Hepatite B Flashcards
O vírus da Hepatite B?
Totalmente diferente do vírus A.
- Um DNA-Vírus
- Possui um envoltório lipídico que protege o DNA viral. Esse envoltório possui 3 antígenos importantes:
(1) HBsAg = Antígeno de superfície secretado em grande quantidade quando da infecção do indivíduo (ou seja, quando o vírus infecta o hepatócito). Este é o marcador de soroconversão;
(2) HBcAg = Antígeno do Cor Central (esse antígeno não é liberado no plasma do pcte);
(3) HBeAG = Liberado no plasma em grandes quantidades quando o vírus está se replicando de forma exagerada.
Transmissão da Hepatite B?
SEXUAL: Mais comum em áreas de baixa prevalência de Hep-B.
VERTICAL: Comum em áres de alta prevalência.
PARENTERAL: Contato com sangue e outras secreções corpóreas dos infectados + Tatuagens + Manicure + Piercing.
Ou seja, a maioria dos portadores de Hep-B adquiriu de forma vertical.
CERTO ou ERRADO?
“Assim como o vírus da Hep-A, o vírus B não é citopático. Quem causa a lesão do parênquima hepático é a própria resposta imunológica do pcte.”
CERTO!
Por que o HBV é carcinogênico principalmente nos RN e Neonatos? Qual o tipo de câncer que ele mais causa?
Causa comum de Hepatocarcinoma.
Quando o pcte adquire a HEP-B na idade adulta, há menor chance de cronificação da doença porém maior chance de causar doença sintomática com cura. Isso se deve ao fato de o sistema imune do adulto ser competente quando comparado ao da criança.
O HBV na criança (Recém-Nascido ou Neonato) tende a causar uma apresentação mais assintomática e crônica com cura dificultada. Isso se deve a um estado de Imunotolerância. Pois mesmo que o seu sistema imune amadureça, não haverá reconhecimento dos antígenos do HBV como não-próprio acarretando na não montagem de uma resposta imunológica contra o vírus.
Qual o problema então de um RN contrair, verticalmente, o HBV se ele será assintomático??
O grande problema se deve ao fato de o HBV ser um DNA-Vírus, com grande possibilidade de danificação do DNA das células hospedeiras. Isso aumenta as chances de câncer (essas modificações do genoma hospedeiro podem inibir um gene supressor tumoral ou ativarem um oncogene).
OBS: É comum que esse pcte apresente o Hepatocarcinoma na segunda ou terceira década de vida, sem mesmo apresentar cirrose. Pois, o hepatocarcinoma costuma aparecer nas formas crônicas de Hepatite como uma complicação da cirrose. Nesses casos verticais de HBV há o hepatocarcinoma sem mesmo haver a cirrose.
A taxa de cronificação da Hepatite B possui relação com a idade!
< 5% (ADULTO)
25% (CRIANÇA)
> 90% (RN)
Ou seja, quanto mais novo o indivíduo maior a imunotolerância e cronificação.
História natural da hepatite B aguda
Após a infecção há um período até a soroconversão (janela imunológica de 1 a 10 sem com média para 4 semanas). A soroconversão é confirmada através do aparecimento do HBsAg (que é o primeiro antígeno que aparece). Nesse período o indivíduo é completamente assintomático. Só passará a desenvolver sintomas quando o sistema imune reconhecer o vírus e montar uma resposta celular.
Os sintomas começam a surgir quando for detectável o anticorpo Anti-HBc IgM. Ele marca o início da agressão celular.
Além dos sintomas surgem as manifestações laboratoriais de uma agressão hepatocelular.
Hepatite B aguda < 6 meses
Quando o paciente controla a infecção e se cura teremos o desaparecimento do Anti-HBc IgM com a permanência do Anti-HBc IgG (cicatriz imunológica) e o surgimento do Anti-HBS (que é o marcador de cura).
Pra que serve então o HBeAg?
Não tem importância para a forma aguda. Será importante na forma crônica.
Clínica da Hepatite B aguda?
As mesmas formas da Hepatite A
- Anictérica (Crianças / cronifica)
- Clássica ou ictérica (Adultos / Cura)
- Colestática (Mais típico da HAV)
- Recidivante (Nos 1os 6 meses o pcte faz 2 ou mais episodios de agudização)
- Fulminante (Mais provável na B do que na A. Acontece em torno de 1% dos casos. É o indivíduo que tem uma resposta imune exagerada contra o vírus e terá altíssimos indices de Anti-HBcIgM)
A hepatite B possui algumas manifestações extra-hepáticas: geralmente decorrentes do depósito de imunocomplexos. As principais:
- Poliarterite Nodosa (Síndrome Vasculítica)
- Gromerulopatia Membranosa (síndrome nefrótica)
- Acrodermatite Papular (Gianotti-Crosti). Acontece principalmente em lactentes.
Sorologia da Hepatite B:
(A) HBsAg+
(B) Anti-HBc+
(C) Anti-HBs+
(A) HBsAg+ # Antígeno marcador da presença do vírus. * Hepatite B aguda * Hepatite B crônica * Portador assintomático
(B) Anti-HBc+ # Anticorpo contra o HBV * IgM = Só na fase aguda de infecção. Marca o diagnóstico de Hepatite B aguda. * IgG = Aparece junto com o IgM na fase aguda, mas persiste na fase crônica. É portanto anticorpo de memória. É importante lembrar que o IgG só fica positivo quando do contato com o vírus selvagem, a vacina não positiva o IgG.
(C) Anti-HBs+
# Significa cura e imunidade adquirida contra o vírus.
* Cura espontânea.
* Imunidade por vacina.
Em casos de sorologia duvidosa ou “esquisitas” para a Hepatite B… Qual a conduta?
Repetir os exames… Se ainda continuarem duvidosos devemos solicitar o HBV-DNA (dosagem de carga viral do vírus da hepatite B).
Tratamento da Hepatite B
Semelhante ao da Hep-A:
- Repouso relativo;
- Sintomáticos;
- Aporte calórico;
- Evitar hepatotoxinas por 6 meses (Ex comum é o álcool e o paracetamol);
- Para a hepatite fulminante com falência hepática a solução é transplante de fígado. No entanto, diferentemente da HepA podemos tentar um tratamento com antiviral:
FULMINANTE = Lamivudina
Vacina para a Hepatite B?
Imunização ATIVA
- Ministério da Saúde = Vacinação Universal.
- Esquema básico de vacinação: 3 doses com intervalo de 60 dias.
- Esquema de vacinação para crianças: 1 dose (monovalente) nas 1as 12 horas de vida + 3 doses (pentavalente) aos 2, 4 e 6 meses de vida.
- Transgênica e Inativada
- Possui apenas os antígenos de Superfície.
Imunização PASSIVA (Soro)
- RN de mães HBsAg+
- Acidente ocupacional de risco (anti-HBs-)
- Contato sexual Hep B aguda (Anti-HBs-)
- Imunodeprimido exposto, mesmo vacinado.