Hipertireoidismo Flashcards

1
Q

Qual a diferença entre hipertireoidismo e tireotoxicose?

A

Hipertir: hiperfunção da tireoide, podendo ser primário ou secundário/terciário. Pode levar à tireotoxicose.
Tireotoxicose: qualquer estado clínico resultante do excesso de hormônios tireoidianos. A maioria é causado por hipertireoidismo, porém pode ocorrer em função normal ou diminuída da tireoide, como a tireotoxicose factícia (uso abusivo do hormônio exógeno), tireoidites (a lesão da tireoide libera muito hormônio armazenado nos coloides tireoidianos) e produção ectópica dos hormônios.

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2
Q

Qual a principal causa de tireotoxicose? Exemplifique outras.

A

Com hiper: a doença de Graves (até 90% dos casos de tireotoxicose). Outras: bócio multinodular tóxico (BMT), adenoma tóxico (doença de Plummer).
Sem hiper: tireoidites, exógena.

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3
Q

Como diferenciar a tireotoxicose com hiper e sem hiper?

A

Através do índice de captação do iodo radioativo (RAIU - dou o iodo radioativo, aguardo 24h e depois analiso como a tireoide captou o iodo através de uma cintilografia): o normal é 5-30% de captação. Se tiver hipertireoidismo, será de 35-95%. Se não tiver hiper, estará < 5%.

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4
Q

Qual outro nome da doença de Graves (DG)?

A

Bócio difuso tóxico.

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5
Q

O que é a DG? Qual a característica da doença?

A

É uma doença autoimune idiopática em que há uma síntese e secreção excessivas dos hormônios tireoidianos.

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6
Q

Quais os achados típicos da DG?

A

Bócio difuso, oftalmopatia, dermopatia (mixedema pré-tibial) e acropatia.

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7
Q

Qual a epidemiologia da DG?

A

Mulheres (9:1), 20-50 anos (mas pode afetar qualquer faixa etária). Existe um importante componente familiar na doença.

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8
Q

Qual a patogenia da DG?

A

Há a produção de auto-Ac “contra” receptores de TSH na tireoide, que são capazes de produzir um aumento na função e no volume da glândula (atuam como se fossem uma molécula de TSH, estimulando a tireoide). Essa Ig é chamada de Ig estimuladora da tireoide ou Ac antirreceptor de TSH estimulante (TRAb). As manifestações extra-tireoidianas da DG podem ser explicadas pela presença de antígenos de membrana semelhantes ao receptor de TSH, havendo estimulação dessas células pelo TRAb, o que determina hiperfunção delas e as manifestações.

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9
Q

Qual é um marcador universal de doença tireoidiana auto-imune? Explique.

A

O anti-TPO, estando presente em 95% dos casos de Hashimoto e 80% dos casos de DG.

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10
Q

Como a função da tireoide pode se alterar na tireoidite autoimune?

A

Existem diversos auto-Ac que atuam na tireoide, podendo estimulá-la ou bloqueá-la. Isso faz com que o quadro do paciente possa se alternar entre hiper e hipotir, a depender do tipo de Ac que está sendo mais produzido no momento.

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11
Q

Qual a importância do TRAb na DG?

A

Está presente em até 100% dos casos da DG não tratada. Com o tto, seus títulos caem, e o retorno de sua elevação pode indicar recorrência da doença. É interessante comentar que, após o tratamento, pode haver predominância dos Ac bloqueadores (contexto da tireoidite autoimune) e haver um hipotireoidismo.

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12
Q

Quais doenças podem estar associadas à DG?

A

Outras desordens auto-imunes, como DM 1, Addison, miastenia gravis, hepatite crônica, anemia perniciosa, AR, Sjogren, LES e vitiligo.

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13
Q

Como é a patologia da tireoide na DG?

A

Está difusamente aumentada, macia e lisa, cápsula intacta, havendo superpopulação de células foliculares (protrusão em forma de papila para o coloide), além de aumento do tecido linfoide no estroma.

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14
Q

Quais as consequências orgânicas da tireotoxicose?

A

Pode promover degeneração do MEE, hipertrofia cardíaca, necrose hemática focal, centrollobular, diminuição da DMO e queda de cabelos.

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15
Q

O que é o mixedema pré-tibial?

