Questões trilha - AFO Flashcards

1
Q

A respeito da evolução do orçamento público e dos princípios orçamentários, julgue o item a seguir.

O plano plurianual (PPA) tem vigência de 4 anos e constitui uma das exceções ao princípio orçamentário da anualidade.

A

Já a última parte está incorreta, pois o princípio da anualidade se refere apenas à LOA e não ao PPA.

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2
Q

Quanto à receita pública, julgue o item que se segue.

A etapa de recolhimento das receitas é feita em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, sendo vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

A

CERTA.

A questão afirma que a etapa de recolhimento das receitas é feita em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, sendo vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Esta afirmação está correta, pois é a literalidade do Art. 56 da Lei nº 4.320/64:

“Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.”

Diante do exposto, questão correta.

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3
Q

No que se refere a orçamento e técnicas orçamentárias, julgue o item seguinte.

A técnica orçamentária do chamado orçamento empresarial baseia-se, entre outros aspectos, na projeção dos recursos fundamentada nas relações de causa e efeito entre os processos correntes.

A

ERRADA.

A questão afirma que a técnica orçamentária do chamado orçamento empresarial baseia-se, entre outros aspectos, na projeção dos recursos fundamentada nas relações de causa e efeito entre os processos correntes.

Esta afirmação está incorreta, pois a descrição não se refere ao orçamento empresarial, mas ao orçamento perpétuo, conforme consta no trabalho “O Orçamento Empresarial Aplicado à uma Empresa de Pequeno Porte” publicado no Portal da PUC-RIO:

“Brimson (2000) define o orçamento perpétuo como um método de planejamento capaz de prever custos e uso de recursos fundamentado nas relações de causa e efeito entre os processos correntes.

Horngren, Foster e Datar (2000, p. 332) afirmam que adotando a relação causa-efeito, os gestores podem identificar a variável que causa o consumo de recursos. Para Lunkes (2003, p. 142), o orçamento perpétuo permite a clara identificação das inter-relações entre as atividades da empresa e como essas relações influenciam no desempenho individual e no resultado global.”

Diante do exposto, questão incorreta.

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4
Q

No que se refere a orçamento e técnicas orçamentárias, julgue o item seguinte.

A técnica orçamentária do chamado orçamento base zero baseia-se, entre outros aspectos, na projeção dos recursos da estaca zero com justificativa para todos os novos gastos.

A

CERTA.

A questão afirma que a técnica orçamentária do chamado orçamento base zero baseia-se, entre outros aspectos, na projeção dos recursos da estaca zero com justificativa para todos os novos gastos.

Esta afirmação está correta, conforme pode ser visto abaixo:

“O orçamento de base zero - OBZ consiste essencialmente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais. Nesse tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta orçamentária, haverá um questionamento acerca das reais necessidades de cada área, não havendo compromisso com qualquer montante inicial de dotação.

O processo do orçamento de base zero concentra a atenção na análise de objetivos e necessidades, o que requer que cada administrador justifique seu orçamento proposto em detalhe e cada quantia a ser gasta, aumentando a participação dos gerentes de todos os níveis no planejamento das atividades e na elaboração dos orçamentos.”

FONTE: Estratégia Concursos.

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5
Q

Considerando os princípios do orçamento público, julgue o item a seguir.

Em decorrência do princípio da unidade ou totalidade, orçamento deve conter todas as receitas a serem arrecadadas e todas as despesas a serem realizadas no exercício financeiro.

A

ERRADA.

A questão afirma que, em decorrência do princípio da unidade ou totalidade, orçamento deve conter todas as receitas a serem arrecadadas e todas as despesas a serem realizadas no exercício financeiro.

Esta afirmação está incorreta, pois a descrição se refere ao Princípio da Universalidade e não ao Princípio da Unidade/Totalidade.

Veja como o que Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (MCASP - 10ª edição) dispõe sobre esses 2 princípios:

“2.1.UNIDADE OU TOTALIDADE

Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/1964, determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, estados, Distrito Federal e municípios – com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual (LOA).

2.2.UNIVERSALIDADE

Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei no 4.320/ 1964, recepcionado e normatizado pelo § 5º do art. 165 da Constituição Federal, determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.”

Diante do exposto, questão INCORRETA.

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6
Q

Acerca de conceitos básicos do orçamento público, seus princípios e seus instrumentos de planejamento, julgue o item subsequente.

O princípio da universalidade está diretamente relacionado ao princípio da especificação, uma vez que ambos prescrevem a discriminação detalhada de todas as despesas por categorias econômicas.

A

ERRADA.

Pessoal, a questão trata dos princípios orçamentários e da possível correlação entre o princípio da universalidade e princípio da especificação.

Porém, não temos esta relação entre os princípios já que o princípio da especificação determina que na LOA as receitas e despesas sejam discriminadas evitando dotações genéricas, globais. Já o principio da Universalidade determina que o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos órgãos e entidades do Governo.
Assim, os princípios citados não estão diretamente relacionados.

