DM - Complicações Agudas Flashcards

1
Q

Quais as principais complicações agudas do diabético?

A

Hipoglicemia, CAD, estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico e cetoacidose alcoólica.

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2
Q

Qual a complicação mais frequente no tratamento da DM? Qual a importância dela?

A

A hipoglicemia, sendo a causa mais comum de coma nesses pacientes.

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3
Q

Por que ocorre a hipoglicemia no diabético?

A

Por pacientes sabidamente diabéticos que deixam de se alimentar regularmente, abusam de insulina ou se submetem a algum exercício físico immprevisto.

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4
Q

Qual a classificação da hipoglicemia (ADA)?

A

Grave: requer assistência de outra pessoa para administração de carboidrato ou glucagon (a neuroglicopenia é suficiente para causar convulsão, alteração comportamental e coma).
Sintomática documentada: evento com sintomas e glicemia < 70.
Assintomática: sem sintomas com glicemia < 70.
Sintomática provável: sintomas mas sem confirmação por glicemia.
Relativa: sintomas de hipo mas com glicemia > 70 (paciente com controle glicêmico inadequado e com queda brusca da glicemia).

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5
Q

Quais os FR para hipoglicemia em diabéticos?

A

Omissão/atraso das refeições (p), sobredose de insulina ou hipoglicemiante oral, excesso de álcool, variação na absorção de insulina, exercícios prolongados, drogas que prejudicam o reconhecimento da hipo, DRC, hipotir, sd disabsortivas.

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6
Q

Qual o manejo de um paciente com suspeita de hipoglicemia grave?

A

Adm 25-50g de glicose EV imediatamente e colher a glicemia. Se suspeita de alcoolismo, fazer uma dose IM de B1 (tiamina) antes da glicose, para prevenir a sd de Wernicke.

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7
Q

Quando é mais comum ocorrer a CAD?

A

No DM 1.

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8
Q

Quais os achados típicos da CAD?

A

Hiperglicemia, cetonemia e acidose metabólica ânion-gap elevado.

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9
Q

É comum ocorrer CAD na DM 2?

A

Não, sendo que quando ocorre geralmente está associado a eventos de estresse, como infecções graves e sepse.

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10
Q

Qual a patogenia da CAD?

A

É uma exacerbação das reações que ocorrem no jejum, pois, como no paciente com DM 1 há a deficiência completa de insulina, os hormônios contrarreguladores permanecem persistentemente promovendo lipólise (em que os AGs serão convertidos com corpos cetônicos no fígado), proteílise (catabolismo muscular para gliconeogênese) e glicogenólise. Isso culmina em hiperglicemia (gliconeogênese hepática), cetonemia (beta-hidroxibutirato, acetoacetato e acetona - esta é eliminada na respiração = hálito cetônico), acidemia (excesso de cetoácidos) e DHE (elevação da osmolaridade sérica - passagem de líquido do intra para o extracelular, carreando eletrólitos, como o K+. Com isso, há perda desses eletrólitos pela urina pela poliúria osmótica da hiperglicemia).

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11
Q

Podemos usar a cetonúria como parâmetro para cetonemia?

A

NÃO!!! Isso pois o dipstick que detecta corpos cetônicos (CC) só detecta o acetoacetato, e inicialmente esse composto, na CAD, não está tão elevado pelo predomínio de beta-hidroxibutirato, fazendo com que o paciente tenha cetonúria normal pelo EAS porém, após o tratamento da CAD, pela conversão do beta-hidroxibutirato em acetoacetato, seja evidenciada a cetonúria.

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12
Q

Qual a relação do K e fosfato na CAD?

A

É uma relação paradoxal, pois apesar de sua grande pela pela urina pela poliúria osmótica, seus níveis séricos geralmente estão normais ou até mesmo elevados. Isso pois a depleção de insulina promove saída de K+ das células, a hiperosmolaridade extrai água e K+ das células e a acidemia promove troca de H+ por K+ com a célula. Isso faz com que, com o tratamento da CAD, seja evidenciada essa espoliação de K+, mesmo que seus níveis estejam elevados.

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13
Q

Qual a gênese da CAD?

A

Em 40% dos casos o fator precipitante é uma infecção (pnm, ITU, GECA). Outras: libação alcoólica, uso de doses inadequadamente baixas de insulina, gestação, IAM (principalmente em idosos!!!), medicações (GCs, tiazídicos, BB, simpatomiméticos, antipsicóticos atípicoz, como a clozapina e olanzapina).

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14
Q

Qual o QC da CAD?

A

Poliúria, polidipsia, polifagia, astenia e perda ponderal, náuseas e vômitos (por gastroparesia - contribuem para espoliar o paciente), dor abdominal (atrito entre os folhetos do peritôneo desidratado e por distensão e estase gástrica - pode simular abdome cirúrgico), desidratação, taquicardia, hiperventilação (Kussmaul - rápida e profunda), hálito cetônico (“maçã podre”), alterações do NC, coma.