A

É a deposição de mucopolissacarídeos (como ocorre de forma retro-orbital) e infiltração linfocitária na região pré-tibial.

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16
Q

Quais os FR para DG?

A

Genética, infecção (incerto), estresse, mulheres, gravidez, iodo e medicações e radiação.

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17
Q

Qual a relação da DG com a gravidez?

A

Sua presença na gravidez é incomum, pois a DG está associada à redução da fertilidade, porém, uma vez grávidas, há maior risco de DG. A DG na gravidez aumenta o risco de abortamento e complicações da gravidez. A gravidez, por ser um estado de IMSP fisiológico, melhora a doença.

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18
Q

Quais as manifestações clínicas da tireotoxicose?

A

Quadro de longa data de insônia, cansaço extremo, agitação psicomotora, incapacidade de concentração, nervosismo, dificuldade de controlar emoções, agressividade, sudorese excessiva, intolerância ao calor, hiperdefecação e ameno/oligorreia. Além disso há perda ponderal (apesar da polifagia do quadro) ou ganho ponderal (pela polifagia). Pode descompensar uma DCA (angina pectoris).

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19
Q

Qual o EF da tireotoxicose?

A

Pele quente e úmida, tremor fino e sustentado das extremidades superiores, queda de cabelos, retração palpebral, olhar fixo e brilhante, piscar frequente, esclera visível entre a íris e a pálpebra. HAS, PP alargada (maior diferença entre a PAS e a PAD - PA divergente), taqui sinusal, sopro sistólico inocente, B3 fisiológica, FA. Pode haver cardiomiopatia dilatada. Pode haver ainda miopatia (fraqueza e atrofia muscular), desmineralização óssea, hipercalcemia (20% dos casos), hipercalciúria (comum) e elevação da FA. Em casos graves: hepatomegalia com disfunção hepática e icterícia e esplenomegalia. Fácies Basedowiana. Pode estar presente o sinal de lid lag (atraso da pálpebra em relação ao olho ao olhar o movimento do dedo para baixo).

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20
Q

Por que ocorre PA divergente na tireotoxicose?

A

Pois a tireotoxicose promove aumento do n° de receptores beta-adrenérgicos no organismo, determinando cronotropisno e inotropismo positivos no coração e vasodilatação (beta-2), aumentando a PAS e diminuindo a PAD, respectivamente.

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21
Q

O que é o hipertireoidismo apatético?

A

É a tireotoxicose que acomete alguns idosos, em que as manifestações adrenérgicas (agitação, nervosismo, etc) não estão presentes, havendo, no lugar, as CV (FA, taqui sinusal, angina pectoris), astenia, fraqueza muscular e depressão. Um exemplo é o idoso que entra no PA com FA e um AE normal ao eco.

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22
Q

Qual o QC da DG?

A

Bócio difuso e simétrico, podendo haver sopro e frêmito sobre a glândula (aumento da vascularização local - característico da DG), oftalmopatia infiltrativa (em qualquer momento e independente do hipertir - exoftalmia, olhar fixo, retração palpebral, edema periorbitário, hiperemia conjuntival, oftalmoplegia - pode haver até compressão do n. óptico por edema), dermatopatia (5%, mixedema pré-tibial - espessamento da pele por acúmulo de GAGs, casca de laranja, violáceo - pode ocorrer também na face, cotovelos e dorso das mões) e acropaquia (baqueteamento digital - 1% - grande relação com a dermopatia - procurar essa associação).

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23
Q

Quais possíveis causas de exoftalmia unilateral?

A

DG (10% dos casos de DG), aneurismas de carótida interna, tumores oculares, etc.

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24
Q

Quais exames oftalmológicos são importantes na exoftalmia?

A

Questionar sobre areia nos olhos, fotofobia, lacrimejamento e testar mobilidade ocular extrínseca.

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25
Q

O que é o lagoftalmo?

A

É o paciente com exoftalmia tão intensa que impede ele de fechar os olhos durante o sono.

26
Q

Qual fator classicamente piora a oftalmopatia na DG?

A

O tabagismo!!!

27
Q

Quais as alterações laboratoriais da DG?

