Pancreatite Aguda Flashcards

1
Q

Quais são os sintomas clássicos da pancreatite aguda?

A

Dor abdominal, náuseas e vômitos, além de graus variados de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS).

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2
Q

Quais são as principais etiologias da pancreatite aguda?

A

Biliar, alcoólica e idiopática.

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3
Q

Como a pancreatite aguda é classificada de acordo com sua repercussão orgânica?

A

Leve, moderada (uma falência orgânica transitória) e grave (duas falências orgânicas ou uma falência orgânica duradoura).

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4
Q

Leve, moderada (uma falência orgânica transitória) e grave (duas falências orgânicas ou uma falência orgânica duradoura).

A

A partir de 2 dos 3 critérios: dor abdominal, elevação de enzimas pancreáticas (amilase ou lipase) ou achados típicos na tomografia.

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5
Q

Quais são as principais complicações da pancreatite aguda?

A

Coleções peripancreáticas, necrose do pâncreas e infecção da necrose.

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6
Q

Qual é o tratamento inicial para a pancreatite aguda?

A

Tratamento conservador com jejum, hidratação e medidas de suporte.

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7
Q

Quando os antibióticos e procedimentos cirúrgicos são indicados na pancreatite aguda?

A

São reservados para complicações cirúrgicas locais iniciais e refratárias.

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8
Q

Quais são as funções do pâncreas?

A

O pâncreas possui funções endócrinas, como a produção de insulina e glucagon para o controle glicêmico, e funções exócrinas, como a secreção de enzimas digestivas.

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9
Q

Como ocorre a secreção e ativação das enzimas digestivas pancreáticas?

A

O estímulo inicial ocorre pela passagem do bolo alimentar no tubo digestivo, seguido por um segundo estímulo que ativa as enzimas digestivas, garantindo que a digestão ocorra apenas na presença de alimento.

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10
Q

O que é pancreatite aguda?

A

É uma doença inflamatória do pâncreas que se manifesta como um abdome agudo, com potencial gravidade e ampla variação clínica, resultando de uma autodigestão pancreática.

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11
Q

Qual é o mecanismo básico que leva à pancreatite aguda?

A

A ativação anômala do tripsinogênio em tripsina dentro do pâncreas leva à autólise (autodigestão) pancreática.

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12
Q

Quais são as consequências da pancreatite aguda?

A

Repercussão inflamatória local e sistêmica, que varia em gravidade e determina as manifestações clínicas do paciente.

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13
Q

Por que a pancreatite é considerada uma doença desafiadora na medicina?

A

Devido à sua pluralidade de manifestações, desde casos leves até casos extremamente graves, exigindo decisões terapêuticas prudentes para evitar intervenções desnecessárias.

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14
Q

Quais são os sintomas mais comuns da pancreatite aguda?

A

Dor abdominal intensa, progressiva, em faixa no andar superior do abdome (epigástrica), irradiando para o dorso, acompanhada de náuseas, vômitos e queda do estado geral.

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15
Q

Como a resposta inflamatória sistêmica (SIRS) se manifesta na pancreatite aguda?

A

A SIRS pode causar repercussões clínicas de diferentes gravidades, como dispneia, instabilidade hemodinâmica, desidratação, oligúria e rebaixamento do nível de consciência.

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16
Q

Quais são os sinais clínicos de complicações locais de necrose ou hemorragia na pancreatite aguda?

A

Sinal de Cullen (equimose periumbilical) e Sinal de Grey Turner (equimose nos flancos), indicativos de sangramento peritoneal.

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17
Q

Em que situação a pancreatite aguda pode simular uma peritonite cirúrgica?

A

Em casos graves e de exceção, pode haver sintomas de irritação peritoneal, mas a peritonite associada à pancreatite não é de origem cirúrgica.

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18
Q

Quais sinais indicam piora clínica em um paciente com pancreatite aguda?