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15
Q

Qual o laboratório da CAD?

A

Leucocitose É REGRA (com ou sem desvio!!! Isso por intensa liberação de GC), calemia variável, Ur e Cr elevadas (desidratação - IRA pré-renal), hiponatremia (dilucional - 100 de glicemia para 1,6 de Na), pseudo-hiponatremia (hiperTGC pela intensa lipólise - falseia a natremia).

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16
Q

Como dx a CAD?

A

Critérios da ADA:

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17
Q

Qual o objetivo do tto da CAD?

A

Reestabelecer a volemia (!!!), resulver a cetoacidose e corrigir os DHE.

18
Q

Qual o tto da CAD?

A

REPOSIÇÃO VOLÊMICA VIGOROSA + insulinoterapia + reposição de K+ e fosfato.

19
Q

Como deve ser a reposição volêmica na CAD?

A

Deve ser prontamente iniciada (maior impacto no tratamento da CAD) com SF 0,9% 1000 mL na primeira hora (crianças e adolescentes - 20 ml/kg). Após 1h, dosar o Na e, se normal ou elevado, manter infusão com SF 0,45% e se baixo com SF 0,9%, repondo 4-14 ml/kg/h (200-800 ml/h). Quando glicemia de 250, repor fluidos com SG 5% e SF 0,45% para prevenir hipoglicemia e edema cerebral (pela queda rápida da osmolaridade). A glicemia deve ser mantida entre 150-200 até que a CAD se resolva.

20
Q

Como deve ser a insulinoterapia na CAD?

A

Só deve ser iniciada após a reposição volêmica inicial, pois pode agravar a hipovolemia e precipitar choque hipovolêmico (captação de glicose pela célula, espoliando mais ainda o intravascular). Deve-se fazer uma dose de ataque de insulina regular EV 0,1-0,15 U/kg e depois fazer infusão contínua de 0,1 U/kg (objetivo: queda média de 50-75 mg/dl/h da glicemia - caso não ocorra, dobrar a dose de infusão). Não baixar mais que isso pelo alto risco de edema cerebral e hipoglicemia. Quando glicemia ≤ 200-250, reduzir a infusão para 0,02-0,05 U/kg/h e adicionar SG 5% à hidratação.
*NÃO FAZER INSULINOTERAPIA SE K+ < 3,3!!!

21
Q

Por quanto tempo manter a insulinoterapia na CAD?

A

Manter por quanto durar a cetonúria ou até a normalização do pH e bic, passando-se, então, para SC.

22
Q

Quais os critérios de resolução da CAD?

A

Glicemia < 200, pH > 7,3, bic > 15 e AG < 12 (pelo menos 2 desses 3 últimos).

23
Q

Qual a conduta após resolução da CAD?

A

Pode-se liberar a dieta e iniciar a insulina SC conforme a glicemia capilar a cada 3-4h. Porém, a insulina EV só será suspensa após 1-2h de insulina SC.

24
Q

Como deve ser a reposição de K+ na CAD?

A

K+ < 3,3: repor 40 mEqs de K+.
K+ entre 3,3-5: 20-30 mEqs por soro.
K+ ≥ 5: não administrar K+, mas checá-lo de 2/2h.
*KCl 10%: 1 ml = 1,3 mEqs. KCl 19%: 1 ml = 2,5 mEqs.
**Se K > 5,2, não repor K e posso fazer insulina. Se K entre 3,3-5,2 eu reponho K e insulina. Se < 3,3, repor K e adiar insulina.

25
Q

Quando devo repor bic na CAD?

A

Apenas quando pH < 6,9, usando-se 100 mEq/L de bicarbonato de sódio diluído em 400 mL de água destilada e com 20 mEq de KCl EV em duas horas (se K+ < 5,3).

26
Q

Quais possíveis complicações da administração de bic?

A

Hipocalemia, arritmias cardíacas, sobrecarga de sódio, diminuição da oferta de O2 tissular pela maior afinindade da Hb pelo O2, acidose liquórica paradoxal.

27
Q

Quais as complicações da CAD?

A

Da doença: infecção, hiperTGC grave (> 1000) e pancreatite aguda.
Do tratamento: edema cerebral, SDRA, acidose metabólica hiperclorêmica, mucormicose e trombose vascular.

28
Q

Como o tratamento da CAD promove edema cerebral e quais suas manifestações?

A

O estado hiperosmolar da CAD faz com que os neurônios passem a captar mais solutos, aumentando sua osmolaridade celular a fim de evitar a desidratação. Com o tratamento da CAD, a rápida queda na osmolaridade (especialmente quando a queda da glicemia é > 100 mg/dl/h) promove influxo de água para os neurônios, promovendo o edema cerebral. Ocorre piora do NC, cefaleia súbita e forte, vômitos, agitação, desorientação, HIC, oftalmoplegia, etc.