A

Tireoidianas: TSH reduzido, elevação do T3, T4, T4L e T3L (se apenas TSH suprimido = hipertir subclínico).
Hematológicos e bioquímicos: leucopenia (comum), hipercalciúria, hipercalcemia (ocasionais), hiperbrb (graves), aumento de transaminases, FA e GGT. Pode haver anemia n/n.
Ac: anti-TPO, TRAb.

28
Q

Como dx hipertireoidismo?

A

TSH suprimido + T4L aumentado.

  • Pode ser feito de forma CLÍNICA no contexto dos labs acima: QC compatível de tireotoxicose + bócio difuso com sopro e/ou frêmito. Outra forma: tireotoxicose + oftalmopatia de Graves.
  • *Se dúvida: RAIU e anticorpos.
29
Q

Quais doenças podem dificultar o dx de hipertir e por quê?

A

Doenças sistêmicas, como hepatopatias crônicas e infecções arrastadas, pois promovem redução na conversão periférica de T4L em T3L, podendo até mesmo haver supressão do TSH (em quadros mais graves), sem necessariamente haver um hipertireoidismo.

30
Q

Quais outros exames podem auxiliar no dx de hipertir?

A

A captação do iodo radioativo em 24h (RAIU).

31
Q

Explique o RAIU.

A

É a captação do iodo radioativo, em que haverá uma captação excessiva nas células hiperfuncionantes. É importante para diferenciação de DG com tireoidites subagudas (captação desprezível nesses casos) e com Hashitoxicose (tireotoxicose por destruição intensa da glândula por exacerbação de Hashimoto).

32
Q

Qual a importância da presença de um nódulo tireoidiano no paciente com DG? Como devo me portar nesses casos?

A

A DG NÃO ESTÁ ASSOCIADA A NÓDULOS!!! Ou seja, devo investigar como um nódulo solitário a esclarecer (2 doenças presentes). Se a captação do nódulo não ocorrer (nódulo frio), devo fazer a PAAF (risco 20% de câncer). Se ocorrer (quente), não preciso puncionar (risco baixíssimo de câncer - 1%).

33
Q

Qual o px da DG?

A

Curso prolongado de exacerbações e remissões. Metade dos pacientes torna-se hipotireoideo em 20-30 anos da doença por destruição imunológica da glândula.

34
Q

Qual o tto da DG?

A

BB (propranolol ou atenolol - efeito sobre as manifestações adrenérgicas e o propranolol inibe conversão de T4 em T3), antitireoidianos (tionamidas - propitiouracil que inibe TPO e desiodase 1, metimazol que inibe TPO - escolha. Outros: iodeto, lítio, dexametasona), radioablação (insucesso terapêutico ou efeitos colaterais/alergia a drogas; CI: gravidez e AM, oftalmopatia mod/grave - piora com radioiodo - e bócio volumoso > 50 mL) e cirúrgico (subtotal ou total).

35
Q

Como deve ser feito o seguimento do paciente com DG?

A

Monitorização da função tireoidiana pelo T4L (pois o TSH pode levar meses para normalizar). Após atingir o alvo de T4L, devo reduzir a dose das tionamidas, avaliando, então, a cada 3m a função tireoidiana. O bócio pode ou não reduzir com o tratamento.

36
Q

O que é a estratégia de bloqueio e reposição?

A

É administrar tionamida + levotiroxina para o paciente com DG, pois a tionamida pode promover um estado de hipotireoidismo, sendo corrigido com a levotiroxina.

37
Q

Qual a duração do tto medicamentoso da DG?

A

Cerca de 1-2 anos, porém com altas procentagens de recorrência (supressão do TSH).

38
Q

Quais os efeitos colaterais das tionamidas?

A

Mais frequentes nos 1os 6m do tratamento. Rash, prurido, artralgia, alopecia, perda do paladar, GI, sialoadenite. Graves: hepatite medicamentosa, agranulocitose (neutro < 500), leucopenia, trombocitopenia.
*Devo suspender a droga caso febre ou amigdalite, pois é uma das primerias manifestações da agranulocitose.

39
Q

Quais as complicações possíveis da tireoidectomia?

