NCS SP1 - MEDLAB Flashcards

1
Q

Após a observação, interprete o diagnóstico sorológico de toxoplasmose apresentado na tabela abaixo para uma gestante em sua primeira consulta e estabeleça a conduta médica
1. IgM (-) e IgG (+)
2. IgM (-) e IgG (-)
3. IgM (+) e IgG (-)
4. IgM (+) e IgG (+)

A
  1. Gestante com doença antiga ou toxoplasmose crônica (imunidade remota) (manter orientações de prevenção da infecção. Não há necessidade de novas sorologias);
  2. Gestante suscetível à infecção. Por isso, realizar ações de prevenção primária e repetir sorologia de três em três meses e no momento do parto.
  3. Infecção muito recente ou IgM falso positivo. Iniciar espiramicina imediatamente. Repetir a sorologia de duas a três semanas, caso IgG (+) confirma a infecção. Caso IgG (-) suspender espiramicina, iniciar medidas de prevenção primária e repetir sorologia após 1 mês; caso permaneça alterada, repetir sorologia de três em três meses e no momento do parto.
  4. Possibilidade de infecção durante a gestação. Iniciar espiramicina imediatamente e realizar teste de avidez de IgG na mesma amostra ->
    * AVIDEZ FRACA = possibilidade de infecção adquirida na gestação, iniciar espiramicina imediatamente.
    * AVIDEZ FORTE e gestação < 16 semanas infecção adquirida antes da gestação, não há necessidade de mais testes. Interromper o uso de espiramicina.
    * AVIDEZ FORTE e gestação > 16 semanas, iniciar espiramicina se antes da 30 semana ou esquema tríplice após a 30 semana.
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2
Q

Como é chamada a transmissão de doenças infecciosas da mãe para o feto?

A

Transmissão vertical

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3
Q

Os eventos responsáveis pela formação e desenvolvimento do feto e do embrião são mediados e coordenados não só por fatores genéticos e biomoleculares, mas também pelas condições de desenvolvimento às quais a gestante e o feto são submetidos. Por essas condições, deve-se entender o uso de medicamentos, o histórico etilista, o uso de drogas, submissão a ambientes e situações violentas e, principalmente, o contato com doenças infectocontagiosas (Moore, Persaud & Torchia, 2016). Todos esses fatores ambientais capazes de gerar anomalia congênita são conhecidos como?

A

agentes teratogênicos ou teratógenos, uma vez que induzem anomalias congênitas ou aumentam sua incidência.

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4
Q

V ou F
De acordo com Mendes e colaboradores (2018), define-se por anomalia congênita (AC) toda alteração funcional ou estrutural do desenvolvimento fetal. É pertinente pontuar que malformações são exemplos de anomalias congênitas, e que também podem estar associadas a doenças previamente adquiridas pela mulher durante o período gestacional, como as viroses.

A

Verdadeiro.

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5
Q

Os agentes infecciosos que induzem anomalias congênitas podem ser diversos micro-organismos. Cite alguns deles

A

vírus, bactérias, protozoários, fungos

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6
Q

V ou F
A infecção por agentes infecciosos teratogênicos pode ser adquirida intraútero, durante o parto ou no período pós-parto.

A

Verdadeiro

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7
Q

V ou F
Em geral, a placenta é mais permeável a agentes microbianos em períodos mais tardios da gestação, no entanto no início da gestação, o risco de ocorrência de malformações fetais é maior.

A

Verdadeiro

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8
Q

Quais são os principais agentes infecciosos virais associados ao surgimento de defeitos na organogênese fetal?

A

Embora não sejam os únicos, os vírus da rubéola, da imunodeficiência humana (HIV), do Zika e o citomegalovírus são os principais.

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9
Q

Quais ações podem diminuir a incidência e a gravidade das anomalias congênitas causadas por agentes infecciosos?

A

Os exames de rotina para neonatos são bastante importantes para um diagnóstico precoce e eficaz, além do acompanhamento pré-natal.

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10
Q

No Brasil a transmissão do Zikavírus é feita por quais vetores?