Vejamos como o tema é abordado no curso AFO-Regular Estratégia Concursos:

“Princípio da Universalidade

De acordo com o princípio da universalidade, o orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes do ente, seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta. Assim, o Poder Legislativo pode conhecer, a priori, todas as receitas e despesas do governo.

Está na Lei 4.320/1964:

Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2º.

Princípio da Especificação ou Discriminação ou Especialização

O princípio da especificação ou discriminação (ou ainda, especialização) determina que, na Lei Orçamentária Anual, as receitas e despesas devam ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. Tem o objetivo de facilitar a função de acompanhamento e controle do gasto público por toda a sociedade, evitando a chamada “ação guarda-chuva”, que é aquela ação genérica, mal especificada, com demasiada flexibilidade.”

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7
Q

Redija um texto acerca do Princípio da Discriminação, definindo-o conforme a lei 4.320/1964, apontando possíveis exceções, se existentes, e comentando se ele também pode ser chamado de Princípio do Orçamento Bruto.

A

O Princípio da Especificação (ou Discriminação ou Especialização) está previsto na Lei 4.320/1964, que ensina que a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto nessa mesma lei. As exceções se referem aos programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa. Como exemplo, tem-se os programas de proteção à testemunha que, se tivessem especificação detalhada, perderiam sua finalidade. Tais despesas são classificadas como despesas de capital e também chamadas de investimentos em regime de execução especial.

Por último, o Princípio do Orçamento Bruto não se confunde com o Princípio da Discriminação, uma vez que o primeiro também é um princípio independente, que, nas palavras de Sérgio Mendes, impede a inclusão apenas dos montantes líquidos e determina a inclusão de receitas e despesas pelos seus totais, não importando se o saldo líquido será positivo ou negativo. Cita, ainda, como exemplo, que a apuração e a divulgação dos dados da arrecadação líquida, sem a indicação das deduções previamente efetuadas a título de restituições ferem o princípio do orçamento bruto.

Embasamento legal:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

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8
Q

Acerca dos princípios orçamentários da unidade e da totalidade, elabore um texto dissertativo que conceitue-os, explique as suas motivações de existência e analisando se a existência de um princípio anula a do outro.

A

Nas palavras do professor Sérgio Mendes, de acordo com o princípio da unidade, o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento, e não mais que um para cada ente da Federação em cada exercício financeiro. Ele objetiva eliminar a existência de orçamentos paralelos e permite ao Poder Legislativo o controle racional e direto das operações financeiras de responsabilidade do Executivo.

Voltemos à doutrina do prof. Sérgio Mendes, que explica como o princípio da totalidade se distingue do princípio da unidade:

Houve uma remodelação pela doutrina do princípio da unidade, de forma que abrangesse as novas situações, sendo por muitos denominado de princípio da totalidade, sendo construído, então, para possibilitar a coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem sofrer consolidação.

A Constituição trouxe um modelo que, em linhas gerais, segue o princípio da totalidade, pois a composição do orçamento anual passou a ser a seguinte: orçamento fiscal, orçamento da seguridade social e orçamento de investimentos das estatais. Tal tripartição orçamentária é apenas de cunho instrumental, não implica dissonância e, portanto, não viola o princípio em estudo.

Concluindo, o princípio da totalidade não necessariamente significa um documento único, já que o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento necessariamente multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, dos vários instrumentos de planejamento, com datas de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo. Em que pesem tais documentos serem distintos, devem obrigatoriamente ser compatibilizados entre si.

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9
Q

Os princípios orçamentários, válidos para todos os entes e para todos os Poderes, têm como escopo aumentar a consistência e estabilidade do sistema orçamentário. Acerca deles, responda ao que se pede.

a) Cite 10 (dez) princípios orçamentários.

b) Suponha que o Município de Aracaju tenha arrecadado receitas tributárias que não estavam previstas na Lei Orçamentária Anual. Comente sobre a existência ou não de uma possível legalidade e/ou inconstitucionalidade.

A

a) Espera-se que o aluno cite 10 (dez) entre os 17 (dezessete) princípios abaixo elencados:

Princípio da Universalidade;
Princípio da Unidade;
Princípio da Totalidade;
Princípio da Anualidade ou Periodicidade;
Princípio do Orçamento Bruto;
Princípio da Especificação ou Discriminação ou Especialização;
Princípio da Exclusividade;
Princípio da Não Afetação (ou Não Vinculação) de Receitas;
Princípio da Proibição do Estorno;
Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários;
Princípio da Legalidade;
Princípio da Publicidade;
Princípio do Equilíbrio Orçamentário;
Princípio da Transparência Orçamentária;
Princípio da Programação;
Princípio da Uniformidade;
Princípio da Clareza.

b) Não houve nenhuma forma de antijuridicidade, haja vista que a anualidade tributária não foi recepcionado pela atual CF/1988, tendo sido substituída pelo princípio tributário da anterioridade. Segundo Sérgio Mendes, a anualidade tributária determinava que deveria haver autorização para a arrecadação de receitas previstas na Lei Orçamentária Anual. Assim, as leis tributárias deveriam estar incluídas na LOA, não se admitindo alterações tributárias após os prazos constitucionais do orçamento anual.

