluir o filtrado à medida que este percorre os túbulos renais. Isto é atingido mediante uma reabsorção de solutos que excede a reabsorção de água.
A não reabsorção de água e a reabsorção continuada de solutos levam à produção de grandes volumes de urina muito diluída.

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6
Q

O túbulo contornado proximal participa na produção de urina diluída?

A

À medida que o filtrado percorre o túbulo contornado proximal, a água e os solutos são reabsorvidos em proporções iguais, não se verificando alterações na sua osmolaridade.

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7
Q

De que forma contribui o ramo descendente da ansa de Henle na produção de urina diluída?

A

No ramo descendente a água é reabsorvida por osmose e o fluido tubular fica em equilíbrio com o fluido intersticial medular, tornando-se mais concentrado à medida que atravessa a medula renal.

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8
Q

O que ocorre no ramo ascendente grosso da ansa de Henle na produção de urina diluída?

A

O sódio e o potássio são avidamente reabsorvidos. O fluido tubular torna-se progressivamente mais diluído.
O ramo ascendente grosso é impermeável à água, independentemente das concentrações de ADH, por isso, o fluido tubular que deixa a ansa é hipo-osmótico.

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9
Q

Como contribuem o túbulo contornado distal, o ducto coletor cortical e o ducto coletor medular na produção de urina diluída?

A

A reabsorção de cloreto de sódio continua ao longo destes tubos.
Na ausência de ADH estes segmentos são impermeáveis à água, pelo que a reabsorção adicional de solutos faz com que a urina se torne ainda mais diluída.

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10
Q

De que forma podem os rins conservar água?

A

Através da excreção de urina concentrada.
Em caso de défice de água no organismo, os rins continuam a excretar normalmente os solutos, mas aumentam a reabsorção de água de forma a produzirem um reduzido volume de urina concentrada.

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11
Q

Quais são os requisitos para a excreção de urina concentrada?

A

Altos níveis de ADH, os quais permitem a reabsorção de grandes volumes de água ao aumentarem a permeabilidade a esta nos túbulos distais e nos ductos coletores.
Hiperosmolaridade da medula renal, que é responsável pelo gradiente osmótico necessário à reabsorção de água na presença de níveis elevados de ADH.

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12
Q

De que fatores depende a formação de fluido medular renal hiperosmótico?

A

Depende de um mecanismo de contra-corrente assente na disposição anatómica dos ramos da AH e dos vasa recta, os capilares especializados da medula renal.

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13
Q

Entre que valores se encontra a osmolaridade do fluido intersticial medular renal?

A

A osmolaridade do fluido intersticial medular varia entre 1200 e 1400 mOsm/L.
Verifica-se uma grande acumulação de solutos a este nível, a qual é mantida por um apertado balanço dos ganhos e perdas de água e solutos no interstício medular.

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14
Q

Que principais fatores contribuem para a formação da hiperosmolaridade medular?

A

Transporte ativo de sódio e co-transporte de potássio, cloro e outros iões através do ramo ascendente grosso da AH para o interstício medular.
Transporte ativo de iões através do ducto coletor para o interstício medular.
Difusão passiva de grandes quantidades de ureia desde os ductos coletores medulares para o interstício medular.
Reduzida difusão de água através dos vasos medulares para o interstício medular.

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15
Q

Quais são as características da ansa de Henle que favorecem a acumulação de solutos na medula renal?

A

Como ramo ascendente grosso é impermeável à água, os solutos bombeados para o fluido intersticial não são acompanhados por fluxo osmótico de água, resultando na concentração de solutos no fluido intersticial.
O ramo descendente é muito permeável à água, estabelecendo-se um rápido equilíbrio entre a osmolaridade do fluido tubular e a osmolaridade medular. A água difunde-se desde o ramo descendente para o interstício e o fluido tubular torna-se progressivamente mais concentrado.

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16
Q

Descreve o processo de formação do fluido intersticial medular renal hiperosmótico.

A

1- A bomba de sódio do ramo ascendente grosso é ativada, reduzindo a concentração dentro do túbulo e aumentando a concentração intersticial;
2- O fluido tubular no ramo descendente e o fluido intersticial atingem rapidamente o equilíbrio osmótico. Existe um transporte contínuo de iões através do ramo ascendente grosso;
3- Dá-se um fluxo adicional de fluido para a ansa de Henle a partir do túbulo proximal, deslocando o fluido hiperosmótico presente no ramo descendente para o ramo ascendente;
4- Os iões no ramo ascendente são bombeados para o interstício, enquanto a água é retida no túbulo, aumentando a osmolaridade;
5- Novamente, o fluido no ramo descendente atinge o equilíbrio com o fluido intersticial, e quando o fluido hiperosmótico tubular atinge o ramo ascendente verifica-se o bombeamento de quantidades adicionais de solutos desde os túbulos para o interstício medular.