A

Pelo mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopcuts

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11
Q

V ou F
O zikavírus pode ser identificado no líquido amniótico, no sangue e nos tecidos de fetos com anormalidades congênitas, sobretudo com microcefalia

A

Verdadeiro

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12
Q

Qual é a malformação congênita mais comum associada ao Zika Vírus?

A

Microcefalia

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13
Q

Qual o período gestacional de maior suceptibilidade ao desenvolvimento de microcefalia no concepto de gestantes infectadas pelo Zikavírus?

A

Primeiro trimestre até o início do segundo trimestre foram relacionados como principais períodos susceptíveis ao desenvolvimento de microcefalia e as suas consequências.

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14
Q

Quais outras malformações congênitas encefálicas estão associadas ao Zika Vírus?

A
  • Ventrículomegalia, espaço liquórico dilatado, hidrocefalia, calcificação supratentorial parenquimatosa, hipoplasias, etc..
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15
Q

V ou F

É de extrema importância evidenciar que, embora sejam necessários para os diagnósticos diferenciais, os exames de imagem não são completamente excludentes quando normais, uma vez que, de acordo com Van der Liden et al (2016), exames de imagem normal não significam ausência de danos, pois pode ocorrer, também, microcefalia pós-natal (Van der linden et al., 2016). Em alguns casos de ausência de microcefalia ao nascimento, disfagia é uma consequência presente, reflexo da falta de coordenação da deglutição, problemas na motilidade gástrica, como gastroparesia (Leal et al., 2017).

A

Verdadeiro

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16
Q

Apesar de expressivas, as malformações neurológicas não são as únicas relacionadas à infecção congênita pelo Zika Vírus. As anormalidades oculares também foram muito bem referenciadas nos estudos, podendo manifestar-se de diversas maneiras, mesmo que, de acordo com Zhouetal. (2017), elas estejam relacionadas diretamente com a invasão das células oculares do bebê. Cite algumas das possíveis anomalias encontradas.

A
  • microftalmia;
  • catarata;
  • hipoplasia do nervo óptico;
  • hipoplasia do disco óptico;
  • hipoplasia cerebelar;
  • obstrução grave do disco óptico;
  • desenvolvimento vascular anormal.
17
Q

Quais anormalidades musculoesqueléticas congênitas podem estar relacionadas com a infecção pelo Zikavírus?

A
  • depressão do osso frontal e do parietal;
  • disfagia (dificuldade para deglutir);
  • pé torto congênito;
18
Q

Classifique as afirmações abaio como verdadeiro ou falso e escolha a alternativa correta

I. O citomegalovírus congênito é um RNA vírus da família dos herpes;
ll. O citomegalovírus congênito pode ser sintomático ou assintomático no nacituro, sendo que o assintomático pode desenvolver alguns problemas causado pelo vírus futuramente.

a) apenas a I está correta
b) as duas afirmações estão corretas
c) apenas a II está correta
d) as duas afirmações estão falsas

A

c) O citomegalovírus congênito (cCMV) é um DNA vírus da família dos herpes

19
Q

Quais as principais sequelas causadas pelo citomegalovírus nos nascidos vivos?

A

microcefalia, surdez, calcificação periventricular, hipoplasia cerebelar e anormalidades visuais, como microftalmia pela atrofia do nervo óptico.

20
Q

V ou F
Pode haver uma certa suscetibilidade maior das células gliais, epiteliais e mesenquimais do
embrião pelo citomegalovírus, sendo a organogênese uma das fases grandemente afetadas por ser dependente da interação epitelial – mesenquimal.

A

Verdadeiro

21
Q

Qual período mais crítico e com pior prognóstico para os nascituros infectados pelo citomegalovírus?

A

primeiro trimestre

22
Q

V ou F
O CMV congênito pode facilitar o crescimento e desenvolvimento de tumores cerebrais.

A

Verdadeiro (Zhang & Fang, 2019).

23
Q

Quais fatores cooperam para a mortalidade e morbidade do citomegalovírus congênito?

A

falta de conhecimento por parte de clínicos e dos pais durante a gravidez, poucos testes de rotinas de neonatos em risco, ausência de programas de triagem materna ou neonatal, a limitada eficácia e toxicidade de tratamentos atuais e ausência de vacinas autorizadas

  • Rawlinson e colaboradores (2017)
24
Q

Como é feito o diagnóstico da infecção pelo citomegalovirus congênito?

