Obstetrícia Flashcards
Qual a definição de abortamento?
Finalização da gestação antes de 20-22 semanas completas ou expulsão do produto da concepção com menos de 500g
Quais etiologias do abortamento (15)
Genética, imunológica (abortamento de repetição), endócrina, infecciosa, traumática, anomalias uterinas, doenças maternas graves, trombofilias, cromossomopatias (abortamento até 15 semanas, trissomias), fatores ambientais (tabaco, álcool), deficiência de progesterona na fase lútea, leiomiomatoses uterinas, incompetência istmo-cervical (colo não se mantém fechado e é incapaz de conter o concepto até o final), sinequias (sd. asherman), malformações
Sobre o abortamento, qual a idade gestacional precoce e qual a tardia?
Precoce: menos 12 semanas
Tardio: acima 12 semanas
Quanto maior o grau de comprometimento, mais precoce a interrupção
Quais formas clínicas do aborto (7)
Ameaça de abortamento (evitável), inevitável, completo (ovo e anexos eliminados, até 8 semanas), incompleto (membranas eliminadas e anexos retidos), retido (morte do concepto por mais de 3 semanas, risco CIVD), infectado (antibiograma), repetição (3 ou +gestações interrompidas espontaneamente e sucessivamente)
Qual a clínica do abortamento?
Sangramento: sinal de alarme, sangue vivo ou escuro
Dor: se presente o prognóstico é mais desfavorável
Quais diagnósticos diferenciais para abortamento?
Prenhez ectópica e doença trofoblástica gestacional
Como é feito o diagnóstico de abortamento?
Afastar ginecopatias (pólipos) e alterações obstétricas (sangramento)
Quadro clínico
Exames complementares: betaHCG quantitativo e USG
- betaHCG: aumento menor que 59% em 48h (sinal de atenção) ou aumento menor que 66% em 48h (sinal de alerta)
- USG TV: visualiza saco gestacional (deve ter comportamento crescente, BCF na 6a semana), vesícula vitelina (deve ter crescimento involutivo)
Qual a primeira prova de vitalidade fetal?
Batimentos cardíacos fetais presentes (BCF): visto a partir da 6a semana, via USG TV
Quais condutas para o tratamento do abortamento?
Conservadora: repouso relativo e sexual, analgésico e antiespasmódicos (para cólicas), AAS e paracetamol (inibidores PGs), vigilância clínica
Resolutiva: dilatação + aspiração ou curetagem (menos 12 semanas) ou esvaziamento cuidadoso (mais 12 semanas)
Expectante: depende das condições clínicas e concordância do paciente (é resolução espontânea, sem intervenção)
Tratamento médico de eleição: MISOPROSTOL
Na ameaça de abortamento ou abortamento completo, o que se deve fazer com pacientes Rh-?
Administrar imunoglobulina anti-D
Quais são as permissões legais para o abortamento provocado?
Se não houver outro meio de salvar a gestante, se a gravidez for resultante de estupro e tiver consentimento da gestante/representante legal e se o feto for anencéfalo
Qual definição de gravidez ectópica?
Implantação e desenvolvimento do ovo fora do endométrio/cavidade corporal do útero
Quais tipos de gravidez ectópica (3)?
Tubária (subtipo ampular é a +comum), ovariana, cervical
O que é uma gravidez heterotópica?
É quando ocorre uma gestação tópica e ectópica (intra e extra-uterina)
Quais etiologias possíveis para a gravidez ectópica?
Relacionado com a capacidade de implantação
Patologias da trompa: infantil, espiralada/tortuosa, longa em excesso, anormalidade do desenvolvimento (divertículo, atresia), PI (salpingite crônica), compressão extrínseca, endometriose, DIU, microcirurgia tubárea, laqueadura
Anormalidade do zigoto: cromossomopatias, malformações
Hormônios exógenos: ACO progestágeno, pílula do dia seguinte, DIU progesterona
Prenhez ovariana: óvulo não deixa o ovário, transmigração, indução da ovulação
Prenhez abdominal: primitiva ou secundária
Prenhez cervical
Como é a evolução da maioria dos casos de gravidez ectópica? Caso haja evolução, o que pode ocorrer com a paciente?
Maioria leva à morte do óvulo: rotura tubária, descolamento ovular do local de implantação, rotura do saco ovular
Caso evolua (tubária, intersticial), pode ocorrer hemorragia grave (abdome agudo hemorrágico) e óbito
Quais são os fatores de risco para a gravidez ectópica?
Mulheres inférteis, baixo nível socioeconômico, 30-40 anos, multíparas com história de GE prévia
Qual a clínica da gravidez ecotópica (tríade clássica)?
