Raiva Flashcards
Sinonímia p/ “Raiva”
A Raiva tbm é conhecida como:
- Hidrofobia ou
- Encefalite Rábica
Descrição geral da Raiva
Antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus na saliva e secreções de animais infectados, principalmente pela mordedura e lambedura. Caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda que apresenta letalidade próxima de 100%.
O agente etiológico da Raiva
O VÍRUS RÁBICO
- Família: Rhabdoviridae
- Gênero: Lyssavirus
AS VARIAÇÕES ANTIGÊNICAS
- O gênero Lyssavírus apresenta 8 genótipos sendo que o Genótipo 1 (Rabies vírus) é o único presente na América Latina. Esse genótipo ainda possui 12 variantes antigênicas, mas no Brasil encontramos apenas 7:
- As var. 1 e 2 são isoladas dos cães;
- A 3, no morcego hematófago.
- As var. 4 e 6, no morcego incetífero.
- As var. 5 e 7 no Cachorro do mato + Sagui de tufos brancos
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Apenas os mamíferos transmitem o vírus da Raiva!
- Na área urbana os principais transmissores são os cães e gatos…
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Apenas os mamíferos transmitem o vírus da Raiva!
MORFOLOGIA
- Possui aspecto de projétil
MATERIAL GENÉTICO
- É um RNA vírus
Julge em Certo ou Errado:
Apenas os mamíferos transmitem o vírus da Raiva.
CERTO !
Sobre o Reservatório do Vírus da Raiva: que animais comumente são reservatórios do vírus da Raiva?
Importante!
- Apenas os mamíferos transmitem e são acometidos pelo vírus da Raiva.
Os quirópteros (morcegos) são os responsáveis pela manutenção da cadeia silvestre, entretanto, outros mamíferos, como canídeos silvestres (raposas e cachorro do mato), felídeos silvestres (gatos do mato), outros carnívoros silvestres (jaritatacas, mão pelada), marsupiais (gambás e saruês) e primatas (saguis), também apresentam importância epidemiológica nos ciclos enzoóticos da raiva. Na zona rural, a doença afeta animais de produção, como bovinos, equinos e outros.
PRINCIPAIS NA ZONA URBANA
- Cães e Gatos (variações antigênicas 1 e 2)
- OBS: Ratos ñ sao reserv. import.
PRINCIPAIS NA ZONA RURAL
- Equinos e Bovinos
ATENÇÃO!
Os roedores Urbanos ou de Criação são considerados reservatórios de BAIXO RISCO!
- ratazana de esgoto (Rattus norvegicus);
- rato de telhado (Rattus rattus);
- camundongo (Mus musculus);
- cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus);
- hamster (Mesocricetus auratus);
- coelho (Oryetolagus cuniculus).
Transmissão do vírus da Raiva? Após a inoculação do vírus qual a sua fisiopatogenia?
A transmissão ocorre geralmente do animal (mamífero) p/ o homem (raramente ocorre de homem p/ homem). Ocorre pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas ou pele NÃO-Íntegra.
O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica, sendo eliminado pela saliva das pessoas ou animais enfermos.
Qual o período de incubação do vírus da Raiva?
É extremamente variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no homem. Em crianças, o período de incubação tende a ser menor que no indivíduo adulto. Está diretamente relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou contato com a saliva de animais infectados; distância entre o local do ferimento, do cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral. Para cada espécie animal, o período de incubação é diferente, variando de 15 dias a 4 meses, exceto para os quirópteros, cujo período pode ser maior.
Sobre a transmissão da Raiva:
Cães e gatos são conhecidos como os principais reservatórios da Raiva em área urbana.
Julgue em certo ou errado:
- Os cães e gatos transmitem o vírus da raiva apenas após o início dos sintomas.
Errado!
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
Quais pacientes devem receber a profilaxia para a Raiva?
A imunidade é conferida por meio de vacinação, acompanhada ou não por soro. Dessa maneira, pessoas que se expuseram a animais suspeitos de raiva devem receber o esquema profilático, inclusive indivíduos com profissões que favorecem a exposição.
Qual a clínica clássica da Raiva?
OBS: O quadro clínico típico da Raiva acontece em 80% dos casos.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
- Bastante variado.
PRÓDROMOS
Após o período de incubação, surgem os pródromos, que duram em média 2 a 10 dias, c/ sinais clínicos inespecíficos:
- Mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.
- Podem ocorrer linfoadenopatia, por vezes dolorosa à palpação, hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, bem como alterações de comportamento.
EVOLUÇÃO DO QUADRO CLÍNICO
- A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados, e/ou convulsões.
- Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa. Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia.
