Gastroenterologia Flashcards

1
Q

Hashtags da DRGE

A

AASmau, #gastritenãodoi, #azia, #deualarmedeuruim, #clínico, #IBP

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2
Q

Por que o AAS é mau? Cite exemplos

A

Inibem a síntese de PGs e isso diminui a defesa da mucosa GI

Ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco

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3
Q

Definição de síndrome dispéptica

A

Dor ou desconforto em andar superior do abdome

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4
Q

Definição de DRGE

A

Refluxo patológico, com alterações clínicas e histológicas, definida pelos sintomas clínicos. Refluxo ocorre quando conteúdo do estômago passa pelo EIE.

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5
Q

Características do refluxo patológico na DRGE

A

Causa AZIA, que dura +10 SEGUNDOS, é INTERPRANDIAL (30-40 minutos pós refeição), ocorre 2-3x/SEMANA nos ÚLTIMOS 6 MESES

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6
Q

Sintomas importantes da DRGE

A

AZIA: 30-40min pós refeição, piora com alimentos gordurosos (retarda esvaziamento gástrico)

REGURGITAÇÃO: afogamento ao deitar

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7
Q

Causas da DRGE

A

Relaxamento transitório do EIE (doidão): +comum

Refluxo livre (24h): EIE hipotônico impede o fechamento

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8
Q

Fisiopatologia da DRGE

A

Fatores de agressão > fatores de defesa

Agressores: HCl, pepsinas, álcool, drogas

Defensores: anatomia, barreira muco-bicarbonato (feito pelas PGs), saliva, peristalse, esvaziamento gástrico

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9
Q

Fatores predisponentes para a DRGE

A

EIE doente + fatores predisponentes

Hérnia de hiato, gravidez, obesidade, úlcera péptica, esclerose progressiva, intubação prolongada

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10
Q

Sintomas típicos da DRGE

A

Pirose, regurgitação, eructação, silaorreia, plenitude

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11
Q

Sintomas atípicos da DRGE

A

Disfagia, odinofagia

Sintomas extra-esofagianos: tosse crônica, asma sem melhora ou tardia

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12
Q

Diagnóstico da DRGE

A

SEMPRE CLÍNICO

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13
Q

Exames subsidiários da DRGE

A

pHmetria: padrão ouro
Manometria esofágica: mede pressão
Impedância esofágica

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14
Q

Tratamento da DRGE

A

Somente SINTOMÁTICO, com IBP (omeprazol) para diminuir/impedir produção de HCl, diminuir a lesão da mucosa e permitir sua cicatrização

É pelo resto da vida

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15
Q

Funções do fígado

A

METABOLIZAÇÃO: processa alimentos, substâncias exógenas, medicamentos, proteínas, lipídios, carboidratos

BILE: sintetiza e excreta a bile

ARMAZENAMENTO: vitaminas, sais

SÍNTESE: albumina, fatores de coagulação

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16
Q

Quais são as enzimas hepáticas que servem de marcadores bioquímicos?

A

ALT/TGP: enzima intracelular superficial

AST/TGO: enzima intracelular profunda

FA/ALP

GGT

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17
Q

Hepatite aguda pode ser causada por

A

VÍRUS: a, b, c, d, e, CMV, EBV, herpes simples, febre amarela, rubéola

ÁLCOOL

MEDICAMENTOS: anti-inflamatórios

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18
Q

Hepatite A: transmissão, sintomas (2 fases), sorologia (marcador que determina se infecção é aguda), tratamento, cronifica ou não?

A

Transmissão: fecal-oral

Sintomas da fase prodrômica/pré-ictérica: inespecíficos (náusea, vômito, diarréia)

Sintomas da fase ictérica: icterícia, hepatomegalia, sintomas sistêmicos

Sorologia: anti-HVA IgM

Tratamento: repouso e dieta hipogordurosa, abstinência de álcool (sem antiviral específico)

Não cronifica

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19
Q

Hepatite E: transmissão, sorologia (indicador de fase aguda e de memória imunológica), epidemiologia, cronifica ou não?

A

Transmissão: fecal oral

Sorologia: anti-HVE IgM (aguda) e anti-HVE IgG/total (memória)

Epidemio: comum na Ásia e África, adultos jovens

Não cronifica

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20
Q

Hepatite crônica pode ser causada por

A

VÍRUS: geram inflamação crônica

ÁLCOOL e DROGAS

AUTO-IMUNE

DOENÇAS: metabólicas, colestáticas

IDIOPÁTICO

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21
Q

Quais os 2 desfechos possíveis para a hepatite crônica?

