DM - Complicações Macro e Microvasculares Flashcards
Quais as complicações microvasculares da DM?
Nefropatia, retinopatia e neuropatia.
Quando devo rastrear as complicações microvasculares?
SEMPRE: rim, nervo e retina.
- DM1: 5 anos após dx.
- DM2: no momento do dx.
Qual a fisiopatologia das complicações microvasculares?
Não está bem esclarecida, mas uma das hipóteses é a glicosilação não enzimática irreversível de fatores proteicos formando os AGEs (produtos finais de glicosilação avançada), que podem se ligar ao colágeno dos vasos (lesão endotelial - fragilidade e obstrução por microtrombos microvasculares).
Qual a prevalência da retinopatia diabética (RD)?
Está presente em quase 100% dos DM 1 após 20 anos e em 60% dos DM 2 após esse mesmo período.
Como fazer o rastreio da RD?
Fundoscopia anual.
Quais os tipos de RD?
RD não proliferativa (mais frequente), proliferativa e maculopatia diabética.
Qual a fisiopatologia da RD?
A hiperglicemia contribui para a formação de zonas avasculares entre os capilares da retina e para os distúrbios de autorregulação da vasculatura retininana, que levam à hipóxia crônica da retina, contribuindo para a proliferação capilar.
Qual a alteração mais precoce da RD?
A formação dos microaneurismas.
Qual a evolução da RD não proliferativa?
Ocorre uma lesão inicial no endotélio da microvasculatura retininana, tornando a parede vascular frágil, formando-se microaneurismas (pequenos pontos vermelhos na fundoscopia). O aumento da permeabilidade vascular promove um exsudato duro. Com a progressão da doença, ha edema endotelial, descamação e obliteração do lúmen dos vasos. Pode haver hx intrarretininana em chama de vela pela rotura de vasos adjacentes a essa obstrução. Podem surgir manchas algodonosas (pontos de isquemia). A fragilidade venular leva à formação das veias em rosário.
Como está a visão do paciente na RD não proliferativa?
Inicialmente a visão está poupada, exceto se acometerem a mácula (maculopatia diabética).
Comente sobre a RD não proliferativa grave.
É também chamada de pré-proliferativa, ocorrendo múltiplas lesões isquêmicas na retina.
Qual a importância da RD proliferativa?
É a forma mais grave e ameaçadora da RD.
Qual a evolução da RD proliferativa?
A isquemia retiniana difusa e acentuada promove a liberação de fatores de crescimento vascular, promovendo angiogênese descontrolada. Esses neovasos podem se ancorar no humor vítreo e, com o passar dos anos, fibrosam e se retraem, promovendo descolamento da retina do tipo tração. Se ocorrer na mácula, promove amaurose. Esses neovasos também podem se romper e promover hx vítrea, podendo promover perda da visão. Outra forma é o glaucoma agudo - Ou seja, a RD proliferativa promove amaurose de 3 formas: descolamento de retina, hx vítrea e glaucoma agudo.
Comente sobre a maculopatia diabética.
É o edema vascular reversível, causa mais comum de sintoma visual no diabético, sendo a principal causa de perda da visão central em diabéticos.
Quais os FR da RD?
Mau controle glicêmico (p), HAS, insulinoterapia, tempo de evolução da DM (p), presença de nefropatia diabética, puberdade, gravidez e dislipidemia. Locais: uveíte, glaucoma, miopia, etc.
Como fazer a triagem da RD e como tratar?
Fundoscopia após 5 anos na DM 1 e no dx da DM 2, repetindo anualmente para os sem retinopatia e semestralmente, no mínimo, para os com retinopatia.
Tratamento: controle glicêmico e de HAS (reduz incidência e progressão da RD), fotocoagulação a laser
Como a nefropatia diabética (ND) se apresenta?
Por proteinúria no EAS ou > 300 mg na urina de 24h.
Como rastrear a nefropatia diabética?
Albuminúria e creatinina plasmática anuais.
Qual a importância da ND?
Principal causa de DRC no mundo e 2a maior (após a HAS) no Brasil.
Qual a histopatologia da ND?
Glomeruloesclerose difusa ou focal (lesão de Kimmelstiel-Wilson), expansão mesangial e espessamento da membrana basal glomerular.
Quais as fases evolutivas da ND?
Hipertrofia e hiperfiltração glomerular (pela hiperglicemia), espessamento da MBG e expansão mesangial, microalbumin´ruai, nefropatia manifesta (proteinúria franca), IR progressiva e DRFT.
O que é a microalbuminúria e qual seu mecanismo?
Albuminúria entre 30-300 mg/24h (é uma nefropatia incipiente). Também pode ser quantificada por amostra isolada pela relação albumina/creatinina (> 30 mcg/mg ou mg/g). Ocorre por perda da barreira de carga na MBG pelo acúmulo de cargas positivas pela hiperglicemia persistente.
Qual a evolução da microalbuminúria?
Evolui para a macroalbuminúria (> 300 mg/24h), se associado, então, à redução gradativa da TFG.