A

Para realizar o diagnóstico pré-natal da infecção no feto, realiza-se cordocentese ou amniocentese para a realização de PCR. O método diagnóstico padrão ouro é o isolamento do vírus no líquido amniótico, cuja sensibilidade gira em torno de 80% e especificidade entre 98 e 100%.
No recém-nascido, utiliza-se o teste de fixação do complemento, que mede anticorpos do tipo IgG de transmissão passiva materna. A positividade ao nascimento pode não significar infecção. Deve ser feito o acompanhamento das titulações, pois títulos acima ou ao redor dos obtidos ao nascimento, no segundo ou no terceiro mês de vida ou positivos após 6 meses de vida, sugerem infecção congênita ou adquirida no começo da vida. A imunofluorescência para pesquisa de IgM específica e sua positividade é um grande indício de infecção no recém-nascido.

25
Q

Qual o tratamento para a infecção por CMV na gestação?

A

Não há tratamento conhecido para a infecção por CMV na gestação.

26
Q

O vírus da rubéola é um representante da família dos Togavirus, gênero Rubivirus, e a doença, transmitida por meio de gotículas de saliva infectada é tratada como leve e reconhecida por meio de erupções cutâneas. Contudo, durante a gravidez, o que contágio da gestante em períodos críticos pode ocasionar além de malformações congênitas?

A

abortos espontâneos e bebês natimortos (Shweta et al., 2015).

27
Q

A infecção por rubéola durante a gravidez evolui comumente para uma complicação conhecida como Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) e o acometimento do feto irá ser determinado de acordo com o período da gestação. O contágio em períodos inferiores à 12ª semana de gestação e a partir da 20º semana pode causar, respectivamente, quais defeitos?

A

inferiores à 12ª semana: catarata, doença cardíaca, surdez, disfunção cerebral, glaucoma e retinopatia pigmentar - Nguyen e Abe(2015) . Em contrapartida, infecções por rubéola, que ocorram a partir da 20º semana, representam apenas um risco para o crescimento do feto. (Annie et al., 2016).

28
Q

As anomalias causadas pela rubéola congênita podem ser detectáveis no período pré-natal e no período pós natal. Quais são elas?

A

Anomalias detectáveis no período pré-natal: líquido amniótico com aspecto turvo, polidramnia (aumento do líquido amniótico) e a oligodramnia (diminuição do líquido amniótico), defeitos cardíacos. Calcificações periventriculares, hidrocefalia, ventriculomegalia Por fim, foram descritas também anomalias oftalmológicas detectáveis, como catarata e microftalmia, além de placentomegalia e hepatoesplenomegalia.

Anomalias detectáveis no período pós-natal: Quanto ao período pós-natal, Yazigi et al. (2016) ainda pontuam que as malformações oftalmológicas correspondem a
cerca de 32% das anomalias observadas, seguidas das anomalias cardíacas, com 21% dos casos. Outros estudos também apontam para a prevalência de malformações oftálmicas, sendo a mais evidente a catarata congênita.

29
Q

Qual a manifestação óssea mais comum da Síndrome da Rubéola Congênita?

A

doença radiotransparente óssea

30
Q

Como se dá a infecção da rubéola congênita?

A

A infecção inicia-se na infecção da placenta após o contágio do vírus. Tal processo dá origem a uma necrose do epitélio placentário, que gera, por conseguinte, uma descamação do revestimento vascular da placenta, levando à circulação fetal vários êmbolos virais, que são perpetuados tendo em vista a inexistência de um sistema de defesa no feto.

31
Q

Como é feito o diagnóstico da rubéola e da rubéola congênita?

A

Diagnótico laboratorial
O método mais utilizado para pesquisa de anticorpos é a reação de inibição da hemaglutinação (IH), que detecta anticorpos IgG e IgM; é o mais prático, de baixo custo e com boa sensibilidade e especificidade.

Diagnóstico pré-natal de um feto em risco
Para investigar infecção fetal, pode-se realizar a técnica de PCR para o vírus da rubéola, que pode detectar a presença do vírus no líquido amniótico.