17
Q

Em que consiste o mecanismo multiplicador por contracorrente?

A

Consiste na reabsorção repetida de NaCl pelo ramo ascendente grosso da AH e o inlfuxo continuado de NaCl desde o túbulo proximal para a AH.
O cloreto de sódio reabsorvido no ramo ascendente grosso é adicionado ao que chega desde o túbulo proximal, “multiplicando” desta forma a concentração no interstício medular.

18
Q

Qual é o papel do túbulo contornado distal e do ducto coletor na excreção de urina concentrada?

A

O fluido tubular que deixa o ramo ascendente grosso da AH e entra no túbulo contornado distal encontra-se muito diluído. A porção inicial do túbulo contornado distal dilui ainda mais o fluido tubular.
No ducto coletor cortical a quantidade de água reabsorvida está dependente da concentração plasmática de ADH. Na presença de elevadas concentrações de ADH são reabsorvidas grandes quantidades de água desde o túbulo para o interstício cortical, a qual é removida pelos capilares peritubulares.
A reabsorção destas grandes quantidades de água no córtex e não na medula ajuda a manter a elevada osmolaridade do fluido intersticial medular.

19
Q

A ureia contribui para a hiperosmolaridade do interstício medular renal e para a formação de urina concentrada. Fundamenta.

A

Quando os rins estão a formar urina com a máxima concentração, a ureia contribui com cerca de 40% da osmolaridade do interstício medular renal.
Ao contrário do NaCl, a ureia é reabsorvida passivamente desde o túbulo renal. Em situações de défice de água e elevadas concentrações de ADH, são reabsorvidas desde o lúmen tubular para o fluido intersticial grandes quantidades de ureia.

20
Q

O que acontece à ureia no ramos ascendente da AH, nos túbulos contornados distais e no túbulo coletor cortical?

A

À medida que o fluido tubular passa através destes segmentos não se verifica reabsorção da ureia, pois eles são impermeáveis a esta. Na presença de concentrações elevadas de ADH, a água é reabsorvida rapidamente a partir do túbulo coletor cortical, fazendo aumentar a concentração de ureia no fluido tubular.

21
Q

O que acontece à ureia nos ductos coletores?

A

À medida que o fluido tubular percorre os ductos coletores corticais continua a verificar-se reabsorção de água e um aumento progressivo da concentração tubular de ureia.
Sendo as secções mais profundas dos ductos coletores medulares permeáveis à ureia, esta difunde-se desde o fluido tubular para o interstício medular.

22
Q

Explica o processo de recirculação de ureia desde o ducto coletor para a ansa de Henle.

A

À medida que o fluido tubular percorre os ramos finos da AH, a concentração de ureia aumenta devido à reabsorção de água no ramo descendente, e à difusão de ureia desde o interstício tubular para os ramos finos da AH.
O ramo ascendente grosso da AH, o túbulo distal e o túbulo coletor cortical são impermeáveis à ureia, não ocorrendo reabsorção nestes segmentos na presença de níveis elevados de AH. A reabsorção de água desde o túbulo distal e do túbulo coletor cortical faz aumentar a concentração tubular de ureia ao nível do ducto coletor medular. A elevada concentração tubular de ureia provoca a sua difusão para o interstício medular.
Parte da ureia que se difunde para o interstício medular difunde-se para o interior do ramo fino da AH, passando em seguida através do ramo ascendente, do túbulo contornado distal, do túbulo coletor cortical de volta ao túbulo coletor medular, podendo assim recircular através destas porções terminais do sistema tubular várias vezes antes de ser excretada. Cada percurso neste circuito resulta num aumento da concentração de ureia.

23
Q

Para que é essencial a recirculação da ureia?

A

Esta recirculação de ureia constitui um mecanismo adicional para a formação da hiperosmolaridade da medula renal.
Sendo a ureia um dos mais abundantes produtos do metabolismo que devem ser excretados pela urina, este mecanismo da sua concentração antes da sua excreção é essencial para economizar os fluidos corporais quando o aporte de água é limitado.

24
Q

O que permite a troca de contracorrente nos vasa recta?

A

Esta troca contracorrente permite a preservação da hiperosmolaridade da medula renal.

25
Q

Que características especiais do fluxo sanguíneo medular contribuem para a preservação de concentrações elevadas de solutos?

A

O volume do fluxo sanguíneo medular é baixo. A lentidão deste aporte sanguíneo é suficiente para suprir as necessidades metabólicas dos tecidos, e ajuda a minimizar as perdas de solutos desde o interstício medular.
Os vasa recta funcionam como permutadores de contracorrente, limitando a remoção de solutos do interstício medular.