A

Cura espontânea ou cronificação, que pode evoluir para CIRROSE e/ou CARCINOMA HEPATOCELULAR

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22
Q

Hepatite B: característica peculiar, marcadores sorológicos (em ordem cronológica, na cura e na cronificação), transmissão, profilaxia, tratamento

A

Característica: impossível o organismo se livrar do vírus (vira portador crônico)

Marcadores ordem cronológica: HBsAg, HBeAg, anti-HBV IgM

Marcadores cura: anti-HBsAg, anti-HBeAg, anti-HBV IgG

Marcadores cronificação: anti-HBV IgG

Transmissão: parenteral, sexual, vertical

Profilaxia: vacina de HBsAg ou imunoglobulina ao ser exposto em trabalho ou RN de portadoras

Tratamento: diminuir/cessar replicação viral, erradicar infecção, normalizar enzimas e histologia

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23
Q

Hepatite B: marcadores sorológicos na ordem cronológica, na cura e na cronificação

A

Marcadores sorológicos na infecção: HBsAg (portador), HBeAg (replicação), DNA do HBV

Marcadores sorológicos na cura: anti-HBs (imunidade permanente), anti-HBe (fim da replicação), anti-HVB IgM (fase aguda), anti-HVB IgG (fase crônica)

Marcadores sorológicos na cronificação: HBsAg, anti-HVB IgG

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24
Q

Definição de doença ulcerosa péptica

A

Doença crônica, causada por úlceras que acometem mucosa e submucosa levando a perda circunscrita de tecido

