Patologia biliar Flashcards
Tipos de Cálculos
Composição e aparência
Localização
Composição e aparência
• Colesterol: constituem a maioria dos cálculos encontrados (75%), podendo ser puros ou mistos, sendo que neste último caso têm de possuir >50% de colesterol.
• Pigmentares: 20% são pretos e são mais duros, 4,5% são castanhos.
• Outros: 0,5%. Podemos ter cálculos de carbonato de cálcio, ácidos gordos ou
calcificados.
Localização
• Intra-hepática (hepatolitíase): raros; a maioria são pigmentares castanhos.
• Vesícula biliar (colelitíase): a maioria são de colesterol, mas por vezes são pigmentares
pretos.
• Via biliar (coledocolitíase): a maioria são de colesterol mistos.
Litíase biliar
- FR
- Feminino
- Dieta ocidental: hipercalórica, rica em colesterol, ácidos gordos saturados, açúcares refinados e pobre em fibra
- Perda ponderal rápida
o 50% desenvolve litíase biliar 6 meses após cirurgia de obesidade.
▪ Nestes casos, deve prescrever-se ácido ursodesoxicólico após a
cirurgia, para prevenir o aparecimento de cálculos (único sal biliar que
temos disponível no nosso país)
o 25% desenvolve litíase biliar após dieta restritiva - Alimentação parentérica total:
o É também litogénica pela ausência de estímulo para contração vesicular que
leva a estase biliar
o Probabilidade de desenvolver litíase é de 45% após 3-4 meses de alimentação
parentérica total. Assim, nestes doentes, devemos fazer terapêutica
endovenosa com colecistoquinina para prevenir.
-Lamas biliares (“Sludge”): são precursoras de cálculos. Fármacos:
o Ceftriaxone ( litogénico quando é usado em cursos mais prolongados)
o Octretotido (em patologia oncológica pode fazer-se cronicamente e temos de
estar atentos ao risco litogénico)
o Fibratos (risco mais baixo de litogénese, mas temos de ter cuidado quando
fazemos fibratos de forma crónica, exceto o ezetimib que previne) Hipertrigliceridémia
Doenças:DM2, obesidade, resseção ileal, doença medular. Ou seja, tudo o que interfere com a reabsorção de sais biliares ao nível do íleo terminal,
Litiase biliar - não se opera, só caso seja sintomático dado o baixo risco de complicações
.
Cólica biliar: dor persistente no quadrante superior direito ou no epigastro, por vezes com irradiação ao dorso. Nos primeiros 15 minutos é em crescendo a pós isso persiste até 1-6h.
.
Litiase biliar
Dx
Análises são normais, sem alterações!! (padrão colestático sugere coledocolitiase)
ECO - 1a linha
Litiase biliar
TTO
Doentes sintomáticos:
- colecistectomia eletiva laparoscópica
- litotrícia química com UDCA
- litotrícia extracorporal
Litiase biliar
Complicações
- colecistite aguda
- coledocolitíase
- colangite
- fístula colecto-entérica
- síndrome de miriti
- vesícula de porcelana
Colecistite aguda
- definição
Inflamação da Vesícula Biliar
- calculo fica no dúcto cístico, impede a drenagem de bílis, levando a inflamação aguda da vesícula biliar
Colecistite aguda
- manifestações clínicas
- Dor inicialmente visceral → dor parietal persistente (>6h) no QSD, dorso, omoplata direita;
- Sintomas vagais (Náuseas e vómitos comuns);
- Febre (< 39oC se não complicada de perfuração ou gangrena);
- Icterícia ligeira (bilirrubina < 5 mg/dl) em apenas 20% dos casos;
- Ao exame objetivo pode apresentar o sinal de Murphy vesicular.
Colecistite aguda
MCDTs
leucocitose
bilirrubina aumentada - 2 a 4 ( se >5 mg pensar em coledolitíase ou síndrome de miriti)
murphy eco
Colecistite aguda
TTO
- 50% dos doentes resolve-se espontaneamente
- colecistectomia laparoscópica
- AB não é obrigatório
Coledocolitíase
- definição
- sintomas
Presença de calculo nas vias biliares
1a: fibrose cística e nutrição parentérica
2a: colelitíase - cálculos ducto biliar comum - obstrução - espasmo trato biliar
Coledocolitíase
- dx
- tto
DX:
Aumento da bilirrubina
Aumento da FA
Aumento das transaminases/ amílase
TTO: CPRE
Colangite
- definição
- tríade/ Pêntade
Definição:
Infeção da bílis estagnada nas vias biliares por obstrução das mesma - causa bacteriémia
Tríase de Charcot:
Dor, icterícia, febre
Pêntade de Reynold = Hipotensão + confusão mental
Colangite
Dx
TTO
Dx
Leucócitos + colestase
HC
ECO/TC
TTO
CPRE e remoção do cálculo + AB: ceftriazone + metronidaol ou levo + metronidazol
ou pipetazo
ou meropenem
Fístula colecisto-entérica
Perfuração da vesícula biliar - aumento de pressão - necrose
Ileus calculobiliar - obstrução mecânica da válvula ileocecal; obstrução mecânica no piloro (síndrome bouveret) ou íleo terminal
Síndrome de Mirizzi
Cálculo no colo da vesícula - compressão extrínseca da via biliar - fístula
TTO: CPRE - correção
Tipos:
I - obstrução extrínseca do ducto hepático comum, cálculos impactos no ducto cístico
II - fístula colecistobiliar com 1/3 diâmetro na circunferência do ducto hepático comum
III - presença da fístula colecistobiliar com mais de 2/3 de diâmetro da circunferência do ducto hepático comum
IV - presença de fístula colecistobiliar que envolve toda a circunferência do ducto hepático comum
Vesícula de porcelana
Calcificação intramural da vesícula
Colangiocarcinoma
Carcinoma dos colangiócitosé o tumor hepático mais frequente
Divide-se intra e extra-hepático
Tumores de Klatskin
1- hepático comum, poupa a bifurcação 2 - bifurcação 3a - invade o ramo direito 3b - invade o ramo esquerdo 4- atendimento bilateral
até ao 3, é passível de cirurgia
qt menor o estadio, maior a sobrevivência
Tumores de Klatskin
Dx
− Colestase: ↑ FA e bilirrubina
− Marcadores tumorais: CA19.9, CEA, CA125. Os marcadores tumorais são muito inespecíficos pelo que não fazem o diagnóstico da neoplasia. São utilizados para prognóstico e follow-up, sobretudo em doentes pós-recessão ou em quimioterapia. O CA19.9 é o mais associado a colangiocarcinoma mas há muitos doentes que não o expressam e, os que expressam, vão expressá-lo cada vez que há colestase (seja benigna ou maligna)
Tumores de Klatskin
MCDTs
Ecografia: exame de 1a linha → mas insuficiente para avaliação global destes doentes TC Toraco-abdomino-pélvica → fundamental para estadiamento
RM e ColangioRM → útil quando a TC não é suficiente
CPRE e Ecoendoscopia: útil nos colangiocarcinomas hilares; permitem colheita cito/histológica
CPRE e CPT (Colangiografia percutânea transhepática): permitem drenagem biliar paliativa.
Tumores de Klatskin
TTO
Cirurgia
Transplante - CI devido ao risco de recidiva
TTO paliativo:
- drenagem, QT e fotodinâmica