26
Q

Explica o mecanismo de contracorrente que ocorre nos vasa recta.

A

O sangue entra e sai da medula renal através dos vasa recta ao nível do limite entre o córtex e a medula, sendo estes altamente permeáveis aos solutos.
O sangue torna-se progressivamente mais concentrado à medida que desce através da medula em direção à papila renal, por entrada de solutos para o sangue e por saída de água para o interstício medular. Ao atingir as pontas dos vasa recta a concentração do sangue iguala a do interstício medular. Ao subir de volta ao córtex, torna-se progressivamente menos concentrado à medida que os solutos se difundem de volta ao interstício medular e a água se desloca para o interior dos vasos.
Assim, apesar de se verificarem vastas trocas de fluido e solutos nestes vasos, não se verifica uma grande diluição do fluido intersticial graças à forma em U dos vasa recta, a qual funciona como um permutador contracorrente.

27
Q

Que mecanismo impede a dissipação da hiperosmolaridade medular?

A

O mecanismo de contracorrente dos vasa recta não é responsável pela formação da hiperosmolaridade medular, mas impede a sua dissipação.

28
Q

Quando a osmolaridade aumenta acima do normal que mecanismo de feedback se verifica?

A

Um défice de água faz aumentar a osmolaridade do fluido extracelular. Ocorre a desidratação de células nervosas osmorrecetoras localizadas no hipotálamo anterior. Estas células emitem sinais nervosos a células do núcleo supra-ótico, que os transmitem à hipófise posterior, provocando a libertação de ADH. ADH entra em circulação, aumenta a permeabilidade à água nos segmentos distais do nefrónio, aumentando a sua reabsorção e a formação dum reduzido volume de urina concentrada.

29
Q

Como é sintetizada e libertada a ADH?

A

Os neurónios dos núcleos supraótico e paraventricular sintetizam ADH e transportam-na através dos axónios até às suas terminações na hipófise posterior. Ao serem estimulados pelas células osmorrecetoras, são transmitidos potenciais de ação que culminam na libertação de vesículas secretoras contendo ADH, sendo esta transportada no sangue capilar da hipófise posterior até à circulação sistémica.

30
Q

A secreção de ADH é feita de forma lenta ou rápida?

A

A secreção de ADH em resposta a estímulos osmóticos é muito rápida, aumentando várias vezes a sua concentração plasmática em apenas alguns minutos.
A rapidez desta resposta evita alterações significativas.

31
Q

Como ocorre a libertação de ADH por estimulação cardiovascular reflexa induzida por baixa da pressão arterial e/ou redução do volume sanguíneo?

A

A libertação de ADH também é controlada pelos reflexos barorrecetor arterial e cardiopulmonar , os quais têm origem em regiões circulatórias de alta pressão, como o arco aórtico e o seio carotídeo, e em regiões de baixa pressão, como as aurículas.
Os estímulos aferentes são transportados pelo nervo vago e glossofaríngeo até sinapses do núcleo do trato solitário.
Projeções que emanam deste núcleo transmitem sinais para os núcleos hipotalâmicos que controlam a síntese e secreção de ADH.

32
Q

Qual é o papel da sede no controlo da osmolaridade do fluido extracelular e da concentração de sódio?

A

Os rins minimizam as perdas de fluido em situações de défice de água através do mecanismo de feedback osmorrecetor-ADH. Contudo, a ingestão adequada de fluidos é indispensável para compensar as perdas de fluido verificadas por sudação, na respiração e no trato gastro-intestinal.
A ingestão de fluidos é controlada pela sede, a qual em conjunto com o mecanismo de feedback de ADH permite o controlo preciso da osmolaridade do fluido extracelular e da concentração de sódio.

33
Q

Qual é a composição do centro da sede? Quais os fatores responsáveis pela sede?

A

O centro da sede é composto por neurónios que respondem a injeções de soluções hipertónicas, estimulando a ingestão de água.
Os fatores responsáveis pela sede são essencialmente os mesmos que estimulam a secreção de ADH.

34
Q

Dá exemplos de estímulos da sede.

A

Aumento da osmolaridade do fluido extracelular, o qual causa desidratação intracelular das células no centro da sede.
Redução do volume do fluido extracelular e da pressão arterial, provavelmente através de sinais nervosos emitidos pelos barorrecetores cardiopulmonares e sistémicos arteriais.
Angiotensina II, diminui a excreção de fluidos a nível renal.
Sequidão da boca e das membranas mucosas do esófago. Por esta razão, um indivíduo experimenta alívio da sede logo após a ingestão de água, apesar de esta ainda não ter sido absorvida pelo TGI.
Estímulos faríngeos e gastrointestinais influenciam a sede, a ingestão da água provoca um alívio temporário da sede graças a estes estímulos.