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25
Úlceras pépticas: causa, locais, periodicidade
Causa: ácido gástrico Locais: esôfago, estômago e duodeno Periodicidade: não é fixa, com períodos de ACALMIA e CRISE
26
Etiopatogenia (causas) da DUP
Fatores agressivos > defensivos Agressores: stress médico (cirurgias, queimaduras, politraumas) e fatores ambientais (álcool, fumo, AINEs, H. PYLORI)
27
H. pylori: tipos e marcadores genéticos
H. pylori comensal: gen CaGA- VACA- (1 ou 2 -) H.pylori patogênico: gen CaGA+ e VACA+ (2+)
28
Sintomas da DUP
Anamnese: períodos de acalmia e dor epigástrica, com periodicidade e ritmicidade (1h pós refeição), despertar noturno (clocking) Exame físico: hiperestesia epigástrica
29
Diagnóstico da DUP
EDA + pesquisa de H. pylori (biópsia, urease, teste respiratório ou ELISA fecal)
30
Tratamento da DUP
Dieta, antibiótico para remover H. pylori, IBP ou bloqueador de receptor H2 (aumentar pH e permitir cicatrização)
31
Definição de pancreatite crônica
Lesões por inflamação crônica, com perda progressiva do parênquima exócrino pancreático que é substituído por fibrose irreversível
32
Exame de imagem padrão ouro para pancreatite crônica
TC com contraste (mostra calcificações)
33
Sintomas da pancreatite crônica
Dor constante, sem períodos de acalmia, tardia (3h pós ingestão de álcool)
34
Fisiopatologia da pancreatite crônica
Álcool: gera desidratação do suco pancreático (aumenta [proteica]) e diminui secreção natural de litostatina (diminui fluidez) = forma ROLHAS que entopem o ducto pancreático = muda pH no espaço acinar e ativa ENZ. DIGESTIVAS = inflamação e fibrose Defeito da litostatina: menor fluidez
35
Diagnóstico da pancreatite crônica
Clínico: epigastralgia, DM, emagrecimento, esteatorreia, icterícia, má-absorção Laboratorial: glicemia, gordura nas fezes, provas função hepática Imagem: TC, RX, CPRE, ecoendoscopia
36
Tratamento da pancreatite crônica
Reposição de insulina, enzimas pancreáticas e uso de analgésicos
37
Síndromes dispépticas orgânicas
Epigastralgia: DRGE, DUP, pancreatite crônica Dismotilidade (estufa): intolerância à lactose, doença celíaca, verminoses, síndrome intestino irritável, gastroparesia
38
Definição de dispepsias digestivas funcionais
Quando investigação habitual não encontra lesão, apesar dos sintomas de epigastralgia e/ou dismotilidade por 12 semanas nos ÚLTIMOS 6 MESES EDA, alterações bioquímicas, estruturais: negativos
39
Fisiopatologia das dispepsias digestivas funcionais
Desequilíbrio do parassimpático e simpático, gerando HIPERSENSIBILIDADE VISCERAL, AUMENTO DA PERCEPÇÃO e ALTERAÇÃO DA MOTILIDADE
40
Tratamento das dispepsias digestivas funcionais
Medidas gerais, medicamentos (antidepressivo, IBP, antibiótico) e intervenção psicológica
41
Definição de diarréia crônica
+3 evacuações ao dia, por +4 semanas, com diminuição da consistência e fezes volumosas
42
Sinais de alarme na gastroenterologia
Perda de peso, febre, início ou alteração recente dos sintomas, acima 50 anos, sintomas noturnos
43
Diarréia aquosa: definição, tipos (3)
Definição: fezes pastosas com maior conteúdo de água, sem inflamação nem esteatorreia Osmótica: ao ingerir alimento desencadeante Secretória: ep. secreta líquido, paciente acorda de noite Motora: diarréia funcional
44
Diarréia esteatorréia: definição, causas (2)
Definição: fezes com gordura Sd. má-absorção: nutrientes são quebrados, mas não absorvidos Má-digestão: insuficiência pancreática impede quebra dos nutrientes
45
Diarréia inflamatória: definição, causas
Definição: fezes com sangue e muco Causas: doenças inflamatórias intestinais, bacterianas, parasitoses, vírus, neoplasias, colites
46
Exames específicos para cada tipo de diarréia crônica
Aquosa: calprotectina fecal, colonoscopia com biópsia Esteatorréia: elastase fecal, imagem para pâncreas Inflamatória: colonoscopia com biópsia, imagem
47
Definição de doenças inflamatórias intestinais
Doenças crônicas, IMUNOMEDIADAS, que podem acometer diferentes segmentos do TGI, com variável espectro clínico
48
Epidemiologia das doenças inflamatórias intestinais
Aumento da incidência no OCIDENTE e hemisfério NORTE, em qualquer faixa etária (geralmente 50-70a)
49
Fatores de risco para doenças inflamatórias intestinais
GENÉTICOS: familiar de 1o grau, gêmeos monozigóticos, gene NOD2 AMBIENTAIS: tabagismo, contraceptivo oral, baixa vit.D, baixa ingesta de fibras, elevada ingesta de processados, higiene e poluição
50
Patogênese das doenças inflamatórias intestinais