Diagnóstico do recém-nascido com suspeita de síndrome de rubéola congênita?
Os anticorpos IgM e IgG estão presentes já no nascimento, sendo o diagnóstico feito
pela detecção dos anticorpos IgM, já que os anticorpos IgG podem ser provenientes da mãe. Até os 3 meses de vida, a IgM específica é detectada em quase 100% dos casos. Quando não há mais IgM, o diagnóstico pode ser feito pela detecção de anticorpos IgG 1 de baixa afinidade, os quais podem estar presentes até os 3 anos de idade.

32
Q

Qual o tratamento da rubéola e rubéola congênita?

A

Não há terapêutica disponível até o momento. A intervenção deve ocorrer por meio
de prevenção primária, profilaxia mediante imunização de crianças em idade pré- escolar e de todas as mulheres em idade fértil (vacina MMR). Sabe-se que a vacinação produz soroconversão em cerca de 95% dos indivíduos suscetíveis. A vacina para rubéola não deve ser administrada durante o período gestacional por se tratar de vacina de vírus vivo atenuado.

33
Q

Como ocorre a Toxoplasmose congênita?

A

Quando ocorre primoinfecção por Toxoplasma gondii na gestante, há risco de transmissão transplacentária do parasita para a circulação fetal, o que causa a toxoplasmose congênita. A infecção materna crônica, ou adquirida pela mãe antes da gestação, representa pouco ou nenhum risco para o feto.

34
Q

V ou F
A frequência da transmissão da toxoplasmose congênita e sua gravidade é fortemente dependente da época da gestação na qual foi adquirida a infecção e o risco aumenta.

A

Verdadeiro.
O risco de transmissão aumenta juntamente com a idade gestacional. Já se a infecção materna num momento precoce da gestação (primeiro e segundo trimestres) pode resultar em toxoplasmose congênita grave, morte intrauterina e aborto espontâneo, enquanto num período mais tardio, a infecção é bem menos preocupante, com grande prevalência de formas assintomáticas.

35
Q

Quais são os sinais e sintomas da toxoplasmose congênita?

A

Meningoencefalite, microcefalia, hidrocefalia tipo obstrutiva, calcificações intracranianas, coriorretinite, microftalmia, diminuição da acuidade auditiva, Hepatoesplenomegalia, icterícia com aumento de bilirrubina direta.

36
Q

O tratamento da toxoplasmose durante a gestação reduz em 60% a taxa de infecção
do feto, e no restante dos casos reduz a gravidade da infecção congênita. Como é feito tal tratamento?

A

Independentemente da confirmação da infecção fetal, o uso da espiramicina (1 a 3 g/dia)
deve prosseguir até o final da gestação. No caso de confirmação de infecção fetal até o segundo trimestre de gestação, o tratamento preconizado deve ser mais agressivo, com o objetivo de reduzir os efeitos graves da doença. Nesses casos, utiliza-se a pirimetamina (25 mg/dia) associada à sulfadiazina (3g/dia) e ácido folinico (5mg/2 vezes por semana) para a prevenção da aplasia de medula. Este esquema é intercalado a cada 3 semanas com o uso da espiramicina, e controles hematológicos devem ser realizados periodicamente, monitorizando a função medular. Em casos especiais, a azitromicina (500 mg/dia) é a droga alternativa até a data do parto. Para o tratamento da toxoplasmose congênita, recomenda-se o uso de pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico, durante 12 meses, e prednisona até ocorrer a remissão dos sintomas (como sinais de coriorretinite).

37
Q

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível. Qual é seu agente etiológico?

A

Treponema pallidum, bactéria do grupo das espiroquetas.

38
Q

Como é feito o diagnóstico da sífilis?

A

Na prática clínica o diagnóstico é geralmente feito através de testes sorológicos, que são de
dois tipos: os não treponêmicos (VDRL e RPR) e os treponêmicos (FTA- abs, MHA-TP).

39
Q

Como é feito o tratamento da sífilis?

A

A sífilis materna sempre deve ser tratada e a droga de escolha é a penicilina benzatina, já bastante estudada durante a gestação e considerada segura. A eficácia de uma dose única de penicilina benzatina, 2,4 milhões de unidade sinternacionais (UI) por via intramuscular, é muito alta, prevenindo a infecção fetal em até 98% dos casos.