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10
Q

Acerca da Lei Orçamentária Anual (LOA), responda ao que se pede, justificando a sua resposta de acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF/88).

a) Quais são as três peças orçamentárias contidas na LOA e quais as suas abrangências?

b) Entre os orçamentos abordados no item “a”, qual(is) é(são) o(s) que terá(ão) entre sua(s) função(ões) a de reduzir desigualdades interregionais, segundo critério populacional?

c) Discorra sobre a possibilidade de um hipotético projeto de lei orçamentária anual apresentado pela União incluir dotações para investimento em projeto cuja duração seja de dois exercícios financeiros.

A

a) A LOA conterá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público; e o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (art. 165, § 5º, da CF/1988).

Embasamento legal:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

b) De acordo com o Art. 165, § 7º, da CF/1988, o orçamento fiscal e o orçamento de investimento têm, entre suas funções, a de reduzir desigualdades interregionais, segundo critério populacional. Ou seja, o orçamento da seguridade social não tem essa função.

Embasamento legal:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

c) De acordo com a CF/1988, nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Ou seja, caso haja previsão no Plano Plurianual ou lei que autorize a inclusão, é possível que haja um projeto de lei orçamentária anual que inclua dotações para investimento em projeto cuja duração seja de dois exercícios financeiros.

Embasamento legal:

Art. 167. São vedados:

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

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11
Q

A respeito dos princípios, das normas e das regras da administração financeira e orçamentária no Brasil, julgue o item que se segue.

O orçamento de desempenho busca organizar o processo alocativo associando a aplicação dos recursos públicos aos resultados gerados em benefício da sociedade.

A

GABARITO: CERTA.

A questão afirmou que o orçamento de desempenho busca organizar o processo alocativo associando a aplicação dos recursos públicos aos resultados gerados em benefício da sociedade.

Essa afirmação está correta, pois o orçamento de desempenho não visa apenas controle de gastos, mas sim no resultado gerado para sociedade. Veja um pouco sobre esse orçamento:

“O orçamento de desempenho ou por realizações (ou, ainda, orçamento funcional) enfatiza o resultado dos gastos, e não apenas o gasto em si. A ênfase reside no desempenho organizacional. Caracteriza-se pela apresentação de dois quesitos: o objeto de gasto (secundário) e um programa de trabalho contendo as ações desenvolvidas.

Nessa espécie de orçamento, o gestor começa a se preocupar com os benefícios dos diversos gastos, e não apenas com seu objeto. Apesar da evolução em relação ao orçamento clássico (tradicional), o orçamento de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo, ou seja, nesse modelo orçamentário, inexiste um instrumento central de planejamento das ações do governo vinculado à peça orçamentária. Apresenta, assim, uma deficiência, que é a desvinculação entre planejamento e orçamento.”
FONTE: Estratégia Concursos.

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12
Q

A respeito dos princípios orçamentários, julgue o item subsequente.

Caso a lei orçamentária anual do exercício financeiro corrente tivesse sido aprovada somente no mês de março de 2023, o princípio da anualidade teria sido desrespeitado para o ano de 2023.

A

ERRADA.

A questão quer que o candidato informe se quando a Lei Orçamentária Anual (LOA) é aprovada apenas em março de 2023, mas deveria ter sido aprovada em 2022, há desrespeito ao princípio da anualidade.

Essa afirmação está incorreta, pois, mesmo que a LOA não seja aprovada no prazo, que é até o encerramento da sessão legislativa, a LDO dará orientações às execuções orçamentárias até que se promova a devida sanção.

Veja a justificativa da banca:

“JUSTIFICATIVA - Errado. Conforme o princípio da anualidade ou periodicidade, o exercício financeiro é o período de tempo ao qual se referem a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA. Esse princípio é mencionado no caput do art. 2.º da Lei n.º 4.320/1964. Segundo o art. 34 dessa lei, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil (1.º de janeiro a 31 de dezembro). O fato de a LOA ter sido aprovada somente no mês de março não invalida o período de vigência do orçamento público.”

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13
Q

A respeito do orçamento e da contabilidade pública, julgue o item.

O caráter impositivo da execução do orçamento aplica‑se apenas às chamadas despesas discricionárias, isso porque a execução das despesas obrigatórias decorre da existência de legislação anterior, que cria vínculos obrigacionais, definindo‑se pela própria norma substantiva e não pelo fato de constar da lei orçamentária.

A

Essa afirmação está correta, conforme consta no Portal da Câmara dos Deputados:

“O caráter impositivo da execução do orçamento importa apenas para as chamadas despesas discricionárias (não obrigatórias). Isso porque a execução das despesas “obrigatórias” - aquelas cujo orçamentação, empenho e pagamento decorrem da existência de legislação anterior, que cria vínculos obrigacionais - define-se pela própria norma substantiva, e não pelo fato de constar da lei orçamentária.”
FONTE: https://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/cidadao/entenda/cursopo/principios

Diante do exposto, questão correta.