SUSCEPTIBILIDADE do hospedeiro (fatores de risco genéticos e ambientais) + DESEQUILÍBRIO da flora (presença de BACTÉRIA que dá o start) + resposta imune exagerada (PI CONTÍNUO)
51
Quadro clínico das doenças inflamatórias intestinais
Diarreia, dor abdominal, sangramento Manifestações extra-intestinais: lesões oculares, articulares e cutâneas
52
Diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais
COLONOSCOPIA (com biópsia das lesões para peesquisa de displasias), ANATOMOPATOLÓGICO e IMAGEM (trânsito intestinal, TC, RM, cápsula endoscópica, USG), marcadores sorológicos
53
Tratamento das doenças inflamatórias intestinais: objetivos, como são alcançados os objetivos, avaliação pré-tratamento (3)
Objetivos: qualidade de vida, manter estado nutricional, prevenção de recorrências pós-op, prevenção de complicações Como: remissão da doença ativa, manutenção da remissão, cicatrização da mucosa Avaliação: fenótipo (da DC), extensão da doença (via colono e imagem), grau de atividade (atividade inflamatória e escalas)
54
Tratamento da fase aguda das doenças inflamatórias intestinais: principal droga usada
CORTICOIDES: prednisona, hidrocortisona, controla a crise Nunca para manutenção, pois tem efeitos colaterais e não mantém o paciente assintomático a longo prazo
55
Diagnósticos diferenciais das doenças inflamatórias intestinais
Intolerância à lactose, sd. intestino irritável, AINEs, laxantes
56
Outros tratamentos das doenças inflamatórias intestinais
Aminossalicilatos (RU), imunossupressores (DC ileal), anti-JAK (RU), biológicos (DC alta, corticodependentes, cortico-refratários)
57
Indicações do tratamento cirúrgico das doenças inflamatórias intestinais
Feito em complicações: estenoses, fístulas
58
Definição de doença celíaca
MÁ ABSORÇÃO de nutrientes no intestino DELGADO, após ingesta de GLÚTEN. Com presença não exclusiva de ATROFIA VILOSITÁRIA DA MUCOSA. Há pronto RESTABELECIMENTO clínico e histológico após a dieta livre de glúten e há RECAÍDA clínica e histológica quando o glúten é reintroduzido.
59
Doença celíaca: epidemiologia, classificações, tratamento
Epidemiologia: mulheres, HLA predominante, depende do tempo de introdução do glúten na dieta, maioria é silenciosa Classificações: atípico, silencioso (com lesão e assintomático), clássico, latente (teve ou terá atrofia, histologia normal), potencial (nunca teve enteropatia, mas tem anormalidade imunológica), intratável (não melhora após 6 meses de dieta) Tratamento: dieta sem glúten (trigo, centeio, cevada, aveia), suplementar vitamina complexo B, rastrear osteoporose, corticoide em caso de diarreia importante
60
Patogênese da doença celíaca: fatores (3)
Genéticos: deve ter alelo HLA, é comum em parentes de 1o GRAU e GÊMEOS MONOZIGÓTICOS Ambientais: introdução de glúten até 4m aumenta risco, INFECÇÕES GI Imunológicos: resposta contra as frações de GLIADINA gera ação inflamatória na mucosa do delgado, causando atrofia vilositária
61
Qual fator de proteção da doença celíaca?
Sobreposição do aleitamento materno e introdução do glúten
62
Qual porção da gliadina é mais imunogênica, na doença celíaca?
Alfa-gliadina
63
Quadro clínico da doença celíaca: crianças, adolescentes, adultos, comum em todos
Crianças: diarreia, distensão abdominal, distúrbios de desenvolvimento Adolescentes: baixa estatura, sintomas neurológicos, anemia Adultos: desconforto abdominal, minoria tem diarreia Comum: sintomas GI, como desconforto e distensão abdominal, diarreia episódica, esteatorreia
64
Quais as causas da diarreia na doença celíaca (3 principais)?
Aumento do volume e osmolaridade fecal (devido má absorção), diminuição de secretina e CCK (menos bile e suco pancreático), doença no íleo terminal
65
Quais os sintomas extra-intestinais da doença celíaca?
Anemia, hemorragia, osteopenia, atrofia muscular, tetania, aumento de enzimas hepáticas, neuropatia periférica, ataxia, convulsões, hiperparatireoidismo secundário, amenorréia, infertilidade, dermatite, edema
66
Diagnóstico da doença celíaca
Sorologia: IgA e IgG (se IgA deficiente) Laboratorialmente: tTG IgA, DGP IgG e EmA IgA Histologia: padrão ouro, usado na suspeita alta e independente da sorologia e ausência de atrofia aparente, BIÓPSIA colhida com EDA na 2a PORÇÃO do DUODENO
67
Quais possíveis complicações da doença celíaca (2)?
Adenocarcinoma de delgado: nos celíacos não compensados, tumor no jejuno Linfoma de células T associado a enteropatia: 6a década, recaída dos sintomas após um longo período de boa resposta
68
Qual o estágio final de qualquer doença crônica do fígado?
Cirrose
69