A

Dispneia, instabilidade hemodinâmica, desidratação, oligúria e rebaixamento do nível de consciência indicam piora clínica devido à disfunção orgânica.

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19
Q

Quais são os critérios diagnósticos para a pancreatite aguda?

A

Presença de 2 dos 3 critérios: dor abdominal, elevação de enzimas pancreáticas (amilase e lipase) e tomografia de abdome com alterações sugestivas de pancreatite.

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20
Q

Quando a tomografia de abdome é indicada no diagnóstico de pancreatite aguda?

A

A tomografia é indicada principalmente em casos de dúvida diagnóstica, como em pacientes inconscientes ou sedados (ex.: UTI), ou quando as enzimas pancreáticas estão pouco alteradas e não são diagnósticas.

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21
Q

Quais são as enzimas pancreáticas utilizadas no diagnóstico da pancreatite aguda?

A

Amilase e lipase. Ambas se elevam em até 6 horas do início da dor, sendo a lipase mais sensível e específica, permanecendo elevada por até 7 dias.

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22
Q

Qual enzima pancreática é mais representativa para o diagnóstico de pancreatite aguda e por quê?

A

A lipase, pois tem maior sensibilidade e especificidade em comparação com a amilase e permanece elevada por mais tempo (até 7 dias).

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23
Q

Existe relação entre o grau de elevação das enzimas pancreáticas e a gravidade da pancreatite aguda?

A

Não, o grau de elevação das enzimas pancreáticas (amilase e lipase) não está relacionado à gravidade da doença.

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24
Q

Quais são os achados típicos de uma tomografia de abdome em um paciente com pancreatite aguda?

A

Edema do pâncreas, borramento da gordura adjacente, líquido livre associado, necrose do parênquima e coleções peripancreáticas.

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25
Q

Após o diagnóstico de pancreatite aguda, quais são os próximos passos na condução do caso?

A

Buscar a causa da pancreatite e avaliar a gravidade da doença.

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26
Q

Quais são as três principais causas de pancreatite aguda?

A

Biliar, alcoólica e idiopática.

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27
Q

Quais são outras possíveis causas de pancreatite aguda além das principais?

A

Medicamentos, autoimune, hipercalcemia, hipertrigliceridemia e trauma.

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28
Q

Quais classes de medicamentos podem causar pancreatite aguda?

A

Diuréticos (furosemida, tiazídicos)

Antibióticos (metronidazol, tetraciclina, sulfatrimetoprim)

Imunossupressores (azatioprina, aminossalicilatos)

Anticonvulsivantes (ácido valproico, carbamazepina)

Estrógenos

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29
Q

Qual é a causa mais frequente de pancreatite aguda e como ela pode ser identificada?

A

A litíase biliar é a causa mais frequente. O diagnóstico de pancreatite biliar pode ser difícil de determinar apenas pela clínica e frequentemente requer exames complementares.

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30
Q

Por que é importante identificar a etiologia da pancreatite aguda?

A

Identificar a causa permite remover um fator causal que possa perpetuar ou agravar a doença.

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31
Q

Como a história de ingesta alcoólica auxilia no diagnóstico da pancreatite aguda?

A

Uma história clara de consumo excessivo de álcool pode direcionar ao diagnóstico de pancreatite aguda alcoólica.

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32
Q

O que deve ser considerado em casos de pancreatite aguda sem causa identificada?

A

Considerar uma droga recém-introduzida na terapia do paciente como possível causa.

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33
Q

Qual é o primeiro passo na investigação da etiologia da pancreatite aguda?

A

Procurar por causa biliar, pois a litíase biliar é a principal e mais frequente causa de pancreatite aguda.

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34
Q

Quais alterações laboratoriais sugerem uma pancreatite de causa biliar?

A

Alterações em TGO, TGP, fosfatase alcalina (FA), GGT e bilirrubinas, especialmente uma elevação de 3 vezes na TGO.

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35
Q

Qual é o exame inicial para confirmar a causa biliar da pancreatite?

