Pré-Natal Flashcards
Formas de diagnóstico de gravidez:
- diagnóstico clínico: sinais de presunção, probabilidade e certeza
- diagnóstico laboratorial: beta-HCG
- diagnóstico por imagem: USG
Sinais de presunção:
- são relatados pela mãe;
- alterações sistêmicas: náuseas, polaciúria, mastalgia, sialorreia, atraso menstrual, movimentação fetal
- alterações mamárias: congestão mamária (5ªsem), tubérculos de Montgomery (8ªsem), rede venosa de Haller (16ªsem), sinal de Hunter (20ªsem)
Sinais de probabilidade:
- alterações em útero/vagina/vulva
- sinal de Hegar: amolecimento do istmo
- regra de Goodel: amolecimento do colo uterino
- sinal de Piskacek: assimetria do útero
- sinal de Nobile-Budin: preenchimento do fundo de saco
- sinal de Jacquemier/Kluge: meato/vulva/vagina roxos
Sinais de certeza:
- quando o médico “ouve ou sente” a gestação
- sinal de Puzos: rechaço fetal (14ªsem)
- movimentação fetal (18ª-20ªsem)
- ausculta dos BCF (sonar: 10-12ªsem / Pinard: 18-20ªsem)
Diagnóstico laboratorial de gravidez:
- dosagem do beta-HCG
- níveis > 1000 confirmam a gestação em 95% dos casos
- pico ocorre entre 8ª-10ª semanas
- evolução normal: duplicação a cada 48h
Diagnóstico ultrassonográfico de gravidez:
- 4 semanas = saco gestacional
- 5 semanas = vesícula vitelina
- 6/7 semanas = BCF
Modificações osteoarticulares:
- hiperlordose
- marcha anserina
- relaxamento ligamentar
Modificações urinárias:
- aumento da TFG (~50%)
- redução da ureia e creatinina
- glicosúria leve (se intensa, deixa de ser fisiológica)
- discreta compressão ureteral a D (pode levar a dilatação pielocalicial)
Modificações respiratórias:
- hiperventilação
- aumento do volume corrente
- aumento do tempo expiratório (alcalose respiratória compensada)
- queda do volume residual (por aumento do útero)
Modificações hematológicas:
- aumento do volume plasmático (~50%) + aumento da massa eritrocitária (~30%) = anemia dilucional, fisiológica
- leucocitose (deixa de ser fisiológica se houver desvio a E)
- tendência pró-coagulante**
**sempre indicar deambulação precoce após o parto
Modificações metabólicas:
- tendência a hipoglicemia no jejum
- tendência a hiperglicemia pós-prandial (aumento da resistência a insulina)
- aumento do colesterol e triglicerídios
Modificações gastrointestinais:
- relaxamento do EEI (aumenta risco de DRGE)
- relaxamento do estômago (aumenta risco de broncoaspiração)
- relaxamento da vesícula (aumenta risco de litíase)
- redução da peristalse (aumenta risco de constipação)
- redução da secreção ácida (reduz risco de DUP)
Modificações cardiovasculares:
- sopro sistólico na ausculta
- DC aumenta em 50% (pico no 2º semestre)
- queda da RVP (resulta em queda da PA, mais acentuada no 2º semestre)
Rotina de 1° trimestre:
- T: tipagem sanguínea e Rh (avaliar coombs indireto)
- E: EAS e urocultura
- S: sexuais = HIV, HBsAg, VDRL
- T: toxoplasmose
- A: açúcar (glicemia) e anemia (hemograma)
Exames que devem ser repetidos no 3º trimestre:
- E: EAS e urocultura
- S: sexuais = HIV, HBsAg, VDRL
- T: toxoplasmose (apenas se suscetível)
- A: açúcar (glicemia) e anemia (hemograma)
Número de consultas de acordo com o MS:
- mínimo = 6 consultas
- ideal:
até 28sem = consultas mensais
28-36sem = consultas quinzenais
>36sem = consultas semanais
Suplementação de ferro:
- profilaxia de anemia ferropriva