Qual a principal consequência da cirrose, responsável pela maioria das suas complicações?
Hipertensão portal
70
Definição de hipertensão portal
Aumento do gradiente de pressão entre a VEIA PORTA e a VEIA HEPÁTICA ou VCI, acima de 5mmHg
71
O aumento da pressão portal gera quais alterações?
Anatômicas, hemodinâmicas e metabólicas = Sd. hipertensão portal
72
Na cirrose, o aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pode estar associado ao grau de FIBROSE HEPÁTICA. Essa alteração é qual componente?
Orgânico, pois houve alteração estrutural do fígado
73
Aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pode estar associado ao AUMENTO DO TÔNUS VASCULAR INTRA-HEPÁTICO. Essa alteração é qual componente?
Funcional, é modulado por substâncias endógenas produzidas pelo endotélio vascular e peptídeos vasoativos nas células estrelares que geram fibrose.
74
Quais agentes vasoativos causam contração e quais causam relaxamento sobre as células estrelares hepáticas? Na cirrose, qual dos agentes está reduzido e onde? Na cirrose, qual dos agentes está aumentado e onde?
Contração: endotelinas Relaxamento: NO Na cirrose: NO reduzido no FÍGADO cirrótico, gerando aumento da resistência sinusoidal hepática (maior vasoconstrição). NO aumentado na CIRCULAÇÃO ESPLÂNCNICA, causando vasodilatação arterial.
75
Qual a importância da vasodilatação arterial e circulação hiperdinâmica na cirrose?
A vasodilatação arterial gera circulação hiperdinâmica, que leva a efeitos ESPLÂNCNICOS e SISTÊMICOS. Esplâncnicos: aumento do fluxo portal e pressão portal Sistêmicos: diminuição do volume arterial efetivo, ativação dos sistemas neuro-humorais (SRAA, simpático, HAD) para aumentar o volume plasmático, o que piora/gera a hipertensão portal
76
Quais os possíveis locais de aumento da resistência ao fluxo sanguíneo na cirrose? Classificação da hipertensão portal
Pré-hepático: veia porta (trombo) Hepático: pré-sinusoidal (ovo esquistossomose), sinusoidal (cirrose), pós-sinusoidal (fibrose centrolobular) Pós-hepático: veia hepática, veia cava (trombo)
77
Com a hipertensão portal (independente da sua classificação), o que ocorre em consequência?
O sangue é forçado a retornar para trás, enchendo as VEIAS COLATERAIS (esplênica, mesentérica superior e inferior e coronárias), causando ESPLENOMEGALIA e VARIZES ESOFÁGICAS e GÁSTRICAS (se rompidas, pode levar ao óbito)
78
Como é o fígado cirrótico? Qual região é prejudicada, levando à hipertensão portal? Além da hipertensão portal, qual outro problema pode ocorrer devido a cirrose?
Fígado cirrótico: contornos irregulares, textura heterogênea Região dos SINUSOIDES é prejudicada: sua arquitetura é distorcida, luz estreitada, gerando obstrução (hipertensão portal hepática sinusoidal) Há também a possibilidade de ocorrer INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA caso o fígado seja cirrótico e não normal.
79
Com qual pressão são formadas as veias colaterais na hipertensão portal? Quais são as veias colaterais?
PP > 12mmHg São formadas: varizes gastroesofágicas, retais, retroperitonial, umbilical e esplênicas
80
A vasodilatação arterial esplâncnica gera um aumento do volume plasmático, o que configura a CIRCULAÇÃO HIPERDINÂMICA, que gera quais efeitos no organismo?
Esplâncnica: maior fluxo portal e pressão portal Sistêmico: diminuição PA e aumento do DC Renal: retenção de Na e H2O, para aumentar a volemia, ascite e Sd. hepatorrenal (caso avançado) Cerebral: vasodilatação, aumento de toxinas no SNC, encefalopatia hepática (avançado) Pulmonar: diminuição de O2 arterial
81
Fisiopatologia da formação da ascite
Desequilíbrio das forças de Starling nos sinusóides e capilares esplâncnicos Causas: na cirrose, há aumento exagerado do volume sanguíneo, o que leva à ascite + queda da pressão oncótica (devido redução da albumina) o que aumenta a pressão hidrostática (água sai para fora)
82
Sd. hepatorrenal (SHR)
Complicação mais comum da cirrose avançada com ascite Caracteriza-se pela falência renal e grandes distúrbios da função circulatória Tratamento com transplante hepático ou renal
83
Definição de ascite
Acúmulo anormal de LÍQUIDO NA CAVIDADE PERITONEAL, decorrente de várias patologias
84
Quais as possíveis causas de ascite (4)?
CIRROSE HEPÁTICA (maioria dos casos), neoplasias, ICC, causas infecciosas/inflamatórias
85
Na ascite, por que é importante pedir o hemograma? E a sorologia?