A

Ultrassonografia abdominal para identificar cálculos na vesícula biliar. A presença de cálculos na vesícula é suficiente para considerar a causa biliar.

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36
Q

Qual exame é mais sensível para investigar a causa biliar da pancreatite?

A

Ecoendoscopia (ultrassonografia por via endoscópica) é o exame mais sensível para investigar a causa biliar, especialmente em casos de microlitíase.

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37
Q

O que deve ser feito se não for encontrada litíase biliar?

A

Investigar outras causas, como ingesta alcoólica aguda, medicamentos recém-introduzidos, causas autoimunes, hipercalcemia e hipertrigliceridemia.

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38
Q

Como se firma o diagnóstico de pancreatite alcoólica?

A

Pela exclusão de litíase biliar e pela presença de um evento recente de alta ingesta alcoólica.

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39
Q

Quando considerar a pancreatite como idiopática?

A

Após excluir todas as outras causas, especialmente com o uso de ecoendoscopia para detectar microlitíase que pode passar despercebida em ultrassonografia convencional.

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40
Q

Como se diagnostica a pancreatite causada por hipercalcemia e hipertrigliceridemia?

A

Hipercalcemia: Detecção de níveis elevados de cálcio sérico.

Hipertrigliceridemia: Triglicérides acima de 500-1000 mg/dL no contexto de dislipidemia ou nutrição parenteral total.

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41
Q

Como a pancreatite aguda é classificada em termos de gravidade?

A

Leve: Sintomas típicos sem disfunção orgânica ou complicações locais.

Moderadamente grave: Uma disfunção orgânica de curta duração (<48h) e/ou complicações locais.

Grave: Disfunção orgânica persistente (>48h) ou múltiplas disfunções orgânicas.

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42
Q

Quais são os principais critérios que diferenciam a pancreatite aguda moderadamente grave da grave?

A

Moderada: Uma única disfunção orgânica que dura menos de 48 horas.

Grave: Disfunção orgânica persistente por mais de 48 horas ou disfunção em mais de um sistema/orgão.

43
Q

O que é o Escore de Marshall Modificado para falência orgânica e como ele é interpretado?

A

O escore de Marshall avalia falência orgânica em três sistemas: respiratório (PaO2/FiO2), renal (creatinina sérica), e cardiovascular (PA sistólica). Um escore de 2 ou mais em qualquer sistema indica a presença de falência orgânica.

44
Q

O que é o Escore de Balthazar e como ele é utilizado?

A

O Escore de Balthazar é um índice tomográfico de gravidade que classifica a pancreatite aguda com base nos achados de imagem na tomografia computadorizada, variando de grau A (pâncreas normal) a E (duas ou mais coleções líquidas) e pela porcentagem de necrose pancreática.

45
Q

Quais são os sinais clínicos que indicam que a pancreatite aguda é leve?

A

Paciente em bom estado geral, frequência cardíaca normal, saturação de oxigênio normal, dor abdominal leve/moderada sem sinais de peritonite, diurese preservada, creatinina e hematócrito normais, exames radiológicos normais.

46
Q

Quais achados laboratoriais sugerem que a pancreatite aguda é leve?

A

Creatinina e hematócrito normais.

47
Q

Quais são os sinais clínicos que sugerem pancreatite aguda moderada ou grave?

A

Regular ou mau estado geral, taquicardia, dessaturação, dor abdominal intensa, sinais de peritonite, oligúria.

48
Q

Quais achados laboratoriais indicam pancreatite aguda moderada ou grave?

A

Leucocitose importante, hematócrito >44% ou em elevação, creatinina >1,8 mg/dL, PCR >150 mg/L.

49
Q

Quais achados de imagem podem indicar pancreatite moderada ou grave?

A

Derrame pleural, infiltrado pulmonar (indicando disfunção pneumológica), necrose de parênquima pancreático, coleções peripancreáticas.