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14
Q

Quanto à contabilidade tributária, julgue o item.

Entre as funções tradicionais de uma política orçamentária, a de estabilização é a que tem por finalidade manter o nível necessário de procura agregada, considerados o nível estável de preços e o alcance do pleno emprego.

A

CERTA.

A questão afirma que, entre as funções tradicionais de uma política orçamentária, a de estabilização é a que tem por finalidade manter o nível necessário de procura agregada, considerados o nível estável de preços e o alcance do pleno emprego.

Essa afirmação está correta, pois a função estabilizadora é uma das funções clássicas do orçamento e sua finalidade é justamente manter o equilíbrio econômico. Veja mais informações sobre o assunto:

“A função estabilizadora visa manter a estabilidade econômica, diferenciando-se das outras funções por não ter como objetivo a destinação de recursos. O campo de atuação dessa função é principalmente a manutenção de elevado nível de emprego e a estabilidade nos níveis de preços. Destaca-se, ainda, a busca do equilíbrio no balanço de pagamentos e de razoável taxa de crescimento econômico. O mecanismo básico da estabilização é a atuação sobre a demanda agregada, que representa a quantidade de bens ou serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposta a adquirir por determinado preço e em determinado período. Assim, a função estabilizadora age na demanda agregada de forma a aumentá-la ou diminuí-la.”
FONTE: Estratégia Concursos.

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15
Q

No que concerne à contabilidade tributária, julgue o item.

Segundo Musgrave, quanto à função de alocação, o equilíbrio financeiro de seu orçamento expressa apenas o equilíbrio real subjacente entre os benefícios auferidos da satisfação das necessidades públicas e o custo de oportunidade da retirada de recursos consignados à satisfação das necessidades privadas.

A

CERTO.

A contabilidade tributária, no contexto das finanças públicas, envolve a análise das funções do governo na economia. Uma das principais referências nesse campo é Richard Musgrave, que classificou as funções do governo em três categorias: alocação, distribuição e estabilização. A função de alocação é especialmente relevante na análise do equilíbrio financeiro do orçamento público.

Musgrave destaca que a função de alocação deve considerar não apenas o balanço contábil entre receitas e despesas públicas, mas também se os recursos estão sendo utilizados de forma que os benefícios públicos superem o custo de oportunidade da alocação. Isso significa que o governo deve garantir que os recursos retirados do setor privado para financiar gastos públicos gerem um retorno em termos de benefícios sociais que justifique essa alocação.

Conclusão

Segundo Musgrave, a função de alocação no contexto do equilíbrio financeiro do orçamento público deve refletir o equilíbrio real entre os benefícios de satisfazer necessidades públicas e o custo de oportunidade dos recursos retirados da satisfação de necessidades privadas.

Dessa forma, a questão está CERTA.

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16
Q

Com relação ao ciclo e ao processo do orçamento público, julgue o item que se segue.

Se a Câmara Municipal de Fortaleza, empenhando-se em economizar, terminar determinado ano com saldo financeiro, então, no ano seguinte, a Prefeitura Municipal de Fortaleza não poderá deduzir tais valores do duodécimo do Poder Legislativo, sob pena de ofensa à independência dos Poderes.

A

ERRADA.

A questão afirmou que se a Câmara Municipal economizar e sobrar saldo financeiro, não é possível deduzir tais valores do duodécimo do Poder Legislativo. Porém, esta afirmação está incorreta, já que é possível tanto a dedução do duodécimo do exercício seguinte, quanto a restituição por parte da Câmara, conforme o § 2º do Art. 168 da Constituição Federal de 1988 (CF/88):

“Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do exercício seguinte.”

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17
Q

Considerando os princípios orçamentários, julgue o item seguinte.

O princípio do equilíbrio orçamentário é previsto expressamente na Constituição Federal de 1988 e impede que o gasto público ultrapasse a arrecadação tributária.

A

ERRADO.

A questão afirma que o princípio do equilíbrio orçamentário é previsto expressamente na Constituição Federal de 1988, porém, esta afirmação está incorreta, já que não há esse princípio expresso na Carta Magna.

Há na Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei nº 101/2000), letra “a” do inciso I do Art. 4º o dispositivo que retrata do princípio do equilíbrio orçamentário, em que as receitas e despesas devem estar em equilíbrio:

“Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas.”

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18
Q

Fale sobre o princípio da EXCLUSIVIDADE:

A

ERRADA.

O princípio da unidade determina que cada ente tenha apenas um orçamento em a cada excercicio financeiro, o principio que impõe que a lei orçamentária contenha apenas matéria orçamentária ou financeira é a exclusividade, conforme destacamos abaixo no curso AFO-Regular 2023, Estratégia Concursos, Aula 1, pág. 15 e 16:

“Princípio da Exclusividade

O princípio da exclusividade surgiu para evitar que o orçamento fosse utilizado para aprovação de matérias sem nenhuma pertinência com o conteúdo orçamentário, em virtude da celeridade do seu processo.