29
Q

Como dx o edema cerebral e qual a conduta?

A

O dx é confirmado pela TC de crânio e a terapia consiste no suporte da depressão respiratória (manitol e VM) e na lentificação da correção do DHE.

30
Q

Como o tratamento da CAD pode promover SDRA?

A

A reposição volêmica da CAD irá, de forma bastante frequente, alterar a função de troca gasosa pulmonar, porém isso raramente trará repercussões clínicas. No entanto, alguns pacientes podem desenvolver a SDRA por queda na pressão coloidosmótica intravascular, promovendo fuga de líquido e ptn para o interstício e alvéolo.

31
Q

Como o tratamento da CAD pode promover acidose metabólica hiperclorêmica?

A

Com a correção da CAD, os cetoânios são usados para produzirem bic no fígado, porém uma grande quantidade de Cl- está sendo fornecida para ele pela ressuscitação volêmica. Desaparecerá em poucos dias.

32
Q

Qual a relação da CAD com a mucormicose? Quais as manifestações e a conduta?

A

É uma micose causada por fungos Rhizopus ou Mucor (fungo negro) que invadem o septo nasal e palato e atingem o seio cavernoso e cérebro, promovendo necrose da face e tecidos acometidos. É uma forma rinocerebral da mucormicose, havendo secreção enegrecida pelo nariz. A terapia é com anfoB e cx para desbridamento.

33
Q

Qual a relação da CAD com a trombose vascular?

A

A CAD promove desidratação importante, promovendo aumento da viscosidade sanguínea e coagulabilidade do sangue, favorecendo a trombose venosa e arteiral.

34
Q

O que é o estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico (EHHNC)?

A

É uma descompensação TÍPICA do DM 2.

35
Q

O que é necessário para ocorrer o EHHNC?

A

Hiperglicemia e ingesta de líquidos inadequadamente baixa.

36
Q

Qual o principal fator desencadeante do EHHNC?

A

A infecção (principalmente pnm e ITU). Outros: IAM, AVE, vômitos/diarreias, endocrinopatias.

37
Q

Qual a patogenia do EHHNC?

A

É um progressivo aumento da osmolaridade plasmática consequente da hiperglicemia e hipernatremia sem elevação da osmolaridade celular, resultando em saída de líquido do intracelular para o extracelular. A diurese osmótica agrava a hiperosmolaridade. Isso só ocorre em hipovolemia persistente, pois a reidratação promove queda da osmolaridade e aumeneto da eliminação de glicose pelos rins (a desidratação faz uma IRA pré-renal, permitindo a hiperglicemia). Ou seja, só se desenvolve naqueles em que o mecanismo de sede está prejudicado (ou acesso a fluidos). Como há insulina, não há cetogênese e lipólise.

38
Q

Qual o QC do EHHNC?

A

Pode ser apenas a depressão do NC no paceinte idoso. Tipicamente há história de infecção. Pode haver sinais de desidratação, hipotensão e oligúria, distensão e dor abdominal com naúseas e vômitos (gastroparesia pela hiperosmolaridade). Coma profundo se osmolaridade > 325-350. Há a predisposição a fenômenos tromboembólicos pela hemoconcentração e hiperviscosidade.

39
Q

Como dx o EHHNC?

A

Glicose plasmática > 600, pH arterial < 7,3, bic > 18 e osmolaridade efetiva > 320.
*A diferenciação com CAD vem da cetonemia.

40
Q

Qual a conduta o EHHNC?

A

Reposição hídrica (SF 0,9% mesmo se hipernatremia) e, após reestabelecimento da volemia, iniciar a insulinoterapia regular em bomba de infusão (iniciar só após reestabelecimento da volemia para evitar o colapso vascular). Manter a glicemia > 250 nas primeiras 24h pelo risco de edema cerebral com velocidade de queda de 50-70 mg/dl/h. Devo repor K+ da mesma forma que na CAD. É MANDATÓRIO profilaxia de TEV com heparina SC em baixas doses.

41
Q

Comente sobre a cetoacidose alcoólica.

A

Não é exclusivo do diabético (pode ocorrer em dsnutridos, endocrinopatas ou mesmo sem patologias). O fator desencadeante é a ingestão do etanol. O acúmulo de álcool no organismo leva à depleção de NAD+, que é fundamental para a gliconeogênese. Com o esgotamento das reservas de glicogêno hepático, há queda da glicemia e insulinemia. Se ele não se alimentar, ocorrerá lipólise e cetonemia, porém com hipoglicemia, podendo levar a dano neurológico. Geralmente há alimentação inadequada por dias seguida de libação alcoólica. É um paciente com QC semelhante à hipoglicemia com acidose e quadro neurológico. O tratamento é com glicose em bolus _ reidratação venosa com cristaloide. Lembrar de administrar B1 antes da glicose.