DM - Complicações Agudas Flashcards
Quais as principais complicações agudas do diabético?
Hipoglicemia, CAD, estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico e cetoacidose alcoólica.
Qual a complicação mais frequente no tratamento da DM? Qual a importância dela?
A hipoglicemia, sendo a causa mais comum de coma nesses pacientes.
Por que ocorre a hipoglicemia no diabético?
Por pacientes sabidamente diabéticos que deixam de se alimentar regularmente, abusam de insulina ou se submetem a algum exercício físico immprevisto.
Qual a classificação da hipoglicemia (ADA)?
Grave: requer assistência de outra pessoa para administração de carboidrato ou glucagon (a neuroglicopenia é suficiente para causar convulsão, alteração comportamental e coma).
Sintomática documentada: evento com sintomas e glicemia < 70.
Assintomática: sem sintomas com glicemia < 70.
Sintomática provável: sintomas mas sem confirmação por glicemia.
Relativa: sintomas de hipo mas com glicemia > 70 (paciente com controle glicêmico inadequado e com queda brusca da glicemia).
Quais os FR para hipoglicemia em diabéticos?
Omissão/atraso das refeições (p), sobredose de insulina ou hipoglicemiante oral, excesso de álcool, variação na absorção de insulina, exercícios prolongados, drogas que prejudicam o reconhecimento da hipo, DRC, hipotir, sd disabsortivas.
Qual o manejo de um paciente com suspeita de hipoglicemia grave?
Adm 25-50g de glicose EV imediatamente e colher a glicemia. Se suspeita de alcoolismo, fazer uma dose IM de B1 (tiamina) antes da glicose, para prevenir a sd de Wernicke.
Quando é mais comum ocorrer a CAD?
No DM 1.
Quais os achados típicos da CAD?
Hiperglicemia, cetonemia e acidose metabólica ânion-gap elevado.
É comum ocorrer CAD na DM 2?
Não, sendo que quando ocorre geralmente está associado a eventos de estresse, como infecções graves e sepse.
Qual a patogenia da CAD?
É uma exacerbação das reações que ocorrem no jejum, pois, como no paciente com DM 1 há a deficiência completa de insulina, os hormônios contrarreguladores permanecem persistentemente promovendo lipólise (em que os AGs serão convertidos com corpos cetônicos no fígado), proteílise (catabolismo muscular para gliconeogênese) e glicogenólise. Isso culmina em hiperglicemia (gliconeogênese hepática), cetonemia (beta-hidroxibutirato, acetoacetato e acetona - esta é eliminada na respiração = hálito cetônico), acidemia (excesso de cetoácidos) e DHE (elevação da osmolaridade sérica - passagem de líquido do intra para o extracelular, carreando eletrólitos, como o K+. Com isso, há perda desses eletrólitos pela urina pela poliúria osmótica da hiperglicemia).
Podemos usar a cetonúria como parâmetro para cetonemia?
NÃO!!! Isso pois o dipstick que detecta corpos cetônicos (CC) só detecta o acetoacetato, e inicialmente esse composto, na CAD, não está tão elevado pelo predomínio de beta-hidroxibutirato, fazendo com que o paciente tenha cetonúria normal pelo EAS porém, após o tratamento da CAD, pela conversão do beta-hidroxibutirato em acetoacetato, seja evidenciada a cetonúria.
Qual a relação do K e fosfato na CAD?
É uma relação paradoxal, pois apesar de sua grande pela pela urina pela poliúria osmótica, seus níveis séricos geralmente estão normais ou até mesmo elevados. Isso pois a depleção de insulina promove saída de K+ das células, a hiperosmolaridade extrai água e K+ das células e a acidemia promove troca de H+ por K+ com a célula. Isso faz com que, com o tratamento da CAD, seja evidenciada essa espoliação de K+, mesmo que seus níveis estejam elevados.
Qual a gênese da CAD?