Determina que a Lei Orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receita orçamentária (ARO). Por exemplo, o orçamento não pode conter matéria de Direito Penal.”

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19
Q

À luz dos princípios orçamentários, julgue o item subsequente, relativo aos recursos recebidos a título de transferências do Fundo de Participação dos Municípios.

O município deve contabilizar, na lei orçamentária, os valores líquidos por ele recebidos, o que exclui, naturalmente, as deduções do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Programa de Formação do Patrimônio dos Servidores Públicos (PASEP).

A

Pois bem, sabendo disso, e buscando dentre os princípios orçamentários a resposta para a questão, identificamos que segundo o Princípio do Orçamento Bruto as receitas e despesas deverão constar na lei orçamentária pelo seu valor total, vedada quaisquer deduções, diferente do que afirma o enunciado, tornando a questão ERRADA.

Confira o que dispõe a Lei 4.320/64:

LEI 4.320/64

“Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.

§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada à transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.”

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20
Q

Julgue o item, relativo ao orçamento público, finanças públicas e direito financeiro.

De acordo com a CF/88, não são permitidas emendas parlamentares que acarretem aumento de despesa em projetos de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República. Dessa forma, eventual emenda parlamentar que acarrete aumento de despesa na Lei Orçamentária Anual (LOA) deve ser considerada inconstitucional.

A

ERRADO.

De fato, como regra geral, não são permitidos aumentos de despesas em projetos de lei de iniciativa do PR. No entanto, essa regra é
excepcionada para o caso das emendas ao PLOA e ao PLDO. É o que diz o Art. 63, I, da CF/88. Vale lembrar que emendas que acarretem aumento de despesa ao PLOA e ao PLDO apenas podem ser aprovadas caso sejam comprovados erros ou omissões na estimativa das receitas.

21
Q

Acerca dos planos, diretrizes e orçamentos públicos, julgue o item:

A regionalização das diretrizes, dos objetivos e das metas da administração federal no plano plurianual pode ser feita por recortes estaduais e municipais.

A

CERTO.

O Art. 165, §1°, da CF, apenas estabelece que o PPA será estabelecido por meio da regionalização das diretrizes, objetivos e metas,
de tal sorte que nada foi dito em específico a respeito de como se deve dar essa regionalização. Assim, nada impede que isso seja feito por recortes estaduais ou municipais.

22
Q

No que se refere à receita e à despesa públicas, julgue o item que se segue.

Ingressos extraorçamentários darão origem, necessariamente, a dispêndios extraorçamentários.

A

ERRADO.

Não necessariamente. Imagine a situação de uma garantia contratual, a qual é classificada como receita extraorçamentária. Caso a
Administração Pública execute essa garantia devido a falhas do contratado, essa receita pertencerá ao erário público, tornando-se orçamentária. Posteriormente, ao se utilizar esse recurso, a Administração fará uso de uma despesa orçamentária. Ou seja, um ingresso extraorçamentário não necessariamente dará origem a um dispêndio também extraorçamentário.

23
Q

Acerca de finanças públicas, julgue o item:

As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem com transferências e transposição, já que não modificam a programação ou o valor de suas dotações orçamentárias e não alteram a unidade orçamentária detentora do crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em créditos adicionais.

A

CERTO.

Questão gabarito. Vale salientar que a descentralização de créditos orçamentários consiste na transferência de parte do orçamento
para que outras unidades administrativas possam executar a despesa. As classificações institucional, funcional, programática e econômica, porém, são mantidas.

24
Q

Acerca de finanças públicas, julgue o item:

A execução financeira corresponde à utilização dos créditos orçamentários consignados na Lei Orçamentária Anual (LOA). Tal conceito está relacionado ao planejamento e execução do orçamento público, às receitas e despesas orçamentárias daquele exercício financeiro.

A

ERRADO.

Esse é o conceito de execução orçamentária. A execução financeira é a própria utilização dos recursos financeiros. Assim, ela está
relacionada com pagamentos, arrecadação, entrada e saída de recursos do caixa – sejam eles orçamentários ou extraorçamentários.

25
Q

Acerca do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF), julgue o item seguinte.

Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central, e os órgãos setoriais.

A

ERRADO.

Além desses, também integram o SPOF os órgãos específicos. Lei 10.180, Art. 4°.

26
Q

De acordo com a LRF, imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.

A

ERRADO.

Esse é o mandamento da Lei 4.320/64, Art. 47. A LRF, por sua vez, em seu Art. 13, diz: “No prazo previsto no art. 8º, as receitas
previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, em separado, quando
cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa”.

27
Q

Acerca de programação orçamentária e financeira, julgue o item:

A descentralização financeira consiste na movimentação de recursos financeiros, sendo realizada por meio de procedimentos denominados dotação, destaque e provisão.

