Obesidade Flashcards

1
Q

Qual a definição de obesidade?

A

IMC ≥ 30. Crianças: > p95 para idade e sexo.
*Idosos: IMC normal entre 22-27.

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2
Q

Quais os estratos de IMC e sua relação com o risco de doença?

A

< 18,5: baixo peso (magreza) - risco de doença elevado.
< 25: normal - risco normal.
< 30: sobrepeso - risco pouco elevado.
< 35: obesidade grau I - risco elevado.
< 40: obesidade grau II - risco muito elevado.
≥ 40: obesidade grave grau III - risco extremamente elevado.

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3
Q

Qual medida pode ser usada para avaliar a distribuição da gordura corporal? Qual a importância disso?

A

A CA, sendo que ≥ 94 e ≥ 80 para homens e mulheres, respectivamente, está associado a um maior risco de complicações metabólicas. Esses valores se correlacionam com a gordura visceral, o grande fator que aumenta o risco CV.

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4
Q

Quais os tipos de obesidade?

A

Primária (sem causa conhecida) e secundária (a reversão da causa base pode curar a obesidade - SOP, Cushing, insulinoma, hipotir, etc).

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5
Q

Quais os FR para obesidade primária?

A

HF, baixo nível socioeconômico e sexo feminino.

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6
Q

Qual a patogenia da obesidade primária?

A

A obesidade ocorre pelo acúmulo de tecido adiposo no corpo, sendo produzido pelo “excesso” de energia absorvida na forma de TGCs. Ou seja, ela ocorre quando a ingestão for maior que o gasto. Porém, existem város componentes que regulam a ingesta e o gasto. Um deles é a leptina, hormônio secretado pelos adipócitos em resposta à hiperalimentação e ganho de gordura, sendo um marcador de obesidade.

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7
Q

Comente sobre o gasto energético diário.

A

70% do gasto energético é dado pela taxa metabólica basal (TMB), que é muito variável (1200-3000 kcal/dia). É proporcional ao peso magro do indivíduo e menor em mulheres. O resto é após a alimenetação (termogênese dos alimentos) e pela atividade física.

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8
Q

Qual a relação da obesidade com a TMB?

A

Quando um obeso perde peso, há redução na sua TMB para fazer com que ele volte a seu peso anterior (tendência a manter ele obeso) e essa TMB nunca fica abaixo de 1200 kcal/dia, fazendo com que não haja necessidade de reduzir a ingesta calórica para abaixo disso.

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9
Q

Quais as complicações da obesidade?

A

Quanto mais obeso é um paciente, há um aumento exponencial do risco de morte desse paciente. As complicações são HAS, RI, DM 2, dislipidemia (hiperTGC, baixo HDL e alto LDL), osteoartrose de joelho e quadril, gota, doença coronariana aterosclerótica, ICC, FA, AVCi, SAOS, depressão, hirsutismo, etc.

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10
Q

Qual a relação da obesidade com o câncer?

A

A obesidade aumenta sobremaneira a mortalidade e a incidência do câncer, como de esôfago, cólon e reto, fígado, VB, pâncreas, rim, linfoma NH, MM, etc.

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11
Q

Quais os objetivos do tratamento da obesidade?

A

Reduzir pelo menos 5-10% do peso em 6 meses, reduzir o peso em 0,5-1 kg/semana e manter o peso após a perda.

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12
Q

O que deve estar sempre incluso no tratamento da obesidade?

A

Dieta hipocalórica, atividade física regular e terapia comportamental.

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13
Q

Como deve ser a dieta para o tratamento da obesidade?

A

Dieta hipocalórica para provocar um balanço negativo de 500-1000 kcal/dia, contendo 1000-1500 kcal/dia para mulheres e 1200-1800 kcal/dia para homens. Em relação à qualidade do alimento, é muito controverso (após 12 m, os resultados são muito semelhantes para os diversos tipos de dieta).

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14
Q

Como deve ser o exercício físico para o tratamento da obesidade?

A

O seu objetivo é evitar o ganho de peso no futuro (ajuda a manter o peso após a dieta). Aeróbico pelo menos 150 minutos/semana (moderado) ou 75 minutos/semana (vigoroso) com pelo menos 10 minutos por sessão.

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15
Q

Quando eu posso usar o tto farmacológico para a obesidade?

