Promoção e prevenção à saúde Flashcards
Diferença entre promoção e prevenção à saúde
○ PROMOÇÃO: ações individuais ou coletivas que visam promover uma VIDA MAIS SAUDÁVEL
. Potencializo o ESTADO DE SAÚDE
Ex. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS
○ PREVENÇÃO: estratégias que visam EVITAR QUE UM AGRAVO DE SAÚDE ACONTEÇA
Ex. Prevenção primária - vacina que evita que uma doença aconteça
Modelo que explica a história natural das doenças, sem interferência humana, de forma que consigamos estabelecer intervenções, níveis de prevenção
Modelo de Leavell e Clark
Níveis de prevenção, e suas funções, segundo o modelo que explica a história natural das doenças, sem intervenção humana, e a relação desses níveis com os dois períodos dessa história natural
Modelo de Leavell e Clark
○ Período PRÉ-PATOGÊNICO = prevenção primária (promoção à saúde e proteção específica)
○ Período PATOGÊNICO = prevenção secundária (diagnóstico precoce e tratamento imediato) + terciária (reabilitação)
Modelo de Marc Jamouille: proposta desse modelo e seu objetivo principal
Modelo de Marc Jamouille
○ PROPOSTA: adicionar um 4º nível de prevenção
○ OBJETIVO: identificar indivíduos em risco de sobremedicalização, sobrediagnóstico e sobretratamento - exceso
Modelo de Marc Jamouille: os 4 “P”s que representam o ciclo da doença segundo a visão do paciente, do médico e com relação aos níveis de prevenção
Modelo de Marc Jamouille
○ P1 = SEM DOENÇA + PACIENTE NÃO SE SENTE DOENTE ➝ pré-patogênico (faço proteção específica e prevenção à saúde)
○ P2 = COM DOENÇA + PACIENTE NÃO SE SENTE DOENTE ➝ assintomático - rastreio e diagnóstico precoce para evitar o avanço dessa doença
○ P3 = COM DOENÇA + PACIENTE SE SENTE DOENTE ➝ continuo o tratamento desse paciente + promovo reabilitação
○ P4 = SEM DOENÇA + PACIENTE SE SENTE DOENTE ➝ morte por iatrogenias - over-diagnosis, over-treatment…
Paradoxo preventivo: definição e origem do paradoxo, objetivo central e exemplo prático
Paradoxo preventivo
📌 DEFINIÇÃO / ORIGEM: Descreve a situação aparentemente contraditória em que a MAIORIA DOS CASOS DE UMA DOENÇA provém de uma população com BAIXO/MODERADO RISCO dessa doença, e apenas uma minoria de casos provém da população de alto risco. Isso ocorre porque o nº de pessoas com alto risco é PEQUENO
🎯 OBJETIVO: intervenção a nível populacional»_space;> a nível individual
Ex. Grupo de risco para acidentes automobilísticos relacionados ao uso de álcool = pessoas que fazem uso abusivo de álcool (são a minoria). Ainda assim, a lei seca visa toda a população, englobando tanto os saudáveis quanto os alcoólatras, estou envolvendo uma prevenção para toda a população.
Ex.2. Por mais que existam grupos de risco para um certo tipo de CA, um rastreio populacional tem maior impacto.
Dois tipos de abordagem do paradoxo preventivo
- Abordagem de ALTO RISCO
2. Abordagem a NÍVEL POPULACIONAL
Objetivo da prevenção primária
Conjunto de ações para EVITAR um agravo (período pré-patogênico)
Diferenças entre prevenção primordial, promoção de saúde e prevenção específica
○ PREVENÇÃO PRIMORDIAL = evitar o SURGIMENTO do FATOR DE RISCO - mudar a alimentação de uma população, logo, não exponho as crianças a alimentos que são fatores de risco à obesidade. Maior impacto.