50
Q

Quais fatores aumentam o risco de um pior prognóstico na pancreatite aguda?

A

Idade >55 anos, IMC >30, comorbidades graves, nível de consciência comprometido.

51
Q

Por que a presença de complicações locais, como necrose de parênquima e coleções peripancreáticas, é relevante na pancreatite aguda?

A

Elas ajudam a entender por que o caso pode estar se arrastando e se tornando mais grave, indicando um curso inflamatório prolongado.

52
Q

O que deve ser feito ao identificar sinais de pancreatite moderada ou grave?

A

Monitorar de perto o paciente, considerando o potencial de piora clínica e intervenções necessárias, como suporte hemodinâmico, respiratório e possível tratamento de complicações locais.

53
Q

Quais são as principais complicações locais da pancreatite aguda?

A

Coleções peripancreáticas: Extravasamento precoce de suco pancreático, que pode se resolver espontaneamente ou evoluir para um pseudocisto.

Necrose do pâncreas: Resulta de injúria associada à má perfusão esplâncnica, levando à necrose pancreática.

Infecção da necrose do pâncreas: Ocorre após translocação bacteriana, infectando o material necrótico.

54
Q

O que é um pseudocisto pancreático?

A

É uma complicação cística tardia da pancreatite, formada pela organização de uma coleção líquida com paredes formadas pelo processo cicatricial da inflamação.

55
Q

O que é necrose de paredes espessadas?

A

Uma estrutura cística contendo uma incompleta reabsorção da necrose, semelhante a um pseudocisto.

56
Q

Quais são as medidas iniciais no manejo de um paciente com pancreatite aguda?

A

Jejum: Para repouso pancreático.

Hidratação venosa vigorosa: Para evitar evolução para necrose e preservar a “zona de penumbra”.

Controle sintomático: Analgesia e antieméticos.

Oxigênio e suporte avançado de vida: Se necessário (intubação, ventilação mecânica, drogas vasoativas, hemodiálise, etc.).

57
Q

Qual é o papel da nutrição no manejo da pancreatite aguda?

A

Introduzir dieta oral o mais precocemente possível para suporte nutricional. A nutrição enteral é usada se a via oral não for possível. A nutrição é crucial para evitar translocação bacteriana intestinal e infecções.

58
Q

Quais são os sinais de melhora esperados durante a primeira semana de pancreatite aguda?

A

Melhora clínica em 3 dias e resolução em até 7 dias. Redução da necessidade de analgésicos, retirada de oxigênio e descontinuação de medidas de suporte avançado de vida.

59
Q

O que deve ser monitorado durante a hidratação venosa no manejo da pancreatite aguda?

A

O débito urinário, com alvo de >0,5-1,0 mL/kg/h.

60
Q

Como proceder se o paciente não apresentar melhora esperada?

A

Avaliar a presença de complicações. Em muitos casos, a estratégia é observar, dar suporte e nutrir o paciente, evitando intervenções ou uso de antibióticos desnecessários.

61
Q

Quando suspeitar de complicações na pancreatite aguda?

A

Após 3 dias: Sem melhora com tratamento adequado, indicando possível coleção peripancreática.

Após 7 dias: Piora do paciente, sugerindo necrose do pâncreas como causa de Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) reativada.

62
Q

Qual é o papel da tomografia na suspeita de complicações na pancreatite aguda?

A

A tomografia é indicada para investigar a presença de coleções peripancreáticas ou necrose do pâncreas, especialmente quando há falta de melhora ou piora tardia do paciente.

63
Q

Quando suspeitar de infecção na pancreatite aguda complicada?

A

A partir do 10º-14º dia de curso da doença, com piora clínica tardia e presença de gás/bolhas na tomografia indicando infecção de necrose ou coleção peripancreática.

64
Q

Qual é o protocolo para diagnóstico e manejo da infecção da necrose pancreática?