Tríade: dor abdominal, atraso/irregularidade menstrual, sangramento vaginal (metrorragia escassa)
Qual diagnóstico diferencial da gravidez ectópica?
Abortamento, torção de cisto ovariano, apendicite, pancreatite, colecistite, mioma subseroso, salpingite, endometriose
Como é feito o diagnóstico de gravidez ectópica?
Clínico + culdocentese (punção de fundo de saco) + betaHCG positivo + USG + biópsia do endométrio
Qual o tratamento da gravidez ectópica? Quando é feito o tratamento clínico?
Maioria é cirúrgica
- radical: salpingectomia
- conservador: salpingostomia (corte da tuba, remoção da GE e fechamento)
- fatores de risco: redução da luz dificulta gestação futura
Clínico: somente se massa<5 e betaHCG<5000 (exceção)
- conservador: observação e controle
- medicamentoso: metotrexato
Qual a definição de moléstia trofoblástica gestacional?
Anomalia da gravidez, caracterizada pela proliferação de tecido trofoblástico
Mola invasora: definição, diagnóstico, tratamento
Definição: patologia que acomete vilosidades coriais, aumenta gonadotrofina coriônica e INVADE TECIDOS FORA DO ENDOMÉTRIO
Diagnóstico: clínico, laboratorial, USG, arteriografia pélvica (hipervascularização), anatomo-patológico
Tratamento: histerectomia
Mola invasora: definição, classificação, diagnóstico, tratamento
Definição: patologia que acomete vilosidades coriais, aumenta gonadotrofina coriônica e INVADE TECIDOS FORA DO ENDOMÉTRIO
Classificação: benigna
Diagnóstico: clínico, laboratorial, USG, arteriografia pélvica (hipervascularização), anatomo-patológico
Tratamento: histerectomia
Coriocarcinoma: definição, classificação, fatores de predisposição, etiopatogenia, origem, clínica e tratamento
Definição: entidade maligna, com níveis elevados de gonadotrofina coriônica, gera metástase e é infiltrativa
Classificação: maligna
Fatores de predisposição: mola hidatiforme prévia, acima de 40a
Etiopatogenia: atividade ovariana, fraqueza do sistema defensivo da mulher, mau padrão nutricional, consanguinidade conjugal
Origem: mola hidatiforme, gestação normal ou pós-aborto
Clínica: sintomas genitais, gerais, pulmonares, digestivos e neurológicos
Tratamento: profilático (tratar mola hidatiforme), curativo (cirurgia, QT, misto)
Quais os princípios da teratogênese humana?
DISGENESIA de órgãos fetais, evidenciada na forma ESTRUTURAL e/ou FUNCIONAL, manifestado via retardo do crescimento, morte fetal, carcinogênese e/ou malformação
Qual período teratogênico clássico? O que ocorre antes desse período, caso a gestante use drogas?
2-12a semana pós fecundação, quando ocorre a ORGANOGÊNESE, é o período mais SENSÍVEL
Antes desse período: pode ocorrer dano definitivo (óbito e reabsorção) ou nenhum efeito
Quais períodos de exposição da gestante (3)?
Período do ovo: da fecundação até implantação
Período embrionário: 2-8a semana após a fecundação
Período fetal: 8a semana completa após a fecundação até o termo
A transferência placentária de medicamentos durante a gravidez depende de que?
Grau de absorção, metabolismo materno, ligação proteica, grau de armazenamento, carga elétrica, peso molecular, lipossolubilidade
Quais compartimentos o fármaco passa, durante a gravidez? O que cada compartimento faz?
Organismo materno: metabolização
Placenta: sistemas enzimáticos ativos
Compartimento fetal: metaboliza, excreta e deglute a droga que foi eliminada (droga continuamente absorvida)
Qual o sistema de classificação de drogas do FDA? Cite exemplos
Categorias de risco para teratogênese
A: uso SEGURO na gravidez, estudos controlados não mostram risco; vitaminas em doses clínicas
B: SEM EVIDÊNCIA de risco no ser humano; antieméticos, AINEs
C: risco pode ser afastado, fármacos recentemente lançados e/ou ainda não estudados; anticonvulsivantes
D: evidência positiva de risco, considerar BENEFÍCIO > RISCO; anticonvulsivantes/antiepilépticos (ácido valpróico), varfarina, lítio, AINEs (a partir do 3o TRI)
X: comprovadamente teratogênica, CONTRAINDICADO na gravidez; talidomida, retinoides (estretinato, tretinoína), tetraciclinas, metais pesados
Verdadeiro ou falso: não havendo medicamento destituído de potencial teratogênico, nenhum terá seu uso 100% seguro na gravidez
Verdadeiro
Quais são as drogas lícitas de importância na gravidez? Quais suas classes? Qual deve ser proibido?