A

IMC ≥ 30 OU IMC ≥ 25 (≥ 27 para liraglutida) com comorbidades OU falha em perder peso com o tratamento não farmacológico.

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16
Q

Quais as medicações para tratamento da obesidade?

A

Sibutramina, orlistate, liraglutida e lorcaserina.

17
Q

Comente sobre a sibutramina.

A

É um ISRS e adrenalina, tendo efeito de saciedade. A redução média de peso é 7%. CI em hipersensibilidade, anorexia nervosa, bulimia nervosa, HAS não controlada, AVE, doença arterial coronariana, arritmia, ICC e iMAO. Aumenta o risco CV.

18
Q

Comente sobre o orlistate.

A

Inibidor das lipases pancreáticas, evitando a digestão e absorção de 1/3 dos TGCs absorvidos. Faz perda de peso e melhora perfil lipídico, glicemia de jejum e incidência de diabetes. Um grande problema dessa droga é a possibilidade de má absorção das vitaminas lipossolúveis (ADEK). A redução começa a ser significativa após 4 anos do seu uso.

19
Q

Comente sobre a liraglutida.

A

É um análogo do GLP-1, agindo bloqueando a liberação do neuropeptídeo Y (orexígeno), favorecendo a perda de peso. Só é indicada em IMC ≥ 27 com comorbidades. Não acarreta hipoglicemia e a perda de peso é superior ao orlistate, porém não reduz risco de DM 2. EA: lentificação do esvaziamento gástrico (náuseas e vômitos, porém são, geralmente, leves).

20
Q

O que é o uso off-label de uma droga e quais podem ser usadas para tratamento da obesidade?

A

São drogas capazes de promover um determinado efeito (eg, perda de peso) porém não são aprovadas para tal fim. Usa-se quando as possibilidades foram esgotadas das terapias aprovadas, não consistindo em infração ética ou má prática médica (a própria ANVISA reconhece). As medicações “off-label” para obesidade são o topiramato, a bupropiona + naltrexona e o dimesilato de lisdexanfetamina.

21
Q

Comente sobre a lorcaserina.

A

Agonista serotoninérgico, reduzindo o apetite. Indicado em IMC ≥ 27 com comorbidades. CI na gestação e ClCr < 30.

22
Q

Quais as principais cirurgias bariátricas realizadas para tratamento da obesidade?

A

A gastrectomia em manga (“sleeve”) e a gastroenteroanastomose em Y de Roux (cirurgia de Capella ou by-pass gástrico).

23
Q

Como as cirurgias bariátricas agem para tratar a obesidade?

A

De 2 formas: restrição da acomodação gástrica (redução do estômago - saciedade precoce, que é o componente RESTRITIVO) e pela redução da absorção intestinal de nutrientes (componente DISABSORTIVO).

24
Q

Quais as indicações de cirurgia bariátrica no Brasil?

A

IMC ≥ 40, IMC ≥ 35 + pelo menos 1 das comorbidades listadas, falha no tratamento clínico após 2 anos e obesidade grave instalada há mais de 5 anos.
*Comorbidades:

25
Q

Quais as principais CI à cirurgia bariátrica?

A

Sd Prader-Willi e sd de Cushing (risco cirúrgico extremamente alto).

26
Q

Quais os procedimentos bariátricos endossados pelo CFM? Qual a de maior eficácia?

A

Banda gástrica ajustável, Y de Roux (maior eficácia), gastrectomia vertical (sleeve), Scopinaro e “switch” duodenal.

27
Q

Comente sobre a banda gástrica ajustável.

A

É puramente restritiva, colocando-se um anel de silicone no estômago superior, podendo ser ajustado por um dispositivo no subcutâneo para o grau de constrição gástrica. A desvantagem é que pode engordar por líquidos muito calóricos. 1/3 precisam de revisão cirúrgica ou remoção da banda pelas complicações.

28
Q

Qual o mecanismo do by-pass em Y de Roux?

A

Junta o mecanismo restritivo com o disabsortivo. Este pois perde-se parte do intestino absorvendo o alimento e também por redução na secreção de grelina pelo estômago (hormônio orexígeno secretado pelo fundo gástrico, região que não recebe mais alimentos) e aumento da liberação de GLP-1 (aceleram a chegada do alimento ao delgado).

29
Q

Qual a técnica cirúrgica do by-pass em Y de Roux?