A

Paralisía do n. laríngeo recorrente, hipotireoidismo permanence, hipoparatireoidismo (lesão inadvertida de paratireoide - hipocalcemia).
Mais temida: hematoma cervical (possibilidade de compressão e infiltração das cordas vocais, podendo evoluir para edema de glote) - insuficiência respiratória.
Mais grave: lesão bilateral do laringeo recorrente - insuficiência respiratória.
Mais comum: hipoparatireoidismo transitório, pois os ramos dos vasos para paratir saem da tir, promovendo isquemia delas pela ligação das tireoidianas - hipocalcemia (20% dos que fazem hipopara).

40
Q

Qual um ddx importante do hipertir por DG na gestação?

A

A mola hidatiforme.

41
Q

Qual o QC do hipertireoidismo na infância?

A

Bócio, taqui sinusal, déficit de atenção, perda de peso, diarreia, aceleração do crescimento e da idade óssea, poliúria, polidipsia e oftalmopatia.

42
Q

O que é a crise tireotóxica?

A

É uma tempestade tireoidiana causada por uma exacerbação do hipertir, pondo em risco a vida do paciente. É uma condição de altíssima mortalidade (30% mesmo com tratamento).

43
Q

Quais os principais fatores precipitantes da crise tireotóxica?

A

Infecção (p), cirurgia (sem preparo), radioablação, trauma, tratamento inadequado do hipertir, amiodarona (induz o efeito de Jod-Basedow) e factícia.

44
Q

Qual o QC da crise tireotóxica?

A

Tireotoxicose exacerbada: confusão, delirium, agitação, psicose, podendo evoluir para coma (manifestações neurológicas são as mais importantes na crise tireotóxica), febre elevada, IC de alto débito, PA divergente, taquicardia acentuada, FA, icterícia, etc.
*Geralmente ocorre em mulheres que já tinham DG há anos porém com tratamento irregular.

45
Q

Qual o tratamento da crise tireotóxica? Dx?

A

UTI + tratar precipitante + propitiouracil (mais potente que o metimazol) + iodo (induz Wolff-Chaikoff) + propranolol + dexametasona. Objetivo: diminuir a conversão periférica de T4 em T3 pela desiodase 1.
*Dx: febre + disfunção de SNC + cardíaca + GI, somando pontos - escala de Burch-Wartofsky.

46
Q

Comente sobre o bócio multinodular tóxico.

A

Bócio com múltiplos nódulos AUTÔNOMOS e HIPERFUNCIONANTES, mais comum em idosas, 2a maior causa de hipertir, quase nunca com oftalmopatia, QC de tireotoxicose (arritmias, ICC, etc) + bócio (pode fazer disfagia, dispneia, sinal de Pemberton), TSH suprimido + T4L e T3L elevados (T3L&raquo_space;> T4L), dx por cintilografia tireoidiana (padrão de múltiplos nódulos de captação variável - nódulos quentes), tto com cirurgia (antes é necessário preparo com tionamidas e BB) ou radioablação.

  • O bócio multinodular pode ser atóxico ou tóxico (hipertir 1ário). O BMT é a evolução natural do BMA.
  • *Sinal de Pemberton: paciente eleva os MMSS e fica com rubor facial por compressão do retorno venoso pelo bócio. Além disso, há distensão jugular.
47
Q

Comente sobre o adenoma tóxico (doença de Plummer).

A

É um nódulo tireoidiano autônomo e hiperfuncionante, produzindo excesso de hormônios tireoidianos, QC (e lab) de nódulo solitário + tireotoxicose com hipertir 1ário, dx com cintilografia (nódulo hipercaptante - quente - e o resto da gl com captação reduzida pelo TSH suprimido), tto com tionamidas, radioiodo ou cirurgia/tireoidectomia parcial (estes 2 os mais empregados).
*Geralmente esse nódulo, para produzir tireotoxicose, ele já é > 3 cm (já vejo no EF).

48
Q

Comente sobre o hipertir 2ário.

A

É causado por aumento do TSH por adenoma hipofisário hipersecretor ou sd de secreção inapropriada de TSH (rara causa de hipertir), QC de bócio + hipertir, podendo comprimir quiasma óptico (cefaleia, defeito na campimetria), dx com T4L alto + TSH normal/alto, TC para ver o tumor, tratamento com tionamidas + ressecção tumoral por cx transesfenoidal.

49
Q

Como a mola hidatiforme pode promover hipertir?