Cafeína: classe B
Tabaco: classe D
Álcool: classe D, para haver segurança na gravidez deve haver abstinência
Quais são as drogas ilícitas de importância na gravidez? Quais suas classes? Cite um efeito no feto
Maconha: classe C, não teratogênica
Cocaína: classe X, prejuízo cognitivo
Heroína: classe X, prematuridade, sintomas abstinência
Inalantes e solventes: mortalidade materna e fetal, microcefalia
Anfetaminas: classe B em dose clínica e classe X em uso ilícito
Ecstasy: atua no cérebro, controlando a dopamina e serotonina e a longo prazo compromete aprendizagem e memória da criança
Verdadeiro ou falso: tolerância zero para álcool em mulheres que desejam engravidar, estão grávidas, que deram a luz e que estão amamentando/no puerpério
Verdadeiro
Quais são as drogas que as gestantes podem usar?
Penicilina, cefalosporinas e eritromicina (ATB), vacina com vírus morto ou inativado, corticoides, anti-depressivos, metronidazol (só evitar no 1o TRI)
Quando uma gravidez é de termo e quando é pré-termo/prematura?
De termo: a partir de 37 semanas
Pré-termo/prematuridade: de 36 semanas e 6 dias para baixo
O que define um feto imaturo (5)?
Hipotermia, dificuldade digestiva, icterícia, dificuldade respiratória (principal causa de morte), hemorragia cerebral
Feto maduro: consegue manter a temperatura, suga, deglute, digere, metabolização hepática, capaz de trocas pulmonares
Como é feita a prevenção da prematuridade?
Atenção primária, secundária e terciária
Primária: gravidez dos 12m (pré-natal), dieta, suplementação vitaminas e sais, atividade física, peso adequado, afasta fumo e drogas, equilíbrio emocional, ausência de ITU, controle de doenças maternas e vacinação
Estágios evolutivos do parto prematuro - estágio I: qual importância? Quais os riscos (4)?
Estágio I é a presença de FATORES DE RISCO
Risco obstétrico: PREMATURIDADE ANTERIOR, gemelidade, corioamnionite, incompetência istmo-cervical, alterações hormonais
Risco ginecológico: amputação do colo uterino, mioma uterino, malformações uterinas
Risco epidemiológico: sócio-econômico, desnutrição, estresse, tabagismo, drogas
Riscos específicos: INCOMPETÊNCIA CERVICAL, ANOMALIAS UTERINAS CONGÊNITAS, PARTOS PREMATUROS ANTERIORES, LEIOMIOMAS, SANGRAMENTO NO 2o TRI
Estágios evolutivos do parto prematuro - estágio II: quais importâncias? o que deve ser investigado?
Estágio II é a presença de
- ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS
- aumento de catecolaminas, diminuição de progesterona, liberação de elastases e colagenases, aumento de PGs - ÚTERO IRRITÁVEL com infecção
- conduta: repouso, sedação, progesterona micronizada, avaliar a vitalidade fetal
Estágios evolutivos do parto prematuro - estágio III: qual importância? qual a conduta? na tocólise, qual conduta, drogas e contraindicação?
Estágio III é trabalho de parto REVERSÍVEL
-características: contrações uterinas anormais (regular e cada 5min) e alterações cervicais significativas (dilatação cervical de 2cm, esmaecimento cervical 80%)
Conduta: AVALIAR VITALIDADE FETAL, INIBIR TPP/TOCÓLISE, adm. CORTICOIDE
- inibição do parto prematuro: internação, repouso e hidratação
- drogas: terbutalina, bloqueador de canal cálcio, antagonista ocitocina, inibidor PGs, sulfato Mg
- contraindicado: RPMO, sofrimento fetal, malformações
Estágios evolutivos do parto prematuro - estágio IV: qual importância? qual a conduta?
Estágio IV é trabalho de parto IRREVERSÍVEL
Conduta: avaliar vitalidade fetal, dar assistência ao parto
Qual o maior risco do trabalho de parto prematuro? Quando deve ser tratado? Quando investigar esse risco?
Risco de infecção por Streptococo B
Tratar no intraparto, usar ATB em caso de TPP, febre materna, RN anterior acometido, rotura de membrana > 18h, cultura positiva, é PROFILAXIA para infecção neonatal
Sempre investigar em gestantes a partir de 35 semanas: cultura + no pré-natal
Como é feita a identificação das gestantes com risco para TPP?
Marcadores clínicos: fatores de risco específicos, alterações nas contrações uterinas, alterações cervicais (toque e USG TV)
Marcadores bioquímicos: fibronectina fetal cérvico-vaginal
Qual a importância da administração do corticoide no TPP?
Serve para acelerar a maturidade pulmonar, podendo servir de surfactante no pós-natal também