- 40-60mg de ferro elementar
- da 20ªsem até o final da amamentação (em não-lactantes, suspender com 3 meses de pós-parto)
Suplementação de ácido fólico:
- profilaxia de defeitos no fechamento do tubo neural
- 0,4mg de ácido fólico
- do período pré-concepcional até 10-12 semanas de gestação
- se uso de anticonvulsivantes ou feto anterior acometido: 4mg de ácido fólico
Toxoplasmose: IgM- , IgG-
- gestante suscetível
- repetir no 3º trimestre
Toxoplasmose: IgM-, IgG+
- gestante imune
Toxoplasmose: IgM+, IgG-
- infecção recente ou falso-positivo
- dosar IgA ou repetir IgG em 3 semanas para diferenciar (se for infecção recente, estes exames virão positivos)
Toxoplasmose: IgM+, IgG+
- infecção recente
- teste da avidez: permite determinar se a infecção ocorreu há menos ou mais de 16 semanas
- nas gestações com < 16sem: realizar teste da avidez
Teste da avidez:
- avidez > 60% (alta): infecção tem mais que 16 semanas (fora da gestação)
- avidez < 30% (baixa): infecção tem menos que 16 semanas (durante a gestação)
Conduta frente a uma infecção recente de toxoplasmose:
- infecção fora da gestação: não é necessário rastrear o feto e nem iniciar Espiramicina
- infecção durante a gestação e IG < 30sem: iniciar Espiramicina 1g, rastrear feto (amniocentese)
- presença de infecção fetal ou IG > 30sem: iniciar Pirimetamina, Ácido Folínico e Sulfadiazina
Ultrassonografias:
- não é rotina pelo MS
- 5ª a 8ª semanas: determinação da corionicidade, localização do saco gestacional e IG (mais fiel, comprimento cabeça-nádega)
- 11ª a 14ª semanas: morfológico de 1º trimestre, avalia malformações congênitas (translucência nucal, ducto venoso, osso nasal)
- 20ª a 24ª semanas: morfológico de 2º trimestre (USG mais importante, avaliação morfoanatômica do feto)
Rastreio de infecção por GBS:
- swab vaginal e retal entre 35 e 37 semanas
- não é rotina pelo MS
- quando não colher?
. bacteriúria por GBS na gestação atual
. filho anterior com GBS
Quem deve receber profilaxia para GBS intraparto:
- bacteriúria por GBS na gestação atual
- filho anterior com GBS
- swab vaginal/retal entre 35-37 semanas positivo
- presença de fatores de risco (mesmo sem swab):
trabalho de parto com < 37sem
RPMO > 18h
temperatura intraparto > 38°C
Profilaxia intraparto para GBS:
- penicilina cristalina
- dose de ataque: 5 x 10^6, via EV
- dose de manutenção: 2,5 X 10^6, via EV, de 4/4h, até clampeamento do cordão
Quando não há necessidade de profilaxia:
- cesariana eletiva
- swab vaginal/retal negativo há < 5sem
- gestante sem swab que não possua fatores de risco
Formas de aconselhamento genético:
- exames não-invasivos:
rastreio
oferecer para todas as gestantes
biofísico (morfológico de 1° trimestre), bioquímicos e NIPT - exames invasivos:
somente se rastreio+ ou gestante com fatores de risco
biópsia de vilo, amniocentese ou cordocentese
Fatores de risco para anomalias genéticas:
- idade > 35a (isolada não é suficiente)
- anomalia congênita em feto anterior/nos pais
- cosanguinidade
- história de perdas fetais de repetição
Morfológico de 1º trimestre:
- 11 a 14 semanas
- translucência nucal (normal: até 2,5mm)
- osso nasal
- ducto venoso
Exames bioquímicos:
- teste duplo:
hCG + PAPP-A
até 11-13 semanas - teste triplo:
hCG + AFP + estriol
a partir de 15 semanas - teste quádruplo:
hCG + AFP + estriol + inibina
a partir de 15 semanas