A

ERRADO.

Os procedimentos utilizados para a descentralização financeira são a cota, o repasse e o sub-repasse.

28
Q

No que se refere à receita e à despesa públicas, julgue o item que se segue.

De acordo com a classificação funcional-programática da despesa, é correto afirmar que a função deve evidenciar a natureza da atuação estatal.

A

ERRADO.

Na verdade, essa é a competência da subfunção. De acordo com o MTO 2021, a função reflete a competência institucional no órgão e
pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público.

29
Q

O ciclo orçamentário inicia-se com a elaboração da proposta orçamentária e termina com o controle e avaliação da execução orçamentária. Possui, portanto, o prazo fixo de 4 anos a contar do início do mandato do chefe do Poder Executivo.

A

ERRADO.

O ciclo orçamentário não possui prazo definido de término. Ele inicia com a elaboração da proposta orçamentária e termina com o controle e avaliação da execução orçamentária. Esse último passo não possui data fixa - o Poder Legislativo, em geral, leva anos após
o término do mandato para julgar as contas do chefe do Poder Executivo.

30
Q

A respeito do orçamento público, julgue o item:

De acordo com a Constituição Federal, os orçamentos de investimento e orçamento fiscal, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo o critério de macrorregião territorial.

A

ERRADO.

Segundo o critério populacional. Veja o Art. 165, § 7° da CF/88.

31
Q

A respeito do orçamento público, julgue o item:

O orçamento de desempenho, também chamado de orçamento funcional, apresenta duas dimensões durante sua elaboração: o objeto de gasto e o programa de trabalho.

A

CERTO.

O orçamento de desempenho apresenta apenas duas dimensões: o objeto de gasto e o programa de trabalho. Vale lembrar que
o orçamento tradicional apresenta apenas uma dimensão (objeto do gasto) e o orçamento-programa engloba três (objeto do gasto, programa de trabalho e planejamento).

32
Q

Acerca das técnicas empregadas na elaboração e execução do orçamento público, julgue o item que se segue.

Alterações orçamentárias quantitativas são viabilizadas pelos créditos adicionais especiais e extraordinários.

A

ERRADO.

Alterações quantitativas são aquelas que não adicionam dotações novas ao orçamento; é o caso dos créditos suplementares. Alterações qualitativas, por outro lado, adicionam novas dotações (qualidades) ao orçamento; é o caso dos créditos especiais e extraordinários.

33
Q

No que se refere à receita e à despesa públicas, julgue o item:

O Programa Temático expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade.

A

CERTO.

Essa é a definição trazida pelo MTO 2021. Vale lembrar também a definição de Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: expressa e orienta ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental.

34
Q

A respeito do orçamento público e das receitas e despesas públicas, julgue o item:

O principal critério de classificação utilizado no orçamento-programa é o funcional-programático.

A

CERTO.

A classificação funcional-programática tem como principal característica a questão do planejamento, já que agrega os gastos públicos por área de ação governamental. Além disso, a classificação utiliza programas que facilitam o planejamento e a quantificação dos resultados das despesas públicas.

35
Q

No que se refere à receita e à despesa públicas, julgue o item:

Uma unidade orçamentária na classificação institucional corresponde, necessariamente, a um órgão de estrutura administrativa.

A

ERRADO.

Não existe essa correlação. Um órgão público pode corresponder a uma ou várias unidades orçamentárias. Assim como uma unidade
orçamentária pode corresponder a um ou vários órgãos. Existe, ainda, a possibilidade de uma unidade orçamentária não corresponder a nenhum órgão administrativo.

36
Q

A respeito do orçamento público e das receitas e despesas públicas, julgue o item:

Considerado embrião do orçamento programa, o PPBS (Planning, Programming and Budgeting System) não foi amplamente adotado no mundo. São razões para o fracasso a escassez de recursos e as dificuldades políticas e técnicas em sua implantação.

A

CERTO.

Muitas questões tentam confundir PPBS com o orçamento de desempenho. Frise-se: é o PPBS, e não o orçamento de desempenho, o
embrião do orçamento-programa. O PPBS foi quem primeiro trouxe a integração entre planejamento e orçamento. Além disso, o PPBS
não teve sucesso em sua implantação devido, dentre outros motivos, à escassez de recursos ocasionada pela Guerra do Vietnã e às
dificuldades políticas e técnicas da época.

37
Q

Por tratar da elaboração da LOA, a aprovação do projeto de lei das diretrizes orçamentárias é pré-requisito para que seja enviado o projeto da Lei Orçamentária Anual.

A

ERRADO.

Pode até parecer estranho, mas é possível que o PLOA seja discutido sem a aprovação da respectiva PLDO que direciona sua elaboração, inclusive ocorreu no ano de 2020-2021.