A

1 Tomografia: Para identificar a infecção.

  1. Punção e cultura: Se a tomografia não for conclusiva.
  2. Início de antibióticos (meropenem) após a punção, enquanto aguarda o resultado da cultura.
  3. Ajuste dos antibióticos conforme resultado da cultura.
65
Q

O que é o “Step Up Approach” no tratamento da necrose pancreática infectada?

A

Uma abordagem escalonada que inclui:

Tratamento conservador com antimicrobianos (meropenem).

Drenagem percutânea ou endoscópica transgástrica: Se falha na terapia conservadora inicial após 48 horas.

Debridamento cirúrgico minimamente invasivo: Se falha na drenagem percutânea ou endoscópica.

Necrosectomia pancreática cirúrgica aberta: Indicada se não houver resposta às terapias anteriores; é um procedimento de alta morbimortalidade.

66
Q

Por que não se deve usar antibióticos profiláticos ou introduzi-los precocemente na pancreatite aguda?

A

orque o uso profilático de antibióticos aumenta o risco de sepse fúngica sem prevenir infecções reais. A piora na primeira semana é inflamatória e não responde a antibióticos.

67
Q

Qual é a estratégia recomendada para prevenir infecções na pancreatite aguda?

A

Hidratação adequada para evitar necrose e introdução precoce de dieta para prevenir a translocação bacteriana.

68
Q

Qual é a conduta recomendada se houver suspeita de infecção da necrose pancreática, mas a tomografia não for conclusiva?

A

Realizar uma punção guiada por agulha fina para coleta de material para cultura e iniciar antibióticos empíricos enquanto aguarda o resultado.

69
Q

Quais são as indicações para a realização de tomografia na pancreatite aguda?

A
  1. Dúvida diagnóstica na admissão: Quando o diagnóstico não é claro.
  2. Ausência de melhora clínica após 72 horas de tratamento: Para investigar coleções peripancreáticas.
  3. Piora clínica após o 7º dia de tratamento: Para avaliar necrose pancreática.
  4. Piora clínica tardia (10º-14º dia): Para investigar infecção da necrose pancreática.
70
Q

Quais são as indicações para drenagem percutânea ou endoscópica na pancreatite aguda?

A

Indicada na falha da terapia conservadora inicial após 48 horas, quando há suspeita de necrose infectada ou complicações locais que não melhoram com o tratamento conservador.

71
Q

Quando o debridamento cirúrgico minimamente invasivo é indicado na pancreatite aguda?

A

Quando há falha na drenagem percutânea ou endoscópica e a infecção ou complicações locais persistem.

72
Q

Em que situações está indicada a necrosectomia pancreática cirúrgica aberta?

A

Indicada como último recurso, na ausência de resposta às terapias anteriores (drenagem percutânea/endoscópica e debridamento minimamente invasivo), devido à alta morbimortalidade associada.

73
Q

Por que não se deve realizar antibioticoterapia profilática na pancreatite aguda?

A

O uso de antibióticos profiláticos aumenta o risco de sepse fúngica sem prevenir infecções reais. A estratégia é tratar apenas infecções confirmadas para evitar complicações.

74
Q

Qual é a abordagem inicial recomendada para um paciente com pancreatite aguda sem complicações?

A

Tratamento conservador com hidratação venosa vigorosa, jejum para repouso pancreático, controle sintomático com analgesia e antieméticos, e introdução precoce de dieta oral para evitar translocação bacteriana.

75
Q

Quando a CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) é indicada na pancreatite aguda?

A

A CPRE é indicada quando há colangite associada à pancreatite aguda biliar, manifestada por agravamento clínico com icterícia ascendente e piora colestática laboratorial (aumento de FA, GGT, TGO, TGP e bilirrubina direta).

76
Q

Qual é o método padrão-ouro para o diagnóstico de infecção em coleções ou necrose pancreática?

A

A punção por agulha fina com cultura do material aspirado é o método padrão-ouro para diagnosticar infecção em coleções ou material necrótico.