A

Divide-se o estômago, ligando uma alça intestinal em Y de Roux no remanescente gástrico proximal de pequena capacidade. O delgado é seccionado a 40-50 cm do ângulo de Treitz. Cria-se uma alça cega com grande parte do estômago, duodeno e jejuno. O alimento passa pelo remanescente gástrico e ganha diretamente o jejuno, mas só recebe as secreções biliopancreáticas após a anastomose enteroentérica (completa o Y de Roux), quando a digestão e absorção se iniciam.

30
Q

Qual a conduta em um paciente com bypass em Y de Roux com quadro de obstrução intestinal aguda? Explique.

A

Nesses casos, a conduta é uma cirurgia de EMERGÊNCIA, pois, diferentemente da população geral, a principal causa de obstrução aqui não é brida, mas sim a hérnia de Petersen, uma hérnia INTERNA que envolve defeitos criados no meso pelo cirurgião para subir o intestino no estômago, não fechando adequadamente a região. A clínica e a radiologia é idêntica a uma obstrução por brida. Se não for operada logo, o estrangulamento da alça herniada é quase certo (catástrofe abdominal com necrose, perfuração, sepse e grande risco da Sd do intestino curto nos que são operados e conseguem sobreviver).
*A brida, no geral, apresenta tratamento conservador com hidratação, ATB e dieta zero).

31
Q

Quais as principais complicações do bypass em Y de Roux?

A

Perioperatórias: sangramentos (eg, lesão esplênica), lesões no TGI, acidentes com o grampeador.
Pós-op precoces: ISC, seroma, deiscência de sutura, peritonite, TEP, hérnia de Peterson.
Pós-op tardias: hérnia incisional, anemia ferropriva, má absorção de vitaminas, dumping, hérnia de Peterson.

32
Q

Quais as principais deficiências vitamínicas com o bypass em Y de Roux?

A

Ferro, B12 e cálcio. Ferro e cálcio são absorvidos principalmente no duodeno e jejuno proximal (região bypassada) e B12 ocorre pelo retardo na mistura com o fator intrínseco. Pode ocorrer também de B1, folato e ADEK.

33
Q

Quais as consequências da deficiência de B1?

A

Beriberi (neuropatia e acometimento cardíaco, com cardiomegalia, ICC, taquicardia e edema periférico), encefalopatia de Wernicke (tríade encefalopatia, disfunção oculomotora e ataxia da marcha), encefalopatia de Korsakoff (sd amnésica crônica secundária à encefalopatia de Wernicke) e sd de Leigh (encefalopatia subaguda necrosante com ataxia, disartria, distúrbios no movimento, arreflexia, atrofia e fraqueza muscular).

34
Q

Quais suplementações devem ser feitas nos pacientes submetidos ao bypass em Y de Roux?

A

Tiamina, vitamina K, biotina (B7), zinco, folato, cálcio (citrato de cálcio, pois o carbonato não é bem absorvido após essa cirurgia), vitamina D, ferro elementar e B12.

35
Q

Comente sobre a gastrectomia em manga.

A

Puramente restritiva, confeccionando-se um tubo gástrico vertical pela retirada da grande curvatura. Tende a piorar a DRGE.

36
Q

Comente sobre a cirurgia de Scopinaro.

A

Também chamada de derivação biliopancreática com gastrectomia distal, o delgado é seccionado em sua porção distal, deixando cerca de 2m de íleo terminal. Faz-se, então, uma hemigastrectomia horizontal e aquela alça de íleo é anastomosada no estômago remanescente (gastroileostomia). O grande segmento que sobrou (alça biliopancreática) é fechada proximalmente e a distal é anastomosada no íleo terminal. Isso faz com que apenas 50-100 cm do tubo digestivo consiga absorver nutrientes. A principal complicação é a desnutrição proteica.

37
Q

Comente sobre o switch duodenal.

A

Também chamada de cirurgia de Hess-Marceau, é uma derivação biliopancreática com desvio duodenal (switch). Diferentemente da Scopinaro, realiza-se uma gastrectomia em sleeve, sendo que o piloro e duodeno proximal são preservados. O resto é idêntico à Scopinaro. Tem menor chance de úlera gástrica que a Scopinaro (gastrite alcalina).

38
Q

Qual o uso do balão gástrico?

A

Pelo CFM: reduzir peso para supeobesos (> 50 de IMC).
Pela ANVISA: IMC > 27.
*É um procedimento com altos índices de falha, porém é endoscópico.