Como a maioria dos casos de ascite é causada por CIRROSE, devemos pesquisar a FUNÇÃO HEPÁTICA através das enzimas hepáticas, INR, proteína total e frações. Também é estudada a função RENAL e eletrólitos pois sua disfunção pode ter relação com a insuficiência hepática. A sorologia viral é importante pois se a cirrose for alcóolica e viral, mais etiologias o paciente apresenta e portanto MAIS RÁPIDA É A DESCOMPENSAÇÃO e mais rápido a cirrose pode originar o CHC
86
Qual exame sempre deve ser feito em caso de ascite? O que esse exame avalia? Quando deve ser contraindicado?
PARACENTESE DIAGNÓSTICA Avalia o líquido da ascite: estudo do aspecto do líquido Contraindicado em: gravidas, pacientes com hiperfibrinólice ou CIVD
87
Aspecto do líquido ascítico: tipos e causas
TURVO: células e fragmentos de proteínas, sem relação com infecção LEITOSO: TG, relacionado com vasos linfáticos, comum em neoplasias SERO-HEMÁTICO ou HEMÁTICO: trauma, neoplasias ou cirrose hepática (-comum) MARROM: fístulas, problemas de vias biliares COR DE CHÁ: ascite pancreática NEGRO: metástase peritoneal de melanoma GELATINOSO: tumor pseudomixoma (apêndice)
88
Quais são os exames diagnósticos do líquido ascítico de rotina (3) e opcionais (3) mais utilizados?
Rotina: proteína, albumina, celularidade Opcionais: glicose, DHL, amilase
89
Como se determina se a ascite é decorrente de hipertensão portal? Quais os critérios?
Determina-se a partir do gradiente de albumina soro-ascite (GASA) GASA > 1,1: CIRROSE HEPÁTICA, ASCITE CARDIOGÊNICA, outros GASA < 1,1: carcinomatose peritoneal, tuberculose, ascite pancreática, ascite biliar, outros
90
Quais os critérios da dosagem de proteína total do líquido ascítico? Qual a vantagem dessa medição?
PT < 2,5: CIRROSE HEPÁTICA PT > 2,5: ICC Vantagem: serve de diagnóstico diferencial para ascites cirróticas e cardiogênicas e de PBE e PBS
91
Quais os critérios da concentração sérica do peptídeo natriurético tipo B (BNP)? Para que serve?
Cutoff > 364 pg/mL: DIAGNÓSTICO de ASCITE CARDIOGÊNICA Cutoff < 182 og/mL: exclui ascite cardiogênica Esse exame é auxiliar no diagnóstico diferencial de ascite cardiogênica (em relação à cirrótica, quando GASA > 1,1)
92
Por que é importante saber se a ascite está infectada? Qual exame faz diagnóstico diferencial das entidades envolvidas? Quais os tipos de infecção possíveis (4)?
Importância: peritonite espontânea pode ser assintomática, logo a procura de bactérias deve ser ativa Exame: celularidade de líquido ascítico Tipos: PBE (sem infecção primária, com isolamento bacterianos = enterobactérias), BACTERASCITE (detecta bactéria, paciente assintomático), ASCITE NEUTROFÍLICA CULTURA NEGATIVA (sem infecção primária, com isolamento bacteriano), PBS (foco primário de infecção)
93
Bacterascite: deve-se tratar com ATB assim que se detectar presença de bactérias no líquido ascítico?
Não, deve-se puncionar novamente após 48h, para ver se o número de PMN aumenta. Se PMN > 250, independentemente do isolamento bacteriano, deve-se iniciar o tratamento com ATB
94
Na ascite, quando a biópsia peritoneal deve ser solicitada?
Quando há envolvimento patológico primário do peritônio: em suspeita de carcinomatose peritoneal e TB peritoneal Fecha diagnóstico da TB peritoneal
95
Quais outros exames opcionais para o líquido ascítico, de acordo com a suspeita clínica?
ADA: diagnóstico da peritonite tuberculosa CEA > 5mg/mL: diagnóstico de perfuração intestinal
96
O que é necessário no pré-exame do EDA?
8h de JEJUM (único pré-requisito) e sedativo endovenoso
97
Quais indicações clínicas, diagnósticas e terapêuticas da EDA?
Clínicas: DISPEPSIA, dor epigástrica, azia, náusea ou vômito, disfagia, sintomas respiratórios (asma e DRGE) Diagnósticas: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA, emagrecimento, anemia, INGESTÃO DE CÁUSTICO, seguimentos de doenças potencialmente CANCEROSAS (Barrett) Terapêuticas: hemostasia, escleroterapia, ligadura elástica de varizes esofágicas, dilatação de estenose, balão intragástrico, gastroplastia endoscópica Barrett, acalasia, polipectomia
98
Quais contraindicações do EDA?
Recusa formal do paciente ou familiar, instabilidade cardiopulmonar grave, perfuração gastroduodenal
99
Quais são as complicações da EDA?
Perfuração (esôfago, divertículos), reação às drogas, superdosagem de drogas, alteração do ritmo cardíaco Graves: hemorragia, aspiração, infecção, luxação ATM, dor abdominal
100
Qual a indicação diagnóstica e terapêutica da colonoscopia? Como o paciente é preparado?