77
Q

Quais são as indicações para drenagem percutânea na pancreatite aguda?

A

A drenagem percutânea é indicada como primeira abordagem em complicações infecciosas locais (como coleções ou necrose infectada) que não responderam ao tratamento conservador. É menos invasiva e tem um risco associado mais baixo em comparação à cirurgia.

78
Q

Como é realizada a drenagem endoscópica na pancreatite aguda e em que casos é indicada?

A

A drenagem endoscópica é realizada por via transgástrica e segue a mesma lógica da drenagem percutânea. A escolha entre drenagem endoscópica e percutânea depende da localização anatômica da lesão e da disponibilidade de infraestrutura local.

79
Q

Quando está indicada a drenagem cirúrgica minimamente invasiva na pancreatite aguda?

A

Está indicada quando a drenagem percutânea ou endoscópica falhar. Pode ser realizada por videolaparoscopia ou VARD (Videoassisted Retroperitoneal Debridement), sendo mais invasiva, mas também mais eficaz.

80
Q

Qual é a indicação para necrosectomia cirúrgica na pancreatite aguda?

A

A necrosectomia cirúrgica é indicada em necroses infectadas que não respondem ao tratamento com meropenem e à drenagem minimamente invasiva. Deve ser evitada ao máximo devido à alta taxa de complicações, idealmente sendo realizada após 6 semanas.

81
Q

Por que as intervenções cirúrgicas devem ser evitadas ou adiadas na pancreatite aguda?

A

As intervenções cirúrgicas na pancreatite aguda devem ser realizadas o mais tardiamente possível devido à alta morbimortalidade e complicações, como fístulas pancreáticas, que são mais frequentes quanto mais precoce a abordagem.

82
Q

O que é um pseudocisto pancreático?

A

Um pseudocisto pancreático é uma coleção de suco pancreático encapsulada por uma carapaça inflamatória, sem revestimento de epitélio, que ocorre como complicação da pancreatite aguda.

83
Q

Como o pseudocisto pancreático difere de um cisto verdadeiro?

A

Um cisto verdadeiro é revestido por epitélio próprio, enquanto o pseudocisto é envolto por uma carapaça inflamatória e não tem epitélio organizado.

84
Q

Qual é a abordagem inicial para o manejo de pseudocistos pancreáticos?

A

A conduta é expectante na maioria dos casos, pois os pseudocistos tendem a se autorresolver e podem se tornar assintomáticos.

85
Q

Quais fatores indicam a necessidade de intervenção para pseudocistos pancreáticos?

A

Pacientes jovens
Pseudocistos grandes (>6 cm)
Pseudocistos que comunicam com o ducto pancreático principal (Wirsung)
Pseudocistos sintomáticos

86
Q

Quais são as manifestações clínicas possíveis de um pseudocisto pancreático?

A

Infecção
Reativação da pancreatite
Efeito de massa (compressão de estruturas digestivas)
Sangramento digestivo alto (hemossulcus pancreaticus)

87
Q

Como é tratado um pseudocisto pancreático infectado?

A

O tratamento pode ser conservador com antibióticos ou por drenagem percutânea/endoscópica, dependendo da localização do pseudocisto e dos recursos disponíveis.

88
Q

Quais são as opções de tratamento definitivo para pseudocistos pancreáticos?

A

Derivação cistogástrica endoscópica: Tratamento mais praticado, com boa resolutividade e baixa morbidez; risco de infecção se a drenagem não for eficaz.

Derivação cistojejunal em Y de Roux: Tratamento mais eficaz, com alta resolutividade e baixa taxa de infecção, mas envolve trauma cirúrgico.

Outras derivações cirúrgicas (cistoduodenal e cistogástrica): Utilizadas em contextos específicos; maior risco de infecção se não houver drenagem adequada.

89
Q

Qual é o tratamento recomendado para sangramento digestivo associado a pseudocistos pancreáticos?