38
Q

Antes do encerramento de determinado exercício financeiro, foi constatada a necessidade de reforço da dotação destinada a certa despesa que fora subestimada. Na tentativa de identificar possíveis fontes, verificou-se que

  • R$ 10.000 de outra dotação não iriam ser utilizados;
  • a receita arrecadada ficaria R$ 250.000 abaixo do previsto;
  • a despesa realizada geraria uma economia de despesa de R$ 380.000;
  • o balanço patrimonial do exercício anterior apresentava superávit financeiro de R$ 100.000;
  • haviam sido reabertos créditos adicionais de R$ 50.000.

Com base nas informações precedentes e na Lei n.º 4.320/1964, julgue o próximo item.

Nesse caso, é permitida a abertura de crédito suplementar no valor de até R$ 60.000.

A

CERTO

De acordo com o art. 43, caput e §§ 1º, 2º e 3º da Lei 4.320/1964, a abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis, assim considerados:

“I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las”.

“§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício”.

Feitas estas considerações, é preciso verificar quais dos recursos do enunciado são fontes e quais devem ser deduzidos ou desconsiderados:

(i) R$ 10.000,00 - é fonte de recursos decorrente de anulação de dotação;

(ii) R$ 250.000,00 - caracteriza insuficiência de arrecadação e não é fonte;

(iii) R$ 380.000,00 - economia de despesa não é fonte;

(iv) R$ 100.000,00 - é fonte, pois decorre de superávit financeiro apurado no balanço patrimonial do exercício anterior;

(v) R$ 50.000,00 - devem ser descontados, já que são oriundos de créditos adicionais.

Assim, são fontes os recursos descritos nos itens “i” (R$ 10.000,00) e “iv” (R$ 100.000,00), devendo-se deduzir as importâncias do item “v” (R$ 50.000,00), resultando em um valor de R$ 60.000,00 (10.000,00 + 100.000,00 – 50.000,00).

39
Q

Considerando as principais técnicas orçamentárias e as regras relacionadas à gestão da dívida pública no Brasil, julgue o item a seguir.

As despesas obrigatórias são calculadas, para fins de superávit primário, pelo regime de competência.

A

GABARITO DA BANCA: CERTA.
GABARITO DA PROFESSORA: ERRADA.

A questão afirmou que as despesas obrigatórias são calculadas, para fins de superávit primário, pelo regime de competência.

Vejamos o que consta no Manual de Demonstrativos Fiscais (MDF – 14ª edição):

“03.06.02.01. Resultado Primário

Resultado obtido a partir do cotejo entre receitas e despesas orçamentárias de um dado período que impactam efetivamente a dívida pública do ente. O resultado primário pode ser entendido, então, como o esforço fiscal direcionado à diminuição do estoque da dívida pública.

As receitas primárias são, portanto, receitas orçamentárias apuradas necessariamente pelo regime de caixa. Da mesma forma, são despesas primárias aquelas despesas orçamentárias, apuradas pelo regime de caixa, que diminuem o estoque das disponibilidades de caixa e haveres financeiros sem uma contrapartida em forma de diminuição equivalente no estoque da dívida consolidada.”

Portanto, tanto as receitas quanto as despesas primárias são calculadas pelo regime de caixa e não pelo regime de competência como afirmado pela questão.

Diante do exposto, questão incorreta, mas correta pela banca.

40
Q

Com relação ao orçamento público, julgue o item a seguir.

A classificação institucional deve determinar se a despesa será consignada no âmbito do orçamento fiscal, do orçamento da seguridade social ou do orçamento de investimentos das estatais.

A

ERRADA.

A classificação institucional é constituída por duas categorias - órgão orçamentário e unidade orçamentária. Trata-se da classificação que informa quem é o responsável pelo gasto, refletindo, portanto, a estrutura organizacional.

Lembre-se: Nessa classificação, composta por 5 dígitos na União, os dois primeiros se referem ao órgão, ao passo que os três últimos fazem referência à unidade orçamentária. Exemplos:

  • 20 / 000 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
  • 71 / 000 ENCARGOS FINANCEIROS DA UNIÃO

A assertiva, na verdade, trata da classificação por esfera, ou seja, em qual orçamento (fiscal, seguridade social ou investimentos).

41
Q

Pelo princípio da universalidade, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Da mesma forma, a Lei 4.320/64 prevê igualmente quando considerada a globalidade das despesas. Partindo dessa premissa, podemos afirmar que ingressos extraorçamentários são exceções ao referido princípio.

A

CERTO

Segundo o art. 3º, da Lei 4.320/64, a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Da mesma forma, o art. 4º diz que a Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar. Seguindo esse raciocínio, o que está fora da LOA é exceção ao princípio da universalidade, a exemplo dos ingressos extraorçamentários e receitas e despesas operacionais de estatais independentes.

A Lei 4.320/64 reforça esse entendimento quando diz:

Art. 3ª, Parágrafo único: não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

42
Q

Acerca dos princípios orçamentários e das noções básicas de administração financeira, julgue o item.

A indicação de fontes de recursos para atender à cobertura de deficits constitui exceção válida para o princípio orçamentário da exclusividade.

