renal 5 Flashcards

1
Q

Quantos segmentos contém a ansa de Henle?

A

A ansa de Henle contém três segmentos funcionalmente distintos: ramo descendente fino, ramo ascendente fino e ramo ascendente grosso.

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2
Q

Que particularidades possuem os segmentos finos da ansa de Henle?

A

Os segmentos finos apresentam membranas epiteliais finas, sem bordadura em escova, com escassas mitocôndrias e níveis mínimos de atividade metabólica.

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3
Q

Caracteriza o ramo descendente fino da ansa de Henle.

A

É altamente permeável à água e moderadamente permeável à maioria dos solutos, incluindo o sódio e a ureia.
A sua função principal é a de permitir a difusão simples de substâncias através das suas paredes.
Cerca de 20% da água filtrada é reabsorvida no ramo ascendente fino.

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4
Q

Caracteriza o ramo ascendente da ansa de Henle.

A

O ramo ascendente, fino e grosso, é impermeável à água.
O ramo ascendente grosso apresenta células epiteliais espessas com intensa atividade metabólica, capazes de levar a cabo a reabsorção seletiva de sódio, cloreto e potássio. Cerca de 25% das cargas filtradas de sódio, cloreto e potássio são reabsorvidas neste ramo. São igualmente reabsorvidas quantidades apreciáveis de outros iões, como o cálcio, o bicarbonato e o magnésio, sendo secretados iões hidrogénio.
O ramo ascendente fino tem uma capacidade reabsortiva menor, não reabsorvendo quantidades significativas de nenhum destes solutos.

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5
Q

Explica o mecanismo de difusão paracelular de catiões.

A

As ATPases sódio-potássio localizadas nas membranas basolaterais das células epiteliais do ramo ascendente grosso mantém uma baixa concentração intracelular de sódio, criando um gradiente favorável ao movimento de sódio do fluido tubular para a célula.
O movimento do sódio através da membrana apical do ramo ascendente grosso é mediado por uma proteína co-transportadora (1sódio-2cloreto-1potássio), a qual utiliza a energia potencial resultante da difusão do sódio para o interior da célula para levar a cabo a reabsorção de potássio contra o gradiente de concentração.
O retorno de iões potássio para o lúmen tubular cria uma carga de +8mV, a qual é responsável pela difusão dos catiões para o fluido intersticial através do espaço paracelular.

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6
Q

Que mecanismo possui o ramo ascendente grosso para a reabsorção de sódio?

A

Dispõe de um mecanismo de contra-transporte sódio-hidrogénio na sua membrana apical, responsável por reabsorção de sódio e secreção de hidrogénio.

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7
Q

O que ocorre à água no ramo ascendente grosso? Qual a sua vantagem?

A

Este segmento é impermeável à água, logo, apesar da reabsorção de grandes quantidades de solutos, a água que aqui chega permanece no fluido tubular.
O fluido tubular torna-se muito diluído, o que possibilita a produção de urina diluída e o controlo da concentração de fluidos corporais.

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8
Q

Do que faz parte a porção inicial do túbulo distal? Para que serve?

A

Esta porção faz parte do complexo justaglomerular, o qual permite o controlo por feedback da TFG e do aporte sanguíneo num determinado nefrónio.

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9
Q

O que é o segmento diluidor?

A

É a porção seguinte ao início do túbulo distal. É muito convolucionada e apresenta muitas característica reabsortivas do ramo ascendente grosso da ansa de Henle.
Sendo impermeável à +agua e à ureia, e reabsorvendo avidamente sódio, potássio e cloreto.

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10
Q

A última porção do túbulo distal e

o tubo coletor cortical têm características funcionais semelhantes. Que tipos de células os constituem?

A

Células principais. Reabsorvem o sódio e a água e secretam iões potássio para o lúmen tubular, sob o controle da aldosterona.
Células intercaladas. Reabsorvem iões potássio e bicarbonato e secretam iões hidrogénio para o lúmen tubular.
Estes transportes vão depender de um gradiente de sódio criado pela atividade de ATPase sódio-potássio localizada na membrana basolateral.

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11
Q

Como ocorre a secreção de potássio pelas células principais?