- O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso c/ conseguinte evolução para óbito.
- ATENÇÃO! O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de 2 a 7 dias.
Todos os pctes c/ Raiva devem ser internados em área de Isolamento?
O paciente com raiva furiosa e/ou paralítica deve ser isolado e a equipe médica do hospital deverá usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Diagnóstico de Raiva.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO
- Não existem dificuldades para estabelecer o diagnóstico quando o quadro clínico vier
acompanhado de sinais e sintomas característicos da raiva, precedidos por mordedura, arranhadura ou lambedura de mucosas provocadas por animal raivoso. - O quadro clínico típico ocorre em 80% dos pctes.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
- Imunofluorescência direta (IFD) nas amostras de tecidos de impressão de córnea, raspado de mucosa lingual (swab) ou tecido bulbar de folículos pilosos, obtidos por biópsia de pele da região cervical. A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção;
- Prova biológica (PB) – isolamento do vírus, através da inoculação em camundongos ou cultura de células;
- Detecção de anticorpos específicos no soro ou líquido cefalorraquidiano, pela técnica de soroneutralização em cultura celular, em pacientes sem antecedentes de vacinação antirrábica;
- Reação em cadeia da polimerase (PCR) – detecção e identificação de RNA do vírus da raiva.
CASO SUSPEITO
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[Ministério da Saúde] Todo paciente com quadro clínico sugestivo de encefalite, com antecedentes ou não de
exposição à infecção pelo vírus rábico. - [VERONESI] Todo paciente que apresente quadro clínico sugestivo (sinais e sintomas) de encefalite com hidrofobia, aerofobia e fotofobia ou com parestesia, paresia e paralisia, que tenha histórico, com antecedentes ou não, de exposição ao vírus da raiva. Mesmo que não tenha histórico de agressão ou acidente (manuseio ou contato) com qualquer tipo de mamífero, seu organismo (órgãos e vísceras) ou suas secreções. Em geral, a parestesia, a paresia e a paralisia iniciam-se no local da agressão.
CASO CONFIRMADO
- Critério Laboratorial
- Caso suspeito com sintomatologia compatível, para a qual a IFD, ou PB, ou PCR, foi positiva para raiva.
- Critério Clínico-Epidemiológico
- Paciente com quadro neurológico agudo (encefalite), que apresente formas de hiperatividade, seguido de síndrome paralítica com progressão para coma, sem possibilidade de diagnóstico laboratorial, mas com antecedente de exposição a uma provável fonte de infecção.
CASO DESCARTADO
- Todo caso suspeito com IFD e PB negativas ou que, durante a investigação, teve seu diagnóstico confirmado laboratorialmente por outra etiologia.
Quais são as pérolas do exame físico de um pcte suspeito de Raiva, os quais temos que ficar atentos?
No exame físico, frente à suspeita clínica, observar atentamente a fácies, presença de hiperacusia, hiperosmia, fotofobia, aerofobia, hidrofobia e alterações do comportamento.
Tratamento da Raiva
Em 2004, foi registrado nos Estados Unidos o 1º relato de tratamento de raiva humana em paciente que não recebeu vacina ou soro antirrábico e evoluiu para cura. Essa terapêutica ficou conhecida como “protocolo de Milwaukee”. Em 2008 foi confirmado um caso de Raiva no estado do Perbambuco, lá o protocolo de Milwaukee foi adaptado à realidade brasileira, denominado protocolo de Recife.
TRATAMENTO
O protocolo de Recife deve ser iniciado o mais precoce possível em casos confirmados da doença. Esse protocolo consiste, basicamente, na indução de coma, uso de antivirais e reposição de enzimas, além da manutenção dos sinais vitais do paciente. Sua aplicação deve ser orientada diretamente pela equipe da SVS/MS.
OBS MASTER (VERONESI)
É recomendado que os pacientes a serem submetidos ao tratamento da raiva humana, quando já instalado o quadro clínico, não tenham recebido nem venham a receber nenhuma dose de vacina contra a raiva ou aplicação do soro antirrábico (homólogo ou heterólogo), ou seja, estejam isentos da profilaxia da raiva humana, uma vez que ela não tenha sido adequadamente realizada, por ocasião do agravo com o animal raivoso.
Epidemiologia da Raiva.
OBS: Notificação compulsória!
- Todo atendimento por acidente por animal potencialmente transmissor da raiva deve ser notificado pelos serviços de saúde, por meio da Ficha de Investigação de Atendimento Antirrábico do Sinan.
NO MUNDO
- A raiva ocorre em todos os continentes, com exceção da Oceania e Antártida.
- É endêmica na maioria dos países africanos e asiáticos.
BRASIL
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