A

GABARITO OFICIAL: CERTA.
GABARITO PROPOSTO: ERRADA/ANULAÇÃO.

Pelo princípio da exclusividade (Art. 165, § 8º da CF/88), como regra, a LOA será destinada apenas a previsão de receitas e fixação de despesas. Qualquer matéria estranha fere o princípio citado.

Art. 165, § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Portanto, a CF/88 enumera apenas 2 exceções sobre o princípio da exclusividade. No mesmo sentido, dispõe a CE/AM:

Art. 157 (…) § 8.º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Acredito que a banca tenha tomado por referência a indicação da fonte de recursos, conforme art. 43 da Lei 4.320/64, que dita a necessidade de indicação de fonte de recursos para abertura de créditos suplementares ou especiais. Entretanto, veja que a CF diz que a LOA conterá apenas autorização, não sendo a abertura feita na própria LOA.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificativa.

Entretanto, não há na doutrina, como exemplo de Harisson Leite ou Paludo, e nem no MCASP, essa assimilação feita pela banca. Tais referências, tratam apenas das duas exceções citadas acima: Abertura de créditos suplementares e operações de crédito por ARO.

OBS: Em caso de restarem dúvidas, sugiro a verificação da abordagem feita na solução completa.

43
Q

A respeito de orçamento participativo, governo eletrônico, gestão por resultados na produção de serviços públicos e comunicação na gestão pública, julgue o item subsecutivo.

No Brasil, por meio do orçamento participativo, a população pode definir, de forma flexível, onde será alocada a maior parte dos recursos orçamentários.

A

ERRADA.

A questão trata do orçamento participativo.

Vejamos o que nos diz Augustinho Paludo(2017) sobre o tema:

O principal benefício do Orçamento Participativo é a democratização da relação do Estado-sociedade com fortalecimento da democracia. Nesse processo, o cidadão deixa de ser um simples coadjuvante para ser protagonista ativo da gestão pública.

Vale ressaltar que somente são colocados para decisão da população os recursos disponíveis para investimentos (parte deles), e a participação do cidadão ocorre no momento de elaboração e muito timidamente na fiscalização de sua execução.

Note que a participação da população ocorre somente em parte do orçamento (investimentos) e de forma tímida na fiscalização, ela não decide onde será alocada a maior parte dos recursos orçamentários, por isso, questão errada.

44
Q

A respeito dos mecanismos básicos de administração orçamentária, julgue o item

É vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, a fundo ou à despesa, independentemente da destinação dos recursos.

A

ERRADA

É vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, a fundo ou à despesa, da destinação dos recursos.

De fato, a regra é que seja vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, a fundo ou à despesa. Entretanto, a própria CF/88 traz alguns casos em que é permitida essa vinculação.

“Art. 167. São vedados:

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;”

45
Q

Acerca dos aspectos introdutórios do orçamento público, julgue o item.

Na época em que os órgãos públicos utilizavam o orçamento clássico, o planejamento da ação governamental não podia ser elaborado com base nos dados da execução orçamentária.

A

ERRADO.

É justamente o contrário. O orçamento tradicional (ou clássico) se baseava na execução orçamentária do ano anterior para ser elaborado.

46
Q

Acerca dos aspectos introdutórios do orçamento público, julgue o item

A observância ao princípio orçamentário do equilíbrio não implica a existência de um orçamento com déficit zero ou com superávit.

A

CERTO.

O princípio do equilíbrio busca garantir que as despesas fixadas não sejam maiores que as receitas previstas na LOA. Contudo, segundo Giacomoni (2010): “O constituinte de 1988 preferiu adotar uma postura realista em face ao déficit orçamentário, (…). Pela sistemática de classificação das contas orçamentárias no Brasil, o déficit aparece embutido nas chamadas Operações de Crédito (…). A Constituição em vigor preferiu atacar o chamado déficit das operações correntes. Segundo o artigo 167, III, é vedada a realização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital” (pág. 82).

Portanto, formalmente o orçamento sempre estará equilibrado, visto que o déficit aparece normalmente nas operações de crédito. Então o equilíbrio não vai significar, necessariamente, que a receita será igual a despesa, já que se pode obter superávit ou déficit, e nesse último caso, cobertos por operações de crédito para que, formalmente e contabilmente, o orçamento esteja equilibrado.

Para entender melhor, leia este artigo publicado pelo professor Sérgio Mendes: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/o-principio-do-equilibrio-orcamentario-foi-desrespeitado-no-envio-do-ploa-2016/

47
Q

Acerca dos aspectos introdutórios do orçamento público, julgue o item

O princípio orçamentário da legalidade abrange a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma dotação para outra.

A

CERTA

A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma dotação para outra só pode ser realizada, de acordo com o Art. 167, VI da CF/88, através de prévia autorização legislativa. Ou seja, somente através de lei (aqui entra o princípio da legalidade) é que essas operações podem ocorrer.

“Art. 167. São vedados:

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;”

Portanto, assertiva correta.

48
Q
A