A

A secreção de potássio envolve dois passos:

  • o potássio entra na célula por causa da bomba sódio-potássio , a qual mantém altas concentrações intracelulares deste ião;
  • o potássio difunde-se através da membrana apical a favor do seu gradiente de concentração.
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12
Q

Através de que mecanismos é secretado o hidrogénio pelas células intercaladas?

A

A secreção de hidrogénio é mediada por um sistema de transporte ativo primário, ATPase-hidrogénio.
Os iões hidrogénio são gerados no interior da célula pela enzima anidrase carbónica produzindo ácido carbónico a partir de água e CO2, o qual se dissocia iões em hidrogénio e bicarbonato.
Os iões hidrogénio são então secretados para o lúmen tubular.

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13
Q

Como pode ser feita a secreção de hidrogénio pelas células intercalares?

A

Pode ser feita contra um gradiente de concentração muito elevado.
Por esta razão, as células intercaladas têm um papel muito importante na regulação ácido-base dos fluidos corporais, em especial do pH da urina.

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14
Q

Qual é a relação entre as moléculas de hidrogénio e as moléculas de bicarbonato?

A

Para cada molécula de hidrogénio secretada há uma molécula de bicarbonato que é reabsorvida através da membrana basolateral.

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15
Q

Faz um resumo das características gerais da última porção do túbulo distal e do túbulo colector cortical.

A

1- As membranas tubulares destes segmentos são praticamente impermeáveis à ureia. Toda a ureia que entra nestes segmentos atravessa-os passando para o ducto colector para ser excretada na urina ou reabsorvida.
2- Ambos os segmentos reabsorvem iões sódio, sendo a taxa de reabsorção controlada principalmente por aldosterona. Ao mesmo tempo são secretados iões potássio desde os capilares peritubulares para o lúmen tubular.
3- As células intercaladas secretam iões hidrogénio através da bomba ATPase-hidrogénio.

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16
Q

Como é controlada a permeabilidade da porção final do túbulo distal e do túbulo colector cortical à água?

A

A permeabilidade é controlada pela concentração de ADH.
Perante níveis de ADH elevados estes segmentos são permeáveis à água, havendo reabsorção de água e uma urina concentrada.
Na ausência desta hormona são praticamente impermeáveis.

17
Q

Que funções possui o ducto colector medular e que células o constituem?

A

Apesar de reabsorver menos de 10% da água e do sódio filtrado, este ducto tem um papel importante da determinação da excreção urinária de água e solutos, por ser o último local de processamento de urina.
As suas células epiteliais têm uma forma quase cuboidal, com superfícies lisas e relativamente poucas mitocôndrias.

18
Q

Que características especiais apresenta o ducto colector medular?

A

1- A sua permeabilidade é controlada pela ADH. Com altos níveis de ADH a água é reabsorvida para o interstício medular, reduzindo-se o volume urinário e aumentando a concentração de solutos na urina;
2- É permeável à ureia . Alguma ureia tubular é reabsorvida, contribuindo para um aumento da osmolaridade da zona medular e para a sua capacidade de concentrar urina;
3- É capaz de secretar iões hidrogénio contra um gradiente de concentração, tendo por isso um papel importante na regulação do equilíbrio ácido-base

19
Q

Que mecanismos regulam a reabsorção tubular?

A

Balanço glomerulotubular, que é a capacidade dos túbulos aumentarem a taxa de reabsorção em resposta a um aumento da carga tubular. Refere-se ao facto de a taxa de reabsorção aumentar com o aumento da carga filtrada, apesar da percentagem da TFG que é reabsorvida nos túbulos proximais permanecer relativamente constante.
Funciona em conjunto com a autorregulação renal na prevenção da sobrecarga dos segmentos tubulares distais quando a TFG aumenta em consequência de alterações da pressão arterial ou outros distúrbios suscetíveis de afetar a homeostasia dos fluidos corporais.

20
Q

O que determina a taxa de reabsorção através dos capilares tubulares?