○ PROMOÇÃO DE SAÚDE = ações que agem nos condicionantes e determinantes sociais de saúde (Dahlgren e Whitehead). Mais voltada para os DETERMINANTES INDIVIDUAIS (atividade física, alimentação saudável, garantia de educação)
○ PREVENÇÃO ESPECÍFICA = medidas que AUMENTAM A RESISTÊNCIA DO INDIVÍDUO ou DIMINUEM SEU NÍVEL DE EXPOSIÇÃO - direcionadas a um agravo específico, por exemplo, uso de EPI, controle de mosquito vetor, imunização
4 pilares da prevenção de doenças cardiovasculares
Voltada às mudanças de estilo de vida (MEV)
- Dieta hipossódica e hipocalórica, rica em verduras e legumes, com poucos ultraprocessados
- Atividade física 🏃🏻♂️: moderada por 150-300 min/semana ou intensa por 75-150 min/semana
- Redução do tempo de tela 📵
- Cessar tabagismo 🚭 e redução do etilismo 🍻
A vacinação corresponde ao nível de prevenção ___
A vacinação corresponde ao nível de prevenção PRIMÁRIA
Sequência de eventos para medir a resposta imune após esquema vacinal contra hepatite B, com respectivos valores de referência
Medir anti-HBs
- <10 UI/mL = realizar NOVA DOSE + REPETIR anti-HBs (30-60 dias)
- Manteve <10 = completar esquema com MAIS 2 DOSES
- Manteve <10 = NÃO RESPONDEDOR
A prevenção secundária tem como objetivo a realização de programas de ___ e de ___, atuando, portanto, no período ___ da história natural da doença
A prevenção secundária tem como objetivo a realização de programas de RASTREAMENTO e de DIAGNÓSTICO PRECOCE, atuando, portanto, no período PATOGÊNICO da história natural da doença
Diferença entre rastreamento e diagnóstico precoce
○ RASTREAMENTO = ação realizada a nível POPULACIONAL, em pessoas ASSINTOMÁTICAS (com doença + sem sinais e sintomas), por meio de programas nacionais
○ DIAGNÓSTICO PRECOCE = realizado no ESTÁGIO INICIAL DA DOENÇA (a partir de sinais e sintomas clínicos), possibilitando terapias mais simples e mais efetivas
Objetivo principal dos programas de rastreios populacionais
Reduzir a MORTALIDADE
4 características a serem consideradas em um programa de rastreamento
- MELHORES EVIDÊNCIAS - se há benefício da realização do rastreio
- ACESSO - sem necessidade de solicitação médica para ser realizado
- INFORMAÇÕES - a pessoa deve ser informada dos objetivos, dos riscos e dos benefícios do rastreio
- AGILIDADE - o usuário não necessariamente precisa entrar na rotina de atendimento para realizar o rastreio
“Tem que rastrear a MAIA”
7 critérios de Wilson e Junger para a aplicação de um exame de rastreio
- A doença deve ser um problema importante de saúde pública
- A história natural da doença deve ser bem conhecida
- Deve existir um estágio assintomático significativo onde a doença pode ser detectada (estágio pré-clínico)
- O benefício deve ser maior do que se a condição fosse diagnosticada após apresentar sintomas
- Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático devem estar disponíveis, serem aceitáveis e confiáveis
- O custo do rastreamento deve ser razoável e compatível com o orçamento do sistema de saúde
- O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático
3 fatores que devem ser avaliados para se definir uma determinada doença como problema importante de saúde pública, a ponto de pertencer a um programa de rastreamento
- MAGNITUDE = importância epidemiológica (prevalência)
- TRANSCENDÊNCIA = impacto produzido pela doença (danos e consequências)
- VULNERABILIDADE = capacidade de a doença ser tratada se diagnosticada (não adianta rastrear se não há o que se feito)
“MTV 📺”
Testes de rastreamento: os 5 graus de recomendação segundo o Task Force e seus respectivos significados
A - oferecer / prover esse serviço
B - oferecer / prover esse serviço
C - oferecer / prover esse serviço SOMENTE se tiver outras considerações que suportam a sua oferta para pacientes individuais
D - Desencorajar a prática desse serviço
I - caso seja oferecida, o paciente deveria ser informado e estar ciente das incertezas sobre os danos e benefícios da intervenção
Grau de recomendação x nível de evidência
○ GRAU DE RECOMENDAÇÃO = auxilia na avaliação da INTERVENÇÃO, a partir do nível de evidência do estudo (analisei o estudo e estou vendo seu grau de recomendação)
○ NÍVEL DE EVIDÊNCIA = avalia O ESTUDO EM SI (a qualidade do estudo)
Rastreio de HAS: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
HAS ❤️
○ IDADE: > 18 anos
○ PERIODICIDADE: 2/2 anos (se <120x80) ou anual (se PAS 120-139 e/ou PAD 80-90)
○ EXAME: aferição da PA
○ GR: A
○ TASK FORCE: anual (independente do resultado)
Rastreio de dislipidemia: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
DISLIPIDEMIA 🍔
○ IDADE: >35 ANOS ♂️ / >45 ANOS ♀️
○ PERIODICIDADE: 5/5 anos
○ EXAME: perfil lipídico
○ GR: A
○ TASK FORCE: não recomenda avaliação periódica
Rastreio de DM: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
DM 🍫
○ IDADE: Adultos com PA >135x80
○ PERIODICIDADE: não especificada
○ EXAME: glicemia de jejum (8h)
○ GR: B
