PÉ TORTO CONGÊNITO Flashcards
Pé torto congênito
- Definição:
- Displasia congênita dos tecidos musculoesqueléticos e neurovasculares distais ao joelho
Independente do tratamento, nunca será um membro completamente normal
Pé torto congênito
- Epidemiologia:
- 1:1000 nascidos vivos
- Meninos → 2:1
- Bilateralidade → 50%
- Unilateral → mais frequente à direita
- Mais prevalente em caucasianos
- Mais comum em filhos de mulheres fumantes
- Pai OU mãe afetados → 3 a 4% de chance do filho apresentar PTC
- Pai E mãe afetados → 15% de chance do filho apresentar PTC
Pé torto congênito
- Etiologia:
- Idiopática (mais aceita) → multifatorial, com componente genético
- Postural - relacionado a posição do feto intraútero → PTC mais flexível e de melhor prognóstico
- Neuromuscular → PTC mais rígido e de pior prognóstico
Pé torto congênito
- Qual a ordem de surgimento dos núcleos de ossificação do pé?
- Imagem autoexplicativa
- Cuneiforme medial é o 1° a surgir pós natal
- Navicular é o último a surgir
Pé torto congênito
- Qual a ordem de fechamento dos núcleos de ossificação do pé?
- Imagem autoexplicativa
Pé torto congênito
- Quais as principais alterações anatômicas?
- Tálus displásico (principal)
- Relações interósseas alteradas
- Contratura de partes moles
- Displasia musculoesquelética abaixo do joelho → pé anormal
- Predomínio de fibras musculares do tipo 1 (vermelhas e de contração lenta)
Pé torto congênito
- Qual o maior obstáculo à redução do complexo talocalcâneonavicular?
- Lig. calcâneo-navicular plantar (lig. mola)
Pé torto congênito
- Quais as principais classificações (2)?
- Classificação de Dimeglio (mais importante)
- Classificação de Pirani
Pé torto congênito
- Classificação de Dimeglio:
Classificação predominantemente clínica
-
Indica prognóstico e evolução
- Prediz a probabilidade de bom resultado em 2 anos, conforme a pontuação inicial
- Maioria é grau 2 ou 3 (5 a 14 pontos)
Pé torto congênito
- Classificação de Pirani (6 letras, 6 variáveis):
- Borda lateral do pé (aduto)
- Prega medial (cavo)
- Palpação da cabeça do tálus
- Equino
- Palpação do calcâneo
- Prega posterior
Pontuação → 0 / 0,5 / 1,0
Pé torto congênito
- Diagnóstico:
- Clínico!
- Radiografias, em primeiro momento, são ineficientes → sem ossificação
- São úteis para confirmar a redução ou avaliar recidiva
Pé torto congênito
- Quais os pilares do tratamento?
- Familiares devem estar bem cientes sobre o tratamento
- Se tratamento precoce (antes do 1° mês), evita cirurgias de liberação e alongamento muscular em 95% dos casos
- Método de Ponseti é a escolha
Pé torto congênito
- No tratamento, qual a sequência da correção?
-
CAVE
- 1° → Cavo
- 2° → Aduto
- 3° → Varo
- 4° → Equino
Pé torto congênito
- Quais as características da correção do Cavo?
Pé cavo = pronação do antepé e abaixamento do 1° meta
- Correção no 1° gesso
- Supinação do antepé para alinhar com o calcanhar e elevação do 1° raio
Embora todo o pé esteja em supinação extrema, o antepé é pronado em relação ao retropé
Pé torto congênito
- Quais as características da correção do Aduto e Varo?
- Correção do 2° ao 5° gesso (trocados semanalmente)
- São corrigidos simultaneamente
-
Abdução do antepé e rotação externa
- Fulcro lateral com o dedo na cabeça do talus
- Quando atingir 70° de abdução → corrige o equino (com ou sem tenotomia)
Pé torto congênito
- Qual o alvo de dorseflexão do tornozelo para a não realização de tenotomia?
- 10°
Pé torto congênito
- Qual a “%” de pacientes, após a correção do aduto e varo, necessitam de tenotomia percutânea do Aquiles?
- 90%
Pé torto congênito
- Qual a frequência das trocas de gesso?
- Trocas realizadas semanalmente (de 5 a 6 trocas)
- O último gesso permanece por 3 semanas
Joelho em 90°
Sempre manipular de 1 a 3 min antes do gesso
Pé torto congênito
- Qual a “%” de recorrência após utilização do método de Ponseti?
- 30%
O principal motivo de recorrência é a não utilização da órtese de Denis-Browne
Pé torto congênito
- Em casos de recorrência, qual a 1° deformidade a aparecer?
- Equino
Pé torto congênito
- Após a retirada do gesso, por quanto tempo utiliza-se a órtese de Denis-Browne?
- 23 hrs/dia → primeiros 3 meses
- Durante o sono → até 3 a 4 anos
Pé torto congênito
- Como deve ser ajustada a órtese de Denis-Browne?
- 1 polegada maior que largura dos ombros da criança
- Se unilateral → 70° de RE do pé + 10° de dorsiflexão do tornozelo // lado normal 40° de RE
- Se bilateral → 70° de RE + 10° de dorsiflexão
- Uso inadequado → recidiva > 80% (pé equino e retropé varo) → gesso de novo!
Pé torto congênito
- Qual a conduta se recidiva após o 1° ano da utilização da órtese de Denis-Browne?
- Gesso de novo!
Pé torto congênito
- Classificação conforme o tratamento:
- Não tratado → até 2 anos de idade
- Negligenciado → não tratado após 2 anos de idade
- Corrigido → se utilizado o método de Ponseti
- Recorrente → recidiva do equino e supinação após boa correção
- Resistente → pé torto rígido, frequentemente associado a outras doenças sindrômicas
- Complexo → inicialmente tratado com outro método que não o de Ponseti