A

O tratamento é realizado de forma endovascular por radiologia intervencionista. Após a resolução do quadro agudo, um tratamento definitivo pode ser indicado.

90
Q

O que é a necrose de paredes espessadas?

A

Uma complicação da pancreatite aguda, onde a necrose do pâncreas se liquefaz ao longo do tempo e se circunscreve dentro de uma cápsula inflamatória, formando a necrose de paredes espessadas.

91
Q

Como a necrose de paredes espessadas se comporta clinicamente?

A

Assim como o pseudocisto, é geralmente oligossintomática, mas pode manifestar-se por infecções locais recorrentes e sintomas inflamatórios persistentes de baixo grau, como astenia, inapetência, náuseas, vômitos, perda de peso e queda de cabelo.

92
Q
A
93
Q

Qual é o manejo inicial da necrose de paredes espessadas?

A

O tratamento conservador é a abordagem inicial para infecções agudas, com a possibilidade de drenagem percutânea se necessário. Entretanto, o tratamento definitivo é indicado para casos sintomáticos.

94
Q

Quais são as opções de tratamento definitivo para necrose de paredes espessadas?

A

Derivação gástrica endoscópica: Pode ser tentada, mas tem eficácia reduzida devido à consistência espessa da necrose liquefeita, frequentemente necessitando de intervenção cirúrgica.

Derivação gástrica cirúrgica: É o método mais eficaz para o tratamento da necrose de paredes espessadas devido à sua factibilidade e eficácia.

Outras derivações cirúrgicas: Derivações para o duodeno e jejuno são consideradas apenas em casos excepcionais.

95
Q

Qual é a principal diferença no tratamento entre o pseudocisto pancreático e a necrose de paredes espessadas?

A

O pseudocisto responde muito bem à derivação cistogástrica endoscópica, enquanto a necrose de paredes espessadas geralmente requer uma intervenção mais intensa, como a derivação cistogástrica cirúrgica, devido à consistência espessa da necrose.

96
Q

Quando realizar colecistectomia na pancreatite aguda biliar leve?

A

Na mesma internação, após a resolução da pancreatite (quando o paciente já está se alimentando e sem dor significativa).

97
Q

Quando realizar colecistectomia na pancreatite aguda biliar grave?

A

De 6 a 12 semanas após a alta hospitalar, como procedimento eletivo, devido ao risco elevado de complicações.

98
Q

Qual é a principal causa de pancreatite aguda?

A

Litíase biliar.

99
Q

Por que é importante investigar o ducto colédoco na pancreatite aguda biliar?

A

Porque a pancreatite aguda biliar configura um risco intermediário de coledocolitíase. A investigação pode ser feita por colangiorressonância ou colangiografia intraoperatória.

100
Q

O que é uma punção pancreática e para que é usada?

A

Punção guiada por ultrassonografia ou tomografia, realizada com agulha fina para pesquisar infecção local em necrose ou pseudocistos pancreáticos. Não envolve a colocação de dreno.

101
Q

Qual é a finalidade da drenagem percutânea na pancreatite?

A

Utilizada para drenagem externa de pseudocistos ou necrose infectados. É feita por via radiointervencionista, guiada por ultrassonografia ou tomografia.

102
Q

O que é uma cistogastroanastomose endoscópica e quando é indicada?

A

É a criação de uma comunicação entre o pseudocisto e o estômago por via endoscópica, através da passagem de uma prótese. Indicada para derivação de pseudocistos, mas tem controle infeccioso inferior a outros métodos.

103
Q

Quais são as vantagens da cistojejunoanastomose cirúrgica em Y de Roux?

A

É o método mais eficaz para drenagem e controle infeccioso de pseudocistos, mas envolve morbidade cirúrgica.

104
Q

Qual é a abordagem habitual para colecistectomia na pancreatite aguda?

A

Colecistectomia realizada por videolaparoscopia, que é o método padrão.