DOENÇA DE LEGG-CALVE-PERTHES Flashcards
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Definição:
- Condição em que o suprimento sanguíneo para a epífise proximal do fêmur é interrompida, resultando em graus variáveis de osteonecrose da epífise proximal e condronecrose, com interrupção do crescimento epifisário em fases iniciais da doença
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a ordem de surgimento dos núcleos de ossificação do fêmur proximal?
- 1° - Epífise da cabeça femoral → 4 a 6 meses
- 2° - Epífese do trocânter maior → 4 anos
- 3° - Epífese do trocanter menor → 10 anos
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a idade média de fechamento dos núcleos de ossificação do fêmur proximal?
- Dos 16 ao 18 anos
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a principal contribuição vascular da cabeça femoral de 0 a 3 anos?
- Artéria circunflexa femoral medial (ACFM)
- Artéria circunflexa femoral lateral (ACFL)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Principal contribuição vascular da cabeça femoral de 3 a 8 anos?
- Artéria circunflexa femoral medial (ACFM) predomina
- Emite 2 ramos extracapsulares
- Ramo póstero-superior
- Ramo póstero-inferior
- Emite 2 ramos extracapsulares
De 4 a 8 anos a fise se torna uma barreira ao suprimento sanguíneo
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Epidemiologia:
- Até 21,1/100.000
- Meninos → 4:1
- 2 a 12 anos (pico aos 6 anos)
- Acima de 80% → início dos sintomas entre 4 e 8 anos
-
Brancos, japoneses, mongois, esquimós, europeus
- Raro em negros → persistência do lig. redondo
- Mais comum do lado esquerdo
- 10 a 20% dos casos → bilateral (assimétrico)
- História familiar 1,6 a 20% (sem evidencia de herança genética)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Etiologia:
- Multifatorial → genética + fatores ambientais “relacionados” e “predisponentes”
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Dentro da etiologia, quais os principais fatores ambientais relacionados?
- Coagulopatia
- Trauma
- Hereditariedade (minoria)
- Fumantes passivos
- Hiperatividade (TDH) em 1/3 dos pacientes
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Dentro da etiologia, quais os principais fatores ambientais predisponentes?
- Baixo peso ao nascimento
- Crescimento lento
- Atraso na idade óssea (anormalidade + comum)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a clínica?
- Insidiosa
- Claudicação indolor (mais comum)
- Dor no quadril / joelho
- Limitação do ADM (RI e Flexão)
- Marcha de Trendelemburg
- Claudicação antálgica
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Na evolução da doença, quais as perdas iniciais de movimento?
-
ABRI
- ABdução e Rotação Interna do quadril
Bizu: o paciente tem dificuldade de “ABRI” a perna!
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Quais os estágios de Waldestrom (4)?
Classificação evolutiva
- Inicial (de necrose)
- Fragmentação
- Reossificação (reparadora)
- Residual
Doença de Legg-Calve-Perthes
- O que caracteriza o estágio inicial (de necrose) de Waldestrom?
- Duração de 6 a 14 meses
- Alargamento aparente do espaço medial
- Lateralização da cabeça
- Aumento da densidade da epífise (esclerose)
- Irregularidade da fise
- Cistos metafisários
Presença de fratura subcondral = sinal de Waldestrom = sinal de Caffey = sinal do crescente → determina o final do estágio inicial e início do estágio de fragmentação
Doença de Legg-Calve-Perthes
- O que caracteriza o estágio de fragmentação de Waldestrom?
- Dura em média 8 meses
- Áreas de radioluscência na epífise (reabsorção óssea)
- Achatamento da cabeça femoral
- Suscetível a subluxação
- Demarcação dos pilares (Hering)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- O que caracteriza o estágio de reossificação (reparadora) de Waldestrom?
- Dura em média 4 anos (51 meses)
- Aumento da área radiodensa da epífise (pela reossificação)
- Últimas áreas a reossificar → central e anterior
Doença de Legg-Calve-Perthes
- O que caracteriza o estágio residual de Waldestrom?
- Até a maturidade esquelética
- Deformidade residual da cabeça femoral e do acetábulo
- Pode ter sobrecrescimento do trocânter maior (coxa vara)
Doença de Legg-Calve-Perthes
-
Vou F:
- A presença de cistos metafisários é sinal de mal prognóstico, sendo responsável por aumentar cerca de 2 vezes os resultados ruins.
- Verdadeiro
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Quais as principais classificações (5)?