A

Esse tumor secreta grande quantidade de hCG, que possui uma subunidade semelhante à subunidade alfa do TSH, agindo de forma semelhante e estimulando a tireoide em excesso (pelos altos níveis de hCG).

50
Q

Explique a tireotoxicose sem hipertir.

A

Ocorre por liberação hormonal por destruição da glândula ou por outra fonte (exógena ou tumor ovariano), suprimindo o TSH e havendo hipofunção da tireoide (captação de radioiodo nula ou baixa):

1) Tireoidites: a destruição libera o conteúdo dos coloides. Há elevação das tireoglobulinas. RAIU < 5% + aumento do VHS + aumento de tireoglobulinas (ou normal).
2) Factícia: hormônio exógeno, sem bócio ou oftalmopatia. RAIU < 5% + VHS baixa + baixa tireoglobulina.
3) Struma ovarii: teratoma ovariano com tecido tireoideo que secreta T3 e T4.

51
Q

Como dx a DG?

A

Clínica + laboratório. Os exames de imagem podem auxiliar.
Lab: possibilidades: TSH baixo e T4L alto = hipertir clássico; TSH baixo, T4L normal e T3L aumentado = T3toxicose; TSH baixo, T4Ln e T3Ln = hipertir subclínico.
Imagem: sem nódulos = DG (provavelmente); com nódulos (cintilografia pela possibilidade de ser produção difusa ou focal).
*O TRAb deve ser solicitado apenas em dúvida da clínica. Se positivo, DG, se negativo, outras causas de hipertir.

52
Q

Qual a importância da cintilografia na investigação do hipertir?

A

DG capta a gl como um todo. Doença de Plummer veria apenas o nódulo. BMT são várias hipercaptações multinodulares.

53
Q

Qual a conduta no hipertir subclínico?

A

A princípio, eu não trato. Tratar qando > 65 anos + TSH < 0,1 (muito suprimido). Tratar com MMZ ou PTU.

54
Q

Quando fazer propiltiouracil na DG?

A

Gestação no 1° tri e na crise tireotóxica.

55
Q

Como fazer o preparo cirúrgico para tireoidectomia?

A

Na DG pode haver uma crise adrenérgica durante a cirurgia, piorand o px da cirurgia, facilitando a manipulação da glândula. DAT por 4-6 semanas (diminuir o risco de crise tireotóxica) e, após 6s, lugol (iodo) por 10 dias (reduz risco de sangramento e promove hipotir).

56
Q

Como o excesso de iodo atua na função tireoidiana?

A

O iodo em excesso, após adm das DATs, promove bloqueio na produção dos hormônios, promovendo um hipotireoidismo (efeito de Wolff-Chaikoff)

57
Q

Explique os efeitos do iodo na tireoide.

A

Apesar de quanto mais iodo eu fornecer para a tireoide, maior a produção de hormônios tireoidianos. Porém, após determinado limite, a glândula diminui a produção de hormônio tireoidano quanto mais iodo for fornecido, promovendo um hipotireoidismo. Esse primeiro momento é o efeito de Jod-Basedow e o segundo é o de Wolff-Chaikoff.

58
Q

Quando pode ocorrer o efeito de Jod-Basedow?

A

Áreas de carência de iodo em que esse paciente recebe muito iodo (mudou de região ou ingeriu iodo ou ingeriu uma medicação que aumenta o iodo), a produção é extremamente exacerbada .

59
Q

Quais os tipos de cirurgia realizadas na tireoide?

A

Nodulectomia: não é feito mais pois sangra muito.
T. parcial (lobectomia): lobecto + ístmo. Geralmente para nódulo unilateral.
T. total: menor recorrência e maior risco de complicação.
T. subtotal: mantém 1-2g da tireoide bilateral (poupa laringeo recorrente).
T. quase total: mantém 1-2g da tireoide contralateral (poupa laringeo recorrente contralateral).

60
Q

Como investigar hipocalcemia por hipopara?

A

Sinal de Chvostek: percussões no arco zigomático e o paciente apresenta contrações faciais do m. labial (estímulo ao nervo facial).
Sinal de Trousseau: esfigmo com 20 mmHg acima da PAS por 3 minutos. A mão do paciente apresenta espasmo carpo-pedal (“mão em garra”).