A

A taxa de reabsorção é determinada pelas pressões hidrostática e osmótica coloidal.
Alterações na reabsorção dos capilares peritubulares vão influenciar a pressão hidrostática e osmótica coloidal no interstício renal e, consequentemente, a reabsorção de água e solutos dos túbulos renais.

21
Q

Apresenta o cálculo da reabsorção através dos capilares peritubulares.

A

Reabsorção = Kf x força líquida de reabsorção
A força líquida de reabsorção representa a soma das forças hidrostáticas e osmóticas coloidais que favorecem ou se opõem à reabsorção através dos capilares peritubulares.

22
Q

Quais são as forças hidrostáticas e osmóticas que determinam a reabsorção peritubular?

A

Pressão hidrostática no interior dos capilares peritubulares (Pc), que se opõe à reabsorção.
Pressão hidrostática no interstício renal (Pfi), que favorece a reabsorção.
Pressão osmótica coloidal das proteínas plasmáticas dos capilares peritubulares (pc), que favorece a reabsorção.
Pressão osmótica coloidal das proteínas no interstício renal (pfi), que se opõe à reabsorção.

23
Q

Indica os valores das pressões determinantes na reabsorção e o gradiente que elas provocam.

A

Pc é 13mmHg, enquanto a Pfi é 6mmHg. Verifica-se um gradiente de pressão positivo dos capilares peritubulares para o fluido intersticial de 7 mmHg, o qual se opões à reabsorção de fluido.
pc é 32mmHg, e a pfi é 15mmHg.
Podemos dizer que a força osmótica coloidal líquida que favorece a reabsorção é de 17mmHg.

24
Q

Para além da força osmótica coloidal líquida, que outro fator contribui para a elevada taxa de reabsorção de fluidos nos capilares peritubulares?

A

Outro fator é o coeficiente de filtração.
Ele contribui para a elevada taxa de reabsorção na medida em que possui uma elevada condutividade hidráulica, e sendo ajudado pela grande área de superfície dos capilares peritubulares.

25
Q

O que determina a pressão hidrostática nos capilares peritubulares?

A

A pressão hidrostática é influenciada pela pressão arterial e pela resistência das arteríolas aferentes e eferentes.
Aumentos na pressão arterial fazem aumentar a pressão hidrostática e levam à diminuição da taxa de reabsorção. Este efeito é geralmente tamponado por mecanismos de autorregulação que mantêm relativamente constantes o fluxo sanguíneo e a pressão hidrostática nos vasos sanguíneos renais.
Aumentos da resistência quer da arteríola aferente quer da eferente reduzem a pressão hidrostática capilar peritubular e tendem a aumentar a taxa de reabsorção. A constrição da arteríola eferente faz aumentar a pressão hidrostática capilar glomerular, e simultaneamente, faz baixar a pressão hidrostática capilar peritubular.

26
Q

Que fatores provocam alterações na pressão osmótica coloidal dos capilares peritubulares?

A

A pressão osmótica coloidal sistémica, cujo aumento resulta num aumento da pressão osmótica coloidal peritubular e provoca um aumento da reabsorção.
A fração filtrada, quanto maior, maior a fração de plasma filtrado através dos glomérulos, maior a concentração das proteínas no plasma que permanece nos capilares peritubulares. Assim, ao aumentar a fração filtrada a reabsorção nos capilares peritubulares tende a aumentar.

27
Q

O que provoca uma alteração do Kf dos capilares peritubulares?

A

Sendo o Kf a medida da permeabilidade e da área de superfície dos capilares, um aumento do Kf aumenta a reabsorção e uma diminuição do Kf diminui a reabsorção.

28
Q

O que podem provocar as alterações ao nível das pressões do interstício renal?

A

Uma diminuição da força de reabsorção através da membrana capilar peritubular, causada por um aumento na pressão hidrostática do capilar peritubular ou por uma diminuição da pressão osmótica coloidal do capilar peritubular, faz reduzir a passagem de fluido e solutos desde o interstício até aos capilares peritubulares.
Em consequência, a pressão hidrostática do interstício aumenta e diminui a pressão osmótica coloidal devido à diluição das proteínas no interstício renal.
Estas alterações vão diminuir a força líquida de reabsorção de fluido desde os túbulos renais.