Indicação diagnóstica: HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA, sangue oculto, alteração HI, rastreio CA COLORRETAL (anualmente a partir dos 45a), dor abdominal não explicada, alteração no exame de imagem Indicação terapêutica: dilatação de estenose, polipectomia, hemostasia, cauterização de lesões vasculares, retirada de corpo estranho, descompressão cólica Preparação: 2 dias, dieta sem resíduos, laxativos orais e enteroclisma (pacientes deitados)
101
A colonoscopia serve para acompanhar a evolução de quais doenças?
RCU e doença de Crohn, polipectomias (alguns evoluem para CA colorretal, por isso é importante acompanhar), cirurgia por CA
102
Quais contraindicações absolutas da colonoscopia? E quais são as complicações?
Contraindicações: megacólon tóxico, perfuração/obstrução intesintal, peritonite, embolia pulmonar recente, IAM recente Complicações: hemorragia (+frequente), perfuração (+grave), distensão abdominal, reflexo vagal, bacteremia, trauma esplênico, impactação em hérnias e sua perfuração
103
Qual a definição histológica de cirrose hepática?
É afecção CRÔNICA do fígado, caracterizada pela DESORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA LOBULAR do parênquima hepático, decorrente de causas variadas
104
O que pode ser visto no anatomopatológico do fígado cirrótico (2 itens)
NÓDULOS entremeados por grades de FIBROSE DISSEMINADA, vistos no parênquima hepático = distorção da arquitetura lobular
105
Quais as possíveis causas da cirrose hepática (6 grupos)?
Infecções: hepatites B e C que cronificam Obstrução biliar: cirrose biliar secundária Autoimune: hepatite autoimune, colangites Drogas: álcool Criptogênicas: etiologia desconhecida Erros metabólicos congênitos: Wilson, hemocromatose
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Em qual caso há fibrose no parênquima hepático e não há cirrose? E em qual caso há nódulos no parênquima hepático sem cirrose?
Fibrose: ESQUISTOSSOMOSE Nódulos: HIPERPLASIA NODULAR REGENERATIVA
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Como as alterações arquiteturais vistas na cirrose hepática são estadiadas?
Estadiamento a partir do GRAU DE FIBROSE 4 graus, sendo o grau 4 representativo da cirrose hepática (mais avançado)
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Quais síndromes compõem a cirrose hepática? E na fibrose hepática?
Cirrose: sd. HIPERTENSÃO PORTAL + sd. INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Fibrose: sd. HIPERTENSÃO PORTAL
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Quais as manifestações clínicas da cirrose?
Ascite, icterícia, HDA, encefalopatia, hepatomegalia, esplenomegalia, edemas, telangiectasias, circulação colateral, eritema palmar, ginecomastia, amenorréia
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Quais as complicações da cirrose e qual o motivo (2 grupos)? Quais as mais frequentes?
Decorrente da ASCITE: HÉRNIAS (umbilicais, inguinais), HIDROTÓRAX Decorrente da HP: hemorroidas, VARIZES anorretais e esofagogástricas, gastropatia hipertensiva Mais frequentes: ascite, HDA, encefalopatia, sd. hepatorrenal, infecções, CHC
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Quais os fatores de risco para sangramento na complicação da cirrose hepática?
Child B ou C, tensão da parede do vaso, maior diâmetro das varizes, menor espessura da parede do vaso RED SPOT: indica iminência de rompimento
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Sobre a encefalopatia hepática na cirrose, qual é a síndrome, por que ela ocorre e quais os fatores de predisposição?
Síndromes: neuropsiquiátrica complexa Ocorre por: liberação de AMÔNIA pelo intestino, que chega ao sangue portal e circulação sistêmica Predisposição: excesso de PROTEÍNA, SANGRAMENTO GI, sedativos e hipnóticos, TIPS, infecções, diuréticos
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Quais exames devem ser feitos para diagnóstico de cirrose hepática?
Bioquímicos: transaminases, BB, FA, GGT, eletroforese proteínas, INR, hemograma Sorologia: vírus B, C Auto-anticorpos hepáticos Estudo do líquido ascítico: proteína total, hemocultura, leucócictos Imagem: TC/RM abdome + RX tórax Endoscopia: EDA Diagnóstico de certeza: BIÓPSIA HEPÁTICA
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A encefalopatia hepática pode ser classificada em 3 tipos, de acordo com a DOENÇA DE BASE, quais são eles e quais as manifestações clínicas do tipo A?
Tipos: A (resulta da IHA), B (resulta do shunt ou bypass), C (cirrose e HP) Manifestação do tipo A: achados relacionados à HIPERTENSÃO INTRACRANIANA com risco de HERNIAÇÃO cerebral
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A encefalopatia hepática pode ser classificada pelo TEMPO DE CURSO, quais são as classificações (3)?