Em 40% dos casos o fator precipitante é uma infecção (pnm, ITU, GECA). Outras: libação alcoólica, uso de doses inadequadamente baixas de insulina, gestação, IAM (principalmente em idosos!!!), medicações (GCs, tiazídicos, BB, simpatomiméticos, antipsicóticos atípicoz, como a clozapina e olanzapina).
Qual o QC da CAD?
Poliúria, polidipsia, polifagia, astenia e perda ponderal, náuseas e vômitos (por gastroparesia - contribuem para espoliar o paciente), dor abdominal (atrito entre os folhetos do peritôneo desidratado e por distensão e estase gástrica - pode simular abdome cirúrgico), desidratação, taquicardia, hiperventilação (Kussmaul - rápida e profunda), hálito cetônico (“maçã podre”), alterações do NC, coma.
Qual o laboratório da CAD?
Leucocitose É REGRA (com ou sem desvio!!! Isso por intensa liberação de GC), calemia variável, Ur e Cr elevadas (desidratação - IRA pré-renal), hiponatremia (dilucional - 100 de glicemia para 1,6 de Na), pseudo-hiponatremia (hiperTGC pela intensa lipólise - falseia a natremia).
Como dx a CAD?
Critérios da ADA:

Qual o objetivo do tto da CAD?
Reestabelecer a volemia (!!!), resulver a cetoacidose e corrigir os DHE.
Qual o tto da CAD?
REPOSIÇÃO VOLÊMICA VIGOROSA + insulinoterapia + reposição de K+ e fosfato.
Como deve ser a reposição volêmica na CAD?
Deve ser prontamente iniciada (maior impacto no tratamento da CAD) com SF 0,9% 1000 mL na primeira hora (crianças e adolescentes - 20 ml/kg). Após 1h, dosar o Na e, se normal ou elevado, manter infusão com SF 0,45% e se baixo com SF 0,9%, repondo 4-14 ml/kg/h (200-800 ml/h). Quando glicemia de 250, repor fluidos com SG 5% e SF 0,45% para prevenir hipoglicemia e edema cerebral (pela queda rápida da osmolaridade). A glicemia deve ser mantida entre 150-200 até que a CAD se resolva.
Como deve ser a insulinoterapia na CAD?
Só deve ser iniciada após a reposição volêmica inicial, pois pode agravar a hipovolemia e precipitar choque hipovolêmico (captação de glicose pela célula, espoliando mais ainda o intravascular). Deve-se fazer uma dose de ataque de insulina regular EV 0,1-0,15 U/kg e depois fazer infusão contínua de 0,1 U/kg (objetivo: queda média de 50-75 mg/dl/h da glicemia - caso não ocorra, dobrar a dose de infusão). Não baixar mais que isso pelo alto risco de edema cerebral e hipoglicemia. Quando glicemia ≤ 200-250, reduzir a infusão para 0,02-0,05 U/kg/h e adicionar SG 5% à hidratação.
*NÃO FAZER INSULINOTERAPIA SE K+ < 3,3!!!
Por quanto tempo manter a insulinoterapia na CAD?
Manter por quanto durar a cetonúria ou até a normalização do pH e bic, passando-se, então, para SC.
Quais os critérios de resolução da CAD?
Glicemia < 200, pH > 7,3, bic > 15 e AG < 12 (pelo menos 2 desses 3 últimos).
Qual a conduta após resolução da CAD?
Pode-se liberar a dieta e iniciar a insulina SC conforme a glicemia capilar a cada 3-4h. Porém, a insulina EV só será suspensa após 1-2h de insulina SC.
Como deve ser a reposição de K+ na CAD?
K+ < 3,3: repor 40 mEqs de K+.
K+ entre 3,3-5: 20-30 mEqs por soro.
K+ ≥ 5: não administrar K+, mas checá-lo de 2/2h.
*KCl 10%: 1 ml = 1,3 mEqs. KCl 19%: 1 ml = 2,5 mEqs.
**Se K > 5,2, não repor K e posso fazer insulina. Se K entre 3,3-5,2 eu reponho K e insulina. Se < 3,3, repor K e adiar insulina.