○ TASK FORCE: adultos 40-70 anos (IMC >25) ou <40 anos com fator de risco ➝ periodicidade incerta (sugere 3/3 anos) ➝ glicemia de jejum, TOTG ou HbA1c
Rastreio de CA de mama: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
CA de mama ( • )( • )
○ IDADE: 59-69 anos (sem fatores de risco) ou iniciar aos 35 anos se fator de risco (HFam 1º grau CA de mama <50 anos, HFam CA de mama ou ovário bilateral, HFam CA de mama masculino)
○ PERIODICIDADE: 2/2 anos
○ EXAME: mamografia
○ GR: B
○ TASK FORCE: 50-74 anos
Classificação de Bi-rads da mamografia e condutas de acordo com cada uma
○ BI-RADS 0 = Inconclusivo ➝ novo exame
○ BI-RADS 1 = Normal (negativo) ➝ 2/2 anos
○ BI-RADS 2 = Certamente benignos ➝ 2/2 anos
○ BI-RADS 3 = Provavelmente benignos ➝ repetir em 6 meses
○ BI-RADS 4 = Suspeitos ➝ biópsia
○ BI-RADS 5 = Elevado risco de CA ➝ biópsia
○ BI-RADS 6 = malignidade previamente conhecida
Rastreio de CA de próstata (MS): idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
MS: não recomenda mais (grau D)
Task Force: individualizar a decisão compartilhando com o paciente de 55-69 anos (grau C)
Rastreio de CA de colo uterino: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
CA de colo uterino 👩
○ IDADE: ≥25 anos (com vida sexual ativa) até ≤64 anos
○ PERIODICIDADE: anual (se 2 anuais normais consecutivos, coletar a cada 3 anos)
○ EXAME: colpocitologia oncótica (papanicolau)
○ GR: A
○ TASK FORCE: início aos 21 anos / colpocitologia a cada 3 anos (>21 anos) ou teste de DNA para HPV a cada 5 anos (>30 anos)
Rastreio de CA de colorretal: idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
CA de colorretal 💩
○ IDADE: 50-75 anos (ou até que a expectativa de vida seja >10 anos)
○ PERIODICIDADE: a depender do exame
○ EXAME: sangue oculto nas fezes (anual) OU retossigmoidoscopia (5/5 anos) OU colonoscopia (10/10 anos)
○ GR: A
○ TASK FORCE: início aos 45 anos / retossigmoidoscopia (5/5 anos) OU colonoscopia (10/10 anos) OU colonografia por TC (5/5 anos) OU testes fecais (anual) / se iniciado aos 45 anos, grau B
Rastreio de CA de pulmão (MS): idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
CA de pulmão 🚬
MS: não recomenda pois não reduz mortalidade
TASK FORCE: 50-80 anos + carga tabágica >20 maços.ano que fuma ou parou há 15 anos / TC de tórax anual / GR: B
Rastreio de aneurisma de aorta abdominal (MS): idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
Aneurisma de aorta abdominal 🩸
MS: não há recomendação
TASK FORCE: homens de 65-75 anos que já fumaram / USG abdominal único / GR: B
Rastreio de osteoporose (MS): idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
Osteoporose 🦴
MS: não há recomendação (GR: D)
TASK FORCE: mulheres ≥65 anos OU <65 se risco de fratura em 10 anos superior às de 65 anos sem fatores de risco adicionais / densitometria óssea / intervalo mínimo de 2 anos / GR: B
Rastreio de IST’s (MS): idade indicada, periodicidade a depender dos valores, exame de escolha, grau de recomendação e particularidades do task force
IST’s 🦠
MS: não há recomendação
TASK FORCE: 15-65 anos OU qualquer faixa etária se comportamento de risco / anti-HIV (GR: A), VDRL - HBsAg - anti-HCV (GR: B) / sugere intervalo de 3-5 anos
Conceitos de overdiagnosis e overtratment
Overdiagnosis: diagnosticar pacientes que não precisam ser diagnosticados
Overtreatment: tratar pacientes que não precisam ser tratados
Problema relacionado ao rastreio do CA de próstata
Segundo dados do INCA, o rastreio AUMENTA a morbimortalidade
. Poucos pacientes têm a morte evitada
. Muitos têm desconfortos e sequelas por conta das intervenções diagnósticas
Problema relacionado ao rastreio do CA de mama
Mamografia = baixa ESPECIFICIDADE (muitos resultados falso-positivos)
. Poucas têm a morte evitada
. O mais adequado é informar a paciente de todos os riscos e benefícios e fazer uma decisão compartilhada
Objetivo da prevenção terciária, período da história natural da doença que ela atua, 3 exemplos de intervenção
Conjunto de ações para REDUZIR AS COMPLICAÇÕES da doença e MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA do paciente
. Age no período PATOGÊNICO
. Doença já instalada e o paciente já possui sinais e sintomas
Intervenções: REABILITAÇÃO - FISIOTERAPIA - TERAPIA OCUPACIONAL
Objetivo da prevenção quaternária e um exemplo prático do cotidiano
Evitar procedimentos e tratamentos desnecessários (envolve a iatrogenia médica)
Ex. Polifarmácia em idosos (uso excessivo e muitas vezes desnecessário de medicamentos)
Conceito de evento sentinela
Termo relacionado à SEGURANÇA do paciente
Diz respeito a uma OCORRÊNCIA INESPERADA que implique em MORTE ou PERDA GRAVE E PERMANENTE DE FUNÇÃO, estando relacionado a uma IATROGENIA, não a um curso natural da doença
Ex. Erro na medicação - prescrever atenolol 50mg via enteral (SNE) para um paciente internado por AVCi na enfermaria e o técnico administra EV, causando uma endocardite bacteriana e posterior óbito do paciente.