- Caterral (4)
- Salter-Thompson (2)
- Hering (4)
- Mose
- Stulberg (5 grupos)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Caterral (4):
Leva em consideração a “%” de acometimento da epífise
- Tipo 1 → porção anterior da epífise acometida em < 25%
- Tipo 2 → porção anterior + central da epífise acometida em < 50%
- Tipo 3 → 75% da epífise acometida
- Tipo 4 → 100% da epífise acometida
Tipos 1 e 2 tem um bom prognóstico
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Caterral tipo 1:
- Porção anterior da epífise acometida em < 25%
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Caterral tipo 2:
- Porção anterior + central da epífise acometida em < 50%
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Caterral tipo 3:
- 75% da epífise acometida
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Caterral tipo 4:
- 100% da epífise acometida
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Fatores prognósticos
- Quais os principais sinais radiográficos da “cabeça em risco” de Caterral (5)?
- Sinal de Gage → radioluscência metafisária e epifisária lateral do quadril
- Calcificação lateral da epífise
- Subluxação lateral da cabeça (principal)
- Cistos metafisários
- Fise horizontalizada → fechamento prematuro (não indica mal prognóstico)
Doença se Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Salter-Thompson (2):
- Baseia-se no acometimento da fratura subcondral
- Limitação → apenas 30% dos pacientes no estágio de fragmentação apresentam fratura subcondral
- Tipo A → fratura subcondral acomete < 50% da cabeça
- Tipo B → fratura subcondral acomete > 50% da cabeça
Avaliação em AP e Perfil
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Hering (4):
Avalia a integridade do pilar lateral da cabeça femoral no estágio de fragmentação
- Tipo A → pilar lateral íntegro
- Tipo B → perda de < 50% do pilar lateral
- Tipo B/C → perda de 50% do pilar lateral
- Tipo C → perda de > 50% do pilar lateral
Avaliação em AP
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a importância do pilar lateral da epífise?
- Base mecânica para área necrótica
- Preditor de resultado final
- Tem uma confiabilidade maior entre os inter-observadores
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação (escala) de Mose:
Avalia a deformidade residual
- Método para medir a esfericidade da cabeça femoral
- Utiliza-se um “gabarito” com círculos concêntricos, que
são sobrepostos à cabeça femoral no AP e Perfil - Se contorno da cabeça femoral for um círculo perfeito em ambas as projeções (ou com desvio < 1 mm) → bom resultado
- Se < 2 mm de desvio → regular
- Se > 2 mm de desvio de um círculo no AP ou no perfil → resultados ruins
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Classificação de Stulberg (5 grupos):
Avaliação em AP e Perfil
Classificação radiográfica // avalia a deformidade residual // feita após fechamento das fises
- Grupo 1 → cabeça normal // acetábulo normal
- Grupo 2 → cabeça redonda // acetábulo inclinado // coxa magna // colo curto
- Grupo 3 → cabeça ovóide // acetábulo ovóide
- Grupo 4 → cabeça achatada // acetábulo achatado
- Grupo 5 → colapso da cabeça // acetábulo incongruente
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Quais grupos da classificação de Stulberg são considerados “incongruentes congruentes”?
-
Grupo 3 e Grupo 4
- Grupo 3 → cabeça ovóide // acetábulo ovóide
- Grupo 4 → cabeça achatada // acetábulo achatado
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual grupo da classificação de Stulberg são considerados “incongruentes incongruentes”?
- Grupo 5 → colapso da cabeça // acetábulo incongruente
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a taxa de evolução para coxartrose dos grupos 3, 4 e 5?
- Grupo 3 - Cabeça ovóide // acetábulo ovóide → 58%
- Grupo 4 - Cabeça achatada // acetábulo achatado → 75%
- Grupo 5 - Colapso da cabeça // acetábulo incongruente → 78%
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual o princípio básico do tratamento?
- Manutenção da congruência cabeça / acetábulo
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Quais os principais critérios para o tratamento conservador?
- < 6 anos
-
Ausência de sinais da “cabeça em risco”
- Sinal de Gage → radioluscência metafisária e epifisária lateral do quadril
- Calcificação lateral da epífise
- Subluxação lateral da cabeça (principal)
- Cistos metafisários
- Fise horizontalizada → fechamento prematuro (não indica mal prognóstico)
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Qual a taxa (%), em média, dos pacientes tratados de forma conservadora?
- 60%
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Como base na classificação de Herring, quais as opções de tratamento de acordo com a idade (< 6 anos, de 6 a 8 anos ou > 8 anos)?
-
< 6 anos / Tipo A (pilar lateral íntegro)
- Alívio da dor
- Restrição de carca
- Manter o ADM
-
De 6 a 8 anos / Tipo B (perda de < 50% do pilar lateral)
- Órtese de contenção (abdução)
-
> 8 anos / Tipo C (perda de > 50% do pilar lateral)
- Osteotomias femoral ou acetabular
Doença de Legg-Calve-Perthes
- Quais os principais tipos de osteotomia no tratamento cirúrgico?
- Varizante
- Salter
- Shelf
- Valgizante