Episódica, recorrente (2 episódios em menos de 6m), persistente (sempre presente e com piora)
116
A encefalopatia hepática pode ser classificada por WEST HAVEN, quais são os graus e seus critérios mais relevantes?
Grau 1: alteração do ritmo de sono Grau 2: desorientação no tempo e espaço, lentidão, presença de flapping Grau 3: sonolência e torpor, desaparecimento do flapping Grau 4: coma não responsivo aos est´´imulos verbais,
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Qual a infecção mais frequente no paciente com cirrose? Qual a conduta? Cite alguns sintomas
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA Conduta: puncionar para excluir peritonite Sintomas: locais, inflamação sistêmica, piora da função hepática, encefalopatia hepática
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O PROGNÓSTICO da cirrose é feito com qual score? Quais os graus desse score? O que esse score prediz? Qual grau é o mínimo para se indicar o transplante hepático?
Score de CHILD-POUGH A (cirrose compensada), B (cirrose moderada, descompensada), C (cirrose avançada, descompensada) Transplante: no mínimo Child B + MELD > 16
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O PROGNÓSTICO DE SOBREVIVÊNCIA EM 3M é feito com qual score?
MELD
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Quais itens envolvem a patofisiologia da Sd. intestino irritável?
1-Desordem do eixo cérebro intestino: impulsos gerados pelo bolo fecal no reto passam pelo tálamo e chegam ao córtex sensorial, fazendo com que o paciente SINTA DOR 2-Alteração da microbiota: redução da diversidade (menos metanobactérias e previtea), com maior produção de GASES 3- Alteração da permeabiliade intestinal: ativação inflamatória e liberação de serotonina 4-Alterações genéticas: mutação em canais de sódio, expressão de genes na função imune, de barreira e função mastocitária
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Quais fatores alteram a permeabilidade intestinal na Sd. inflamatória intestinal?
Infecção, inflamação, alérgenos e medicamentos: antígenos passam pelas células, ativam PI, recruta mastócitos e gera o quadro do intestino irritável (altera as tight junctions e SNC)
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A Sd. do intestino irritável é uma doença FUNCIONAL, logo, como é feito o seu diagnóstico?
Não existe exame diagnóstico Pelo consenso de Roma IV: DOR ABDOMINAL + relação com evacuação, alteração na frequência das evacuações, alteração na forma das fezes por 6 MESES NOS ÚLTIMOS 3 MESES, sem sinais de alarme
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Quais os tipos de Sd. intestino irritável (3)?
Tipo CONSTIPADO, DIARREICO e MISTO
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Como é feito o tratamento da Sd. intestino irritável?
Focado no SINTOMA PRINCIPAL: dor, diarréia e/ou fezes Em casos refratários ou com muita dor: NEUROMODULADORES Outros: terapia, dieta
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Qual a definição de constipação (5 itens)
Menos de 3 evacuações por semana, esforço evacuatório, Bristol 1-2, manobras digitais, sensação de obstrução
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Como é a fisiologia da evacuação?
Chegada do bolo fecal distende o reto, emitindo sinais para discriminação do conteúdo fecal + estímulo evacuatório (depende da conveniência social) Conveniência social: posição (cócoras) para retificar o reto (músculo bulboretal é responsável)
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Quais são as possíveis causas de constipação secundária?
Lesões estruturais do cólon e região anorretal (tumores), medicamentos (opioides), fatores psicológicos (depressão), distúrbios metabólicos e de eletrólitos (hipotireoidismo, DM), causas neurológicas e miopáticas (Chagas)
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Qual a causa mais frequente de constipação? Qual o critério utilizado para diagnóstico?
Constipação FUNCIONAL Critérios de Roma IV: sintomas de constipação por pelo menos 6 meses
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Qual o tratamento da constipação?
Se for secundária: tratar a doença de base Conduta: hidratação, atividade física, uso de FIBRAS, LAXANTES, LUBRIFICANTES, enemas
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Se o paciente constipado apresentar sinais de alarme, o que devemos pensar como hipótese diagnóstico e qual a conduta?
Pensar em NEOPLASIA e solicitar COLONOSCOPIA